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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O Entardecer de uma Estrela

Título no Brasil: O Entardecer de uma Estrela
Título Original: The Evening Star
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Harling
Roteiro: Larry McMurtry, Robert Harling
Elenco: Shirley MacLaine, Bill Paxton, Juliette Lewis, Jack Nicholson, Miranda Richardson, Ben Johnson, Scott Wolf
  
Sinopse:
Sequência de "Laços de Ternura". Após a morte de sua filha, Aurora Greenway (Shirley MacLaine) precisa cuidar da criação de seus três netos, jovens adolescentes com problemas de relacionamento, vida e estudos. Mesmo cansada e desiludida do mundo, Aurora ainda consegue encontrar forças para levar adiante nesse novo desafio em sua existência. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Marion Ross).

Comentários:
"Laços de Ternura" é um dos melhores filmes dos anos 80. Consagrado pelos diversos prêmios da academia, o filme segue sendo um drama maravilhoso, mesmo após tantos anos de seu lançamento. É curioso que quatorze anos depois tenha sido produzido essa continuação tardia. Para muitos era algo completamente desnecessário, uma vez que o primeiro filme já se fechava maravilhosamente bem em si mesmo. Algumas histórias não precisam de continuação, isso é um fato. Acontece que o escritor Larry McMurtry escreveu esse romance que basicamente mostrava o que acontecia depois dos fatos mostrados em "Laços de Ternura". A atriz Shirley MacLaine leu o livro e amou. Diante disso ela procurou convencer a Paramount Pictures a realizar uma sequência. Afinal ela tinha mesmo interesse em voltar a interpretar a forte Aurora, pois essa personagem havia lhe dado o único Oscar de sua vida. Convencidos de seus argumentos o estúdio então produziu esse "The Evening Star". Na época de lançamento desse filme muitos se perguntaram se Jack Nicholson também retornaria ao papel do astronauta maluco, o namorado inconsequente  de Aurora. Inicialmente Nicholson não mostrou interesse nesse novo filme, mas atendendo a um pedido especial de sua amiga Shirley MacLaine resolveu aparecer em uma pequena ponta (que quase nem foi creditada!). Verdade seja dita, mesmo aparecendo por poucos momentos o bom e velho Jack Nicholson quase roubou o filme inteiro para si. Coisas de gênio. Enfim, mesmo assim temos que reconhecer que esse filme ainda é muito bom, nada comparado com "Laços de Ternura" que é uma obra prima da sétima arte, é verdade, mas ainda assim um ótimo drama sobre netos e a vida.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

As Confissões de Schmidt

Título no Brasil: As Confissões de Schmidt
Título Original: About Schmidt
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema               
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Louis Begley, Alexander Payne
Elenco: Jack Nicholson, Kathy Bates, Hope Davis, Dermot Mulroney

Sinopse:
Baseado na novela de Louis Begley, o filme "About Schmidt" conta a parte final da vida de Warren Schmidt (Jack Nicholson). Após trabalhar duro por longos anos ele finalmente está aposentado. Sua tranquilidade porém é abalada após uma série de reveses pessoais. Sua esposa de mais de 40 anos de casamento falece subitamente. Para piorar sua filha deseja se casar com um homem que Schmidt considera completamente inadequado para ela. Tudo mostrando que, apesar dos anos passados, vários aspectos de sua vida familiar ainda precisam de reparos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Atriz Coadjuvante (Kathy Bates). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Roteiro (Louis Begley, Alexander Payne).

Comentários:
Jack Nicholson é de certamente um dos grandes atores da história do cinema. Sua carreira foi brilhante e os clássicos que fazem parte de sua filmografia são inigualáveis. O último filme de Jack foi lançado há seis anos e embora nunca tenha anunciado oficialmente sua aposentaria o fato é que tudo indica que ele não voltará mais a trabalhar no cinema. Uma pena pois qualquer filme estrelado por Nicholson era no mínimo interessante, mesmo que não apresentasse um grande roteiro ou uma direção à altura de seu maravilhoso talento. De todos os filmes lançados por Jack na fase final de sua carreira esse "As Confissões de Schmidt" é um dos mais representativos do momento pelo qual ele atravessava em sua própria vida pessoal. Quase uma autobiografia do fim de sua jornada. Depois que chega a aposentadoria o que resta? Essa é apenas uma das inúmeras perguntas que o roteiro desse filme tenta responder. É uma película da fase crepuscular da carreira de Jack Nicholson, que provavelmente ele se identificou muito. Depois de conquistar o mundo, criar uma família e se dedicar a ter um resto de vida na paz e tranquilidade, o que poderia sobrar para um homem como ele realizar? Jack deixa de lado sua personalidade explosiva e carismática para adotar uma linha mais triste, introspectiva, até mesmo depressiva. 

Há uma melancolia e falta de esperança que incomodam um pouco. Devagar porém vamos nos acostumando com a proposta e os personagens em cena e tudo parece ficar bem mais claro e limpo. Jack, genial como sempre, surpreende justamente por se despir de sua imagem pública para abraçar um personagem que de sua própria maneira é bem trágico e angustiado. O extremo oposto do que estamos acostumados a ver Jack Nicholson interpretar nas telas. Como sempre o talento do ator se faz presente pois ele interpreta seu Warren Schmidt com uma naturalidade incrível. Ao que tudo indica Jack quis mostrar que, em certas ocasiões, o menos é mais em termos de interpretação, tanto que foi indicado ao Oscar e venceu o Globo de Ouro por seu trabalho. Ele não procura impressionar o espectador com grandes gestos ou uma atuação exagerada, pelo contrário, abraça a delicadeza e a sutileza. O menor gesto causa um grande impacto. O resultado é que Nicholson foi novamente celebrado por seu trabalho. de forma extremamente merecida aliás. Não que isso venha a importar para ele nessa fase de sua carreira, pois no fundo é apenas a coroação de um profissional brilhante, como poucos surgidos na história de Hollywood. O velho Jack já superou tudo isso.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Fim da linha para Jack Nicholson?

Soube na semana passada que Jack Nicholson, ao que tudo indica, se aposentará definitivamente. Que grande perda para o mundo do cinema! Jack Nicholson foi durante muitos anos um dos maiores atores em atividade. Nada mal para um sujeito que chegou em Hollywood sem muito incentivo mas que conseguiu vencer por causa de sua força de vontade e talento. O curioso também é saber que Nicholson despontou para o sucesso já bem mais velho do que os demais. Na verdade ele tinha muita estrada quando as pessoas começaram a prestar atenção em sua presença nos filmes (para ser mais exato foi em "Sem Destino" que pela primeira vez a crítica norte-americana começou a enxergar em Jack Nicholson um grande ator). Antes disso ele era apenas mais um na multidão, um profissional até interessante mas que também não era nada demais. Depois veio a década de 70 e então Jack teve sem dúvida o auge de sua carreira. "Chinatown", "Um Estranho no Ninho" e "Duelo de Gigantes" são dessa fase. Nos anos 80 Jack já era reverenciado como um deus da sétima arte. Foi uma década também muito produtiva onde se destacaram pequenos e grandes clássicos como por exemplo "O Iluminado", "O Destino Bate à sua Porta", "Laços de Ternura" e "A Honra do Poderoso Prizzi". Até filmes menores como "As Bruxas de Eastwick" eram excelentes uma vez que capturavam a essência da personalidade do ator nas telas.

