segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O Homem Duplicado

Título no Brasil: O Homem Duplicado
Título Original: Enemy
Ano de Produção: 2013
País: Canadá, Espanha
Estúdio: Lionsgate
Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Javier Gullón, baseado na obra de José Saramago 
Elenco: Jake Gyllenhaal, Mélanie Laurent, Sarah Gadon

Sinopse:
A vida para o professor universitário Adam (Jake Gyllenhaal) é de uma rotina massacrante. Seus dias são praticamente iguais, onde ele dá a mesma aula para os mesmos alunos desmotivados. Sua vida pessoal também é repetitiva e sem brilho. Em mais um dia comum resolve acatar a sugestão de um colega da universidade e vai até uma locadora alugar um filme qualquer, para quebrar a monotonia de seus dias. Para sua surpresa porém acaba percebendo que um dos atores do elenco é idêntico fisicamente a ele! Não demora muito para Adam ficar completamente obcecado em encontrar aquele sujeito pessoalmente.

Comentários:
Filme bem incomum que explora um roteiro muito inteligente e enigmático. O clima é opressivo, com o personagem de Jake Gyllenhaal tentando encontrar respostas para aquela situação que lhe pega completamente de surpresa. Afinal como explicar o fato de um desconhecido ser totalmente idêntico a ele? Seria um irmão gêmeo perdido ou algo mais sinistro está envolvido naquela perturbadora semelhança entre os dois? Como não poderia deixar de ser, todos os elogios vão para o trabalho do ator Jake Gyllenhaal. Ele consegue surpreender atuando em personagens tão diferentes. O professor universitário Adam não tem vida social, é tímido, oprimido e não consegue se relacionar bem com as pessoas. Seu mundo é caótico e cinzento, seu apartamento é escuro e quase não tem móveis, além de muito chato. Já o ator Anthony parece ser o seu extremo oposto. Como todo artista tem uma personalidade expansiva, ativa e extrovertida. O choque entre personalidades tão antagônicas encontra pleno respaldo em uma atuação digna de aplausos por parte de Gyllenhaal. Dito isso é bom salientar também que não é um filme para todos os públicos. O clima enigmático, mas também opressor e cheio de nuances psicológicas, certamente não agradará a todo mundo. De qualquer maneira quem se aventurar pela película certamente será bem recompensado pois é de fato uma obra instigante e inteligente, algo cada vez mais raro nos dias atuais.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de agosto de 2014

Aranhas 3D

Título no Brasil: Aranhas 3D
Título Original: Spiders
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Nu Image Films
Direção: Tibor Takács
Roteiro: Joseph Farrugia, Tibor Takács
Elenco: William Hope, Shelly Varod, Brian Hankey

Sinopse:
Pedaços de um satélite russo caem em Nova Iorque. Dentro dos detritos surge uma estranha espécie de aranha que parece usar o corpo de pessoas e ratos como incubadoras de seus ovos. Em pouco tempo os insetos começam a tomar proporções inimagináveis, tomando de pânico as ruas da cidade, enquanto as forças armadas tentam parar o terrível ataque dos aracnídeos gigantes.

Comentários:
Imagine um filme atual com um roteiro trash dos anos 1950. Bom, é justamente isso que você encontrará aqui nesse "Aranhas 3D". A proposta é tentar recriar os filmes de aranhas gigantes do passado e para isso se usa da moderna tecnologia digital para dar vida aos monstros. Por falar neles são até bem realizados, embora levemente caricatos. Como é de se esperar nesse tipo de enredo elas vão ficando cada vez maiores até ganharem as ruas de uma Nova Iorque de mentirinha (na verdade o filme apesar de ser americano foi todo rodado em estúdio na cidade de Sofia, na Bulgária). Infelizmente a produção não consegue empolgar, tudo culpa do casal protagonista formado por dois atores canastrões e chatos até dizer chega! Afinal de contas uma pessoa que aluga um filme sobre aranhas gigantes espaciais não está interessado em ver um casal enfadonho discutindo sobre seu divórcio enquanto foge dos aracnídeos de dez metros! Assim você vai passar o filme todo torcendo para que eles sejam logo devorados, de tão irritantes que são. Assista se você gosta de monstros gigantes mas fique sabendo de antemão que o filme passa longe de ser algo bom ou marcante.

Pablo Aluísio.

