sábado, 20 de agosto de 2016

The Man in the High Castle

The Man in the High Castle 1.01
1962. O Nazismo venceu a II Guerra Mundial. Após a derrota dos Estados Unidos e seus aliados, a Alemanha de Hitler e o Império Japonês resolvem separar a América em duas enormes províncias, uma localizada na costa oeste dominada pelo Japão e outra situada na costa leste chamada de Estado Nacional do Reich, controlada por Berlim. Hitler está envelhecido e doente. Todos esperam por sua morte iminente, enquanto seus principais oficiais, entre eles Heinrich Himmler e Joseph Goebbels, lutam pela chance de se tornarem senhores do mundo. Dentro dos Estados Unidos poucos heróis ainda tentam destruir a dominação de sua nação. Lutando pela resistência americana, eles pretendem desestabilizar o governo nazista para trazer novamente a liberdade ao seu país.Essa nova série já causou muita polêmica, antes mesmo de estrear. Acontece que os produtores espalharam seu material promocional pelas principais cidades dos Estados Unidos e Europa. Até aí tudo bem, faz parte do marketing. O problema é que os cartazes e pôsteres da série estavam cheias de suásticas e símbolos do nazismo, o que causou um grande desconforto entre as pessoas, ainda mais entre veteranos que lutaram contra tudo aquilo na guerra. O que era simples promoção acabou gerando um mal estar tremendo, indo parar nas páginas dos principais jornais do mundo ocidental. Deixando isso de lado até que o episódio piloto não é nada mal. O roteiro foi inspirado na obra do genial escritor de ficção Philip K. Dick (o mesmo que escreveu o livro que daria origem ao clássico "Blade Runner - O Caçador de Andróides"). Dick tinha uma imaginação absurda (para muitos chegava ao ponto de ser doentio) e criou esse mundo paralelo onde o Nazismo se tornava o grande vencedor da II Grande Guerra. O que viria depois de uma vitória como essa? No primeiro episódio uma cena resume sutilmente muito bem o que teria se transformado a América sob o poder de Hitler e seu Partido Nazista. Numa das sequências um rapaz que cruza os Estados Unidos percebe uma pequena garoa de cinzas descendo dos céus. Ao perguntar a um guarda policial que encontra na estrada o que seria aquilo, ele lhe responde que eram apenas os crematórios de uma instituição ali perto (lembrando ao espectador de forma nada sutil as câmaras de gás e fornos dos campos de concentração nazistas). A série só não me deixou muito mais empolgado e satisfeito porque por baixo de toda essa realidade surreal bem curiosa e interessante se desenvolveu um enredo muito básico, de descoberta de filmes secretos que não podiam cair em mãos erradas. Provavelmente as coisas melhorem com o passar do tempo. Por enquanto tudo o que posso dizer é que a série tem boa reconstituição de época, produção, mas com roteiro apenas ok. Vamos acompanhar para ver o que virá pela frente. / The Man in the High Castle 1.01 (EUA, 2015) Direção: Daniel Percival, Brad Anderson / Roteiro: Frank Spotnitz, baseado na obra de Philip K. Dick / Elenco: Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank.

The Man in The High Castle 1.02 - Sunrise
Conforme você vai acompanhando a série e se familiarizando com os personagens as coisas vão melhorando. Nesse segundo episódio já temos toda a trama definida e o contexto em que ela se passa bem mais claro. Para situar o leitor: As forças do Eixo venceram a II Guerra Mundial. Os Estados Unidos foram fatiados. A costa oeste está sob domínio do Japão Imperial e a costa leste está sob controle do Reich. Hitler, sofrendo de uma grave doença, tem pouco tempo de vida. A luta pelo poder já se faz sentir. Os serviços de repressão e espionagem estão preocupados em colocar as mãos em filmes subversivos, secretos, que podem inflamar ainda mais a resistência. Um deles vai parar nas mãos de Juliana Crain (Alexa Davalos). Ela não tem muita experiência nesse mundo e por isso comete vários erros. Entre eles o de confundir a pessoa certa para qual precisa passar a película. Ela encontra um senhor numa cafeteria e de forma equivocada pensa ser ele a pessoa que precisa entrar em contato para passar em frente a preciosa filmagem. Ela está enganada. Acaba sendo salva da morte no último minuto por um agente infiltrado do Reich (embora nem ele próprio desconfie que na verdade está agindo como agente duplo). O filme também interessa aos japoneses e esses usam da tortura para descobrir o paradeiro de Juliana. Eles aprisionam o dissidente Frank Frink (Rupert Evans) e ameaçam mandar sua irmã e sobrinhos para a câmara de gás caso ele não conte o que sabe. Como se pode perceber os sistemas de morte em ritmo industrial seguem em frente e a pleno vapor dentro dessa América Nazista! Só a mente muito criativa (e doentia) de Philip K. Dick poderia realmente criar um mundo como esse (o que não deixa de ser o grande atrativo da série como um todo). / The Man in The High Castle 1.02 - Sunrise (EUA, 2015) Direção: Daniel Percival / Roteiro: Frank Spotnitz, baseado na obra de Philip K. Dick / Elenco: Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank.

The Man in The High Castle 1.03 - The Illustrated Woman
Philip K. Dick era um gênio ou um louco? Um pouco dos dois. É o que se pode ir percebendo nessa nova série baseada em sua obra. Em cima de um contexto completamente surreal (Os Estados Unidos dominados por nazistas e japoneses após a Segunda Guerra Mundial) vamos percebendo que ele na realidade acabou escrevendo quase a trama de um filme noir da década de 1940. Nesse episódio a sina de Juliana "Jules" Crain (Alexa Davalos) continua. Depois de jogar um sujeito que quase a matou da ponte, ela precisa esconder os rastros para não ser pega pela SS. Para piorar há um novo personagem em seu caminho, um sujeito mal encarado, com jeito de psicopata que se auto intitula "O Xerife" (Burn Gorman). Na realidade ele não é um policial, mas sim um caçador de recompensas. Atrás de Jules ele acaba indo parar na pequena livraria da cidade e descobre que o vendedor é na realidade um foragido de um campo de concentração nazista. Nem pensa duas vezes antes de jogar uma corda em seu pescoço para o enforcar publicamente, no meio da avenida principal da cidade. Afinal bem no centro daquele meio oeste do livro de Dick não existe lei, apenas a lei do mais forte se sobrepõe. Enquanto o Xerife vai eliminando foragidos e seguindo novas pistas o Obergruppenführer John Smith (Rufus Sewell) quer a todo custo descobrir quem o traiu dentro do quartel general, dando pistas sobre seu caminho na trajetória entre sua casa e seu local de trabalho, o que acabou levando a um atentado que quase o matou (no episódio anterior). Para saber a verdade nada melhor do que usar os velhos métodos nazistas, como a tortura, por exemplo, aqui turbinada com o uso de drogas como o LSD. Por fim o episódio mostra a visita do herdeiro do império japonês na Costa Oeste. Há um receio de que ele sofra um atentado. Na realidade o jovem príncipe não confia nem nos alemães. Ele considera que uma guerra contra os nazistas está mais perto do que se possa imaginar. / The Man in The High Castle 1.03 - The Illustrated Woman (EUA, 2015) Direção: Ken Olin / Roteiro: Frank Spotnitz, baseado na obra de Philip K. Dick / Elenco: Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank, Burn Gorman.