A década de 90 trouxe o auge comercial para o ator, principalmente com o grande sucesso de "Batman" onde interpretando o Coringa o ator levou uma bolada milionária para casa - mais de 50 milhões de dólares por sua participação nos lucros do filme. Depois vieram filmes interessantes ("Melhor é Impossível", "Alguém Tem Que Ceder"), medianos ("Hoffa - Um Homem, Uma Lenda", "Questão de Honra") e até alguns desastres ("Lobo", "Marte Ataca" e "A Chave do Enigma"). Seu último grande momento no cinema veio com o Oscarizado "Os Infiltrados". Se Jack realmente pendurar o script, seus dois últimos filmes são bem fracos para falar a verdade pois nem "Antes de Partir" e nem "Como você Sabe" conseguem ficar à altura do grande gênio. Segundo pessoas próximas Jack teria tomado essa decisão por não conseguir mais memorizar suas falas - algo comum em pessoas de sua idade. Teria sido algo parecido com o que aconteceu com Paul Newman que abandonou também a atuação após afirmar que não conseguia mais manter o padrão que desejava em seus trabalhos. Parece que Jack vai sair de mansinho, sem nenhum tipo de anúncio. Espero que ele volte pelo menos para uma despedida final, até porque um talento desse porte não pode simplesmente sair sem ao menos deixar um adeus aos cinéfilos que acompanharam toda a sua carreira, como eu.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Sombras do Terror

Título no Brasil: Sombras do Terror
Título Original: The Terror
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: Alfa Cinematografica
Direção: Francis Ford Coppola, Roger Corman
Roteiro: Jack Hill, Leo Gordon, Roger Corman
Elenco: Boris Karloff, Jack Nicholson, Dick Miller, Dorothy Neumann

Sinopse:
O tenente Andre Duvalier (Jack Nicholson) é socorrido em uma praia por uma mulher, que some logo depois. Ele acaba descobrindo que seu paradeiro é um grande castelo, junto do sinistro Barão Victor Frederick Von Leppe (Boris Karloff). Porém, quando lá chega, ele a reconhece no quadro de uma garota falecida.

Comentários:
Antes de se tornar um dos cineastas mais celebrados da história com filmes como "O Poderoso Chefão", o diretor Francis Ford Coppola foi um pupilo de Roger Corman. Como se diz no ditado todos precisam começar de algum modo e foi isso que Coppola fez. Esse "Sombras do Terror" foi uma das primeiras experiências do cineasta atrás das câmeras. O interessante é que ele não faz feio, mesmo com a precariedade da produção. Isso se deveu ao fato de que Corman resolveu aproveitar os figurinos e cenários do filme "O Corvo" para rodar esse filme aqui em tempo recorde. A intenção era economizar ao máximo. O resultado passou longe de ser um desastre. Outro destaque óbvio vem da presença no elenco de Jack Nicholson. Na época ele era apenas um empregado do departamento de animação do estúdio que sonhava se tornar um astro. Infelizmente ele havia encontrado inúmeras portas fechadas. Alguns diretores chegavam a dizer que ele era careca e feio e jamais seria um astro! Assim Nicholson correu atrás de quem o aceitasse. Acabou encontrando apoio com Roger Corman e o resto é história. Esse filme assim demonstra bem que Corman, além de ser um dos mais produtivos diretores de Hollywood também foi extremamente importante ao dar uma primeira chance para profissionais que anos depois iriam se consagrar no cinema americano. Todos precisam de uma pequena ajuda no começo da carreira e Roger Corman, muito solícito e solidário, acabou exercendo essa função.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O Cão de Guarda

Pouca gente se lembra desse filme menor da filmografia de Jack Nicholson. Aqui ele atua ao lado da beldade Ellen Barkin (uma das atrizes mais sensuais do cinema americano dos últimos anos). O roteiro não agrada muito, soando tudo muito pueril e até bobo para nossa decepção. O enorme talento de Jack Nicholson, uma lenda da sétima arte, nem sempre foi devidamente explorado por Hollywood, como bem podemos provar nesse caso. Talvez por ser assim tão despretensioso acabou sendo esquecido pelo público - nem os fãs de Jack citam o filme mais. Na época que o assisti pela primeira vez não gostei muito, até porque pense bem, além de ser estrelado por Nicholson o filme ainda era dirigido pelo inspirador Bob Rafelson, que curiosamente aqui realizou uma obra sem profundidade, que não marcou e que não tinha nenhum conteúdo mais promissor.

No descartável enredo Jack Nicholson interpreta Eugene Earl Axline, um treinador de cães de guarda que acaba se envolvendo com uma de suas clientes, justamente uma mulher que só lhe traria problemas. Em suma, algo bem sem importância realmente, a típica fita que você levava para casa quando não havia mais nada melhor na locadora para assistir. Só não é perda de tempo completa por causa de Jack, Ellen e Bob. Fora eles, pouca coisa realmente se salva. Uma bola fora na vida de todos esses talentosos profissionais.

O Cão de Guarda (Man Trouble, Estados Unidos, 1992) Direção: Bob Rafelson / Roteiro: Carole Eastman / Elenco: Jack Nicholson, Ellen Barkin, Harry Dean Stanton./ Sinopse: Um treinador de cães se apaixona pela mulher errada, o que vai lhe trazer muitos problemas pessoais.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Batman (1989)

Título no Brasil: Batman
Título Original: Batman
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Sam Hamm, baseado na obra de Bob Kane
Elenco: Michael Keaton, Jack Nicholson, Kim Basinger, Jack Palance 

Sinopse:
Quando criança Bruce Wayne (Keaton) presenciou a morte de seu pais por um criminoso. O acontecimento traumático acaba abalando Wayne para o resto de sua vida. Quando se torna adulto, ele resolve combater o crime assumindo a identidade de Batman, o cavaleiro das trevas. Agora, terá que enfrentar um assassino com ares de loucura, que se pinta e age como um palhaço, o Coringa (Nicholson) que deseja trazer caos e morte para Gotham City. Filme vencedor do Oscar na categoria Melhor Direção de Arte. Indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator (Jack Nicholson).

