terça-feira, 8 de outubro de 2013

Sem Proteção

Mesmo aos 77 anos de idade o ator Robert Redford está em plena forma. Uma prova disso é esse ótimo filme "Sem Proteção" que apesar de ter sido lançado sem maiores repercussões de público e crítica no ano passado demonstra sem muito esforço que Redford ainda está em pleno auge criativo. A direção é do próprio ator que corajosamente faz uma pequena crítica aos liberais de seu tempo. Durante a década de 1960 o movimento contra a guerra do Vietnã explodiu no país. Os manifestantes eram em sua maioria jovens universitários que usaram sua liberdade de pensamento para se posicionarem contra a política externa americana, que enviava jovens como eles para morrerem e desaparecerem nas selvas do sudeste asiático. Alguns membros desses movimentos acabaram adotando uma linha mais radical o que acabou levando vários deles para a clandestinidade, muitos deles inclusive acusados de crimes e procurados pelo FBI. Esse é o caso de Nick Sloan (Robert Redford). Ele fez parte de um grupo extremamente radical nos anos 60. Após a morte de um guarda de banco se tornou foragido pois o FBI o acusou de participação no crime. Sloan porém consegue escapar e fica por longos trinta anos escondido da justiça. Ele adota outra identidade e se faz passar por um advogado de nome Jim Grant.

Seu disfarce porém cai quando uma antiga colega de lutas revolucionárias, Sharon Solarz (Susan Sarandon), é localizada e presa pelo FBI. Viúvo e pai de uma pequena garota, Sloan tenta então fugir de todas as formas de seu passado para encontrar uma pessoa que poderá provar sua inocência. Não vai ser fácil pois um jornalista investigador, Ben Shepard (Shia LaBeouf) também está em seu encalço. O roteiro de "The Company You Keep" é bem acima da média do que se vê atualmente dentro do cinema americano. Redford lida muito bem com seus personagens, todos já velhos e cansados, tendo que lidar com atos impensados cometidos em suas juventudes. A ideia de viver fugindo do FBI por tanto tempo, assumindo disfarces e identidades falsas acaba cobrando um preço muito grande de todos aqueles antigos radicais do movimento. E o curioso é que Redford faz um mea culpa muito elegante e inteligente sobre as posições radicais de sua geração, mostrando que muitas vezes a falta de experiência e a postura radical típicas da juventude podem prejudicar seriamente a vida das pessoas no futuro. Pena que o texto não abra maior espaço para esse debate preferindo a partir de determinado momento mostrar apenas a luta de Sloan (Redford) para escapar das mãos do FBI. Mesmo assim se trata realmente de um excelente thriller que merece ser assistido.

Sem Proteção (The Company You Keep, Estados Unidos, 2012) Direção: Robert Redford / Roteiro: Lem Dobbs baseado no livro escrito por Neil Gordon / Sinopse: Robert Redford, Susan Sarandon, Shia LaBeouf, Nick Nolte, Julie Christie, Stanley Tucci / Sinopse: Trinta anos depois de escapar do FBI um antigo membro de uma ala radical de luta contra a guerra do Vietnã é finalmente encontrado. Tentando fugir de todas as formas ele parte em busca de uma antiga colega do movimento que poderá provar finalmente sua inocência em um crime de assassinato ao qual é acusado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Alice no País das Maravilhas

Eu gostaria de dizer algo melhor sobre "Alice" de Tim Burton, até porque o filme reúne três personalidades de que gosto bastante. A começar pelo próprio Tim Burton que com seu estilo único já deu aos cinéfilos grandes alegrias nas salas de cinema mundo afora. O ator Johnny Depp também está aqui. Acompanho Depp desde o comecinho de sua carreira quando ele ainda era um jovem interpretando um policial na série "Anjos da Lei". Sempre o achei um ator muito corajoso que recusou se tornar um ídolo adolescente para realizar uma série de filmes ousados e fora do comum. Por fim temos a obra de Lewis Carroll, um autor realmente maravilhoso que conseguiu com "Alice" algo bem raro no mundo da literatura pois uniu uma escrita elegante e sofisticada, inteligente acima de tudo, com o universo infantil. Não é por menos que seu livro se tornou um verdadeiro clássico. Infelizmente mesmo com todos os ingredientes presentes algo deu muito errado nessa mistura. O que era para ser uma fusão de pequenas pitadas de talento desandou completamente. O que sobrou foi nada mais, nada menos do que um tempero ardente, exagerado, completamente kitsch.