Alien - A Ressurreição

Título no Brasil: Alien - A Ressurreição
Título Original: Alien Resurrection
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Jean-Pierre Jeunet
Roteiro: Dan O'Bannon, Ronald Shusett
Elenco: Sigourney Weaver, Winona Ryder, Dominique Pinon

Sinopse:
Quarto e último filme da franquia original "Aliens". O enredo se passa 200 anos após o primeiro contato da tenente Ripley contra os Aliens (enredo visto em "Alien, O Oitavo Passageiro"). Obviamente ela está morta, mas seu DNA é mesclado com o DNA alienígena, dando origem ao clone denominado Ellen Ripley (Sigourney Weaver), criada para ser justamente uma super combatente contra a ameaça Alien que aterroriza a humanidade em um futuro sombrio.

Comentários:
Como ressuscitar uma franquia de sucesso que parecia encerrada de forma definitiva no filme anterior? Ora, com a criatividade de roteiristas bem pagos por produtores loucos para lucrarem novamente com a famosa marca "Aliens". Afinal de contas a Fox passava por problemas financeiros e era vital trazer de volta filmes de grande bilheteria do passado. O problema é que esse tipo de coisa pouco justifica a volta de uma trilogia que já havia se fechado muito bem em três boas produções que foram sucessos de crítica e público. Por essas e outras razões temos que reconhecer que "Alien: Resurrection" é um filme que só existe mesmo por puros motivos comerciais. O roteiro, truncado e oportunista até o último grau, não empolga mais e até a talentosa Sigourney Weaver (interpretando Ellen Ripley) não convence. A atriz parece quase pedir desculpas por estar presente nesse produto caça-níqueis. A direção foi entregue ao francês Jean-Pierre Jeunet que não tinha nenhuma experiência em filmes de ficção e isso acabou prejudicando ainda mais o resultado final. A conclusão é que a fórmula estava saturada e com um roteiro fraco desses a coisa só piorou. Melhor esquecer, principalmente se você é fã dos excelentes filmes anteriores.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de agosto de 2014

A Espada Era a Lei

Título no Brasil: A Espada Era a Lei
Título Original: The Sword in the Stone
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Wolfgang Reitherman
Roteiro: Bill Peet, T.H. White
Elenco: Rickie Sorensen, Sebastian Cabot, Karl Swenson

Sinopse:
Com a morte do Rei da Inglaterra o país fica sem um monarca pois ele não deixou herdeiros e nem sucessores. Um jovem rapaz órfão chamado Arthur é escolhido pelo mago Merlim para um dia ser o futuro soberano da nação, mas antes precisará passar por um treinamento muito especial dado pelo seu sábio mentor. Filme indicado ao Oscar de Melhor Música (George Bruns).

Comentários:
Por muitos anos Walt Disney teve o sonho de adaptar a lendária estória do Rei Arthur e seus cavaleiros da távola redonda. Três anos antes de sua morte realizou esse sonho ao lançar esse longa-metragem. Como era um homem de grande visão entendeu que contar o enredo tradicional seria muito óbvio, por isso optou por esse script onde era narrado os acontecimentos da juventude de Arthur, antes dele retirar a famosa espada Excalibur da pedra! A animação é muito simpática e já traz características que iriam se tornar a marca registrada do estúdio na década seguinte, como por exemplo os traços fortes embalados por roteiros bem enxutos. Aqui temos uma estorinha bem simples, onde Merlim vai ensinando ao seu pupilo Arthur algumas lições de vida ao lhe transformar em um peixinho, um passarinho e um esquilo. Tudo bem pueril, bem de acordo com a filosofia Disney de ensinar encantando. Não é dos desenhos mais lembrados do estúdio mas certamente é um dos mais carismáticos.

Pablo Aluísio.

A Síndrome da China

Título no Brasil: A Síndrome da China
Título Original: The China Syndrome
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: James Bridges
Roteiro: Mike Gray, T.S. Cook
Elenco: Jane Fonda, Jack Lemmon, Michael Douglas

Sinopse:
Durante uma reportagem investigativa a jornalista Kimberly Wells (Jane Fonda) e seu cinegrafista Richard Adams (Michael Douglas) descobrem uma série de falhas de segurança numa usina nuclear. Jack Godell (Jack Lemmon), um engenheiro da usina, decide colaborar com eles para mostrar os riscos que todos correm por causa dos inúmeros problemas na usina. Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Ator Coadjuvante (Jack Lemmon), Melhor Atriz Coadjuvante (Jane Fonda), Melhor Roteiro e Melhor Direção de Arte. Vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Ator (Jack Lemmon) e Melhor Atriz (Jane Fonda).