Comentários:
Quando a Warner anunciou que faria uma versão cinematográfica de Batman nos anos 80, muitos não acreditaram no êxito do projeto. A direção foi entregue a Tim Burton, que ninguém conhecia, um ex-animador da Disney que só havia dirigido um filme conhecido antes, a comédia "Os Fantasmas se Divertem". Para complicar ainda mais as coisas o cineasta resolveu escalar seu amigo Michael Keaton para interpretar Batman! Isso deixou os fãs furiosos pois Keaton era basicamente um comediante e não tinha qualquer semelhança com o famoso Bruce Wayne dos quadrinhos. A única boa notícia era que o maravilhoso Jack Nicholson iria interpretar o vilão Joker (Coringa). Mesmo com tanto pessimismo o fato é que "Batman" se tornou não apenas um enorme sucesso de bilheteria (superando até mesmo as previsões mais otimistas) como também um marco da adaptação de quadrinhos no cinema. O filme foi extremamente lucrativo para a Warner também fora dos cinemas pois o estúdio licenciou uma grande quantidade de produtos que venderam como nunca. E Jack Nicholson ganhou uma fortuna pois trocou um cachê fixo por uma porcentagem no lucros (estimativas afirmam que teria ganho mais de 60 milhões de dólares por essa atuação). Revisto hoje em dia "Batman" obviamente já não causa tanto impacto. Tim Burton impôs seu estilo ao personagem até nos menores detalhes. Certamente é um filme que ainda soa muito divertido e sagaz mas já sente os efeitos do tempo (principalmente em seus efeitos especiais que vão soar bem datados atualmente). Mesmo assim merece passar por uma revisão pois não restam dúvidas que depois de "Batman" de Tim Burton o cinema pipoca americano nunca mais foi o mesmo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Os Infiltrados

Título no Brasil: Os Infiltrados
Título Original: The Departed
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: William Monahan, Alan Mak
Elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg, Martin Sheen, Vera Farmiga, Alec Baldwin

Sinopse:
Na violenta Boston há uma guerra surda entre o departamento de polícia local e os membros de uma gangue de traficantes de drogas de origem irlandesa! Para descobrir o que se passa no mundo do crime os policiais infiltram um de seus homens entre os criminosos. Curiosamente ao mesmo tempo a gangue também resolve implantar um de seus homens dentre os tiras. Está formada a guerra de informações. Filme vencedor do Oscar de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Edição e Direção. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Direção.

Comentários:
É um dos filmes que menos gosto de Martin Scorsese. Olhando para produções como esse noto um certo desvirtuamento no estilo do cineasta. Ao longo dos anos ele foi ficando cada vez mais intenso, para não dizer exagerado. Nesse processo perdeu grande parte de sua classe. O elenco é fenomenal, com destaque para a presença de Jack Nicholson, mas no geral o filme não conseguiu funcionar plenamente, pelo menos em minha forma de ver. Há um uso excessivo de cenas violentas e algumas de extremo mau gosto que me fazem questionar o que estaria se passando na cabeça do velho Scorsese. Claro que nada disso fará grande diferença pois "The Departed" foi sucesso de crítica e público. É mais um fruto da parceria do diretor com o ator Leonardo DiCaprio que, coitado, segue sua sina de ir atrás do Oscar de todas as formas sem conseguir nada. Nesse aqui as coisas foram ainda piores, o agente de Leo fez grande promoção para o ator na Academia - o que de fato era merecido pois ele está bem no filme - mas ele sequer conseguiu ser indicado! Até o velho Jack foi esquecido - provavelmente por causa da pouca participação de seu personagem na trama em geral. Ao invés disso os membros da Academia resolveram premiar o medíocre Mark Wahlberg com uma indicação de Melhor Ator Coadjuvante. Sinceramente? Sua indicação me pareceu ser uma piadinha de humor negro dos membros votantes do Oscar...

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de maio de 2014

Tratamento de Choque

Título no Brasil: Tratamento de Choque
Título Original: Anger Management
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Peter Segal
Roteiro: David Dorfman
Elenco: Jack Nicholson, Adam Sandler, Marisa Tomei

Sinopse:
Dave Buznik (Adam Sandler) é um sujeito calmo e pacato que se envolve em um grande mal entendido durante uma viagem de avião. Para piorar ele precisa agora fazer um tratamento contra sua suposta raiva, só que o terapeuta indicado para isso, o Dr. Buddy Rydell (Jack Nicholson), parece ser bem mais doido do que ele próprio, completamente destemperado e dado a excessos de fúria incontrolada! E agora, como Dave escapará de uma situação delicada como essa?

Comentários:
Sou um fã assumido de Jack Nicholson. Considero um dos grandes atores vivos mas esse "Anger Management" não me agradou em nada. A impressão que tive foi que o roteiro explorou uma caricatura de Jack e ele por sua vez embarcou nessa canoa furada, muito provavelmente buscando por um sucesso comercial no mercado. Uma enorme bobagem. Nicholson certamente não precisava mais, naquela altura de sua carreira, pegar carona com a popularidade de gente tão medíocre como Adam Sandler! Afinal para que arranhar o próprio prestígio pessoal em prol de comediantes estúpidos e sem talento? O tal do Sandler não presta, essa é a verdade, sujeitinho que só consegue interpretar o mesmo papel - o dele mesmo - filme após filme, sem nenhuma novidade! Suas comédias idiotas  fazem sucesso? E daí? Porcarias comerciais fazem sucesso todos os anos, só não queremos que artistas da verdadeira arte se sujem ao se misturarem com esses imbecis. O problema é que Jack parece ter ficado incomodado pela pouca repercussão de bilheteria de seus últimos filmes e numa última cartada, por puro desespero, resolveu apelar para se tornar novamente comercialmente viável para os estúdios. Não deveria ter feito nada disso. No final o que ficou mesmo foi um constrangedor arranhão numa das mais brilhantes filmografias da história de Hollywood. Ignore de todas as formas!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Marte Ataca!

Título no Brasil: Marte Ataca!
Título Original: Mars Attacks!
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Len Brown, Woody Gelman
Elenco: Jack Nicholson, Pierce Brosnan, Sarah Jessica Parker, Glenn Close, Annette Bening, Danny DeVito, Martin Short, Michael J. Fox, Rod Steiger, Natalie Portman

Sinopse:
É um dia normal para todos, até que o presidente dos Estados Unidos anuncia que marcianos foram vistos circulando a Terra. O país se prepara então para receber os marcianos da melhor forma possível e um encontro é organizado, mas nem tudo sai como planejado, pois os visitantes parecem ter outros planos para a Terra. Eles são apenas seres mal interpretados em suas intenções ou será que eles realmente querem destruir toda a humanidade?