Claro que expor os problemas e defeitos de "Alice no País das Maravilhas" na visão de Tim Burton soa hoje como algo sem maior importância. Isso porque o filme foi um tremendo, enorme e espetacular sucesso de bilheteria em seu lançamento. A produção arrecadou mais de um bilhão de dólares! É um número realmente fantástico que muito provavelmente jamais será repetido na carreira de todos os envolvidos. É muito curioso que artistas que tinham a fama de serem tão cults como Depp e Burton tenham se tornado o símbolo máximo do cinema comercial com esse "Alice". O que antes era considerado estranho, bizarro nos filmes de Burton virou algo queridinho pelas grandes massas! É uma metamorfose complicada de explicar pois basta assistir ao filme para perceber que no fundo Tim Burton continua o mesmo esquisitão de sempre, só que agora ele virou um chiclete de consumo popular. Em minha visão o filme não é nada bom, nem como produto cinematográfico e nem muito menos como adaptação da obra de Lewis Carroll. O livro original aliás parece tão distante do que vemos na tela como os delírios da Alice do mundo real. Pouca coisa funciona, já que Johnny Depp interpreta o chapeleiro maluco e por essa razão sua participação é ampliada ao máximo no enredo, em detrimento do que tínhamos no livro original. "Alice" não convence e não agrada mas seu sucesso fora do comum certamente faz com que seus defeitos sejam certamente completamente ignorados.

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, Estados Unidos, 2010) Direção: Tim Burton / Roteiro: Linda Woolverton, na obra de Lewis Carroll / Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter / Sinopse: Alice é uma garota de 19 anos que retorna para o mundo onde viveu as grandes aventuras de sua infância.

Pablo Aluísio.

48 Horas

Título no Brasil: 48 Horas
Título Original: 48 Hrs
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: Roger Spottiswoode, Walter Hill
Elenco: Nick Nolte, Eddie Murphy, Annette O'Toole

Sinopse: 
Jack Cates (Nick Nolte) é um tira durão que tem 48 horas para contar com a ajuda do criminoso Reggie Hammond (Eddie Murphy) com o objetivo de capturar um assassino perigoso. A convivência entre o policial branco austero e o marginal negro malandro, dará origem a inúmeras aventuras enquanto ambos tentam achar o paradeiro do bandido procurado.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme da carreira de Eddie Murphy. Na época ele era apenas um promissor comediante do programa Saturday Night Live. O diretor Walter Hill resolveu apostar no ator após ver mais uma de suas engraçadas cenas no mais popular programa de humor dos Estados Unidos. Foi um acerto e tanto para Murphy pois o filme é realmente muito bom, um eficiente filme policial com muita ação e doses exatas de bom humor (afinal com Murphy em cena não poderia ser diferente). Essa fórmula inclusive seria lapidada e aprimorada depois no grande sucesso de Murphy nos cinemas, a franquia "Um Tira da Pesada". Afinal se formos comparar veremos bem que esse "48 Horas" é na verdade um ensaio do que viria depois na carreira do ator. Aqui ele já demonstra todo o seu talento, inclusive para improvisações, aliado a um roteiro esperto e cheio de cenas de ação bem feitas. O sucesso de bilheteria inclusive fez com que a Paramount entendesse que tinha um novo astro em suas mãos. Um contrato milionário foi fechado e Murphy deu adeus aos programas de humor da televisão. Nos anos que viriam ele cumpriria a promessa se tornando um dos grandes campeões de bilheteria do cinema americano. É curioso rever "48 Horas" hoje em dia pode você claramente vai notar que embora o humor esteja lá ele é bem mais amenizado do que nos filmes posteriores de Murphy. O diretor não soltou tanto o comediante como ele poderia ser. De qualquer maneira era o começo de uma carreira cinematográfica das mais bem sucedidas do ponto de vista comercial. E pensar que tudo começou aqui, em apenas 48 horas!

