segunda-feira, 17 de agosto de 2015
Você Já Foi à Bahia?
Título Original: The Three Caballeros
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Norman Ferguson, Clyde Geronimi
Roteiro: Homer Brightman, Ernest Terrazas
Elenco: Aurora Miranda, Carmen Molina, Dora Luz
Sinopse:
Pato Donald recebe diversos presentes em seu aniversário, entre eles uma viagem muito especial ao México e ao Brasil em companhia dos simpáticos Panchito e Zé Carioca.
Comentários:
Animação que virou um clássico dos estúdios Disney, embora não fosse essa a intenção do estúdio quando a lançou na década de 1940. Na verdade o desenho foi feito sob encomenda numa tentativa de melhorar as relações diplomáticas, comerciais e culturais entre os países da América, em especial México e Brazil (ops, Brasil). Havia uma política de boa vizinhança no ar e Disney, um gênio da animação e das relações públicas, criou dois personagens que de certa forma representavam as nações mostradas no enredo. O primeiro era Panchito, um galo mexicano, amante das touradas e das danças típicas, com seu enorme sombreiro. O segundo seria Zé Carioca (dublado pelo brasileiro José Oliveira), uma ave verde (como a floresta Amazônica) que mostrava toda a ginga latina. Era um símbolo do que os americanos pensavam dos cariocas de uma maneira em geral, ou seja, um sujeito malandro, bom de papo, mas também com bom coração! Um personagem muito simpático que dentro do universo Disney internacional teria pouca expressão nos anos seguintes mas que em nosso país continuaria a ser muito querido por décadas e décadas - a ponto inclusive de ter sua revistinha publicada por longos anos. "The Three Caballeros" é hoje em dia considerado um cult, quem diria. Até mesmo no exterior o filme é reverenciado, principalmente pela presença do esquentado e ranzinza Pato Donald, um dos personagens mais populares da galeria Disney. Deixando toda a diplomacia e boas intenções de lado não temos como negar a simpatia irresistível dessa animação que resistiu muito bem ao tempo. Uma graça.
Pablo Aluísio.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Cinderela
Título Original: Cinderella
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson
Roteiro: Charles Perrault, Bill Peet
Elenco: Ilene Woods, James MacDonald, Eleanor Audley
Sinopse:
Era uma vez uma linda garota chamada Cinderela. Após a morte de seu pai ela passa a ser criada cruelmente por sua madastra. Ela e suas filhas maldosas a exploram, fazendo com que todos os afazeres domésticos sejam feitas apenas por Cinderela. A gata gata borralheira vê sua sorte mudar quando o rei decide dar um grande baile para todas as jovens solteiras do reino. Ele quer que seu filho, o príncipe, se case para dar continuidade à sua linhagem real. Cinderela porém não tem dinheiro para comprar um vestido bonito e caro. Sua fada madrinha porém dará um jeito. Ela assim se torna radiante e linda, mas terá que voltar para casa antes da meia noite pois será nessa hora que o encanto desaparecerá.
Comentários:
Um dos grandes clássicos de animação dos estúdios Disney. É um conto de fadas clássico, com príncipes dos sonhos, jovens lindas e maravilhosas e madrastas cruéis e desalmadas. Um dos pontos que temos que chamar a atenção é que "Cinderela" foi produzido com Disney indo todos os dias supervisionar os trabalhos. Ele era um perfeccionista, que dava atenção ao menores detalhes. Tanto cuidado se vê na tela. A animação ainda hoje é um primor de técnica e bom gosto. Não é à toa que se tornou um dos trabalhos preferidos do próprio Disney que considerava a obra uma das mais perfeitas de seu estúdio, uma animação que reunia tudo aquilo que ele desejava, com a magia que anos depois se tornaria a marca registrada do império Disney. Para se ter uma ideia do cuidado técnico que Disney imprimiu aqui, ele enviou um grupo de animadores à Europa para que eles conhecessem in loco a arquitetura dos castelos medievais da Alemanha e Áustria. Esse contato direto trouxe um visual exuberante para os cenários onde a estorinha de Cinderela se passa. O próprio castelo do príncipe é um exemplo disso. Tão perfeito ficou que anos depois Disney fez questão de mandar construir um idêntico para seu novo parque temático, a Disneylândia. Assim não há mais o que dizer, "Cinderela" é um primor de qualidade técnica e artística, aliada a uma linda história de conto de fadas. Walt Disney em sua mais pura essência.
