segunda-feira, 28 de maio de 2012
Hancock
Já Will Smith segue na dele! O ator surgiu como comediante de TV e conseguiu realizar uma bem sucedida transição para o mundo do cinema aonde conseguiu emplacar um grande sucesso de bilheteria atrás do outro. Ele se tornou o rei do verão norte-americano. "Hancock", por exemplo, conseguiu uma excelente bilheteria mesmo sendo um filme muito fraco em termos artísticos. O fato é que o ator começa a se segurar nas fórmulas fáceis, ou seja, filmes com muito marketing e efeitos digitais, além das inevitáveis continuações sem fim. Depois de Homens de Preto 3 ele agora aposta na sequência de Hancock, prevista para chegar aos cinemas em 2014. Será que o repertório do ator finalmente chegou ao fim? Ao que tudo indica, sim. Basta ver seus futuros projetos já anunciados por seu agente: "Eu Robô 2", "Bad Boys 3", "Hancock 2"... pelo visto o ator vai se segurar agora em seus antigos sucessos para levar a carreira em frente. De resto fica o conselho: se estiver realmente a fim de ver algum blockbuster com personagens em quadrinhos procure pelos originais da Marvel ou da DC Comics. "Hancock" nada mais é que uma paródia - e nem das mais inteligentes. Entre um whisky falsificado do Paraguai e um original escocês de fábrica você nunca vai escolher o primeiro não é mesmo?
Hancock (Hancock, Estados Unidos, 2008) Direção: Peter Berg / Roteiro: Vincent Ngo, Vince Gilligan / Elenco: Will Smith, Charlize Theron, Jason Bateman, Jae Head / Sinopse: John Hancock (Will Smith) tem superpoderes tais como aqueles que vemos nos grandes personagens de quadrinhos. O problema é que Hancock passa muito longe do bom mocismo. Ele bebe, arranjar confusões, promove bagunças e arruaças e demonstra ser um grande irresponsável. Seus modos porém irão mudar com a chegada de um novo desafio em sua vida.
Pablo Aluísio.
Invasão USA
Assim Chuck Norris entra em cena. Mais sisudo e carrancudo do que nunca não demora muito para começar a distribuir sopapos e kick roundhouses nos vilões que surgem na sua frente. Na época o filme era levado à sério mas revisto hoje em dia é impossível não notar que muitas das exageradas cenas de Norris acabaram virando uma comédia involuntária. Em uma das cenas mais absurdas, por exemplo, Norris participa de um duelo ao estilo do velho oeste só que ao invés de pistolas ele e seu inimigo usam bazucas!!! Isso mesmo, um duelo de bazucas!!! Em outra cena que ficou muito divertida Norris abre dois buracos enormes nas paredes ao lado de uma porta pois desconfia que há bandidos o esperando de dentro da sala. Após explodir praticamente tudo ele acaba entrando pela única porta que ficou de pé no local. Por isso "Invasão USA" é um filme de ação da década de 80 com 100% de pedigree, violento, exagerado e nada politicamente correto. Há quem afirme inclusive que Norris estava procurando com toda essa violência animalesca seguir os passos de Stallone em Cobra mas essa informação está completamente equivocada uma vez que Cobra só seria feito um ano após Invasão USA, que é anterior. Assim se alguém imitou alguém foi Stallone e não Chuck Norris, até porque Chuck Norris jamais imitaria alguém como diz uma das suas piadinhas que rolam na internet! Reavaliado hoje em dia o saldo final é no mínimo muito divertido. Tudo o que caracterizou a década de 80 está presente nesse filme. As cenas inverossímeis, o herói durão que sozinho mata todo um exército inimigo e claro o estilo ímpar das produções da Cannon, que queiram ou não, também fez escola nesse tipo de produção. Assista e entenda porque jamais os Estados Unidos serão invadidos.