Pablo Aluísio.

Sharknado

O mau gosto do povo americano é bem conhecido. Basta ouvir a música e agora também (lamento dizer) os filmes que andam fazendo sucesso por lá para perceber bem isso. O exemplo mais perfeito disso é esse horrendo "Sharknado" que fez tanto sucesso na terra do Tio Sam que acabou virando notícia de telejornal. Quem diria... Quem ainda não viu se considere felizardo pois pouca coisa boa se tem a dizer desse "trash proposital". Sim, porque a intenção da produtora Asylum é desde sua fundação criar uma série de filmes assumidamente e propositalmente trashs. Não é como nos anos 70 e 80 em que as produções eram ruins mesmo por incompetência de seus realizadores (o que tornava tudo mais divertido) mas sim porque os produtores aqui querem mesmo fazer um filme ruim atrás do outro. Olhando sob esse ponto de vista "Sharknado" é um lixo (usando esse termo no mal sentido mesmo, não se enganem). O próprio título dessa bizarrice já diz tudo pois é uma palavra formada da fusão entre Shark (tubarão) e Tornado (furacões em geral, bem comuns na Flórida e Luisiana - e não na Califórnia como é mostrado no filme).

Pois bem, como se pode perceber podemos resumir o roteiro de "Sharknado" em duas linhas. Um tornado devastador vem em direção da costa da Califórnia e traz dentro dele uma leva enorme de tubarões sanguinários que em pouco tempo estarão pelas ruas das cidades devorando cidadãos distraídos. A coisa toda funciona mais ou menos assim, o sujeito vem andando pela rua, numa boa, assoviando quando de repente... vum... vem um tubarão voando pelos ares para comer sua cabeça! Fala sério... Essa "belezinha" da sétima arte foi exibida nos EUA pelo canal Syfy que também produz o filme. Foi um fenomenal sucesso de audiência a ponto da CNN divulgar que os EUA parou na noite de sua exibição! Até o presidente Obama saiu elogiando, dizendo que havia assistido "Sharknado" na noite anterior na Casa Branca (pelo visto não é à toa que a economia americana está indo pelo ralo, levando o país a uma paralização completa de seus serviços públicos). No final de toda essa palhaçada chegamos na seguinte conclusão: "Sharknado" só funciona mesmo como piada de salão porque como filme em si é ruim de doer.

Sharknado (Sharknado, Estados Unidos, 2013) Direção: Anthony C. Ferrante / Roteiro: Thunder Levin / Elenco: Ian Ziering, Tara Reid, John Heard / Sinopse: Um tornado de proporções épicas traz dentro de si uma avalanche de tubarões famintos que começam a literalmente "chover" em uma grande cidade americana da costa oeste.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de outubro de 2013