Comentários:
Hoje em dia a carreira de Michael Douglas está resumida em comediazinhas bobas que tentam fazer graça de sua idade. Pois bem, o tempo cobra seu preço. Em nada lembra o jovem ator engajado politicamente do começo de sua carreira, não apenas como intérprete mas também como produtor. Nos anos 1970 ele ainda estava tentando sair da sombra de seu pai, o grande Kirk Douglas, e procurava por um caminho próprio. Para sua sorte caiu em suas mãos o script de "The China Syndrome", um texto que denunciava os perigos da energia nuclear e a falta de cuidado que existia dentro das inúmeras usinas nucleares espalhadas pelo território americano. Ele achou ótimo aquele texto e resolveu ele próprio produzir o filme. Por uma ironia do destino poucas semanas antes da produção ser lançada nos cinemas ocorreu um desastre real numa usina americana, o que trouxe uma publicidade extra para a película que logo se transformaria em um sucesso de público e crítica. Além de Douglas ainda temos a presença de dois nomes de expressão na história do cinema no elenco, Jane Fonda (a liberal que sempre procurava por temas intrigantes no campo político) e Jack Lemmon (que surge em um papel atípico, bem longe de suas comédias sofisticadas). Assim deixamos a dica dessa produção que causou grande impacto em seu lançamento mas que hoje em dia anda pouco lembrada, infelizmente.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Última Viagem a Vegas

Título no Brasil: Última Viagem a Vegas
Título Original: Last Vegas
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Dan Fogelman
Elenco: Robert De Niro, Michael Douglas, Morgan Freeman, Kevin Kline, Mary Steenburgen

Sinopse:
Prestes a completar 70 anos de idade, o bem sucedido empresário Billy (Michael Douglas) decide se casar com uma garota 40 anos mais jovem do que ele em Las Vegas. Para a festa ficar completa ele resolve convidar seus três mais antigos amigos (De Niro, Kline e Freeman). O reencontro será uma boa oportunidade para repensar suas decisões e lembrar aspectos de sua vida há bastante tempo adormecidos.

Comentários:
Tinha tudo para ser no mínimo interessante, afinal de contas com um elenco desses... mas infelizmente não há muito o que celebrar. "Last Vegas" perde todas as oportunidades de ser um filme relevante. Dois terços do enredo é desperdiçado ao mostrar os atores veteranos fazendo piadas com a própria idade, tentando se divertir no meio de um bando de jovens selvagens na chamada cidade do pecado. No terço final o roteiro ainda tenta trabalhar um pouco os personagens de Robert De Niro e Michael Douglas mas sinceramente falando é tudo em vão. Não há como desenvolver melhor papéis tão sem importância ou profundidade. Pior se saem Morgan Freeman e Kevin Kline que viram meras escadas engraçadinhas para o restante do elenco. A impressão que fica foi que o estúdio tentou vender o filme como se fosse um "Se Beber, Não Case!" da terceira idade mas ficou a ver navios. No final fica aquele gosto de melancolia de ver tantos atores importantes desperdiçados em um filme tão vazio.

Pablo Aluísio.

Buffalo '66

Título no Brasil: Buffalo '66
Título Original: Buffalo '66
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Vincent Gallo
Roteiro: Vincent Gallo
Elenco: Vincent Gallo, Christina Ricci, Ben Gazzara, Mickey Rourke

Sinopse:
Billy Brown (Vincent Gallo) deixa a prisão após cumprir sua pena e decide voltar para sua cidade natal, Buffalo! A família mal sabe o que ele tem feito no últimos anos e por isso Billy decide que não quer retornar como um fracassado, um derrotado na vida. Por isso acaba fazendo a jovem Layla (Christina Ricci) de refém. Ela deve ir com ele até a casa de seus pais e fingir que é sua amada esposa, caso contrário ele a matará!