The Man in the High Castle 1.04 - Revelations
Quarto episódio da primeira temporada de "The Man in the High Castle" que inclusive já teve a segunda temporada confirmada nos Estados Unidos. Como já escrevi a série se passa em uma realidade alternativa onde a Segunda Guerra Mundial teve outro desfecho daquele que conhecemos. Ao invés da vitória aliada (EUA, Inglaterra, França e demais países) as forças nazistas do Eixo (Alemanha, Japão e Itália) se sagraram vitoriosas. Hitler é praticamente o imperador supremo do mundo ocidental e está prestes a morrer. Os Estados Unidos são divididos em dois, com a costa oeste dominada pelos japoneses e a costa leste sob domínio nazista. Nesse episódio Juliana Crain (Alexa Davalos) finalmente passa para a frente os famigerados filmes secretos que são disputados pela resistência e a SS. Ela precisa ter certeza que os tais filmes cheguem até o sujeito que é conhecido pelo codinome de "Man in the High Castle" (que dá título à própria série). Chegar até ele porém não será nada fácil como ela logo descobre. Na outra linha narrativa Frank Frink (Rupert Evans) decide que vai matar o herdeiro do império Japonês que está em San Francisco numa visita diplomática. Ele quer se vingar pela morte de sua esposa e filhos. Um ato de vingança que não terá volta. Mais um bom episódio passado em um tipo de enredo que só poderia mesmo partir da mente criativa, original e insana de Philip K. Dick, um dos grandes ícones da literatura de ficção dos tempos modernos. / The Man in the High Castle 1.04 - Revelations (EUA, 2015) Direção: Michael Rymer / Roteiro: Frank Spotnitz, baseado na obra de Philip K. Dick / Elenco: Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank .

The Man in The High Castle 1.05 - The New Normal
Finalmente depois de vários dias na zona neutra (uma extensa faixa entre os domínios nazistas e imperiais, bem no meio oeste americano), Frank e Juliana retornam para casa. Em seu retorno ambos são interrogados como é de praxe em regimes autoritários. Tudo com o objetivo de fazer com que eles caíam em contradição. Para sua sorte conseguem se safar das autoridades alemãs. De volta à vida normal Juliana Crain (Alexa Davalos) decide ir então atrás de um emprego no consulado nipônico. Para sua surpresa descobre que os japoneses, que tanto gostam de exibir um comportamento cheio de valores morais em público, não são assim tão íntegros como ela pensava. O recrutador dos recursos humanos do consulado sugere que ela lhe faça certos favores sexuais em troca do emprego que ela tanto precisa! Chocada, ela sai em disparada da repartição. Enquanto isso o atentado contra a vida do herdeiro do trono causa cada vez mais efeitos. Todos tentam sobreviver. Um dos ministros mais próximos do trono pode ser o responsável. Ele tem contatos misteriosos com um espião sueco, ao mesmo tempo em que age como se fizesse parte de uma grande conspiração. Só o tempo dirá o que realmente está acontecendo. / The Man in The High Castle 1.05 - The New Normal (EUA, 2015) Direção: Bryan Spicer / Roteiro: Frank Spotnitz, baseado na obra de Philip K. Dick / Elenco: Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank.

The Man in The High Castle 1.06 - Three Monkeys
O título desse episódio é uma referência àquela imagem bem conhecida dos três macaquinhos que não veem nada, não ouvem nada e não falam nada. Em uma ditadura eles representam a forma mais fácil de você continuar vivo. Como no universo dessa série temos uma América dividida entre japoneses e alemães - que venceram a II Guerra Mundial - nada poderia ser mais representativo. Pois bem, nesse episódio os personagens celebram o dia da vitória nazista. Até mesmo cenas com o velho ditador Hitler em Berlim são mostradas pela TV americana. Ele novamente está lá, beijando e abraçando crianças arianas que lhe dão flores nesse dia tão festivo para o nazismo mundial. Nos bastidores do poder porém todos sabem que Hitler está chegando ao fim de sua vida. Enquanto há uma grande conspiração envolvendo sua sucessão, o Obergruppenführer John Smith (Rufus Sewell) resolve receber alguns convidados em sua casa para todos celebrarem esse dia de triunfo do nacional socialismo. Só que ele não contava em receber dois traidores. Um, o velho conhecido sueco que agora parece entrar em contradição sempre que tenta explicar porque estaria na América naquele momento (logo quando o herdeiro japonês sofreu um atentado à sua vida). O outro, o jovem pupilo que pensa entrar nas fileiras da SS, mas que parece ter algo também a esconder. Como a função do Obergruppenführer é justamente descobrir inimigos do regime acaba ficando fácil para ele desvendar os dois. Esse episódio colocou em evidência um dos grandes trunfos da série, o trabalho do ator Rufus Sewell. Ele é extremamente talentoso. Seu personagem é um psicopata fanático pelo nazismo e como todo psicopata consegue aliar uma personalidade agradável, social, com uma mente obscura, doentia até. Sua atuação é uma das boas razões para acompanhar essa nova série. / The Man in The High Castle 1.06 - Three Monkeys (EUA, 2015) Direção: Nelson McCormick / Roteiro: Frank Spotnitz, baseado na obra de Philip K. Dick / Elenco: Alexa Davalos, Rufus Sewell, Rupert Evans, Luke Kleintank.

The Man in the High Castle 1.07 - Truth
Os alemães nazistas consideravam todas as raças não arianas como inferiores a eles. Até mesmo norte-americanos eram tidos como membros de uma sub-raça contaminada pela miscigenação étnica que havia dentro da sociedade dos Estados Unidos. O fato dos americanos conviverem com negros e membros de outras raças (como os próprios latinos) o deixavam imundos e contaminados. Lixo racial na mente dos alemães do III Reich. Já os japoneses, embora fossem também racistas, não o eram de forma tão radical. Nesse episódio, por exemplo, um membro do governo japonês resolve convidar o dono de uma loja de antiguidades para almoçar em sua própria casa. Algo impensável para um verdadeiro nazista. O tal sujeito coleciona objetos antigos e convida o americano justamente por causa de seus conhecimentos históricos e arqueológicos. Após passar uma pequena vista sobre os itens do colecionador descobre algumas peças falsas, o que lhe dá a ideia de vender ao japonês alguns itens falsificados - uma vez que ele demonstra não saber distinguir entre o que era verdadeiro ou falso. Na outra linha narrativa o Obergruppenführer John Smith (Rufus Sewell) descobre que mais filmes proibidos podem estar circulando pela cidade e resolve mandar alguns agentes da Gestapo e SS colarem nos suspeitos para recuperar essas supostas filmagens secretas. A ordem é eliminar qualquer um que tenha um filme desses em seu poder. / The Man in the High Castle 1.07 - Truth (EUA, 2015) Direção: Brad Anderson / Roteiro: Frank Spotnitz, baseado na obra de Philip K. Dick / Elenco:  Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank.