Comentários:
Outra bizarrice assinada por Tim Burton. Curiosamente nunca consegui gostar desse filme. Também pudera, é um produto muito específico, baseado em uma série de figurinhas dos anos 50 que contava a história da invasão da Terra por marcianos (velho conceito que apesar dos anos continua tão presente em nossa cultura pop). Bom, costumam dizer que um dos problemas de filmes baseados em histórias em quadrinhos é a dificuldade dos roteiristas em criar bons roteiros, até porque o material original provém de outro tipo de linguagem, bem mais simples do que o cinema. Agora imagine construir todo um filme em cima de meras figurinhas de álbum! Coisa de louco não é mesmo? Tim Burton tinha uma ligação sentimental com essas figurinhas pois as colecionou quando era um garoto. Ok, tudo bem você ter uma nostalgia dessas, algo até poético, mas adaptar todo um filme em cima disso?! Me soa meio exagerado e fora de propósito. O mais curioso é ver quanta gente de alto nível resolveu aderir ao projeto. Atores conceituados como Jack Nicholson entraram na brincadeira, só para mostrar a força do cacife que Burton tinha na época - fruto, é claro, do enorme sucesso comercial de "Batman". O resultado é bem irregular. Tecnicamente é um show, com efeitos de encher os olhos mas como cinema em si o que se vê é algo bem decepcionante. Nem as piadas funcionam e nem o clima de trash forçado dá certo. Uma bobagem sem tamanho criada para satisfazer única e exclusivamente o ego de Burton, que pelo visto não tem limites.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A Chave do Enigma

Título no Brasil: A Chave do Enigma
Título Original: The Two Jakes
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jack Nicholson
Roteiro: Robert Towne
Elenco: Jack Nicholson, Harvey Keitel, Meg Tilly, Madeleine Stowe, Eli Wallach 

Sinopse: 
J.J. 'Jake' Gittes (Jack Nicholson), o famoso detetive do clássico "Chinatown" retorna às telas para solucionar mais um caso envolvendo assassinato, cobiça, dinheiro e traição. No meio de tudo poderosos interesses corporativos envolvendo a indústria do petróleo americano.

Comentários:
Algumas produções tinham tudo para dar certo mas simplesmente não funcionam. Foi o caso do filme "A Chave do Enigma". Jack Nicholson há anos tinha vontade de voltar para o papel de J.J.Gittes, o detetive de "Chinatown". Afinal aquele tinha sido um de seus personagens preferidos. Pois bem, por anos ele esperou por uma definição de Roman Polanski sobre o material mas esse dia parecia nunca chegar. Para piorar Polanski não podia voltar aos EUA pois seria preso imediatamente assim que colocasse os pés no país (ele havia sido condenado por ter se envolvido com uma garota menor de idade, justamente na casa de Jack durante uma festa). Em 1990 Jack Nicholson perdeu a paciência e resolveu não mais esperar por Polanski. Ao lado do roteirista Robert Towne (o mesmo do filme originaI) ele resolveu colocar seu velho sonho de pé. Afinal de contas com a montanha de dinheiro que havia ganho com "Batman" ele poderia se arriscar... e se arriscou mas infelizmente se deu mal. Assumindo a direção Jack acabou perdendo o controle do projeto. O filme foi considerado confuso, mal editado e o pior de tudo seu roteiro foi considerado muito ruim. Farpas voaram para todos os lados mas quem levou mesmo a culpa por tudo foi o bom e velho Jack. A lição que ele aprendeu é simples: nem sempre o simples ato de querer algo justifica a realização de um projeto cinematográfico. No caso aqui o filme não deveria ter sido feito mesmo, afinal "Chinatown" é uma obra prima que fala por si e nunca precisou de uma continuação. Lição aprendida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Ironweed

Jack Nicholson certamente é um dos grandes atores da história do cinema. Hoje em dia ele anda semi-aposentado, o que é natural haja vista sua idade e sua pouca disposição de trabalhar muito nessa fase de sua vida. Nada mais justo, a carreira de Jack fala por si e sua filmografia é uma das mais interessantes que existem. Tive o privilégio de acompanhar muitos de seus filmes – inclusive os assistindo no cinema, algo que tenho orgulho de dizer. Antes de estrelar o blockbuster “Batman”, Nicholson estrelou esse pequeno filme chamado “Ironweed”. Dirigido pelo cineasta Hector Babenco e co-estrelado pela sempre excelente Meryl Streep, sempre achei a obra muito subestimada, inclusive no Brasil onde colecionou criticas rabugentas e mal humoradas pela imprensa especializada. Sempre senti nesses textos um certo rancor pessoal de alguns jornalistas contra Hector Babenco, como se quisessem ir à desforra contra o diretor. A razão de tanto ressentimento? Não tenho a menor idéia. Só sei que adorei o filme quando o assisti pela primeira vez, apesar das inúmeras bordoadas que levou aqui no Brasil.

A trama conta a estória de Francis Phelan (Jack Nicholson). Além de sofrer de esquizofrenia ainda tem muitos problemas com a bebida. Um outsider, uma pessoa à margem. Por mero acaso acaba conhecendo Helen Archer (Meryl Streep), uma ex-cantora já um tanto desiludida da vida. Ambos são alcoólatras e entre uma bebedeira e outra começam a desenvolver uma relação muito afetuosa, baseada em apoio mútuo e solidariedade. O filme é baseado no livro de mesmo nome escrito por William Kennedy, que inclusive foi vencedor do maior premio de literatura dos EUA, o Pulitzer. É uma crônica sobre duas pessoas que não se enquadram naquilo que a sociedade dominante entende ser o certo. Sempre digo que nunca é fácil adaptar grandes livros para a tela mas como aqui temos o roteiro escrito pelo próprio autor do livro as coisas ficam mais fáceis. No geral é um drama maravilhoso, interpretado por dois atores simplesmente geniais. Uma daquelas produções que marcam bastante e do qual não se esquece tão cedo.

Ironweed (Ironweed, Estados Unidos, 1987) Direção: Hector Babenco / Roteiro: William Kennedy, baseado em seu próprio livro “Ironweed” / Elenco: Jack Nicholson, Meryl Streep, Carroll Baker, Michael O'Keefe / Sinopse: “Ironweed” narra a estória de uma relação entre duas pessoas que não se enquadram dentro da sociedade. Indicado aos Oscars de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Atriz (Meryl Streep). Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator – Drama (Jack Nicholson).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de abril de 2013

O Iluminado

Outro grande clássico do cinema baseado em um livro de autoria do mestre Stephen King. Aqui o cenário é desolador, um hotel isolado em baixa estação, durante um rigoroso inverno. É para lá que vão Jack Torrence (Jack Nicholson) e sua familia. Após o lugar ficar completamente isolado durante uma tempestade de neve tudo começa a mudar. O que começa como um trabalho normal, de rotina, logo se revela assustador pois o grande hotel parece ter vida própria, com várias manifestações sobrenaturais ocorrendo pelos corredores. Jack também começa a manifestar um comportamento fora do comum, obviamente influenciado por forças que não consegue compreender. Vários são os motivos que tornaram “O Iluminado” uma obra prima. Todo filme é a soma dos talentos envolvidos e aqui certamente não faltam grandes nomes. A direção de Stanley Kubrick é, como sempre, inovadora e assustadoramente perturbadora. O cineasta conseguiu criar um excelente clima sombrio utilizando-se apenas dos cenários daquele imenso local que a todo momento parece esconder algo misterioso. Kubrick não cai em armadilhas fáceis e aposta em um terror psicológico, soturno. Também se utiliza com extrema inteligência da chamada câmera subjetiva, onde o espectador se coloca numa visão em primeira pessoa. Andar por aqueles corredores, vendo tudo como um espectador privilegiado (e aterrorizado) fez toda a diferença do mundo.