Invasão USA (Invasion U.S.A, Estados Unidos, 1985) Direção: Joseph Zito / Roteiro: James Bruner, Chuck Norris / Elenco: Chuck Norris, Richard Lynch, Melissa Prophet, Alexander Zale / Sinopse: Terroristas internacionais promovem uma série de atentados terroristas nos EUA tentando com isso causar caos e desordem social. Para acabar com o caos implantado o governo americano chama a única pessoa que poderá resolver tudo: Chuck Norris!
Pablo Aluísio.
Chloe - O Preço da Traição
Que os americanos são uns dos povos mais moralistas do planeta isso não resta a menor dúvida. Talvez tenha sido sua origem puritana, calvinista, não sei, o que sei é que "Chloe - O Preço da Traição" é uma das maiores provas disso. O enredo gira em torno de uma médica, interpretada por Juliane Moore, que resolve colocar o marido (Liam Neeson) à prova. Ela contrata uma prostituta de luxo, Chloe (Amanda Seyfried) para seduzir o esposo e com isso ter finalmente a prova de sua traição. Não precisa ir muito longe para saber no que isso tudo vai dar. Pois bem, é justamente nos minutos finais que todo o conservadorismo da mentalidade americana vem à tona. Na cabeça dos conservadores qualquer tipo de atitude fora do normal, do convencionalismo (até bobo) da monogamia deve ser punida de forma austera (já tínhamos visto algo parecido com "Atração Fatal" é bom frisar). "Chloe" também tem pretensões de ser um thriller soft erótico mas nesse aspecto não consegui ver nada sensual ou caliente. Até as cenas lésbicas mostradas no filme são assépticas, sem calor, sem tesão.
A atriz Amanda Seyfield também não ajuda muito. Ela é bonita e tudo mais porém não tem o sex appeal adequado. Pena que Sharon Stone já passou da idade pois tenho certeza que se um personagem desses caísse em suas mãos na época em que era jovem e bonita, "Chloe" facilmente viraria um marco do gênero. Outro problema de "Chloe" é seu ritmo lento, quase parando. Faltou agilidade e esperteza para o diretor Atom Egoyam, pois tudo vai acontecendo em marcha lenta, tornando o filme muito paradão. A fotografia é bonita, o filme é bem realizado mas para o que se propunha faltou realmente sensualidade e erotismo. O que sobra no final das contas é justamente o moralismo de Tio Sam.
Chloe - O Preço da Traição (Chloe, Estados Unidos, 2009) Direção: Atom Egoyan / Roteiro: Erin Cressida Wilson, Anne Fontaine / Elenco: Julianne Moore, Amanda Seyfried and Liam Neeson / Sinopse: O enredo gira em torno de uma médica, interpretada por Juliane Moore, que resolve colocar o marido (Liam Neeson) à prova. Ela contrata uma prostituta de luxo, Chloe (Amanda Seyfried) para seduzir o esposo e com isso ter finalmente a prova de sua traição.
Pablo Aluísio.
domingo, 27 de maio de 2012
Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família
Ben Stiller continua péssimo, fazendo sempre o mesmo personagem, filme após filme. Novamente aqui ele entrega mais um personagem pamonha para acabar com nossa paciência. Comediante completamente sem graça ele se limita a fazer cara de paspalho por toda a sua filmografia. É especializado em vender lixo para um público idiota. Parece que os americanos gostam de seu tipo uma vez que ele está por ai já há um bom tempo. Bom, como diria Brando o público americano não é mesmo conhecido por sua inteligência e nem bom gosto. Ele é um tipo baixinho, franzino, sem expressão e só perde no quesito mediocridade para o também horrível Adam Sandler, esse campeão absoluto nessa categoria. Mas isso nem é o pior, o constrangedor mesmo é ver o grande Robert De Niro participando de cenas ridículas de flatulências e ereções involuntárias. Muito tosco. O que será que deu na cabeça dele para jogar seu prestígio assim pela latrina? Será que perdeu o prazer de atuar ou apenas virou um mercenário que aceita fazer qualquer tipo de filme apenas por causa do dinheiro? No meio de tanta coisa ruim apenas a gracinha Jessica Alba se salva. Voluntariosa ela tenta trazer alguma credibilidade à sua personagem, uma vendedora de remédios para disfunção erétil (um papel bem parecido já foi feito recentemente por Jake Gyllenhaal em "Amor e Outras Drogas"). Mesmo assim ganhou o Framboesa de Ouro de Pior atriz coadjuvante. Se ela é a melhor coisa do filme e levou o Framboesa imagine o resto! Aliás o filme foi fartamente indicado no Razzie Award concorrendo ainda nas categorias “Pior Roteiro” e novamente “Pior Atriz Coadjuvante” para Barbra Streisand, que poderia muito bem se aposentar sem passar por essa vergonha. Enfim, "Little Fockers" é chato como uma festa para crianças, só que no caso os palhaços sem graça são atores consagrados e você que pagou para ver esse abacaxi. Vai encarar?
Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família (Little Fockers, Estados Unidos, 2010) Direção: Paul Weitz / Roteiro: John Hamburg, Larry Stuckey, Greg Glienna, Mary Ruth Clarke / Elenco: Robert De Niro, Ben Stiller, Owen Wilson, Dustin Hoffman, Barbra Streisand, Blythe Danner, Teri Polo, Jessica Alba, Laura Dern / Sinopse: Mais uma continuação da franquia sem graça Fockers. Aqui a família tem que lidar com bebezinhos chatinhos que puxaram aos pais nos quesitos aborrecimento e tédio.
Pablo Aluísio.
O Homem do Oeste
Godard considerava "O Homem do Oeste" um dos melhores westerns já feitos. Não discordo em nada de sua opinião. Gary Cooper está excelente no papel de um homem que busca redenção mas que não consegue se livrar de uma vida de balas e mortes. Embora esteja excepcionalmente bem em cena temos que admitir que no quesito interpretação o filme pertence mesmo a Lee J. Cobb. No papel do malvado e cruel tio do personagem de Cooper, Cobb contrói uma magnífica caracterização. Um velho ladrão, pistoleiro, transpirando maldade e ruindade por todos os poros. Sua atuação realmente impressiona e fica marcada para os fãs de western. Perfeita. Por fim vale a pena lembrar que "O Homem do Oeste" não foi dirigido por qualquer um mas sim pelo genial cineasta Anthony Mann de tantos westerns excepcionais como "Winchester 73" e "Um Certo Capitão Lockhart". Um craque no estilo. Enfim recomendo "O Homem do Oeste", um faroeste brilhante que não deve faltar na coleção de nenhum cinéfilo fã do gênero.
O Homem do Oeste (Man Of The West, Estados Unidos, 1958) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Reginald Rose baseado no livro de Will C. Brown / Elenco: Gary Cooper, Julie London, Lee J. Cobb / Sinopse: Link Jones (Gary Cooper) foi criado em uma família de ladrões, assassinos e bandidos. Após cometer alguns crimes ao lado de seu tio e mentor Dock Tobin (Lee J. Cobin) ele foge e tenta reconstruir sua vida numa distante e pequenina vila do velho oeste. Anos depois durante um assalto ao trem onde viajava Link acaba descobrindo que seu tenebroso passado está de volta para atormentar sua vida!
Pablo Aluísio.