Pablo Aluísio.
domingo, 6 de janeiro de 2013
A Guerra dos Dálmatas
Disney assim criou uma das primeiras animações realmente ecológicas da história do cinema. Indiretamente o enredo atacava a futilidade da alta costura que se utilizava de peles de animais mortos para a criação de todos aqueles casacos de peles luxuosos que naquele momento estavam na moda da alta costura em Paris. Disney pretendia denunciar essa situação com a personagem Cruella, uma perua rica e perversa que em muito se assemelhava a várias divas do mundo da moda. O curioso é que ao criar essa consciência ecológica nas crianças Disney acabou plantando uma semente que deu muitos frutos anos depois com a criação de várias entidades de defesa dos direitos dos animais, na Europa e no restante do mundo. De fato os antes glamourosos casacos de pele perderam ao longo dos anos seu status de alta costura para se transformarem em símbolos de mau gosto e perversidade contra animais em geral. Outro aspecto interessante sobre “A Guerra dos Dálmatas” foi a intensa popularização da raça após o sucesso do filme. De repente todas as crianças da época queriam criar um Dálmata após assistirem a essa animação. O problema é que os Dálmatas da vida real eram bem diferentes daqueles mostrados na estória do desenho. Raça diferenciada e geniosa, que precisa de cuidados especiais, os Dálmatas acabaram virando uma dor de cabeça para os donos menos preparados para lidar com o gênio desses cães. Infelizmente muitos foram abandonados depois de crescerem e hoje não é raro ver animais dessa raça vagando pelas ruas das principais cidades da Europa. Um efeito colateral jamais previsto por Walt Disney quando lançou o filme. Não faz mal, uma vez que sua mensagem ecológica se tornou muito mais perene e relevante. Não deixe de conhecer mais esse famoso clássico com a assinatura do genial Walt Disney.
A Guerra dos Dálmatas (One Hundred and One Dalmatians, Estados Unidos, 1961) Direção: Clyde Geronimi, Hamilton Luske / Roteiro: Bill Peet baseado na novela de Dodie Smith / Elenco (vozes): Rod Taylor, Betty Lou Gerson, J. Pat O'Malley, Betty Lou Gerson, Martha Wentworth / Sinopse: A malvada Cruella De Vil deseja confeccionar um lindo casaco de peles com as pintinhas típicas da raça Dálmata. Para isso não medirá esforços para colocar as mãos nos 15 filhotinhos do casal de cães de propriedade dos simpáticos Roger e Perdita.
Pablo Aluísio.
domingo, 9 de dezembro de 2012
A Dama e o Vagabundo
Apesar de não assinar a direção, o dedo de Disney (aqui creditado apenas como produtor) aparece em cada cena, em cada sequência. Os humanos são vistos sob o ponto de vista dos caninos, onde seus rostos praticamente não aparecem. A diferença de classes entre Lady e o Vagabundo é um dos aspectos mais curiosos do filme. Baseado no conto de Ward Greene, Disney até criou um certo receio em fazer o filme pois a paranóia da caça às bruxas poderia pensar que se tratava de um argumento comunista. Felizmente o bom senso prevaleceu e o lado mais lírico e doce da produção se sobressaiu de forma maravilhosa. A crítica especializada até esperava por algo mais arrebatador pois a animação anterior de Disney, "Peter Pan", tinha sido recebido como uma obra prima. "A Dama e o Vagabundo" foi bem mais modesto em suas intenções. Apesar disso hoje é considerado um dos clássicos da carreira de Walt Disney e realmente não há como discordar dessa visão. O clima romântico desse enredo parece ter inspirado ainda mais Disney já que no ano seguinte ele lançaria aquele que seguramente foi seu trabalho mais romântico: "A Bela Adormecida". Mas isso é uma outra história que vamos contar aqui em uma próxima ocasião. Por enquanto fica a recomendação de "A Dama e o Vagabundo" uma bela animação com muito romance no ar.