Além da direção inspirada “O Iluminado” conta com a preciosa e insuperável interpretação de Jack Nicholson. É fato que esse livro já ganhou várias adaptações depois dessa mas nenhuma conseguiu superar a sobrenatural atuação de Nicholson. Seu personagem começa a estória como um bom homem, equilibrado, que vai aos poucos perdendo a razão, se tornando obcecado, submerso em si mesmo, até beirar as raias da loucura completa. Apenas um grande ator conseguiria trazer para as telas a profundidade de um papel assim e Nicholson, talentoso como sempre foi, consegue isso com rara sensibilidade. Por fim temos que elogiar o texto original de Stephen King. Aqui em seu trabalho ele conseguiu criar uma obra assustadora, muito eficiente no quesito sustos e medo, mas também com uma bela trama em aberto, que leva o espectador / leitor a parar para pensar e entender tudo aquilo que assistiu / leu. O final, que Kubrick soube utilizar com raro brilhantismo, reflete muito bem esse aspecto. Em suma, “O Iluminado” é certamente um dos maiores filmes de terror já feitos. Essencial na coleção de todo fã do gênero que se preze.

O Iluminado (The Shining, Estados Unidos, 1980) Direção: Stanley Kubrick / Roteiro: Stanley Kubrick, Diane Johnson, baseados no livro The Shining de Stephen King / Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd, Scatman Crothers / Sinopse: Escritor e sua família ficam completamente isolados em um hotel fora de estação durante uma tempestade de neve. Presos no local logo começam a notar o surgimento de várias manifestações sobrenaturais no local.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sem Destino

A década de 1960 foi muito efervescente do ponto de vista cultural. O movimento hippie estava no ar e os jovens pensavam que tudo se resolveria através da singela filosofia da “Paz e Amor”. Infelizmente os fatos provaram que não era bem assim. Bom se todos aqueles movimentos se mostraram inócuos na vida real pelo menos na arte os anos 60 legaram para a posteridade ótimos discos, peças de teatro e filmes. Um dos mais celebrados foi justamente esse “Sem Destino”. O projeto nasceu de uma proposta de trabalho de Peter Fonda e Dennis Hopper que procuravam viabilizar a realização de filmes com baixo orçamento mas muitas idéias novas na cabeça. Peter, filho do ícone Henry Fonda, queria se afastar dos grandes estúdios e seus executivos, que não conseguiam mais entender a nova geração que estava aí. Ele racionalizou e entendeu que no máximo precisaria das grandes companhias cinematográficas apenas na fase de distribuição, já que na questão de produção e filmagem poderia bancar tudo praticamente sozinho. Hopper,  um notório “maluco beleza” daqueles anos, entendia que tudo o que precisava para realizar um bom filme era captar os novos tempos que pairavam dentro da sociedade americana naquele momento. Se afastar o máximo possível da mera ficção com o objetivo de retratar a realidade do cotidiano das pessoas ao redor.

E foi com esse espírito independente que nasceu seu maior filme, “Sem Destino”. Peter Fonda se uniu aos amigos Jack Nicholson (antes de virar um grande astro de Hollywood) e Dennis Hopper (símbolo da contracultura e do cinema de vanguarda) para literalmente cair na estrada, sem lenço e nem documento. Juntos a uma pequena equipe de filmagens saíram pelas highways americanas filmando tudo o que de interessante encontravam pela frente. Como a produção deveria ter custo mínimo o roteiro foi sendo escrito no calor dos acontecimentos, conforme as filmagens avançavam. Havia certamente uma linha narrativa muito tênue a seguir escrita pelo roteirista Terry Southern, mas o resto da estória foi sendo criado in loco por Fonda e Hopper durante as gravações. Uma das maiores ironias do elenco era certamente a presença de Jack Nicholson, um notório malucão dos anos 60, aqui interpretando um personagem careta! Assim que chegou nas telas o resultado comercial se revelou espetacular. “Sem Destino” custou a bagatela de meros 400 mil dólares e rendeu mais de 70 milhões de bilheteria, se tornando um dos filmes mais lucrativos da história. Peter Fonda se tornou um homem rico praticamente da noite para o dia, pois havia trocado seu cachê por um percentual nos lucros. “Sem Destino” no final das contas se revelou um ótimo produto do sistema capitalista americano que criticava, quem diria...

Sem Destino (Easy Rider, Estados Unidos, 1969) Direção: Dennis Hopper / Roteiro: Peter Fonda, Dennis Hopper, Terry Southern / Elenco: Peter Fonda, Dennis Hopper, Jack Nicholson / Sinopse: Dois motoqueiros vagam pelas estradas americanas em busca de aventuras. Em seu caminho conhecem os mais diferentes tipos de pessoas, desde caretas até hippies tentando viver o sonho da filosofia “Paz e Amor”. Premiado no Festival de Cannes com o prêmio de melhor filme de diretor estreante (Dennis Hopper). Indicado a Palma de Ouro. Indicado aos Oscars de melhor ator coadjuvante (Jack Nicholson) e melhor roteiro original.

Pablo Aluísio.

Um Estranho no Ninho

Segue sendo lembrado como um dos melhores filmes da carreira de Jack Nicholson. De certa forma ajudou até mesmo a compor sua mais conhecida persona nas telas – a do sujeito meio maluco, prestes a cruzar a fronteira entre sanidade e insanidade, sempre com um largo sorriso na face. Não é para menos, Jack Nicholson foi criado pensando ser irmão daquela que mais tarde revelou-se ser na verdade sua mãe! E a mulher que ele pensava ser sua mãe era na verdade sua avó! Confuso? Claro que sim mas a vida familiar complicada do ator se refletiria depois em ótimas perfomances como essa, excelentes interpretações que até hoje marcam a história do cinema. Afinal de contas de pessoas disfuncionais o velho Jack sabia tudo! O grande filme da carreira de Jack até aquele momento era “Chinatown”. É certo que “Sem Destino” foi a produção que mudou os rumos de sua carreira mas o filme de Polanski ajudou a sedimentar o caminho para o estrelato de Nicholson. Mesmo com toda sua repercussão apenas “Um Estranho no Ninho” trouxe o reconhecimento pleno da crítica e de seus colegas uma vez que o filme foi louvado pela Academia e pelos demais principais prêmios do cinema americano e internacional. De fato foi uma consagração pessoal de Nicholson mais do que qualquer outra coisa. 

Em “Um Estranho no Ninho” Jack interpreta Randle Patrick McMurphy, um prisioneiro que decide simular sintomas de doença mental para ser transferido da prisão onde cumpre pena para um hospital psiquiátrico pensando encontrar lá um sistema menos rígido e disciplinador do que dentro das grades da penitenciaria. Para sua surpresa porém nada era o que ele esperava encontrar. No hospício encontra um sistema rígido, baseado em um forte controle de cada passo dos pacientes, tudo sob comando da enfermeira-chefe Ratched (Louise Fletcher). A partir daí Patrick começa uma série de desentendimentos com a direção do lugar, tudo para conseguir impor um sistema bem mais liberal do que o que está em vigor. Esse é o tipo de papel em que Jack Nicholson se esbalda em cena. Cabelo despenteado, sorriso insano, olhar vidrado, tudo de acordo com o estilo indomado do ator. Sua interpretação de fato é brilhante, alternando momentos de pura malandragem de seu personagem com ataques de insanidade sem controle. Sem Jack o filme certamente não teria o impacto que teve. Por seu trabalho venceu o Oscar, o Globo de Ouro, o Bafta e o prêmio dos críticos de Nova Iorque (NYFCCA). Todos mais do que merecidos. Não se engane, “Um Estranho no Ninho” traz Jack Nicholson em sua mais pura essência. Uma verdadeira obra prima!

Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo's Nest, Estados Unidos, 1975) Direção: Milos Forman / Roteiro: Lawrence Hauben, Bo Goldman / Elenco: Jack Nicholson, Louise Fletcher, Danny DeVito, William Redfield, Brad Dourif / Sinopse: Preso se faz passar por maluco para ser levado para uma instituição psiquiátrica onde espera encontrar um lugar mais ameno, com mais regalias. Para sua surpresa porém o local é controlado rigidamente por uma enfermeira-chefe linha dura que não admite mudanças em seu cronograma pessoal. Filme vencedor dos Oscars de melhor filme, melhor ator (Jack Nicholson), melhor atriz (Louise Fletcher), melhor direção (Milos Forman) e melhor roteiro adaptado. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias melhor filme / drama, melhor direção, melhor ator / drama (Jack Nicholson), melhor atriz / drama (Louise Fletcher), melhor revelação masculina (Brad Dourif) e melhor roteiro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de março de 2013

Lobo

Não deu muito certo essa incursão de Jack Nicholson no gênero terror. Para entender porque um ator consagrado como Nicholson resolveu fazer um filme de lobisomens é preciso fazer uma pequena retrospectiva em sua própria carreira. Quando era apenas um jovem sonhador, querendo um lugar ao sol no concorrido mundo do cinema, a única pessoa que lhe deu uma chance verdadeira foi o rei dos filmes B, Roger Corman. Dessa fase se destaca “A Loja dos Horrores” que depois iria virar um remake musical muito divertido na década de 80. Nem precisa informar que virou um cult desde o seu lançamento. Esse primeiro filme, o original, contava a conhecida estória de um balconista de floricultura que acabava tendo uma estranha relação com uma planta carnívora muito especial. Corman fez um filme pequeno, leve, mas muito eficiente e Nicholson recebeu suas primeiras críticas elogiosas. Quando o script de “Lobo” caiu nas mãos de Jack, décadas depois, ele pensou que seria uma boa idéia voltar ao gênero que foi tão importante para ele no começo de sua carreira. O problema é que a empolgação nostálgica do ator não ficou à altura do projeto em si, que sinceramente falando tinha um enredo muito fraco.

Jack Nicholson aqui interpreta Will Randall, um editor que descobre estar amaldiçoado, se tornando um lobisomem em noites de lua cheia. Acontece que ele está em uma situação bem ruim na carreira, envelhecido, está sendo passado para trás por um carreirista mais jovem. Agora, ele irá usar os seus novos instintos de lobo para enfrentar a concorrência dentro de sua empresa com toda a garra que sua nova situação lhe traz. Como se pode perceber a estória era clichê, sem novidades. Nem mesmo a presença da “Mulher-Gato” Michelle Pfeiffer melhorava o filme. Para piorar a maquiagem deixava muito a desejar. Ao invés de virar um monstro, Jack se limitava a fazer cara de mau, com algumas penugens em suas orelhas. Tudo bem ruim, o que deixou muita gente surpresa já que era mais um trabalho do premiado Rick Baker. O que parece ter acontecido foi que Nicholson, muito preocupado com sua imagem, evitou usar uma máscara de monstro completa, optando por algo mais light, soft. Bem, não funcionou! A direção de arte – essencial para produções como essa – também era feia e opaca. Assim o filme não poderia se tornar outra coisa a não ser um abacaxi na carreira de Jack Nicholson, que poderia perfeitamente passar sem essa. Revisto hoje em dia só vale como curiosidade aos fãs do trabalho do ator e nada mais. Como filme de terror ele deixa, e muito, a desejar. 

Lobo (Wolf, Estados Unidos, 1994) Direção: Mike Nichols / Roteiro: Jim Harrison, Wesley Strick / Elenco: Jack Nicholson, Michelle Pfeiffer, James Spader / Sinopse: Homem de meia idade, com problemas em seu trabalho, é mordido por um lobo selvagem. Em pouco tempo descobre estar acometido pela maldição do lobisomem. Diante da nova situação usa de seus instintos animais para derrubar a concorrência dentro de sua empresa.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Cada Um Vive Como Quer

Caso raro de título nacional que se encaixa muito bem na trama do filme. “Cada Um Vive Como Quer” é justamente o espírito desse argumento muito interessante onde acompanhamos o dia a dia de Bob (Jack Nicholson), um trabalhador comum dos campos de extração de petróleo no interior dos EUA. Ele não gosta do emprego mas segue em frente pois afinal é um trabalho para se viver. Nas horas de folga vai ao boliche com seus colegas de trabalho. Bebe e se diverte. Também mantém um relacionamento com Rayette (Karen Black), uma garçonete sem educação que fala pelos cotovelos – geralmente besteiras. Mesmo assim tenta manter esse namoro que obviamente não vai a lugar nenhum. O que parece ser o retrato de vida de um típico operário americano muda de foco quando Bob sabe através de sua irmã que seu pai que mora em outro estado sofreu dois derrames e se encontra impossibilitado de falar e expressar qualquer emoção. Chocado ele resolve fazer uma visita ao velho. Lá chegando o seu passado finalmente se revela. Bob (Nicholson) não é apenas um operário qualquer mas sim um sujeito talentoso que teve uma das melhores educações do ramo musical clássico. Embora seja um instrumentista raro e de habilidade ímpar ele não soube lidar com a pressão da profissão e resolveu largar tudo, vivendo da maneira como achava melhor.