sábado, 26 de maio de 2012
Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões
E qual afinal foi a razão de tanto sucesso? Simples, o filme respeita e mantém a essência e o espírito do personagem. Robin Hood é isso: aventura, paixão e muita ação. O resultado fica bem longe do mais recente filme feito que se tornou bem chato ao se preocupar em ser historicamente correto demais. Essa produção da Warner não nega as origens do herói e se assemelha bastante até mesmo ao clássico estrelado por Errol Flynn. A trama se passa na Inglaterra medieval do século XII. Robin Hood (Kevin Costner) é um veterano das cruzadas do Rei Ricardo Coração de Leão (Sean Connery) que volta para seu lar após muitos anos na terra santa. Ao retornar descobre que sua querida terra está sob as ordens do infame Xerife de Nothingham (Alan Rickman, sempre inspirado) que não hesita em explorar e humilhar os mais pobres e humildes da região. Acusado injustamente de um crime que não cometeu Robin encontra refúgio na floresta de Sherwood onde encontra uma comunidade de foras-da-lei. Decidido a lutar contra as injustiças acaba criando um verdadeiro mito em torno de seu nome, que representará pelos séculos afora a luta do homem comum contra o poder despótico dos poderosos. Destaque para o personagem mouro Azeem em carismática interpretação de Morgan Freeman e da participação especial de Sean Connery como o mitológico rei. Sua presença no filme inclusive foi escondido do grande público para criar surpresa no espectador na cena final quando finalmente surge na tela. Assim fica a dica para quem ainda não conhece: Robin Hood com Kevin Costner, uma aventura com o sabor das antigas matinês.
Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões (Robin Hood: The Prince of Thieves, Estados Unidos, 1991) Direção: Kevin Reynolds / Roteiro: Pen Densham, John Watson / Elenco: Kevin Costner, Morgan Freeman, Mary Elizabeth Mastrantonio, Christian Slater, Alan Rickman, Geraldine McEwan, Michael McShane, Brian Blessed, Nick Brimble, Michael Wincott, Sean Connery / Sinopse: Nova versão para as aventuras do mitológico Robin Hood. Veterano das cruzadas ele é perseguido pelo Xerife de Nothingham tendo que fugir para a floresta onde começa a roubar dos ricos para dar aos pobres.
Pablo Aluísio.
Dirty Dancing
Em essência o filme é uma diversão descompromissada que deve ser encarada dessa forma. Patrick Swayze no auge do sucesso e juventude encontrou o papel síntese de toda sua carreira. Bom bailarino, carismático e boa pinta ele logo se transformou no modelo de namorado que toda garota gostaria de ter em 1987. Não demorou muito para virar ídolo jovem tendo seu rosto estampado em posters que as adolescentes colavam nas paredes de seus quartos. Depois do sucesso de "Dirty Dancing" ele teve uma carreira de altos e baixos até sua morte precoce em 2009. Já Jennifer Grey, a Baby, não conseguiu se firmar na carreira. Após o sucesso de "Dirty Dancing" fez uma cirurgia plástica desastrosa em seu rosto pois não gostava do formato de seu nariz. O problema é que a cirurgia acabou mudando sua imagem e quando tentou voltar ao cinema ninguém mais a reconhecia! Sem espaço no cinema acabou indo para a TV onde fez vários telefilmes. Em suma é isso, "Ditty Dancing" é nostálgico, romântico e até mesmo cativante. Certamente pode ser considerado bobinho e inofensivo mas isso não é demérito pois nem todo filme tem a obrigação de mudar o mundo, muitas vezes a mera diversão já é mais do que bem-vindo e nesse aspecto não há o que discutir, o filme é divertido e leve. Se ainda não assistiu dê uma chance ao Ritmo Quente.