The Man in the High Castle 1.08 - End of the World
Frank Frink (Rupert Evans) descobre que seu filho tem uma doença rara, que o deixará completamente paralisado em poucos meses. Isso devasta o oficial nazista. Seu filho é apenas um adolescente, mal saído da puberdade. Imaginando o pior ele resolve guardar tudo para si. Não diz ao filho sobre sua doença e nem tampouco para sua esposa. Um homem frio, acostumado a mandar inimigos para campos de concentração, ele resolve implodir com a trágica novidade. Para piorar o que já era ruim ele também começa a ter problemas com seus superiores. Há uma insinuação de que ele amoleceu com os revolucionários americanos. Seu último prisioneiro sequer passou por uma sessão de tortura tipicamente do III Reich, e isso é um absurdo para os oficiais. Na outra linha narrativa Juliana Crain (interpretada pela linda atriz francesa Alexa Davalos) descobre que seus amigos da resistência estão prestes a cair numa armadilha arquitetada pela inteligência japonesa. Eles estão com um novo filme, que começa a ser disputado ao mesmo tempo entre alemães nazistas, japoneses imperiais e americanos revolucionários, todos querem colocar as mãos na relíquia antes que ele seja entregue em seu destino. / The Man in the High Castle 1.08 - End of the World (EUA, 2016) Direção: Karyn Kusama / Roteiro:  Frank Spotnitz, baseado no livro de / Elenco:  Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank.

The Man in the High Castle 1.10 - A Way Out
Último episódio da primeira temporada. Uma segunda leva de episódios está prevista para ser exibida em dezembro. Acredito que não faz muito sentido. Isso porque nesse último episódio tudo é revelado. A palavra chave de tudo o que está acontecendo vem do jogo das mutações oriental, I Ching. Isso é algo que foi fiel ao livro original escrito por Philip K. Dick. O autor passou por uma fase em que estava obcecado por esse texto antigo, a tal ponto que criou esse universo paralelo onde os Estados Unidos teriam perdido a II Guerra Mundial, sendo dominados pelos japoneses e nazistas. A costa oeste ficava nas mãos dos nipônicos e o leste nas mãos do III Reich de Hitler. A série como um todo é muito bem produzida, com ótima direção de arte. Os roteiros porém se mostram, muitas vezes, sem um foco certo a seguir. Além disso várias aspectos do texto original de Philip K. Dick foram alterados, de forma desnecessária. Um exemplo? No livro todos lutam para colocar as mãos em um livro que revelaria toda a verdade, já na série todos estão atrás de filmes proibidos que mostravam a derrota nazista na guerra! Isso sem contar o fato de que personagens foram criados e outros que eram importantes na literatura foram descartados, sem maiores explicações. Ficou interessante, não devo negar, porém não a ponto de me fazer acompanhar uma segunda temporada. Como tudo já foi desvendado ao espectador não há mais sentido em seguir em frente. De qualquer forma não me arrependo. A série, apesar de tudo, se revela um bom entretenimento. / The Man in the High Castle 1.10 - A Way Out (Estados Unidos, 2015) Direção: Daniel Percival / Roteiro: Frank Spotnitz, baseado na obra de Philip K. Dick / Elenco: Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank.
 

The Man in the High Castle - Segunda Temporada

The Man in the High Castle 2.02 - The Road Less Traveled
Mesmo com reservas com algumas coisas que aconteceram na primeira temporada sigo em frente acompanhando essa série baseada na obra de Philip K. Dick. Nesse episódio a personagem Juliana Crain (Alexa Davalos) segue sendo perseguida pelos japoneses. Seus amigos ou estão presos ou então mortos, em covas rasas. Para piorar a situação dela até mesmo a resistência americana está em sua procura. Sua única saída parece ser ir até a zona controlada pelos alemães, pois ela ainda teria alguma esperança de negociar com os nazistas. Afinal ela pode ter alguma ponte de diálogo, principalmente por já conhecer um espião a serviço dos alemães, Joe Blake (Luke Kleintank). E enquanto tudo isso acontece o Obergruppenführer John Smith (Rufus Sewell) segue tenso e preocupado em cumprir sua missão, dada pessoalmente por Adolf Hitler. Enfim, a série segue em frente, muito embora sem maiores novidades. / The Man in the High Castle 2.02 - The Road Less Traveled (Estados Unidos, 2016) Direção: Colin Bucksey / Roteiro: Frank Spotnitz / Elenco: Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank.

The Man in The High Castle 2.10 - Fallout
Esse episódio marca o fim da segunda temporada. O clima é o pior possível. Nazistas e japoneses estão em pé de guerra. Como você sabe essa série retrata uma realidade alternativa, onde as forças do Eixo (Alemanha e Japão, principalmente) conseguiram vencer as forças aliadas (Estados Unidos, Inglaterra e demais países ocidentais). Com isso o mapa dos Estados Unidos fica dividido entre os vilões internacionais. O curioso é que nesse episódio o Obergruppenführer John Smith (Rufus Sewell) consegue evitar uma conspiração dentro do coração do III Reich, em Berlim. Hitler está velho e segundo algumas fontes, em seus últimos dias. Então conspirações estão na ordem do dia entre nazis em geral. Bom episódio, mantendo o mesmo nível de uma série que surpreende não apenas por sua realidade disforme, mas também pelos bons roteiros escritos. / The Man in The High Castle 2.10 - Fallout (Estados Unidos, 2018) Direção: Daniel Percival / Roteiro: Frank Spotnitz / Elenco: Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Madame Bovary

Esse é um drama baseado no famoso livro escrito por Gustave Flaubert em 1857. No mundo da literatura esse romance é considerado o primeiro na nova estética realista que em pouco tempo iria dar origem a toda uma nova escola literária (até mesmo o nosso consagrado autor Machado de Assis seguiria por essa nova vertente). O romance era de fato revolucionário por trazer uma protagonista que rompia com o estereótipo da jovem apaixonada, doce e ingênua, retratada em livros românticos da época. A personagem Emma parecia ser muito mais humana do que as mocinhas idealizadas do passado. Ela tinha muitos defeitos e não se encaixava no velho padrão, o que significava realmente uma ruptura com os antigos autores.

Nesse filme o diretor Sophie Barthes procurou não adaptar todo o enredo do livro original, mas apenas parte dele, o núcleo principal de sua estória. Assim personagens secundários foram eliminados (como a sogra e a filha de Emma na literatura), se concentrando apenas na personalidade sui generis da principal personagem. Emma, aqui interpretada pela atriz Mia Wasikowska (uma de minhas atrizes preferidas dessa nova geração), tem seu passado mostrado em rápidas cenas iniciais. Ela foi órfã, criada em um convento católico. Inicialmente ela pensa se tornar freira, mas depois, com a chegada da juventude, quando atinge a idade de se casar, acaba sendo prometida em casamento a um jovem médico do interior, Charles (Henry Lloyd-Hughes).

O começo de seu casamento é até promissor. O marido é um bom homem, trabalhador e responsável. Infelizmente ele também é completamente destituído de carisma pessoal, um sujeito enfadonho e chato. No fundo Emma não o ama. O casamento foi apenas uma questão de conveniência em sua vida. O tédio que a vida de Emma vai se transformando acaba mudando até mesmo seu jeito de ser. De origem humilde, calada e tímida, ela começa a desenvolver gosto pelo luxo e pela ostentação. Começa a gastar furiosamente, comprando vestidos caros, da moda. Em pouco tempo resolve remodelar toda a sua casa, comprando móveis, tapetes e utensílios vultuosos, algo que seu marido, mesmo sendo um médico, não consegue mais pagar. Pior do que isso, ela começa a flertar com outros homens interessantes da região, como um Marquês que acaba acendendo nela finalmente a chama da paixão em seu coração.

