quarta-feira, 8 de junho de 2022

Elvis Presley (1956) - Parte 2

Caso típico de se ouvir uma música pela primeira vez e adorar logo de cara! Foi esse o meu caso ao ouvir a canção " "I'm Gonna Sit Right Down and Cry (Over You)". Passados tantos anos desde que comprei esse álbum e o ouvi pela primeira vez não mudei em nada a minha percepção dessa excelente faixa do álbum de estreia de Elvis Presley.

Esse é seguramente um dos melhores momentos do álbum. Veja, todas as faixas desse disco se ressentem, em minha opinião, de um melhor trabalho em termos de arranjos.Porém no que diz respeito a essa música não teria nada a criticar. Ela é perfeita!

Anos depois, nos tempos de seu programa semanal na BBC, os Beatles decidiram apresentar uma versão desse clássico rockabilly. Nem preciso dizer que a gravação dos ingleses ficou excepcional, resultando em uma gravação muito alto astral, alegre, para cima! Que conclusão diria sobre tudo isso? A música foi gravada por Beatles e Elvis Presley. Em ambos os discos o resultado ficou excepcional. Por tudo isso credito essa como uma das melhores da época de ouro do rock. E isso, meus caros leitores, definitivamente não é pouca coisa!

Outra que vai na mesma linha é  "One-Sided Love Affair". Perceba que em seus primeiros discos Elvis desenvolveu uma técnica muito pessoal de cantar, que chegou a ser dita por alguns críticos dos anos 50 como um "mastigar de sílabas". Outro escreveu que Elvis cantava como se mastigava chicletes! Apesar da rabugice desses jornalistas, o fato é que a coisa toda até faz algum sentido. Elvis parecia um cantorzinho jovem brincando com o estilo de cantar daqueles tempos. Basta lembrar de Frank Sinatra e Dean Martin para uma comparação rápida. Elvis não  entoava sua voz com soberba, apenas cantava a letra da música de uma maneira mais relaxada, quase casual. Acabou criando uma nova linguagem musical nesse processo...

Pablo Aluísio. 

8 comentários:

  1. Pablo:
    Eu não sei se você sabe, mas entre as notas, por exemplo, o Do e o Ré, tem nove sub-tons que são chamados de "Comas"; então entre duas notas há nove comas e quanto se canta a voz humana não é um instrumento e toda a afinação do cantor é uma aproximação da nota perfeita, mas pode ficar alguns "comas" deslocados, hoje, principalmente, em apresentações ao vivo.
    Entretanto em estúdio há um programa chamado "Melodyne" que corrige esses pequenos desvios naturais da voz humana e leva a afinação a perfeição. Nessa gravação do Elvis, apesar de ser uma gravação de estúdio, ele, obviamente, não contava com afinadores eletrônicos de voz e você percebe ele saindo um pouquinho das notas, principalmente, nos graves o que dá ao registro uma espécie de selo de veracidade, como se estivesse dizendo: "esse cara está cantando mesmo, isso não é efeito de estúdio, apesar de ser um disco".
    Estamos vivendo uma época de tanta música falsa, maquiada, que o Elvis desafinando um pouquinho na década de '50, se torna um atestado de qualidade.

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  2. Excelentes observações, mas fiquei na dúvida. Você se referiu a qual das duas músicas citadas no texto/?

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  3. Muito bem. Você já ouviu a versão dos Beatles? Eu acho excelente. Versão da BBC.

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  4. Eu gosto muito da versão dos ingleses, mas obviamente a minha preferida é a do Elvis Presley.

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    1. Sem dúvida o Elvis tinha uma forma toda especial de modular a melodia e sincopar o ritmo, o que torna a canção única, inimitável.

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