Dirty Dancing - Ritmo Quente (Dirty Dancing, Estados Unidos, 1987) Direção: Emile Ardolino / Roteiro: Eleanor Bergstein / Elenco: Patrick Swayze, Jennifer Grey, Jerry Orbach, Cynthia Rhodes / Sinopse: Baby (Jennifer Grey) é uma adolescente que vai com os pais passar férias em um resort no começo da década de 60. Lá conhece o dançarino e professor de dança Johnny Castle (Patrick Swayze) e fica completamente apaixonada por ele.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
A Bela Adormecida
A trama? Aurora é uma linda princesa que nasce em um reino harmonioso e feliz. Logo no berço porém é amaldiçoada por uma Rainha má e feiticeira que lhe joga a seguinte maldição: aos 16 anos ela encontrará sua morte ao encostar num velho objeto medieval. Para salvá-la desse triste destino três fadinhas mudam o feitiço, evitando que morra, mas que sim entre em profundo sono até ser acordada por um lindo príncipe que a despertará através de um beijo apaixonado. O conto tem uma série de semelhanças com "Branca de Neve" o que é esperado uma vez que ambos os contos tiveram uma origem comum, na mesma cultura medieval alemã. Disney fez várias adaptações do conto original para tornar a animação mais fluente e dinâmica (no original, por exemplo, eram 12 fadas e não 3 como mostrado aqui). Em nenhum momento isso atrapalha sua versão, pelo contrário, todas suas decisões foram extremamente bem realizadas. Assim "A Bela Adormecida" se revela ainda hoje muito cativante e apaixonante. É sem dúvida mais uma prova da genialidade de Walt Disney.
A Bela Adormecida (Sleeping Beauty, Estados Unidos,1959) Direção: Clyde Geronimi / Roteiro: Walt Disney (não creditado), Erdman Penner, Joe Rinaldi, Winston Hibler baseados no conto de fadas “Dornröschen”, compilado pelos irmãos Grimm / Elenco (vozes): Mary Costa, Bill Shirley, Eleanor Audley, Bill Shirley / Sinopse: Jovem princesa é amaldiçoada por uma bruxa má. Para livrá-la da maldição do sono eterno ela terá que ser beijada ternamente pelo seu príncipe encantado. Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora e ao Grammy na categoria melhor álbum de trilha sonora original.
Pablo Aluísio.
Justiça Vermelha
Com esse filme Richard Gere e o diretor Jon Avnet conseguiram levar para o centro dos debates a suposta terrível ditadura daquele país. Foi uma forma indireta de atingir Pequim pelo que fez ao povo do Tibet. Gere se submeteu a uma grande turnê de divulgação de seu novo filme, ao mesmo tempo em que aproveitava a oportunidade para denunciar os problemas políticos chineses. O problema é que o público americano não se mostrou muito interessado no tema e com isso a bilheteria foi considerada apenas discreta. O filme não chegou a dar prejuízo mas também não se tornou um sucesso absoluto de público. Para Gere isso foi bem secundário pois o que ele queria conseguiu pois a imprensa levantou o tema do Tibet causando desconforto com o governo chinês. Com isso Gere foi considerado persona non grata naquele país.. Como filme em si, deixando todos esses aspectos de bastidores de lado, o filme é realmente muito interessante mas vai chamar mais a atenção para estudantes e operadores de direito, uma vez que vários temas jurídicos ganham relevo em seu texto. De qualquer modo vale certamente a indicação.
Justiça Vermelha (Red Corner, Estados Unidos, 1997) Direção: Jon Avnet / Roteiro: Robert King / Elenco: Richard Gere, Bai Ling, Bradley Whitford, Byron Mann, Peter Donat / Sinopse: Advogado americano é acusado injustamente de assassinato de uma mulher chinesa. Sem direito a uma defesa adequada ele tem que lidar com o obtuso e absurdo sistema judicial chinês.
Pablo Aluísio.
Sombras da Noite
Tim Burton é um cineasta de extremos. Alguns o veneram, outros o odeiam, parece até mesmo não haver meio termo quando se trata de seus filmes. Pessoalmente jamais pensei assim. Sempre vi Tim Burton como um diretor de altos e baixos. Ele já dirigiu pequenas obras primas como "Ed Wood" e "Edward Mãos de Tesoura" mas também tem sua cota de desastres e filmes medíocres como "Alice", por exemplo. Esse "Sombras da Noite" fica no meio termo. Não é uma obra prima e nem um abacaxi. Na realidade é um bom filme, um Tim Burton dos bons. A produção tem todo um charme, um clima gótico que gostei bastante. O roteiro é baseado numa antiga estória que já tinha sido apresentada na TV em forma de seriado na década de 70 (o filme mantém a ambientação pois tudo acontece no ano de 1972). A trama é bem fantasiosa mas relativamente simples: Barnabas Collins (Johnny Depp) é filho de uma rica família inglesa que é amaldiçoado por uma bruxa. Encarcerado por dois séculos dentro de um caixão consegue escapar retornando para sua antiga mansão, agora habitada por parentes distantes de sua linhagem familiar. Ele é um vampiro vitoriano que tenta entender as mudanças da sociedade - carros, televisões, aparelhos eletrônicos!. Em busca de seu antigo amor, Josette (Bella Heathcote), que foi morta pela mesma bruxa que o aprisionou, Barnabes agora parte para sua vingança pessoal.