A partir daí começa o desastre. As coisas vão perdendo o rumo e Emma vai se tornando uma pária social, por causa de seu comportamento transgressor. O filme (e obviamente o livro que lhe deu origem) procura sutilmente mostrar as mudanças de comportamento que foram surgindo ao longo do século XIX, quando as mulheres passaram a ter uma postura e uma atitude mais ativas, seguindo seus próprios instintos, não se conformando em ser apenas aquele tipo de dona de casa apagada, vivendo eternamente à sombra do marido ou de um casamento infeliz. Com ótima produção, perfeita reconstituição histórica, excelente trilha sonora incidental (toda ao piano, em peças clássicas), o filme é aquele tipo de produção que vai satisfazer até mesmo os gostos mais sofisticados e exigentes.

Madame Bovary (Madame Bovary, Estados Unidos, Bélgica, Alemanha, 2014) Direção: Sophie Barthes / Roteiro: Felipe Marino (assinando como Rose Barreneche), baseado na obra de Gustave Flaubert / Elenco: Mia Wasikowska, Henry Lloyd-Hughes, Logan Marshall-Green, Paul Giamatti, Laura Carmichael / Sinopse: Emma (Mia Wasikowska) é uma jovem órfã e pobre que após se casar com um médico do interior começa a adquirir o gosto pelo luxo - e pela luxúria, colocando em polvorosa uma pequena cidade de hábitos conservadores do século XIX.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

O Início do Fim

Título no Brasil: O Início do Fim
Título Original: Fat Man and Little Boy
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Roland Joffé
Roteiro: Bruce Robinson
Elenco: Paul Newman, John Cusack, Laura Dern, Dwight Schultz, Bonnie Bedelia, John C. McGinley
  
Sinopse:
Durante a II Guerra Mundial o governo americano dá início ao projeto Manhattan. Vários cientistas brilhantes, entre eles J. Robert Oppenheimer (Dwight Schultz), são reunidos em uma base militar americana no meio do deserto para que se consiga construir uma arma definitiva que acabasse com a própria guerra. Essa seria a maior arma de destruição em massa da história. Para coordenar tudo e comandar os trabalhos o governo indica o General Leslie R. Groves (Paul Newman) que fica com a missão de entregar a primeira bomba atômica em um prazo máximo de um ano. Filme baseado em fatos reais.

Comentários:
Provavelmente seja o melhor filme sobre o projeto Manhattan, só sendo superado em certos aspectos por "Os Senhores do Holocausto". O filme assim narra a construção das primeiras bombas atômicas americanas (apelidadas de Fat Man, o gordo, e Little Boy, o garotinho, que dão origem ao título original do filme). Muitos vão achar o roteiro um pouco parado e monótono, uma vez que o roteiro explora a rotina desse grupo de cientistas em pesquisas e testes no deserto de Nevada, tentando construir a bomba nuclear que os americanos iriam jogar futuramente em cidades japonesas, selando o fim da II Guerra Mundial. Essa visão porém é fora de propósito pois em termos históricos tudo é extremamente interessante. O elenco também tem destaque, a começar pela presença do sempre excelente Paul Newman. Ele interpreta o general que coloca ordem na casa, sendo duro quando necessário. Já John Cusack interpreta um jovem cientista brilhante que foi vital para a construção das armas nucleares, mas que acabou pagando com sua própria vida ao se tornar vítima da radiação das pesquisas que realizava. Sua morte é um dos pontos altos do filme em termos dramáticos. Com excelente produção, elenco e reconstituição histórica, o filme só deixa um pouco a desejar mesmo no que diz respeito ao seu roteiro que evita a todo custo entrar em um debate ético sobre a construção das armas nucleares e tudo o que isso iria significar para o mundo nos anos seguintes.

Pablo Aluísio.

Os Irmãos McMullen

Título no Brasil: Os Irmãos McMullen
Título Original: The Brothers McMullen
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Marlboro Road Gang Productions
Direção: Edward Burns
Roteiro: Edward Burns
Elenco: Jack Mulcahy, Michael McGlone, Edward Burns, Catharine Bolz, Connie Britton, Jennifer Jostyn
  
Sinopse:
Três irmãos irlandeses e católicos passam por problemas emocionais e familiares enquanto vão tentando vencer na vida durante a década de 1990. Quando se encontram tentam encontrar o caminho certo a seguir, trocando ideias, conselhos e visões de vida bem particulares. Primeiro filme do diretor Edward Burns, premiado pelos festivais de cinema Independent Spirit Awards e Sundance Film Festival.

Comentários:
Bom filme, bem humano, baseado em certo aspecto na própria vida do cineasta Edward Burns que também escreveu seu roteiro. O foco é baseado na relação entre três irmãos irlandeses. Jack McMullen (Jack Mulcahy) é o mais velho. Ele está passando por uma grave crise no casamento. Depois de tantos anos ele percebe que muito provavelmente se casou com a mulher errada. A pressão social e religiosa porém o mantém em um relacionamento que parece estar completamente falido. Barry McMullen (interpretado pelo próprio diretor Edward Burns) sonha em se tornar cineasta, mas o caminho até lá será bem complicado. Para sua sorte acaba encontrando a mulher de sua vida justamente dentro de um estúdio de cinema. Por fim o caçula dos irmãos, Patrick McMullen (Mike McGlone), vive um verdadeiro drama existencial, ficando na dúvida se abraça uma carreira na igreja ou se segue o caminho de seus irmãos mais velhos. Por ser um filme dramático, apoiado em um ótimo roteiro, com excelentes atuações e diálogos, o filme acaba se tornando uma grata surpresa e um excelente entretenimento para quem vive, de alguma forma, uma identificação com a estória mostrada.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O Conto dos Contos

Achei bem estranha a proposta desse filme. Não estou me referindo ao roteiro que adaptou três contos baseados na obra do poeta e escritor italiano Giambattista Basile (1566 - 1632), mas sim às próprias estórias em si. O mundo dos contos infantis da Itália medieval pouco se parecia com as obras dos irmãos Grimm com as quais estamos acostumados. Nada de Branca de Neve e nem os sete anões. A coisa aqui é morbidamente bizarra, diferente, surpreendente mesmo. Todos os três contos são narrados de forma alternada. Todos eles envolvem monarcas e seus objetivos mesquinhos e rídiculos.

O primeiro conta a estória da rainha de Longtrellis (Salma Hayek). Seu maior sonho é ter um filho, um herdeiro para o trono. A gravidez porém parece nunca acontecer. Desesperada, ela resolve contratar os serviços de um bruxo. Ele então passa a receita para que ela finalmente fique grávida do Rei. Ele deve caçar uma criatura monstruosa das profundezas. Depois de morto o coração da fera deve ser preparado por uma virgem. Por último a Rainha deve comer o coração da besta. Tudo feito, o resultado se mostra desastroso. Dos três contos esse pode ser considerado até mesmo o menos bizarro, mas seu clímax, com um morcego gigante e feroz, mostra bem que nada é tão normal como se pode esperar.

O segundo conto mostra um Rei e sua filha. A princesa quer se casar. Para isso porém o Rei deve procurar em seu reino o homem mais corajoso, valente e inteligente que encontrar pela frente. Assim ele cria um desafio a ser vencido pelo pretendente à mão da jovem e bela princesa. Novamente tudo dá muito errado, transformando a vida da linda herdeira em literalmente um verdadeiro inferno na Terra. Esse segundo conto poderia até se encaixar no que estamos acostumados a ver em se tratando de literatura infantil alemã, se não fosse por detalhes sórdidos e estranhos, como o fato do Rei criar uma pulga gigante em seu quarto (é isso mesmo que você leu, algo bem nonsense realmente!).