A Dama e o Vagabundo (Lady and the Tramp, Estados Unidos, 1955) Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske / Roteiro: Joe Grant, Erdman Penner, Joe Rinaldi, Ralph Wright, Don DaGradi / Elenco (Vozes): Peggy Lee, Barbara Luddy, Larry Roberts, Bill Thompson, Bill Baucom / Sinopse: Lady é uma fina cadela da raça Cocker Spaniel que acaba se apaixonando pelo esperto vira-latas Vagabundo. Juntos vivem grandes aventuras.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
A Bela Adormecida
A trama? Aurora é uma linda princesa que nasce em um reino harmonioso e feliz. Logo no berço porém é amaldiçoada por uma Rainha má e feiticeira que lhe joga a seguinte maldição: aos 16 anos ela encontrará sua morte ao encostar num velho objeto medieval. Para salvá-la desse triste destino três fadinhas mudam o feitiço, evitando que morra, mas que sim entre em profundo sono até ser acordada por um lindo príncipe que a despertará através de um beijo apaixonado. O conto tem uma série de semelhanças com "Branca de Neve" o que é esperado uma vez que ambos os contos tiveram uma origem comum, na mesma cultura medieval alemã. Disney fez várias adaptações do conto original para tornar a animação mais fluente e dinâmica (no original, por exemplo, eram 12 fadas e não 3 como mostrado aqui). Em nenhum momento isso atrapalha sua versão, pelo contrário, todas suas decisões foram extremamente bem realizadas. Assim "A Bela Adormecida" se revela ainda hoje muito cativante e apaixonante. É sem dúvida mais uma prova da genialidade de Walt Disney.
A Bela Adormecida (Sleeping Beauty, Estados Unidos,1959) Direção: Clyde Geronimi / Roteiro: Walt Disney (não creditado), Erdman Penner, Joe Rinaldi, Winston Hibler baseados no conto de fadas “Dornröschen”, compilado pelos irmãos Grimm / Elenco (vozes): Mary Costa, Bill Shirley, Eleanor Audley, Bill Shirley / Sinopse: Jovem princesa é amaldiçoada por uma bruxa má. Para livrá-la da maldição do sono eterno ela terá que ser beijada ternamente pelo seu príncipe encantado. Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora e ao Grammy na categoria melhor álbum de trilha sonora original.
Pablo Aluísio.
domingo, 1 de abril de 2007
Peter Pan
Título no Brasil: Peter Pan
Título Original: Peter Pan
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske
Roteiro: Ted Sear, Erdman Penner, Bill Peet
Elenco: Bobby Driscoll, Kathryn Beaumont, Hans Conried, Bill Thompson, Heather Angel, Candy Candido
Sinopse:
Baseado na peça teatral escrita por J.M. Barrie em 1901, a animação "Peter Pan" conta a história do menino que se recusava a crescer. Ao lado de Wendy e seus dois pequenos irmãos eles partem para a Terra do Nunca onde vivem grandes aventuras e desafios, enfrentando o vilão Capitão Gancho. Filme indicado no Cannes Film Festival na categoria Grand Prize of the Festival.
Comentários:
Essa animação da era de ouro dos estúdios de Walt Disney foi seguramente a mais complicada de se produzir. A ideia de realizar o filme surgiu na mente de Disney ainda na década de 1940. Ele contratou os diretores, roteiristas, animadores e tudo estava pronto para ser produzido quando os Estados Unidos entraram na II Guerra Mundial. Isso fez com que os trabalhos fossem interrompidos por anos! Só no começo da década de 1950 é que Disney voltou ao velho projeto de Peter Pan. E aí começaram novos problemas. Ele não conseguia gostar de nenhum roteiro. Demitiu o diretor da animação, contratou outro e os problemas continuaram. No total Peter Pan teve 4 diretores ao longo de sua produção e um monte de roteiristas. O resultado de tanto trabalho e dor de cabeça para Disney foi realmente uma obra de arte. Não há arestas a se ver no resultado final pois a genialidade de Disney deixou tudo bem perfeito. Até hoje a animação segue sendo imbatível, vencendo de goleada de todas as versões que vieram depois dela, inclusive das versões com atores reais. Temos aqui a versão definitiva de Peter Pan para o cinema. Nada superou essa animação que pode ser considerada facilmente uma das cinco melhores da história dos estúdios Disney. Simplesmente irretocável.
Pablo Aluísio.