“Cada Um Vive Como Quer” é um ótimo momento da filmografia do ator Jack Nicholson. O considero um dos três maiores atores vivos ao lado de Al Pacino e Robert De Niro. Aqui Jack está brilhante como um homem que larga tudo para viver da forma que bem entende, mesmo que para isso subestime seu talento e sua virtuosidade no piano clássico. Podendo lutar por um lugar em qualquer orquestra do país ele resolve trilhar outro caminho, exercendo profissões que geralmente são ocupadas por trabalhadores sem educação ou qualificação profissional. Vira um homem comum, vivendo uma vida comum. Seu retorno a casa de seu pai é o grande catarse do roteiro pois lá ele reencontra todos os familiares e amigos que fizeram parte de sua vida, professores de música, intelectuais e escritores, um ambiente completamente diferente do que vive no momento, pois seu círculo de amigos é formado basicamente por membros iletrados do operariado. Até sua nova namorada, uma garçonete histriônica, não parece se encaixar em nada no ambiente culto em que cresceu. Desse choque de realidades nasce o conflito interno do personagem. Jack demonstra isso de forma brilhante em sua caracterização. Sempre beirando a depressão, indeciso sobre suas próprias escolhas na vida, ele hesita bastante antes de seguir em frente. A cena final é sintomática nesse aspecto quando Bob simplesmente resolve dar mais uma guinada nos rumos de sua vida.  A indicação ao Oscar de Melhor Ator para Jack Nicholson foi mais do que merecida (ele perderia o prêmio para George C. Scott nesse ano). O estilo e o desenvolvimento do enredo pode ser até mesmo considerado cru, se comparado com o cinema atual, mas isso em nenhum momento desmerece ou diminui o ótimo roteiro que Bob Rafelson soube tão bem lapidar. Outro destaque é a ótima trilha sonora com muito country e música clássica (uma mistura bem incomum). Enfim, ótimo drama sobre o cotidiano ordinário e as lutas internas travadas por um homem comum que busca um rumo definitivo em sua vida.

Cada Um Vive Como Quer (Five Easy Pieces, Estados Unidos, 1970) Direção: Bob Rafelson / Roteiro: Bob Rafelson, Carole Eastman, Carole Eastman / Elenco: Jack Nicholson, Karen Black, Billy Green Bush / Sinopse: Bob é um operário da indústria petrolífera que esconde em seu passado uma realidade que em nada lembra sua atual situação econômica e social. Indicado aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Ator (Jack Nicholson), Melhor Atriz Coadjuvante (Karen Black) e Melhor Roteiro Original.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Batman

Será que ainda havia espaço para os heróis em quadrinhos no cinema? Tentando responder a essa pergunta a Warner iniciou no final da década de 1980 a mais ousada e cara adaptação de um personagem de gibis até então. O escolhido foi o cavaleiro das trevas, Batman, da DC Comics. Claro que o personagem já tinha surgido nas telas antes mas aquelas estavam longe de serem produções classe A. Na verdade eram meros episódios de seriados na décadas de 50 ou então telefilmes adaptados ao cinema como o Batman super colorido da TV americana da década de 1960 com Adam West vestindo o uniforme do personagem. Todos sabiam que não seria uma adaptação fácil. O diretor escolhido, Tim Burton, tampouco agradou aos fãs. Ele tinha um estilo muito próprio, com direção de arte muito personalizada. Corria-se o risco de descaracterizar o famoso herói. Outro problema seria a escolha do ator para viver Batman. Os mais consagrados não queriam vestir a capa e os mais desconhecidos não tinham força suficiente nas bilheterias a ponto da Warner investir neles. O pior aconteceu quando o nome de Michael Keaton foi anunciado! Ele era basicamente um comediante de filmes engraçadinhos, meio careca e nada condizente com o perfil de Batman. Era uma escolha improvável e inadequada para praticamente todos os fãs. A situação melhorou um pouco logo depois quando Jack Nicholson aceitou viver o vilão Coringa. Era o que faltava ao filme, um grande ator, de enorme prestígio, para dar credibilidade à produção. Para ele seria mais do que interessante interpretar um personagem tão pop como aquele naquela altura de sua carreira! Nicholson arriscou de certa forma seu prestigio de ator dramático ao fazer um personagem de cartoon, mas para isso foi muito bem recompensado ganhando milhões em cima de uma porcentagem nas bilheterias estipulada em seu contrato. Sua atuação é muito fiel aos quadrinhos, diria até cartunesca, o que não deixa de ser conveniente para o personagem.

Como todos sabem Tim Burton sempre deixa sua assinatura impressa em seus filmes. O lado mais característico de seus filmes surge justamente na direção de arte, sempre inspirada e muito particular. A Gotham City que surge em cena é soturna, pessimista, sombria. Em certos aspectos procura de forma proposital imitar os próprios quadrinhos pois nada foi criado para o filme para aparentar realidade ou um ambiente real. Pelo contrário, a estética é obviamente inspirada na arte original da DC Comics  Quando chegou aos cinemas a bilheteria foi fenomenal, a curiosidade era imensa e Batman mostrava que tinha forças de atrair grandes multidões aos cinemas. A Warner também investiu pesado no licenciamento de produtos o que fez as lojas receberem uma enxurrada de mercadorias com a marca do personagem. Eram brinquedos, cadernos, álbuns de figurinhas, revistas, roupas, tênis e tudo mais que se possa imaginar. A receita multiplicou, mostrando a força do marketing agressivo que seria usada em produções posteriores. Visto hoje em dia o filme envelheceu um pouco e não pode ser comparado aos filmes de Christopher Nolan que são muito superiores, mesmo assim deve-se reconhecer que Batman 1989 é um marco nesse tipo de produção. Um filme que deu origem a toda essa moda de adaptações de quadrinhos que persiste até os dias de hoje.

Batman (Batman, Estados Unidos, 1989) Direção: Tim Burton / Roteiro: Sam Hamm, Tom Mankiewicz, Lorenzo Semple Jr., Warren Skaaren / Elenco: Jack Nicholson, Michael Keaton, Kim Basinger, Pat Hingle, Billy Dee Williams, Jack Palance, Robert Wuhl, Michael Gough, Lee Wallace, Tracey Walter, Wayne Michaels, Bruce McGuire / Sinopse: Após presenciar a morte de seus pais o jovem milionário Bruce Wayne (Michael Keaton) resolve combater o crime nas ruas de sua cidade, Gotham City.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de outubro de 2012

Antes de Partir

"Antes de Partir" trata de um tema complicado - a morte - mas procura impor um ritmo de leveza e alto astral. Na trama conhecemos os dois personagens principais, Edward Cole (Jack Nicholson) e Carter Chambers (Morgan Freeman). Ambos estão com doenças terminais e conscientes de que não viverão por muito tempo. Para superar essa triste realidade decidem aproveitar o pouco de vida que lhes restam, fazendo tudo aquilo que sempre quiseram fazer mas que até aquele momento eram apenas planos. Assim o filme se desenvolve, ambos colocam os pés na estrada e vão viver experiências diferentes, realizar velhos sonhos há muito adormecidos. Não precisa nem explicar que o grande atrativo de "Antes de Partir" é seu elenco fantástico. Jack Nicholson e Morgan Freeman são atores consagrados, com extenso currículo de trabalhos maravilhosos e agora se unem nessa que parecia ser uma boa idéia, mostrar dois homens em frente à sua própria mortalidade e a forma como lidam com essa situação extrema.