Comentários:
Um filme bem sui generis, produto do conceito do ator, diretor e roteirista Vincent Gallo que quis retratar a mediocridade da típica família americana. A mãe é uma fanática por esportes, em especial o time de futebol americano de sua cidade natal Buffalo. O pai é um sujeito rude, dado a acessos de fúria, irascível e ainda prisioneiro do passado, quando almejava ter uma carreira de cantor ao velho estilo, seguindo os passos de Frank Sinatra. De um ambiente familiar tão disfuncional não poderia sair grande coisa. O filho Billy Brown (Vincent Gallo) acaba sendo o produto desse ambiente doentio e fora dos eixos. O roteiro explora momentos de puro desconforto, quando por exemplo a família se reúne na mesa para o jantar e todos se mostram ou dispersos ou desequilibrados. Vincent Gallo está excelente em seu personagem, assim como Christina Ricci que consegue até mesmo ser sensual no meio daquela casa de insanos. Por fim um pequeno brinde, a participação de Mickey Rourke, naquela época vivendo o inferno astral de sua carreira. Ele interpreta um bookmaker que não está disposto a perdoar uma dívida de 10 mil dólares de Billy. A mistura de tantos elementos não poderia resultar em outra coisa a não ser um pequeno filme independente perturbador, mas também muito talentoso em seu resultado final.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Expresso Para o Inferno

Título no Brasil: Expresso Para o Inferno
Título Original: Runaway Train
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: Andrey Konchalovskiy
Roteiro: Djordje Milicevic, Paul Zindel
Elenco: Jon Voight, Eric Roberts, Rebecca De Mornay

Sinopse:
Dois prisioneiros, Manny (Jon Voight) e Buck (Eric Roberts), decidem fugir de uma prisão de segurança máxima no Alasca. Após conseguirem passar pelos muros do local precisam enfrentar e sobreviver na inóspita região gelada e hostil, eternamente coberta de neve. Sua esperança é entrar em um trem que está partindo de lá, mas a viagem certamente será das mais perigosas. Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Ator (Jon Voight), Melhor Ator Coadjuvante (Eric Roberts) e Melhor Edição. Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jon Voight).

Comentários:
Mais um pequeno clássico da era do VHS. Muitas pessoas acusam a produtora Cannon de só ter produzido fitinhas de ação sem muita relevância em termos de arte cinematográfica. Ora, essa é uma visão muito simplista. Basta lembrar desse "Runaway Train". O filme conta com um excelente elenco - além do inspirado Jon Voight em uma de suas melhores atuações o espectador ainda tem a bela e exótica Rebecca De Mornay, ela que iria nos anos seguintes ter uma ótima fase na carreira estrelando suspenses de boa qualidade como por exemplo "A Mão Que Balança o Berço" e "Louca Obsessão". Outra presença que não pode ser ignorada é a do diretor russo Andrey Konchalovskiy. Ele imprime um ritmo sufocante ao espectador, o que acentua o tom de suspense e tensão da fita que ainda se aproveita maravilhosamente bem da natureza gelada e hostil do Alaska, onde o filme foi rodado. Por fim uma curiosidade: o filme era um dos preferidos do ator Marlon Brando, que não cansou de elogiar a produção em sua autobiografia chamada "Canções Que Minha Mãe Me Ensinou".

Pablo Aluísio.

O Fim dos Dias

Título no Brasil: O Fim dos Dias
Título Original: End of Days
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Andrew W. Marlowe
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Gabriel Byrne, Robin Tunney

Sinopse:
Jericho Cane (Arnold Schwarzenegger) é um sujeito que vive um verdadeiro inferno astral. Após perder sua família em um atentado terrorista ele precisa encontrar um novo motivo para seguir em frente com sua vida. Acaba encontrando no desafio de enfrentar o próprio diabo em pessoa que planeja mais uma vez destruir a humanidade.

Comentários:
Depois do fracasso comercial e de crítica de "Batman & Robin" o ator Arnold Schwarzenegger resolveu dar um tempo. Além do aborrecimento natural de participar de um filme que não deu certo ainda houve problemas de saúde que ele teria que resolver. O ator participou de uma operação cardíaca e por isso ficou dois anos fora das telas de cinema. O filme que marcou sua volta foi justamente esse "End of Days". Muitos críticos não gostaram da proposta de se misturar dois gêneros tão diferentes, a das fitas de ação com terror e suspense, mas penso diferente. Particularmente gostei do resultado final. Obviamente que passado tanto tempo os efeitos especiais já não vão causar maior impacto (qualquer videogame hoje em dia é mais bem feito) mas o interesse na trama e no clima de realismo fantástico se mantém. Curiosamente o resultado comercial conseguiu amenizar os danos do filme anterior e de certa forma levantaram novamente a carreira de Arnold Schwarzenegger, que também começava a se interessar cada vez mais na política, algo que novamente iria deixar o ator fora das telas por um longo tempo. De qualquer maneira fica a dica caso você ainda não tenha assistido. Vale a pena ver o velho e bom Schwarzenegger novamente em ação.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Vigilantes da Guerra