Lovelace

Linda (Amanda Seyfried) é uma garota normal, filha de uma dona de casa e um ex-policial. A mãe, muito católica, procura sempre deixar sua filha dentro dos padrões de sua religião. A garota não é rebelde mas se rende aos seus anseios em busca de festas e diversão. Sua vida muda quando conhece Chuck (Peter Sarsgaard), um homem mais velho, viciado em drogas e envolvido no ramo da prostituição. Ele quer fazer dinheiro rápido e a oportunidade surge em Nova Iorque. Um produtor independente e um diretor sem muita experiência decidem rodar aquele que seria um dos primeiros filmes pornográficos nos EUA. Nada de erotismo soft mas sim sexo explícito da pesada. Linda, que adota o nome Lovelace, parece ser a escolha ideal para estrelar esse pornô pioneiro. Chamado de "Garganta Profunda" a produção se tornaria um fenômeno de popularidade, arrecadando algo em torno de 600 milhões de dólares! Já Linda levaria apenas mil dólares por sua participação, o que demonstra que apesar do sucesso foi uma péssima ideia para ela. Depois da explosão comercial do filme Linda virou uma celebridade, se tornando alvo de inúmeras polêmicas. O roteiro explora bastante esse aspecto da vida da atriz. Seu já então marido Chuck nem se importava mais em explorá-la das maneiras mais vis, inclusive a jogando na prostituição pura e simples. Cansada de tudo, ela tenta, de todas as formas, se livrar de sua dominação.

Como se pode ver foi uma vida intensa, que trilhou pelos piores becos do submundo até a volta por cima. Muitos poderiam dizer que essa biografia da atriz nas telas teria um cunho obviamente moralista demais. Não penso assim. "Lovelace" não faz julgamentos, apenas conta a história baseada no ponto de vista de Linda, que contou sua história em uma autobiografia de sucesso. Já olhando sob o aspecto puramente cinematográfico o que podemos concluir dessa produção é que se trata de um filme de narrativa bem convencional, sem maiores surpresas. A atriz Amanda Seyfried que construiu toda a sua carreira em comédias românticas e filmes até, digamos, bobinhos, mostra coragem ao se entregar ao seu papel sem medo. Encara até ousadas cenas de nudez sem problemas. A reconstituição de época também é bem realizada, lembrando inclusive de outros filmes que focaram suas lentes para essa época, começo da década de 1970, quando os primeiros pornôs de divulgação comercial começaram a surgir nos cinemas americanos. 'Lovelace" trata de uma história curiosa, que merece ser conhecida, principalmente por cinéfilos. O conteúdo é, como disse, interessante embora o filme em si seja dos mais convencionais.

Lovelace (Lovelace, Estados Unidos, 2013) Direção: Rob Epstein, Jeffrey Friedman / Roteiro: Andy Bellin / Elenco: Amanda Seyfried, James Franco, Peter Sarsgaard / Sinopse: Cinebiografia da atriz pornô Linda Lovelace que estrelou um dos mais famosos filmes adultos da indústria americana, "Garganta Profunda".

Pablo Aluísio.

Menina Má.com

A pedofilia é uma triste realidade da sociedade atual. Praticamente todos os dias os noticiários policiais mostram casos envolvendo pessoas nesse tipo de crime sexual. O mais curioso é que esse é um tipo de comportamento que tem encontrado espaço em todos os setores, em todas as camadas sociais, independente de status social ou do nível educacional. Essa produção muito interessante chamada "Menina má.com" se destaca por inverter as regras do jogo. Na trama a talentosa Ellen Page interpreta a garota  Hayley Stark. Ela é o paradigma do alvo de pedófilos de plantão. Adolescente, 14 anos, bonita e esperta, com ótimo papo, mostrando todo o tempo uma grande desenvoltura. E é justamente isso que procura o pedófilo Jeff Kohlver (Patrick Wilson), um fotógrafo obcecado por teenagers. Ele conhece Hayley na net e marca um encontro com ela. O que poderia ser apenas um roteiro rotineiro e mergulhado em clichês vira a relação de cabeça para baixo pois em pouco tempo quem realmente fica em apuros não é a jovem adolescente, mas sim o pedófilo, que cai nos jogos de tortura (física e psicológica) da garota.