Por fim o último conto mostra a vida de um Rei devasso, insaciável, que deseja dormir com todas as mulheres de seu reino. Certo dia, na janela de seu castelo, ele ouve uma voz feminina maravilhosa. Determinado a conquistá-la ele move o céu e a terra para levar a dona daquela linda voz para seus aposentos reais. O problema é que ele não tem a menor ideia de quem ela seja e o que faz em sua vida reclusa. Com a ajuda de uma bruxa da floresta o monarca acaba caindo em uma grande armadilha do destino. O monarca devasso desse conto é interpretado pelo ótimo ator Vincent Cassel. No geral é isso. O filme é uma coleção de contos estranhos, com elementos pouco usuais. Olhando sob um ponto de vista cultural vale bastante conhecer para ter contato com a literatura de contos de outros países, como a Itália, por exemplo. No mínimo você ficará surpreso pelas coisas e situações estranhas e bizarras que encontrará pela frente, no filme.

O Conto dos Contos (Il Racconto dei Racconti - Tale of Tales, Inglaterra, Itália, França, 2015) Direção: Matteo Garrone / Roteiro: Edoardo Albinati / Elenco: Salma Hayek, Vincent Cassel, Toby Jones, John C. Reilly, / Sinopse: O filme traz a adaptação para o cinema de três contos infantis da literatura italiana medieval. Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes.

Pablo Aluísio.

Lua Negra

Título no Brasil: Lua Negra
Título Original: Bad Moon
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions
Direção: Eric Red
Roteiro: Wayne Smith, Eric Red
Elenco: Mariel Hemingway, Michael Paré, Mason Gamble, Hrothgar Mathews, Johanna Marlowe, Gavin Buhr
  
Sinopse:
Após uma desastrosa viagem ao distante Nepal, o jornalista Ted (Michael Paré) retorna aos Estados Unidos para viver ao lado de sua irmã. Ela é uma advogada chamada Janet (Mariel Hemingway). Mãe solteira, agora terá a oportunidade de dividir a criação de seu filho com seu irmão. O que Janet não sabe é que Ted foi atacado nas montanhas do Nepal por uma estranha criatura e desde então já não consegue mais ser a mesma pessoa de antes, algo que seu cachorro de estimação, o pastor alemão Thor, logo descobre em seu instinto animal. Agora tudo vira uma questão de tempo até Ted revelar seu misterioso segredo.

Comentários:
De todos os monstros clássicos os lobisomens são os mais mal tratados no cinema. Isso porque há uma infinidade de filmes ruins sobre os licantropos. Tirando algumas poucas exceções (como "Um Lobisomem Americano em Londres") todo o resto é formado por uma incrível coleção de filmes B e trash que nada acrescentam ao tema. Esse filme da década de 90 fica no meio termo. Não é péssimo, mas tampouco pode ser considerado um clássico. Na verdade é até uma boa produção da Morgan Creek Productions que na época estava começando a colocar no mercado seus primeiros filmes. O enredo procura trazer um pouco de mistério e suspense, valorizando a estranha relação que se instala entre Ted, o jovem infectado no Nepal que passa a se transformar em lobo durante as noites de lua cheia e o cão de sua irmã, que passa a reconhecer nele não apenas um ser humano, mas também uma besta infernal. Em termos de elenco temos dois destaques. Mariel Hemingway, que nunca convenceu muito como atriz, pelo menos empresta sua beleza ao filme. Já Michael Paré ainda tentava se tornar um ator famoso já em fim de carreira - ele nunca conseguiu se tornar um astro, ficando mais conhecido por filmes de ação que se tornaram cult com o tempo como "Ruas de Fogo" e "Execução Sumária". Então é isso, aqui está um pequeno e bom filme que pelo menos poupou os lobisomens de passaram por mais um vexame nas telas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

O Caçador e a Rainha do Gelo

Esse filme é a sequência (ou quase isso) de "Branca de Neve e o Caçador". Do primeiro filme não gostei realmente de praticamente nada. A ideia de transformar o famoso conto de fadas em uma espécie de genérico de "O Senhor dos Anéis" não me pareceu boa. Além disso havia a péssima atuação da atriz Kristen Stewart como Branca de Neve, um dos maiores erros de casting do cinema atual. Assim quando esse filme foi anunciado eu não tive vontade nenhuma de conferir. Se o primeiro havia sido tão fraco para que assistir sua continuação? De qualquer forma, deixando de lado a má impressão inicial, resolvi dar uma colher de chá. Quem sabe poderia ser um pouquinho melhor...

Para minha surpresa pude constatar que o resultado se mostrou bem melhor do que eu esperava. Eu credito isso a alguns fatores interessantes. O primeiro, mais óbvio, foi a saída de Kristen Stewart do projeto. Seu personagem, a princesa Branca de Neve, é citada no enredo desse novo filme, mas ela nunca aparece em cena. Ao invés disso o roteiro se foca na Rainha do Gelo (Emily Blunt) e seus planos de dominar todos os reinos vizinhos ao seu. Ela recruta crianças órfãs para formar seu exército imbatível. Destruída emocionalmente no passado pela morte de seu filho, ainda uma criança no berço, ela não admite que seu subordinados se rendem ao amor. E é justamente isso que acontece com o casal Sara (Jessica Chastain, maquiada para não parecer tão ruiva!) e Eric (Chris Hemsworth, o próprio Thor que volta para um papel maior). O segundo ponto positivo é justamente esse, pois o enredo é original, não ficando preso a um conto de fadas do começo ao fim, como ocorreu no primeiro filme.

O roteiro, que achei até muito bem escrito, vai e vem no tempo. Há uma introdução, usa-se bem o recurso do flashback, para depois retornar finalmente ao tempo presente. Tudo bem encaixado. O bom é que os roteiristas criaram uma estória com liberdade, sem muita ligação com "Branca de Neve e os Sete Anões". Essa liberdade ajudou ao filme. A estrutura do roteiro é básica, temos que admitir, mas bem conduzida. Os efeitos especiais também se destacam. A personagem de Charlize Theron, a rainha má do conto original, está de volta, porém em outra forma. Sua "saída" de dentro do espelho me fez lembrar os efeitos digitais revolucionários de "O Exterminador do Futuro 2". Muito bem realizado. No geral gostei do filme. Talvez esse salto de qualidade demonstre aos executivos de Hollywood que a aposta em ideias originais pode ser muito mais interessante do que requentar velhas fórmulas ou antigos contos de fadas.

O Caçador e a Rainha do Gelo (The Huntsman: Winter's War, Estados Unidos, 2016) Direção: Cedric Nicolas-Troyan / Roteiro: Evan Spiliotopoulos, Craig Mazin  / Elenco: Emily Blunt, Chris Hemsworth, Charlize Theron, Jessica Chastain, Nick Frost, Rob Brydon, Sheridan Smith, Alexandra Roach / Sinopse: Após a morte da sua irmã, a Rainha do Gelo Freya (Blunt) começa a formar um grande exército de conquista. Além de dominar todo o mundo conhecido, ela pretende colocar as mãos no espelho mágico que pertenceu a Ravenna (Charlize Theron). Com ele pensa ampliar ainda mais suas conquistas. Para isso porém terá que deter um casal apaixonado, ajudado por anões dispostos a tudo para vencer o império do mal de Freya. Filme indicado ao Teen Choice Awards. 