É curioso não ser um produto original escrito por Tim Burton pois a estória se encaixa perfeitamente na linha de seu trabalho. O gótico aqui convive com o cotidiano mais banal dos habitantes da cidadezinha - tal como acontecia em "Edward Mãos de Tesoura". O vampiro Barnabes é uma figura trágica e cômica ao mesmo tempo. O clima reinante é de absurdo fantasioso, um ambiente que os fãs de Tim Burton conhecem muito bem. O elenco de apoio é formado por bons atores como Michelle Pfeifer (ainda bonita apesar da idade), Helena Bonham Carter (que parece ter tirado seu figurino e cabelos de "Marte Ataca") e Chloë Grace Moretz (a vampirinha de "Deixe-me Entrar" e "Kick Ass", aqui interpretando uma adolescente irritante). Como se não bastasse ainda há divertidas participações especiais de Christopher Lee e Alice Cooper. O saldo final é divertido e vai agradar a quem deseja assistir um bom filme dark cômico sem maiores pretensões.
Sombras da Noite (Drak Shadows, Estados Unidos, 2012) Direção: Tim Burton / Roteiro: Seth Grahame-Smith, John August / Elenco: Johnny Depp, Michele Pfeifer, Helena Bonham Carter, Eva Green, Chloë Grace Moretz, Christopher Lee, Alice Cooper / Sinopse: Barnabas Collins (Johnny Depp) é filho de uma rica família inglesa que é amaldiçoado por uma bruxa. Encarcerado por dois séculos dentro de um caixão consegue escapar retornando para sua antiga mansão, agora habitada pos parentes distantes de sua linhagem familiar. Ele é um vampiro vitoriano que tenta entender as mudanças da sociedade - carros, televisões, aparelhos eletrônicos!. Em busca de seu antigo amor, Josette (Bella Heathcote), que foi morta pela mesma bruxa que o aprisionou, Barnabes agora parte para sua vingança pessoal.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Capote
Trazer à tona em uma única cinebiografia uma pessoa com obra tão importante como essa não seria fácil. Capote tinha uma personalidade muito diferenciada, única e transpor aquele jeito de ser poderia desbancar facilmente para a mera caricatura. Felizmente para o espectador temos aqui em cena um dos melhores atores da nova geração. Philip Seymour Hoffman incorpora Capote com sutileza e bom gosto. Nunca cai no grotesco e nem faz qualquer tipo de concessão. De fato sua atuação é seguramente uma das mais brilhantes dos últimos dez anos dentro da indústria do cinema americano. Assim quando seu nome foi anunciado na noite do Oscar ninguém realmente se surpreendeu. Nenhum concorrente conseguia chegar à altura de sua atuação - o prêmio foi considerado uma barbada e mais do que merecido. Outra decisão acertada foi focar a trama do filme em um evento específico da vida de Capote. Assim evitou-se aquele tipo de trama sem foco, disperso como aconteceu recentemente em "A Dama de Ferro". O resultado final é brilhante em um filme que funciona em todos os aspectos. "Capote" é uma obra cinematográfica extremamente digna e à altura do grande talento de Truman Capote. Imperdível.