A menina, apesar de seu olhar muitas vezes inocente e terno, é na verdade uma maníaca sádica que colocará o fotógrafo na posição de torturado e abusado. Quando foi lançado "Menina má.com" causou uma certa perplexidade na crítica por causa do tratamento pouco convencional sobre o tema. O filme de maneira muito inteligente, brinca com alguns clichês de Hollywood para trazer algo de novo nesse estilo de produção. Vendo sobre esse prisma o grande destaque vai mesmo para Ellen Page, uma atriz jovem que sempre surpreende. Assim fica a dica desse suspense com toques de sadismo que certamente vai agradar aos fãs do gênero.

Menina Má.com (Hard Candy, Estados Unidos, Canadá, 2005) Direção: David Slade / Roteiro: Brian Nelson / Elenco: Patrick Wilson, Ellen Page, Sandra Oh / Sinopse: Pedófilo (Wilson) marca encontro com jovem adolescente (Page) mas quem acaba se dando muito mal é ele mesmo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Maldita Sorte

Charlie Logan é um garoto de dez anos que se recusa a beijar uma amiguinha durante aquele típico jogo de adolescentes chamado joguinho da garrafa, onde um casco de refrigerante é girado sobre uma mesa e o participante deve beijar a garota que estiver na direção da garrafa quando essa parar. A questão é que a menina se sente ofendida com isso e acaba jogando uma espécie de feitiço em Charlie. Obviamente que algo assim não será levado à sério por um garoto mas os anos passam e ele começa a perceber que tudo dá errado em seus relacionamentos amorosos. As garotas pelas quais se apaixona acabam lhe traindo, ficam noivas de outros homens logo em seguida e se casam, sem maiores explicações. É sempre a mesma coisa, com ele sempre ficando na mão em todas as ocasiões. Mesmo sendo uma brincadeira de criança será que a tal maldição realmente pegou em Charlie?

Ok, sinopse pra lá de bobinha, temos que admitir. Já é fato notório que as comédias românticas americanas passam por uma crise de criatividade enorme. Esse "Maldita Sorte" não foge muito disso a não ser por um detalhe bem interessante: o casal central, Dane Cook e Jessica Alba, estão pra lá de carismáticos. Mesmo com material abaixo da média, sem grandes atrativos, eles cativam o espectador. Ela surge na vida de Charlie (Cook) e ele acaba se convencendo de estar na presença finalmente de sua alma gêmea mas antes disso terá que fazer de tudo para quebrar o feitiço que lhe foi feito aos 10 anos. Dizem que primeira paixão é coisa de outro mundo, a pessoa jamais esquece - será realmente verdade? Se for, Cook estará mesmo em apuros aqui nesse filme. Eu assisti essa película em seu lançamento (não chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros pelo que me lembre) mas agora ganha uma nova chance pois será exibido pela Globo hoje à noite. Se você gosta de comédias românticas bobinhas mas simpáticas já tem programa para logo mais na TV aberta. Good Luck!

Maldita Sorte (Good Luck Chuck, Estados Unidos, 2007) Direção: Mark Helfrich / Roteiro: Mark Helfrich, Dane Cook / Elenco: Dane Cook, Jessica Alba, Dan Fogler, Ellia English, Sasha Pieterse, Lonny Ross / Sinopse: Charlie (Cook) não consegue se acertar com garota nenhuma em sua vida. Seria o efeito de uma maldição colocada nele quando era apenas um garoto de 10 anos?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Um Homem Contra Wall Street

Jim Baxford (Dominic Purcell) é um trabalhador comum, honesto e ciente de seus deveres. Trabalhando como agente de segurança numa empresa de transporte de valores ele não tem muito dinheiro mas também não passa por muitas dificuldades. Sua sorte muda porém quando sua esposa Rosie (Erin Karpluk) é diagnosticada com um tipo raro de câncer. Como nos EUA não existe saúde pública ele tem que se virar para bancar o tratamento. Para isso ele pretende usar o dinheiro que tem investido em um fundo em Wall Street, mas o problema é que sua corretora dá um golpe na praça e da noite para o dia ele fica sem um tostão. Desesperado tenta contratar um advogado (Eric Roberts) mas esse também lhe passa a perna em dez mil dólares, um dinheiro que conseguira emprestado com um colega de trabalho. Tudo começa a ir de mal a pior até que ele chega ao limite e resolve extrapolar toda a sua raiva contida em um acesso de fúria no principal endereço financeiro dos EUA, a própria Wall Street em Nova Iorque.

