Clássico do cinema estrelado pelo ator e galã Cary Grant. Que história esse filme nos conta? Joe Adams (Cary Grant) é um trapaceiro que fica de olho numa grande bolada que será doada a uma instituição de caridade. Ele então resolve assumir uma nova identidade falsa, a de um sujeito morto chamado Joe Bascopolous, para se aproximar dos ricaços que darão o dinheiro para os mais necessitados. Nesse ínterim ele acaba conhecendo a bela e simpática Dorothy Bryant (Laraine Day), jovem pertencente a uma das famílias mais ricas de Nova Iorque, que mexerá com seu coração e mudará sua forma de encarar o mundo. O ator Cary Grant (1904 - 1986) se especializou em filmes sofisticados e românticos ao longo de toda a sua carreira. Aqui ele tem a chance de interpretar um "quase vilão", isso mesmo, um sujeito que inicialmente é cheio de más intenções, mas que acaba mudando de ideia quando conhece uma linda e doce jovem que muda seu, digamos assim, "estilo de vida". O roteiro é uma inovação da fábula do bom ladrão que encontra a redenção no amor de uma mulher. O que salva tudo no final das contas é o texto que tem um senso de humor único, muitas vezes resvalando para o cinismo e isso poderá surpreender quem estiver em busca de uma comédia romântica de costumes mais simplória e comum. O próprio título original é um trocadilho inspirado.
O filme foi lançado em um período histórico complicado, com o mundo sendo assolado pela segunda guerra mundial e serviu como um alívio no meio daquele caos em que todos viviam. Também é fortemente endereçado ao público feminino que na época havia se tornado o principal consumidor de cinema dentro do mercado americano, afinal de contas os homens americanos em sua maioria estavam lutando na Europa e no Pacífico. Se há uma crítica maior a se fazer sobre o resultado final talvez seja a falta de uma química melhor entre o casal principal, fato que foi observado pelos críticos americanos na época. De qualquer forma temos que reconhecer que isso é de menor importância tendo em vista o bom roteiro e as atuações inspiradas de Grant e Laraine Day. Hoje em dia a produção serve acima de tudo para mostrar uma sofisticação que anda bem perdida dentro do cinema americano atual. Uma prova de que comédias românticas não precisam ser bobas e nem muito menos piegas.
Aventureiro de Sorte (Mr. Lucky, Estados Unidos, 1943) Estúdio: RKO Radio Pictures / Direção: H.C. Potter / Roteiro: Milton Holmes / Elenco: Cary Grant, Laraine Day, Charles Bickford / Sinopse: Cary Grant interpreta um vigarista, um golpista, que acaba se apaixonando pela mulher de seus sonhos, o que o faz mudar de ideia sobre o mundo e o jeito que ele leva sua vida.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirAventureiro de Sorte
Pablo Aluísio.
O Cary Grant foi um ator marcante. Tem umas fotos dele completamente embriagado em Cannes, já no fim da vida, mostrando o ocaso de sua estrela. Com cabelos brancos, rindo e quase caindo da escada, era algo que fugia de sua era de ouro. Todo mundo tem um fim. A filha escreveu um bonito livro sobre ele, o defendendo após sua morte. Gesto de grandeza.
ResponderExcluirO livro da filha dele o defendeu de diversas acusações que foram feitas ao pai dele durante décadas. Uma delas é que seria gay. Ora, hoje em dia ninguém iria encarar algo assim como uma acusação, porque os tempos são outros, mas naqueles tempos mais preconceituosos isso era algo sério, tinha que defender a tal "honra do pai", etc, etc.
ResponderExcluirO Cary Grant foi o primeiro ator que o Albert Broccoli pensou para interpretar o James Bond em seu primeiro filme no cinema, O Satanico Doutor No. Agora que já vimos o Sean Connery com toda a sua masculinidade perigosa imortalizando o personagem é possivel perceber que o Cary Grant seria um James Bond muito delicado e até um pouco efeminado, se usarmos como referencia o seu John Robie em O Ladrão de Casaca. A cara de repugnância que ele olha para a Grace Kelly em algumas cenas seria imperdoável no machão e mulherengo James Bond.
ResponderExcluirNão consigo ver o Grant como James Bond. Sinceramente seria uma péssima escolha de elenco. Não iria combinar. Ainda bem que isso não aconteceu.
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