Pablo Aluísio.

Ricardo III - Um Ensaio

Título no Brasil: Ricardo III - Um Ensaio
Título Original: Looking for Richard
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Al Pacino
Roteiro: Al Pacino
Elenco: Al Pacino, Alec Baldwin, Kevin Spacey, Winona Ryder
  
Sinopse:
O ator Al Pacino mostra nesse documentário as dificuldades e os bastidores da montagem de uma clássica peça de William Shakespeare, Ricardo III, escrita em 1592. Ao mesmo tempo as câmeras captam Pacino na pele do vil personagem criado por um dos maiores autores de todos os tempos. Filme vencedor do Directors Guild of America e do American Cinema Editors na categoria de Melhor Documentário. Também indicado ao Independent Spirit Awards na categoria de Melhor Ator (Al Pacino).

Comentários:
Poucos ainda se lembram ou chegaram a assistir esse excelente documentário roteirizado e dirigido pelo grande Al Pacino. Sua intenção é bem simples de entender desde os primeiros minutos. O filme em si é uma grande e apaixonada declaração de amor por parte de Pacino ao teatro clássico, em especial da obra de William Shakespeare. Usando como base os ensaios de uma adaptação de "Richard III" do famoso dramaturgo, ele ouve colegas de profissão, diretores, o público e todas as pessoas envolvidas na adaptação dessa peça teatral. O Pacino que surge em cena é o mais honesto possível, falando de improviso ele parece vibrar com as possibilidades de se levar um trabalho como esse para todos os tipos de espectadores. É curioso porque abre espaço para o lado teatral de sua carreira, principalmente para quem só conhece Al Pacino de seus filmes no cinema. Em determinado momento, em um momento de rara sinceridade, o próprio Pacino deixa claro que sua grande paixão é realmente o palco. O cinema surge assim como uma forma de popularizar seu nome, trazendo viabilidade comercial para as peças em que trabalhou por todos esses anos. Enfim, um belo documentário mostrando o lado dos bastidores apaixonados do cenário teatral de Nova Iorque e Londres. Acima de tudo é uma aula de sensibilidade e paixão por sua profissão de ator.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O Santo

Título no Brasil: O Santo
Título Original: The Saint
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Leslie Charteris, Jonathan Hensleigh
Elenco: Val Kilmer, Elisabeth Shue, Rade Serbedzija
  
Sinopse:
Simon Templar (Val Kilmer) é um ladrão internacional de jóias que acaba sendo contratado por um misterioso russo chamado Ivan Tretiak (Rede Serbedzija). Ele quer que Simon roube uma fórmula secreta desenvolvida pela cientista britânica Emma Russell (Elisabeth Shue). Essa fórmula permite a dominação de um processo de fusão a frio, algo que Ivan deseja usar em seus planos de dominação. Simon realiza com sucesso sua missão, mas no meio do caminho acaba se apaixonando pela doutora Emma, algo que lhe trará muitos problemas.

Comentários:
Não deu muito certo essa adaptação para o cinema do personagem conhecido como "O Santo". Na verdade o que temos aqui é uma adaptação muito tardia de uma série de espionagem que foi muito popular nos anos 60. Estrelado por Roger Moore (que iria se tornar o futuro James Bond após a saída de Sean Connery), o programa ficou seis temporadas no ar, entre os anos de 1964 e 1969. Tipicamente um produto da época, em plena guerra fria envolvendo americanos e soviéticos (russos), a série fez muito sucesso, alcançando o topo da audiência em seus anos de auge. O problema é que nos anos 90 poucos ainda se lembravam do programa original. O público jovem na verdade não sabia do que se tratava. Val Kilmer, já naquela época em condição de "ex-astro", já não conseguia atrair bilheteria. Mal lançado nos cinemas, com o marketing errado, a produção acabou afundando, se tornando um grande fracasso, o que não deixa de ser uma pena pois sendo bem sensato o filme ainda tinha como mérito aquele charme vintage, nostálgico, de um personagem dos tempos psicodélicos. De uma forma ou outra não se torna uma perda de tempo completo. Sim, tem lá suas qualidades, embora em seu lançamento original tenha sido solenemente ignorado por público e crítica.

Pablo Aluísio.

Robinson Crusoé

Título no Brasil: Robinson Crusoé
Título Original: Robinson Crusoe
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Rod Hardy, George Miller
Roteiro: Christopher Lofton
Elenco: Pierce Brosnan, William Takaku, Polly Walker
  
Sinopse:
Robinson Crusoé (Brosnan) é o único sobrevivente de um naufrágio. Depois que sua embarcação afunda, ele vai parar numa ilha desabitada, perdida no meio do oceano. Seu único companheiro é um cachorro que tal como ele também conseguiu sobreviver. Depois de algum tempo na ilha ele ganha a companhia de um nativo ao qual chama de Sexta-Feira (William Takaku), sobrevivente de um ataque de selvagens canibais. Juntos eles tentarão sobreviver aos desafios de se viver em um lugar tão remoto e distante da civilização.

Comentários:
A estória é clássica. Muito provavelmente seja uma das melhores adaptações, embora verdade seja dita, o material original não é lá essas coisas. O livro que deu origem ao filme, escrito por Daniel Defoe, é na verdade uma daquelas crônicas bem românticas, cheia de aventuras em mares desconhecidos, visando obviamente um público mais adolescente. Como o diretor George Miller quis mesmo realizar um filme bem fiel ao livro de que tanto gostou na juventude, o resultado acabou saindo um tanto inocente, com aqueles tipos de valores meio fora de moda, tipicamente da época em que o romance foi escrito. Dito isso, não podemos desprezar as boas qualidades dessa adaptação, como uma bela produção - a Miramax, com seu costumeiro bom gosto, estava por trás de tudo - lindos cenários naturais, bons figurinos e direção de arte que não abre margens a críticas descabidas. Eu tive a oportunidade de conferir esse filme em VHS e na época, se bem me recordo, o grande motivo que me levou a alugar a fita foi a presença do ator Pierce Brosnan. Afinal ele era o James Bond e qualquer filme com sua presença já era um bom motivo para conferir. Não me decepcionei, embora o que tenha ficado foi essa sensação de que o velho e bom Robinson Crusoé era mesmo indicado para os mais jovens, adolescentes em especial. Esse público certamente irá se divertir muito mais.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de agosto de 2016

Jason Bourne

Depois de um hiato de quase dez anos eis que o ator Matt Damon resolveu retornar para a franquia "Bourne". Nesse meio tempo o estúdio lançou um filme sem ele, que teve um desempenho razoável de público e crítica, e até mesmo um game popular. Ou seja, Bourne ainda se mostrava um produto interessante, pelo menos do ponto de vista comercial. A franquia que havia chegado ao cinema pela primeira vez em 2002 com "A Identidade Bourne", seguida das sequências "A Supremacia Bourne" (2004) e "O Ultimato Bourne" (2007) mostrava que ainda tinha fôlego para fazer sucesso nos cinemas. E era justamente isso que Damon estava procurando após alguns filmes que não deram muito certo. Como se sabe em Hollywood você só consegue sobreviver no mercado se mostrar que ainda é capaz de atrair público aos cinemas, mesmo que isso só aconteça de vez em quando. Assim Damon engoliu todas as críticas que havia feito ao personagem no passado e voltou a encarnar esse ex-agente da CIA super bem treinado, cujo passado ainda lhe é algo nebuloso, sem clareza. Um dos problemas de Bourne, ao meu ver, é que todos os filmes sem exceção parecem apresentar praticamente o mesmo roteiro: Bourne é caçado pelo governo americano enquanto tenta juntar as peças do quebra-cabeças de seu passado. Aqui ele conta com a ajuda de Nicky Parsons (Julia Stiles), que roubou informações valiosas de uma central da agência de inteligência americana, enquanto tenta sobreviver a um jogo de gato e rato comandado pelo diretor da CIA, Robert Dewey (Tommy Lee Jones). Trocando em poucas palavras: tudo parece continuar a mesma coisa!