O roteiro desse filme "Assault on Wall Street" é completamente manipulador. Durante toda a projeção do filme vamos acompanhando a vida do personagem principal simplesmente desmoronar. São tantas as infelicidades e desgraças que o espectador começa então a torcer para que ele mande bala mesmo nos engravatados de Wall Street. Como se pode perceber o argumento é muito perigoso e moralmente muito condenável. O diretor Uwe Boll, que para muitos é considerado um dos piores do mundo, não mostra qualquer vergonha de seu maniqueísmo descontrolado. O que salva a projeção é a presença de atores interessantes. Erin Karpluk, a atriz que se destacou em "Being Erica" é um exemplo. Ela como sempre acaba roubando o show, muito embora seu papel não ajude muito. Mais impressionante é ver  Edward Furlong, o jovem de "Exterminador do Futuro 2" fazendo o colega de trabalho do personagem central. Envelhecido e muito abatido, não lembra em nada aquele garotão de cabelo emo que tanto sucesso fez na década de 90. Por fim Eric Roberts, o irmão de Julia Roberts, também surge em um visual que vai espantar muitos. O espanto inclusive será maior do que a mensagem equivocada que o texto desse filme tentará passar ao seu público.

Um Homem Contra Wall Street (Assault on Wall Street, Estados Unidos, 2013) Direção: Uwe Boll / Roteiro: Uwe Boll / Elenco: Dominic Purcell, Erin Karpluk, Edward Furlong, Eric Roberts / Sinopse: Homem trabalhador e honesto perde todo o seu dinheiro por causa da quebra de uma empresa de Wall Street. Inconformado e desesperado por precisar muito do que perdeu ele decide partir para um acerto de contas com todos os engravatados do centro econômico da América.

Pablo Aluísio.

Depois da Terra

Mais uma ficção com previsão sombria para a humanidade. Nesse futuro o nosso planeta já foi abandonado há séculos. O homem esgotou completamente os recursos naturais, só sobrando poluição, radiação e desolação na Terra. Em busca de outros lugares no universo para viver os seres humanos acabam encontrando um planeta distante com as condições ideais, só que uma raça alienígena não fica nada contente com a presença humana lá e cria diversas criaturas especializada em matar os terrestres invasores. Nessa luta um homem acaba se destacando, Cypher Raige (Will Smith), que tem um dom raro. Ele não sente medo diante desses monstros e por isso os consegue matar facilmente já que esses animais são cegos e só conseguem sentir a presença de humanos perto deles pelos hormônios liberados durante a sensação de stress e medo. Por ser um homem frio e distante Raige tem dificuldade em se relacionar com seus filhos. Por isso quando surge a chance de viajar ao lado de seu pai o jovem Kitai (Jaden Smith) vê uma boa oportunidade de se aproximar mais dele. No meio do caminho porém a nave em que viajam é atingida por uma chuva de asteroides. Tentando escapar da morte e com a espaçonave completamente avariada eles acabam parando em lugar desconhecido e proibido para os homens. É a própria Terra que agora renasce em busca de um novo recomeço para seu ecossistema!

