Interessante tecer algumas linhas sobre esse título de "Filho de Deus". O que realmente ele significa? Para milhões de cristãos ao redor do mundo não resta dúvidas de que esse título dado a Jesus significaria que ele era exatamente isso, o filho de Deus, enviado para o mundo para morrer pelos pecados do homem. Esse fato demonstraria todo o amor que Deus sente por cada um de nós. Algo poético e muito bonito até, uma construção feita principalmente pela teologia.
Entretanto os historiadores discordam desse ponto de vista. Filho de Deus era o título dado aos reis na antiguidade. Assim Jesus seria filho de Deus porque no final das contas ele seria o Rei dos Judeus. E isso nada tinha a ver com religião, mas sim com política. Jesus iria expulsar os romanos da Judéia e iria reinar como Rei dos Judeus. Ele, nesse aspecto, seria um revolucionário, não um homem espiritual.
Por essa razão foi morto pelos romanos e pelas autoridades judias de seu tempo. Um camponês como Jesus jamais seria aceito como rei daquelas pessoas que em última análise estavam escravizando e explorando o povo judeu no século I. Por essa razão quando as autoridades romanas souberam que um pregador popular, um milagreiro, também estava sendo chamado de "Filho de Deus", um título exclusivo para os reis, eles selaram o destino daquele homem chamado Jesus.
O curioso é que muitas vezes Jesus também se chamava de "Filho do Homem". Essa expressão significa "Homem comum", "Pessoa comum". Basta ler a palavra original em Aramaico, a língua que Jesus falava em sua existência. Filho do Homem era diferente de Filho de Deus. Esse último era o monarca, o Rei. Era algo que as autoridades romanas não iriam aceitar de jeito nenhum. Ao usar esse título Jesus estava desafiando o poder não apenas do Império Romano, mas também das autoridades de Jerusalém.
E o título de Messias era ainda mais perigoso. O Messias era aquele que iria libertar o povo judeu das garras da dominação romana. Nada mais do que isso. Uma vez expulso o romano invasor ele subiria ao trono, se tornaria Rei dos Judeus, o Filho de Deus, assim escolhido para reinar durante sua vida. Nada de cordeiro de Deus, nada de título espiritual, apenas um homem que iria restaurar a independência do povo judeu. Por essa razão Jesus seria executado pelo governador romano Pilatos. Ele era considerado um Lestat, um criminoso de Estado que planejava um Golpe no Império.
Pablo Aluísio.
Jesus, Filho de Deus
ResponderExcluirPablo Aluísio.
"E isso nada tinha a ver com religião, mas sim com política. Jesus iria expulsar os romanos da Judéia e iria reinar como Rei dos Judeus. Ele, nesse aspecto, seria um revolucionário, não um homem espiritual."
ResponderExcluirIsso na visão judaica é uma verdade absoluta até hoje. Dai a decepção com Jesus e sua filosofia, e a recusa do judaísmo em aceita-lo como o Messias profetizado nas escrituras.
Exatamente. Para o Judaísmo Jesus foi apenas um homem que tentou um golpe de Estado contra Roma e as autoridades judaicas de fantoche da época. Nada mais.
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