Título no Brasil: Vigilantes da Guerra
Título Original: Boys of Abu Ghraib
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Rebel One Pictures
Direção: Luke Moran
Roteiro: Luke Moran
Elenco: Luke Moran, Sean Astin, Sara Paxton

Sinopse:
Jack Farmer (Luke Moran) é um jovem americano que decide se alistar nas forças armadas após os atentados de 11 de Setembro. Ele deixa na América sua namorada e uma família maravilhosa. Ao chegar no Iraque ele acaba sendo designado para a prisão de Abu Ghraib, onde estão alguns dos mais perigosos terroristas do mundo.

Comentários:
Pequeno filme do cinema independente americano que se revela uma grata surpresa logo nas primeiras cenas. Isso porque você pensa que se trata de mais uma daquelas fitinhas B de ação que estão sendo realizadas em massa depois da intervenção americana no Iraque e acaba descobrindo que não é nada disso. E então eis que de repente surge um enredo mais do que interessante, mostrando a estressante rotina de um jovem soldado na prisão de segurança máxima de Abu Ghraib, aquela mesma onde aconteceram aquelas terríveis torturas promovidas contra os presos, considerados terroristas internacionais. A produção informa que se trata de um filme baseado em fatos reais. O curioso na trajetória do protagonista é que ele começa sua função ficando completamente enojado com o que está acontecendo por trás daqueles muros mas depois, quando cai na real e se decepciona com um dos prisioneiros - ele pensava que era um inocente mas descobre que ele é de fato um terrorista - começa a agir da forma mais agressiva possível contra os que estão lá, atrás das grades. Um filme pequeno, mas no final das contas muito bom, acima de média mesmo.

Pablo Aluísio.

300 - A Ascensão do Império

Título no Brasil: 300 - A Ascensão do Império
Título Original: 300 - Rise of an Empire
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, Legendary Pictures
Direção: Noam Murro
Roteiro: Zack Snyder, Kurt Johnstad
Elenco: Sullivan Stapleton, Eva Green, Lena Headey

Sinopse:
O mundo grego está em chamas. O monarca persa Xerxes (Rodrigo Santoro) está determinado a destruir todas as cidades-estado gregas em vingança contra a morte de seu pai, o grande Dario, na batalha de Maratona. Do lado grego se destaca a genialidade estratégica do general ateniense Themistocles (Sullivan Stapleton) que está disposto a morrer pela democracia ao invés de se render ao tirano sanguinário da Pérsia.

Comentários:
Essa produção foi recebida com certa reserva por parte da crítica e público, mas acabei gostando do resultado final. O que mais me chamou a atenção foi a habilidade dos roteiristas em contar o mesmo evento histórico retratado no primeiro filme mas agora sob o ponto de vista dos atenienses e demais gregos que naquele momento enfrentavam a invasão do Império Persa. No primeiro filme o roteiro se concentrou completamente na luta de Esparta, do Rei Leônidas e seus 300 bravos guerreiros. Agora a trama é vista sob uma ótica bem mais ampla e geral. Há também o enfoque sobre uma nova personagem, a líder das tropas persas que na realidade é uma grega, Artemisia (Eva Green). A estética segue os passos do primeiro filme tentando recriar nas telas o clima da Graphic Novel de Frank Miller que lhe deu origem. Por isso pode esperar por uma violência estética bem ao estilo do que foi visto no primeiro filme. O clima de realismo fantástico onde eventos históricos reais convivem com pura fantasia também está muito bem explorado ao longo da trama. Não vejo porque alguns setores da crítica malharam tanto esse "300 - Rise of an Empire" pois entendo que está bem na média da franquia ao qual pertence.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Os Produtores

Título no Brasil: Os Produtores
Título Original: The Producers
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Columbia Pictures
Direção: Susan Stroman
Roteiro: Mel Brooks, Thomas Meehan
Elenco: Nathan Lane, Matthew Broderick, Uma Thurman, Will Ferrell

Sinopse:
Depois de mais um fracasso nos palcos, um produtor de teatro, Max Bialystock (Nathan Lane), resolve armar um golpe ao lado de seu contador (interpretado por Broderick) para ganhar muito dinheiro com a grana dos investidores da peça. O golpe porém só dará certo se a peça fracassar completamente, mas para surpresa de todos o musical chamado "Primavera para Hitler" acaba se tornando um enorme sucesso de público! Filme Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Musical ou comédia, Melhor ator (Nathan Lane), Melhor Ator Coadjuvante (Will Ferrell) e Melhor Trilha Sonora Original.