"Depois da Terra" é um projeto em família. O roteiro foi baseado numa estória original concebida pelo próprio Will Smith. Sua ex-esposa, Jada Pinkett Smith, é uma das produtoras e o filme é estrelado pelo filho do casal, Jaden Smith. Mas o que mais chama atenção dos cinéfilos aqui nem é tanto a trupe familiar reunida mas sim a presença do cineasta M. Night Shyamalan. Após um começo promissor ele, que havia sido apontado como uma das esperanças do chamado cinema de autor da indústria americana,  foi decaindo cada vez mais até ser considerado por parte da critica como uma promessa que não se realizou completamente. Aqui Shyamalan tenta mais uma vez dar a volta por cima. Quem espera por algo parecido com seus bons filmes do passado porém provavelmente vai se decepcionar. "Depois da Terra" é certamente muito bem produzido, com ótima produção e efeitos digitais de ponta mas a despeito de tudo isso não há outra conclusão: o filme tem roteiro sem surpresas, muito convencional e totalmente enquadrado no que se espera de um filme 100% comercial. O filme aliás lembra várias produções de ficção famosas do passado e até outros mais recentes como "Tropas Estrelares" mas tudo fica no meio do caminho pois Will Smith parece ter se contentado em apenas realizar mais uma película de promoção para seu garoto, que ele insiste em transformar em astro. Sem querer estragar suas esperanças acho que esse Jaden Smith não tem muito futuro. O menino não tem carisma e é muito careteiro! Suas expressões faciais tentando passar apreensão ou medo nas cenas são ridículas. No final o que sobra de fato é apenas uma aventura espacial sem grandes arroubos de criatividade com enredo banal e cheio de clichês. Quem diria que o antes tão criativo M. Night Shyamalan fosse virar um mero diretor por encomenda como vemos aqui...

Depois da Terra (After Earth, Estados Unidos, 2013) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: Gary Whitta, Will Smith, M. Night Shyamalan / Elenco: Jaden Smith, Will Smith, David Denman / Sinopse: Pai e filho caem na Terra em um futuro onde a humanidade já deixou o planeta há séculos. Agora terão que sobreviver aos animais selvagens e à selva hostil.

Pablo Aluísio.

Cazuza: O Tempo Não Pára

Vamos falar um pouco de rock Brasil? Eu tive o privilégio de vivenciar o surgimento de todas essas bandas e cantores que fizeram parte de um dos momentos mais interessantes da música brasileira. Era a década de 80 e entre os mais populares ícones daquele geração estava Cazuza. A primeira vez que ouvi Cazuza foi através do disco nacional do Rock in Rio de 1985. Ele realmente foi um cantor de muitos recursos, que ia tão bem cantando rocks como outros gêneros musicais. Aliás uma das razões de sua saída do Barão Vermelho foi justamente essa, o grupo com Frejat à frente não queria abandonar o velho e bom rock e Cazuza queria alcançar picos bem mais altos, cantando MPB, Samba e tudo o que lhe agradasse. Infelizmente quando estava se sobressaindo, gravando excelentes canções de um rico repertório, sua vida chegou ao fim. Cazuza faleceu muito jovem e o Brasil todo acompanhou seu drama. Esse filme "Cazuza: O Tempo Não Pára" tentou assim capturar um pouco da essência desse artista tão popular em sua época.

Infelizmente uma pessoa com uma vida tão rica não poderia mesmo ser retratada de forma completa em um filme de poucos minutos. Isso é simplesmente impossível. No seu caso a situação fica ainda pior pois tive a oportunidade de ler o livro que inspirou a produção, o lírico e muito bonito "Só as Mães são Felizes" escrito pela mãe de Cazuza, Lucinha Araújo. O texto é emocionante pois no fundo é um depoimento sincero e aberto da mãe do cantor sobre seu relacionamento com o filho. Uma visão vista de dentro da vida familiar do cantor. Detalhes, passagens e fatos, por pura falta de tempo, foram ignorados aqui nesse filme. Mesmo assim, pelas limitações naturais do produto cinematográfico, não posso deixar de elogiar alguns aspectos dessa cinebiografia. A mais evidente de todas é o excelente trabalho de atuação do ator Daniel de Oliveira. Eu não o considero parecido fisicamente com Cazuza mas isso se torna um detalhe sem importância quando vemos seu total empenho em reproduzir em cena todos os menores maneirismos do cantor. Talvez fosse melhor que "Cazuza: O Tempo Não Pára" focasse apenas em um determinado evento específico da vida do músico, como fez a mais recente biografia nas telas de Renato Russo, "Somos Tão Jovens". Mesmo assim vale a recomendação. Cazuza certamente foi muito mais do que vemos nessa produção mas pela dignidade e honestidade desse filme não podemos deixar de recomendar para os fãs dele e da música de nosso país. 