Duas coisas me incomodaram muito nesse novo filme. Primeiro os exageros de edição e do uso da chamada "câmera nervosa" por parte do diretor Paul Greengrass. Os dois recursos são levados ao extremo, o que acaba deixando uma sensação de tontura no espectador. Não parece existir um único plano parado. Assistir a um filme que nos deixam tontos não me parece uma boa ideia. Outro problema que vejo é a falta de uma trama melhor, um bom roteiro. As cenas de ação tentam compensar esse vazio narrativo se tornando longas demais. Para se ter uma ideia uma delas (a da perseguição com motos) tem quase 30 minutos de duração! E tudo isso em um filme com pouco mais de 1 hora e quarenta de duração!. É demais, vamos convir. Pelo visto foi o jeito do diretor tentar disfarçar o fato de que sob o ponto de vista do argumento o filme não passa mesmo de um caro e longo pastel de vento.

Jason Bourne (Jason Bourne, Estados Unidos, 2016) Direção: Paul Greengrass / Roteiro: Paul Greengrass, Christopher Rouse  / Elenco: Matt Damon, Tommy Lee Jones, Julia Stiles, Vincent Cassel, Alicia Vikander / Sinopse: Após roubar dados sigilosos da CIA (a agência de inteligência dos Estados Unidos) Nicky Parsons (Julia Stiles) decide se encontrar com Jason Bourne (Damon) na Grécia, em meio aos protestos violentos que acontecem no país. Ao mesmo tempo o diretor da CIA, Robert Dewey (Tommy Lee Jones) decide colocar dois de seus melhores agentes para localizar e destruir Bourne e sua amiga. 
    
Pablo Aluísio. 

The Remains

Conferi esse novo filme de terror chamado "The Remains". É a tal coisa, muitas vezes o filme até que se mostra interessante, com alguns bons sustos. O problema é que o roteiro é muito derivativo, recriando praticamente sempre as mesmas situações. Provavelmente se você costuma assistir a filmes de terror, principalmente àqueles que exploram velhas casas assombradas, ficará com a sensação de já ter visto tudo isso antes. Uma boa estória nem sempre precisa ser contada mil vezes. Assim o que temos basicamente na trama do filme é o seguinte: uma família americana (tipicamente americana, como sempre acontece nesse tipo de produção!) acaba comprando uma velha casa do século XIX. O lugar é grande, até bonito, mas precisando de algumas reformas. O preço porém se mostra muito abaixo do mercado. O que poderia explicar isso?

O novo comprador não sabe, mas no passado o lugar foi palco de uma série de mortes inexplicáveis. Na residência funcionava um atelier de atendimento de uma médium, uma mulher que alegava ter poderes paranormais que a fazia entrar em contato com o mundo dos mortos. Um casal, desesperado pelo desaparecimento de sua filha, a procura e acaba descobrindo que a menina está realmente morta, vítima de um crime brutal. Durante uma sessão de espiritismo algo porém sai do controle, sendo invocado uma velha presença espiritual muito maligna que acaba trazendo uma tragédia para todas aquelas pessoas. Cem anos depois a propriedade vai parar nas mãos de uma nova família. A mãe morreu e o pai tenta criar seus três filhos (incluindo uma adolescente revoltada, típica da idade) no meio daquele velho casarão. Como se não bastasse o luto e o trauma da morte de sua esposa ele ainda precisa lidar com fenômenos cada vez mais estranhos, que vão acabar desembocando em algo extremamente sinistro e perigoso. A partir desse ponto você já sabe o que virá pela frente: acontecimentos poltergeist, possessões demoníacos e todo o menu que já conhecemos tão bem. O filme é bem realizado, tem alguns momentos realmente bons, mas como já escrevi sofre mesmo pela falta de novidades. É um claro sintoma de saturação pelo qual passa o gênero terror ultimamente.

The Remains (The Remains, EUA, 2016) Direção: Thomas Della Bella / Roteiro: Thomas Della Bella / Elenco: Todd Lowe, Brooke Butler, Lisa Brenner / Sinopse: Uma família (pai viúvo e três filhos) compra uma velha casa vitoriana por um preço muito bom, bem abaixo do mercado. O que eles nem desconfiam é que o lugar foi palco de mortes horríveis no passado e segue sendo assombrado por espíritos demoníacos.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de agosto de 2016

Batman: A Piada Mortal

A famosa Graphic Novel escrita por Alan Moore finalmente foi adaptada para as telas, não com atores em carne e osso como foi especulado, mas sim nessa nova animação da DC / Warner que foi lançada recentemente nos EUA. Os roteiristas porém precisaram encaixar uma introdução (de mais ou menos 20 minutos) para dar uma maior duração ao filme. A razão é simples de explicar: a novel original só tinha 50 páginas, insuficiente para uma adaptação em longa-metragem. Assim criou-se essa pequena encheção de linguiça no começo que não acrescenta nada, mas que também não aborrece. Na verdade o enredo original de "A Piada Mortal" só começa mesmo quando o Batman vai até o asilo Arkham para um encontro com o Joker (Coringa). Chegando em sua cela descobre que o vilão não está lá, mas sim um sósia. Pior do que isso, o Coringa de volta às ruas vai atrás do comissário Gordon e sua filha Bárbara (a Batgirl) para vingar sua prisão. Assim que os encontra atira primeiro na garota, à queima roupa, a deixando paralítica para sempre (sim, essa Graphic Novel não foi feita para crianças!). Depois leva Gordon para seu parque de diversões particular, um lugar sinistro, há muito desativado, com brinquedos quebrados, enferrujados e caindo aos pedaços. Sua intenção é torturar o velho policial para que ele enlouqueça literalmente... E é lá que o psicopata e Batman finalmente se enfrentam em um duelo mortal (ou quase isso!). Nem precisa dizer que de todas as recentes animações lançadas pela DC Comics em DVD essa foi a que maior causou repercussão entre os fãs do super-herói. Isso por causa do material que lhe deu origem. Alan Moore é um mito para os leitores de quadrinhos e qualquer lançamento que leve seu nome realmente chama muito a atenção.