Comentários:
Nem tudo o que dá certo na Broadway funciona no cinema. Tiro essa conclusão após assistir a esse "The Producers" que é considerado um dos maiores sucessos de público e crítica nos palcos de Nova Iorque. A adaptação para o cinema foi realizada por praticamente os mesmos responsáveis pela peça que estava em cartaz na mesma época em que o filme foi produzido mas o charme se foi... O que pode ter acontecido? Acredito que são linguagens que nem sempre se completam perfeitamente. Na Broadway provavelmente seja mesmo um arraso, as músicas, o roteiro com aquela doce farsa que funciona muito bem ao vivo mas nas telas a coisa toda ficou plastificada demais, sem vida, sem encanto. Certamente essa minha opinião vai ser considerada ácida por muitas pessoas que gostam de musicais e provavelmente tenham gostado do resultado dessa adaptação. Eu particularmente não curti. Da próxima vez tentarei ver nos palcos para ver se lá também ainda funciona.

Pablo Aluísio.

A Supremacia Bourne

Título no Brasil: A Supremacia Bourne
Título Original: The Bourne Supremacy
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Robert Ludlum, Tony Gilroy
Elenco: Matt Damon, Franka Potente, Joan Allen

Sinopse:
O ex-agente Jason Bourne (Matt Damon) continua tentando recriar e juntar pedaços de seu passado para compreender o que se passa no presente. Enquanto tenta descobrir todas as nuances de um passado que foi apagado de sua memória vai tentando sobreviver aos vários atentados contra sua vida. Sua única certeza é que pessoas poderosas o querem ver morto o mais rápidamente possível. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Filme de Ação e Melhor Ator (Matt Damon).

Comentários:
Segundo filme da franquia "Bourne" cuja trilogia com Matt Damon seria encerrada em 2007 com "O Ultimato Bourne". Esse foi um filme que passou por muitos problemas nos bastidores, principalmente a saída do diretor Doug Liman, que tinha feito um excelente trabalho no primeiro filme. Em seu lugar a Universal Pictures trouxe o cineasta inglês Paul Greengrass que nunca havia dirigido uma fita de ação como essa. Apesar dos receios o resultado se mostrou bem satisfatório. Greengrass trouxe para a franquia um certo charme e elegância, tipicamente europeus, o que deixou o filme com um inevitável sabor de obra sofisticada. Matt Damon também se esforçou fisicamente para mostrar mais serviço nas cenas de ação e se deu muito bem, se tornando mais convincente, já que no filme original ele ainda deixava passar um pouco de inexperiência para a tela nesse aspecto. O saldo final de toda essa salada? Um filme redondinho, bem realizado e que apesar de apresentar alguns furos de lógica no roteiro, consegue divertir e até mesmo surpreender em muitos momentos. Para um filme de ação dos tempos atuais já está de bom tamanho. Pode cair de cabeça na película sem receios e boa diversão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Noé

Título no Brasil: Noé
Título Original: Noah
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Darren Aronofsky, Ari Handel
Elenco: Russell Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins, Emma Watson

Sinopse:
O sangue de Caim se espalha na humanidade. A criação de Deus desaponta completamente os anseios de seu criador. Descontente resolve varrer os descendentes do assassino Caim do mundo e para isso manda seu fiel servo, Noé, construir uma grande arca para colocar todas as espécies animais do mundo, as salvando da destruição que se avizinha. Os anos mostrarão a Noé e sua família que essa certamente não será uma tarefa fácil ou destituída de muitos problemas e aflições pessoais.