Capote (Capote, Estados Unidos, 2005) Direção: Bennett Miller / Roteiro: Dan Futterman / Elenco: Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Clifton Collins Jr., Chris Cooper, Bruce Greenwood / Sinopse: Cinebiografia do escritor e jornalista americano Truman Capote. Autor de obras primas como "A Sangue Frio" seu estilo visceral marcou o jornalismo e a literatura americana do século XX.
Pablo Aluísio.
Ray
Além da trilha sonora excepcional de "Ray" (não poderia ser diferente), o filme ainda tem como grande atrativo a atuação magistral de Jamie Foxx. O curioso é que ele nunca foi um grande ator dramático, começando sua carreira em comédias sem maior importância. O estúdio inclusive não acreditava muito nele para viver Ray Charles. Só após um excepcional teste com o diretor Taylor Hackford é que ele finalmente conseguiu ganhar o papel. O grande mérito de Jamie é se afastar da caricatura que além de desrespeitosa é inadequada. Mesmo repetindo os trejeitos mais característicos do artista ele conseguiu um resultado que acima de tudo respeita o modo de ser do cantor. Taylor Hackford, o cineasta, também conseguiu evitar o dramalhão, fazendo um filme bom de assistir que em momento algum carrega nas tintas. Ele já tinha experiência com outro grande nome da música negra americana ao dirigir o ótimo "Chuck Berry - O Mito do Rock" e essa experiência lhe ajudou a fazer um filme com ótimo timing e desenvolvimento. Como resultado de tanto capricho o filme foi premiado com o Oscar de Melhor ator para Jamie Foxx em 2005, um prêmio que ninguém ousou contestar. Um ótimo desfecho para um filme que é acima de tudo uma homenagem a esse grande nome da música de nosso tempo.
Ray (Ray, Estados Unidos, 2004) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: Taylor Hackford, James L. White / Elenco: Jamie Foxx, Regina King, Kerry Washington, Michael Arata, Curtis Armstrong, Patrick Bauchau, Jude Cambise. / Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor Ray Charles. Sua infância, sua batalha para vencer na vida, seus problemas de saúde, seus amores e seus problemas com drogas - tudo é mostrado em um retrato muito honesto de um dos grandes nomes da história da música americana.
Pablo Aluísio .
quarta-feira, 23 de maio de 2012
O Sexto Sentido
O sucesso foi espetacular. Para um filme de orçamento modesto e pretensões idem, "O Sexto Sentido" conseguiu a proeza de fatura mais de 700 milhões de dólares em bilheteria, um número realmente assombroso. O êxito comercial obviamente teve seu lado bom e ruim. O aspecto positivo foi que o gênero terror voltou ao topo em Hollywood por algum tempo. De uma hora para outra os estúdios acordaram para o fato de que o público ainda poderia comparecer em massa para ver filmes assim. O lado negativo foi que o sucesso trouxe uma liberdade a M. Night Shyamalan que ao longo do tempo lhe faria muito mal. Livre das amarras dos grandes estúdios ele começou a dar vazão a uma série de idéias que nem sempre funcionavam nas telas. Sem freios criaria argumentos sem pé nem cabeça para seus futuros filmes o que mais cedo ou mais tarde o acabaram levando para o buraco. Isso porém é tema para analisarmos quando formos falar de seus outros filmes. Por enquanto vale a pena deixar a indicação para essa pequena obra prima que causou muito impacto em seu lançamento. Nunca um filme sobre um garotinho que via gente morta despertou tanto interesse antes na história do cinema americano.
O Sexto Sentido (The Sixth Sense, Estados Unidos, 1999) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Bruce Willis, Haley Joel Osment, Toni Collette, Olivia Williams, Donnie Wahlberg / Sinopse: Cole Sear (Haley Joel Osment) é um garotinho que nasceu com o poder de ver, falar e interagir com pessoas mortas. Para tentar estudar e solucionar seu problema ele começa a desenvolver uma sólida amizade com o Dr. Malcolm Crowe (Bruce Willis) que parece particularmente intrigado com esse precioso dom do garoto.