Infelizmente o filme não consegue deslanchar nesse aspecto. A despeito de estarmos na presença de dois excelentes grandes atores o roteiro simplesmente não consegue lidar com o tema de forma satisfatória. Faltou profundidade, faltou ir até as últimas consequências. O texto parece temer entrar em questões mais profundas, em discutir o que pensam essas duas pessoas que estão no ocaso de suas vidas. Um exemplo disso é a postura religiosa dos personagens. É natural que em um momento delicado desses as pessoas procurem refúgio em algum tipo de crença religiosa mas no filme nada disso é tratado muito a fundo, ficando quase sempre em cima do muro, de maneira bastante artificial. O roteiro parece ter medo de adotar uma atitude adulta sobre a morte. Em vista de tudo isso a sensação final é de que certamente "Antes de Partir" poderia ser um filme bem melhor do que realmente é. Também pudera o diretor Rob Reiner não é certamente conhecido por temas profundos em seus filmes, pelo contrário, tudo parece leve e artificial no que dirige. Essa característica se repete aqui, justamente em um tema que na minha opinião não caberia esse tipo de postura. De qualquer modo ver Nicholson e Freeman se torna um paliativo. É pouco, poderia ser muito mais interessante, mas não significa que necessariamente você perderá seu tempo. Os dois juntos valem pelo menos uma conferida mesmo que o gosto ao final seja de frustração.

Antes de Partir (The Bucket List, Estados Unidos, 2007) Direção: Rob Reiner / Roteiro: John Schwartzman / Elenco: Jack Nicholson, Morgan Freeman, Sean Hayes, Rob Morrow, Hugh B. Holub, Alfonso Freeman, Serena Reeder, Ian Anthony Dale, Richard McGonagle, Christopher Stapleton. / Sinopse: Na trama conhecemos os dois personagens principais, Edward Cole (Jack Nicholson) e Carter Chambers (Morgan Freeman). Ambos estão com doenças terminais e conscientes de que não viverão por muito tempo. Para superar essa triste realidade decidem aproveitar o pouco de vida que lhes restam, fazendo tudo aquilo que sempre quiseram fazer mas que até aquele momento eram apenas planos.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

As Bruxas de Eastwick

Título no Brasil: As Bruxas de Eastwick
Título Original: The Witches of Eastwick
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Miller
Roteiro: Michael Cristofer
Elenco: Jack Nicholson, Cher, Susan Sarandon, Michelle Pfeiffer
  
Sinopse:
Três lindas mulheres, Alexandra (Cher), Jana (Susan Sarandon) e Sukie (Michelle Pfeiffer) moram numa pequena cidade da Nova Inglaterra chamada Eastwick. Suas vidas estão dominadas por uma rotina tediosa e maçante e suas vidas amorosas se encontram em frangalhos. Entediadas acabam clamando pelo aparecimento de um homem ideal que venha suprir o vazio de suas vidas. E eis que após uns dias ele surge mesmo na cidade. Daryl Van Horne (Jack Nicholson) é um rico e excêntrico forasteiro que chega no local para virar a vida dos moradores de ponta cabeça. Mas afinal quem ele é realmente? Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Som (Wayne Artman, Tom Beckert) e Melhor Música (John Williams).

Comentários:
Filme que mescla humor, romance e pitadas de terror que fez muito sucesso nos anos 80. "As Bruxas de Eastwick" continua muito charmoso mesmo após tantos anos. Seu roteiro é envolvente e nunca deixa o filme cair no marasmo. A direção é segura, provando que George Miller realmente era realmente um cineasta talentoso que conseguia transitar bem em praticamente todos os gêneros cinematográficos. Muitos não acreditavam que o mesmo diretor que havia dirigido "Mad Max" se sairia bem filmando esse roteiro que tinha um toque mais sutil e sofisticado. Estavam todos errados. Com o apoio de um ótimo elenco o diretor acabou rodando um pequeno clássico dos anos 80. Não precisa ser muito inteligente para entender que Eastwick é um filme cuja força vem da interpretação inspirada de Jack Nicholson. Interpretando o magnata Daryl Van Horne o ator nunca deixa o filme cair. Usa e abusa de sua caracterização, passando a sensação ao espectador de que acima de tudo ele está se divertindo como nunca nesse papel. As três atrizes (Cher, Pfeiffer e Sarandon) também estão muito bem, cada uma procurando explorar bem sua própria personalidade nas telas. Do elenco feminino porém achei a cantora e atriz Cher um pouco apagada, principalmente se formos lembrar de outras atuações fortes dela - as comparações deixam isso bem claro. Afinal ela teve que dividir espaço com Nicholson e suas duas companheiras em cena. Tecnicamente falando "As Bruxas de Eastwick" também não envelheceu em demasia. Como é uma obra baseada em interpretações (e não apenas em efeitos especiais) esses só ganham maior importância no final do filme, mas mesmo assim são discretos e pontuais o que ajudou bastante ao filme vencer o teste do tempo. A produção inclusive foi premiada com o BAFTA de melhores efeitos especiais daquele ano. Enfim, "As Bruxas de Eastwick" sobreviveu bem ao tempo e hoje é uma boa amostra do cinema de fantasia da década de 1980. Vale a pena ver e rever sempre que possível.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Como Você Sabe

"Como você sabe" não é nenhuma obra prima do cinema mas também não é tão ruim como algumas críticas afirmaram O filme, como todo produto cultural, tem seus altos e baixos. Entre os méritos podemos destacar a elegante direção do veterano James L Brooks. O roteiro, longe de inovar, pelo menos consegue manter uma boa postura pois não há vulgaridade ou excessos. Tudo é feito com um certo toque de sofisticação. A trilha sonora também é de bom gosto e tudo é filmado com capricho. Embora seja uma comédia romântica não há maiores pieguices envolvidas o que é um alívio no final das contas. Claro que pelo simples fato de termos Jack Nicholson no elenco já há uma expectativa da produção ser ao menos boa. Jack é um ator que eleva o cacife de qualquer filme que venha a participar. Embora seus dias de auge estejam definitivamente no passado o mito em torno de seu nome continua presente no inconsciente coletivo de todos que adoram cinema. Sua presença em cena de certa forma já justifica o preço do ingresso que se paga. 

 Agora vamos aos pontos fracos: A dupla central não funciona. Reese e Rudd não passam química nenhuma, tudo soa falso, artificial. A verdade é que ambos estão mal em cena. Rudd não consegue ser engraçado e a Reese não consegue encontrar o tom certo, ora interpretando com excessos dramáticos, ora tentando ao menos soar simpática. Assim quem salva o quesito interpretação são os coadjuvantes. Jack Nicholson não tem muito material a desenvolver mas foi o único que me fez prestar atenção - e rir em suas cenas. Realmente é um ator à prova de falhas, mesmo quando seu personagem não ajuda. Já o Owen Wilson também está particularmente divertido, numa variação daquele tipo de personagem que ele sempre interpreta. De qualquer forma se você não for muito exigente pode até mesmo gostar do filme como um passatempo soft, claro se não estiver esperando por muita coisa. 

Como Você Sabe (How Do You Know, Estados Unidos, 2010) Direção: James L. Brooks / Roteiro: James L. Brooks / Elenco: Reese Witherspoon, Paul Rudd, Jack Nicholson, Owen Wilson / Sinopse: Após perder a chance de se tornar uma grande atleta, Lisa (Reese Witherspoon) tenta reconstruir sua vida profissional e amorosa. O problema é que logo se vê envolvida em um complicado triângulo amoroso.  

Pablo Aluísio.