Aqui temos uma prova de como ele realmente fez diferença. Em uma trama que poderia soar até banal, Moore construiu as origens do Coringa, o mostrando como um comediante fracassado, com esposa esperando filho para breve. Morando em um apartamento minúsculo ele começa a ver sua vida e seus sonhos ruírem. Desesperado em busca de dinheiro ele resolve participar de um golpe, um assalto a uma indústria química onde trabalhou no passado e tudo acaba dando errado. "Um dia ruim pode mudar sua vida para sempre!" - como ele bem resume a situação. Eu confesso que gostei do resultado, embora tenha torcido o nariz para os vinte minutos iniciais (que como eu disse inexistem na Graphic Novel). Há um encontro (inclusive de teor sexual, imagine você!) entre Batman e Batgirl que me pareceu muito gratuito e fora de lugar. No mais, tirando esse deslize, a animação segue à risca o que Moore escreveu na década de 1980, com direito até mesmo a diálogos retirados diretamente da publicação original (palavra por palavra). Então é isso, no geral é uma boa dica - só não vá passar a animação para seu filho pequeno já que o material é violento, com teor adulto (há até um estupro envolvido) e não é recomendado para crianças com menos de 14 anos de idade.

Batman: A Piada Mortal (Batman: The Killing Joke, Estados Unidos, 2016) Direção: Sam Liu / Roteiro: Brian Azzarello, baseado nas obras de Alan Moore e Bob Kane / Elenco (vozes): Kevin Conroy, Mark Hamill, Tara Strong / Sinopse: O vilão Coringa (Mark Hamill) foge do asilo Arkham e parte para a vingança contra Batman, Batgirl e o Comissário Gordon, enquanto parte de sua trágica vida é recontada através de flashbacks.

Pablo Aluísio.

Três Homens em Conflito

Certamente é um dos melhores filmes de Sergio Leone. Também foi aquele que marcou sua despedida ao lado de Clint Eastwood. Seus méritos cinematográficos porém não se limitam a isso. Para muitos críticos americanos essa produção marcou também o auge do chamado Spaghetti Western em sua história. A verdade é que o faroeste italiano havia realmente chegado em um pico de criatividade e originalidade que muitos sequer poderiam acreditar. Leone foi o melhor representante desse momento de ouro para o estilo. Além do mais, verdade seja dita, "Três Homens em Conflito" não deixava mesmo nada a dever em relação ao western "Made in USA" da época. Com ótima produção - mostrando riqueza de detalhes em cenários, locações, fotografia e figurinos - o filme ainda apresentava um roteiro muito engenhoso que, a despeito de contar um enredo simples, conseguia prender a atenção do espectador do começo ao fim, mesmo tendo quase três horas de duração!. Nunca chegava a ser cansativo e apresentava uma sucessão de cenas realmente memoráveis. Talvez, olhando em retrospectiva, esse seja o melhor filme de Sergio Leone, só sendo equiparado pelo clássico absoluto "Era uma Vez no Oeste" rodado dois anos depois. Ali Leone realmente chegava na perfeição em termos puramente estilísticos e de linguagem.

O enredo do filme é auto explicativo em seu próprio título. Embora o título nacional seja adequado, é interessante chamar a atenção para seu título original que em nossa língua significa "O Bom, O Mau e o Feio". O "bom" é o pistoleiro sem nome interpretado por Clint Eastwood. Na verdade ele não é um mocinho tradicional. Vive de golpes dados ao lado do "feio" interpretado brilhantemente por Eli Wallach, esse sim um patife sem salvação. Procurado por várias cidades do velho oeste ele finge ser capturado por Clint para com ele dividir depois o dinheiro da recompensa. Já o "mau" Lee Van Cleef entra em cena quando descobre haver um carregamento de moedas de ouro que foi enterrado por um soldado confederado. O tesouro está lá, só é necessário saber onde! O personagem de Wallach sabe o cemitério onde estão enterrados os sacos com moedas de ouro no valor de 200 mil dólares e o pistoleiro sem nome de Eastwood sabe qual é a cova onde se deve cavar. Como três homens que não se confiam vão chegar no lugar certo sem antes se matarem em duelo? Em cima desse jogo de xadrez Leone tece sua obra. Além disso o que podemos dizer da épica e inesquecível trilha sonora composta por Ennio Morricone? Provavelmente seja um dos temas mais famosos já compostos para o cinema. A conclusão de tudo é uma só: esse é um faroeste essencial em sua coleção, um dos melhores já realizados. Tudo o que havia a consertar e melhorar em filmes anteriores como "Por um Punhado de Dólares" e "Por uns Dólares a mais" foi aprimorado nesse filme. Obra prima desse gênio da sétima arte chamado Sergio Leone.

Três Homens em Conflito (Il buono, il brutto, il cattivo, Itália, Espanha, Alemanha Ocidental, 1966) Direção: Sergio Leone / Roteiro: Luciano Vincenzoni, Sergio Leone / Elenco: Clint Eastwood, Eli Wallach, Lee Van Cleef  / Sinopse: Três pistoleiros, durante a guerra civil americana, disputam a localização e a posse de uma fortuna em moedas de ouro enterrada em um cemitério confederado. Filme indicado ao Laurel Awards na categoria de Melhor Ator (Clint Eastwood).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A Escuridão

Uma família vai até o Grand Canyon para fazer turismo. Uma vez lá o garoto Michael (David Mazouz) acaba encontrando algumas pedras antigas, provavelmente de origem indígena. Sem pensar muito sobre o que descobriu acaba levando elas para casa. Seu pai Peter Taylor (Kevin Bacon) e sua mãe Bronny (Radha Mitchell) logo percebem que há algo de errado. Barulhos, sombras e um ataque na cama da irmã de Michael mostram que a casa está assombrada por alguma força maligna e sinistra que eles não conseguem compreender. "The Darkness" é um novo filme de terror que está chegando ao mercado. O roteiro é até interessante porque foge um pouco do lugar comum. O pequeno Michael sofre de autismo e conforme somos informados durante o filme ele acaba se tornando um imã para espíritos perdidos e torturados.

Na verdade o garoto leva para casa sem saber antigas pedras rituais, usadas para aprisionar espíritos indígenas pertencentes a uma antiga civilização chamada Anastasi. Esse era um povo místico e muito espiritualizado que sumiu sem deixar rastros ou explicações. Quando essas pedras sagradas são levadas pelo jovem para sua casa os problemas começam a surgir. O filme me lembrou em alguns momentos do clássico "Poltergeist", isso porque tal como acontecia naquela produção aqui também temos assombrações com ligações nativas, dos antigos povos que povoaram a América antes da chegada dos colonizadores. É uma outra pegada, um outro tipo de espiritualidade. Dito isso, é verdade também que os roteiristas poderiam aproveitar melhor o tema. Alguns sustos são clichês e a cena final, o clímax, deixa um pouco a desejar. Os efeitos especiais e os sustos são, de certa maneira, econômicos, nada de muito exagerado ou impressionante. No geral vale por fugir um pouco do que estamos acostumados a ver, embora, como escrevi, pelo potencial poderia ser bem melhor.

A Escuridão (The Darkness, Estados Unidos, 2016) Direção: Greg McLean / Roteiro: Shayne Armstrong, Shane Krause / Elenco: Kevin Bacon, Radha Mitchell, David Mazouz / Sinopse: Uma família passa a ser assombrada por espíritos malignos antigos pertencentes à antiga civilização Anastasi. Para ajudá-los nessa verdadeira batalha espiritual eles resolvem contactar uma velha curandeira mexicana que promete limpar sua casa do mal que lá se instalou.

Pablo Aluísio.