Pablo Aluísio.
Kalifornia
Pois bem, no filme acompanhamos um casal de jornalistas que resolvem visitar os locais históricos por onde passaram os mais famosos assassinos da história dos EUA; Brian Kessler (David Duchovny) e Carrie Laughlin (Michelle Forbes) formam o casal que decide embarcar nessa estranha viagem. Para dividir os custos da viagem resolvem colocar um anúncio nos jornais convidando pessoas que se interessem pelo assunto e que queiram fazer a mesma excursão. Quem responde aos anúncios é o casal formado por Adele Corners (Juliette Lewis) e Early Grayce (Brad Pitt). Ela é uma mulher submissa ao irascível marido, Early que não parece ter o juízo no lugar. O que não sabem é que ele próprio é um psicopata violento, com acessos de fúria e violência. A viagem que parecia ser um tanto inusitada acaba virando um terror completo para todos os envolvidos. Kalifornia causou certa polêmica em seu lançamento justamente porque há um viés de apologia à vida desses assassinos. Não penso que seja o caso, na realidade se trata de um bem orquestrado road movie com muitas cenas de suspense e tensão. Uma boa amostra do cinema mais ousado da década de 90. Procure conhecer, vai valer a pena.
Kalifornia - Uma Viagem ao Inferno (Kalifornia, Estados Unidos, 1993) Direção: Dominic Sena / Roteiro: Stephen Levy, Tim Metcalfe / Elenco: Brad Pitt, Juliette Lewis, Kathy Larson, David Duchovny / Sinopse: Casal resolve conhecer os lugares históricos onde viveram os principais psicopatas dos Estados Unidos. Para dividir as despesas resolve viajar com um outro casal. O problema é que eles não serão bons companheiros de viagem.
Pablo Aluísio.
Terror na Água
Se existe uma palavra para definir Shark Night essa palavra é: desnecessário. O pobre Tubarão só teve boa representatividade no cinema no primeiro filme de Spielberg. O tema soava original, tinha boa trilha sonora (todo mundo até hoje lembra da musiquinha que tocava quando o Tubarão atacava) e o filme virou um marco, considerado por muitos o precursor do que hoje se chama Blockbuster. Pois bem, o tempo passou, Tubarão ganhou várias continuações (todas péssimas) e de vez em quando alguém tenta ressuscitar filmes de pessoas sendo mortas por esse peixe. Esse Shark Night então tenta requentar um velho prato, um cozido que já deu o que tinha que dar. Na trama somos apresentados a um grupo de jovens que vão passar férias numa bonita casa isolada e cercada por um belo lago salgado.
Bom, pela premissa já deu para ver que: a) os jovens só estão lá para servirem de carne fresca para as mortes e b) todo mundo já sabe que será o tubarão que vai jantar todos eles. Os atores jovens são todos displicentes e obtusos. Todos são clichês ambulantes. Tem a loirinha gostosa (que não aparece nua, um absurdo em filmes desse tipo), tem o jogador de futebol americano bonitão (que vai dar uma de herói mais tarde), tem os nerds (filme com jovens americanos sem nerds é impossível) e por fim tem o negro da turma (que obviamente será o primeiro a ser devorado pelo tubarão, claro!). Fora isso realmente nada de novo. Os efeitos não são bons, nada de muito espetacular acontece e tudo se resume a acompanharmos um por um dessa galera sendo devorados. Uma tremenda bobagem no final das contas. Melhor rever o original de Spielberg - é mais interessante.
Terror na Água (Shark Night, Estados Unidos, 2011) Direção: David R. Ellis / Roteiro: Will Hayes, Jesse Studenberg / Elenco: Sara Paxton, Dustin Milligan, Chris Carmack / Sinopse: Um grupo de jovens vão passar férias numa bonita casa isolada, cercada por um belo lago salgado. O que não sabem é que o local é habitado por terríveis tubarões assassinos.
Pablo Aluísio.