Comentários:
Há duas formas de encarar "Noé". A primeira seria como um filme religioso, baseado no clássico texto bíblico. A segunda seria como um mero entretenimento do cinema mais comercial de Hollywood. Pois bem, se formos entender "Noé" como algo com alguma profundidade teológica certamente o resultado será bem decepcionante. Do ponto de vista meramente religioso a produção é de fato bem desastrosa. Não é fiel às escrituras e nem traz qualquer mensagem mais profunda nesse sentido. Na realidade já desconfiava disso bem antes de ver o filme, já que os produtores tentaram trazer para a película a benção do Papa Francisco e não conseguiram. Foram inclusive ao Vaticano mas não conseguiram uma audiência com o Papa. Não era para conseguir mesmo com esse tipo de roteiro. 

Assim se você é uma pessoa religiosa e está em busca de um bom filme sobre o personagem bíblico é melhor esquecer. A outra forma de encarar "Noé" é como pura diversão, mero entretenimento. Sob esse ponto de vista não há como negar que o filme de fato até diverte. Chego a dizer que seria algo como um "Senhor dos Anéis encontra Noé". Há gigantes de pedra que se transformam em anjos, batalhas épicas e é claro muitos efeitos digitais, por todos os lados - e nem preciso dizer que são extremamente bem realizados. O elenco é muito bom e todos os atores estão bem, mesmo com os diversos furos de lógica do script (inventaram um monte de coisas que simplesmente não estão presentes na Bíblia e nem fazem muito sentido). Russel Crowe não é muito convincente do ponto de vista físico como o ancião Noé, mas mesmo assim consegue dar certa dignidade ao papel. Pena que tenham se distanciado tanto do texto original do gênesis. Se tivessem seguido mais fielmente o que está escrito na Bíblia sem dúvida poderíamos ter uma pequena obra prima em mãos. Do jeito que ficou serve apenas para uma tarde com diversão desprentesiosa, com muita pipoca e refrigerante em mãos. 

Pablo Aluísio.

Vampiros De John Carpenter

Título no Brasil: Vampiros De John Carpenter
Título Original: Vampires
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: John Carpenter
Roteiro: John Steakley, Don Jakoby
Elenco: James Woods, Daniel Baldwin, Sheryl Lee

Sinopse:
Preocupado em eliminar de uma vez por todas com a infame raça dos vampiros que ainda rastejam sobre a Terra, o Vaticano decide enviar um de seus melhores caçadores de monstros da noite, o conhecido Jack Crow (James Woods), até o deserto do Novo México onde ao que tudo indica existe um ninho de vampiros liderado pelo infame Valek (Thomas Ian Griffith). Filme vencedor do Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Ator (James Woods), Melhor Trilha Sonora (John Carpenter) e Melhor Maquiagem. Também indicado aos prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante (Sheryl Lee) e Melhor Filme de Terror.

Comentários:
O fato de terem dado o título ao filme com uma clara referência ao nome do diretor já mostra bem o tamanho do prestígio de John Carpenter no meio Sci-fi. De fato é um grande mestre, um diretor de obras primas do gênero como "Halloween - A Noite do Terror" e "O Enigma de Outro Mundo", ambos filmes que até hoje em dia são cultuados. Aqui Carpenter resolveu trilhar um caminho diferente, apostando nos sanguinários seres noturnos de dentes pontiagudos. Tentando fugir o máximo possível do clichê situou seu enredo em um dos lugares menos prováveis para se encontrar um sugador de pescoços, o próprio deserto, com seu sol devastador e onipresente. O resultado dessa estranha mistura até se revela interessante, mas nunca consegue chegar a um ponto de se tornar um grande filme. Tudo é bem violento e os ataques mostrados em detalhes cirúrgicos, algo que foge um pouco do estilo do diretor que sempre optou em sua carreira pelo suspense e sugestão, ao invés de expor as vísceras de seus personagens como acontece aqui. Há claras falhas no roteiro e quem acaba segurando a barra no final das contas é o elenco, quem diria. Principalmente o trio principal formado por James Woods, Daniel Baldwin e Sheryl Lee (uma linda atriz cuja carreira infelizmente não decolou). Nesse ponto pode-se acusar eles de qualquer coisa, menos de que não quiseram vestir a camisa do filme. Vestiram sim, mas foi pouco para levantar o filme como um todo. É aquele tipo de produção que nunca cumpre tudo aquilo que prometeu e por isso se torna cada vez menos interessante com o desenvolvimento do enredo. No final o gostinho não é de sangue, mas de leve decepção mesmo.

Pablo Aluísio.