Cazuza: O Tempo Não Pára (Idem, Brasil, 2004) Direção: Walter Carvalho, Sandra Werneck / Roteiro: Fernando Bonassi, baseado no livro de memórias de Lucinha Araújo / Elenco: Daniel de Oliveira, Marieta Severo, Reginaldo Faria / Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor Cazuza, ícone da geração do rock Brasil durante a década de 1980.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Martelo dos Deuses

O ano é 821. A ilha da Bretanha (futura Inglaterra) está dominada por guerras entre tribos rivais. Numa delas um grande rei está agonizando. No meio de uma luta feroz contra os saxões ele tem que decidir quem entre seus três filhos herdará o trono. O primogênito há muito se encontra desaparecido desde que rumou em direção à floresta negra. Para achá-lo e o trazer de volta o rei manda seu filho Steinar (Charlie Bewley) na perigosa missão. A jornada não será nada fácil uma vez que ele terá que atravessar vasto território controlado pelo inimigo. "Martelo dos Deuses" é uma produção inglesa que tem chamado a atenção dos que gostam de filmes de ação. A época enfocada não poderia ser melhor pois foi uma era de extrema violência e brutalidade, o que cai muito bem para os fãs desse tipo de produção. Embora o roteiro se apóie em um enredo até banal pode-se dizer que o resultado final agrada.

Não se trata de uma super produção, com milhares de figurantes ou algo parecido mas o diretor soube muito bem tirar proveito daquilo que tinha em mãos. A fotografia do filme é bonita, principalmente por ter sido rodado em parte na linda região montanhosa da Escócia. Não há nenhum grande nome no elenco, apenas o ator principal Charlie Bewley tem uma certa fama, principalmente por ter feito parte da "Saga Crepúsculo" e também por sua participação na série americana de sucesso "Diários de um Vampiro". Fora isso nada de grandes nomes no elenco. Esse é o primeiro filme do estreante diretor e roteirista Farren Blackburn, que é mais conhecido dos que gostam de séries pois ele já dirigiu muitos episódios de seriados americanos e ingleses. No geral "Martelo dos Deuses" não é nenhuma obra prima, passa bem longe disso, até porque algumas vezes tende a exagerar na violência gratuita mas isso de certa forma faz parte do jogo nesse tipo de película. Se você gosta de filmes medievais violentos pode ser uma boa opção.

Martelo dos Deuses (Hammer of the Gods, Inglaterra, 2013) Direção: Farren Blackburn / Roteiro: Matthew Read / Elenco: Charlie Bewley, Alexandra Dowling, Clive Standen / Sinopse: Um rei prestes a morrer incumbe seu filho a encontrar o primogênito, herdeiro natural do trono, para assumir seu lugar na luta contra os saxões numa Bretanha dominada pela violência e brutalidade.

Pablo Aluísio.

A Mexicana

Título no Brasil: A Mexicana
Titulo Original: The Mexican
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks Pictures
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: J.H. Wyman
Elenco: Brad Pitt, Julia Roberts, James Gandolfini, J.K. Simmons, Bob Balaban.

Sinopse: 
Um criminoso tem que ir ao México em busca de uma pistola rara e de grande valor para entregar ao seu chefe ao mesmo tempo em que tem que lidar com sua esposa que quer de todas as formas que ele abandone o mundo do crime de uma vez por todas.

Comentários:
Não curti nem um pouco. Vi no cinema e saí insatisfeito. Pitt e Roberts não convencem e não mostram paixão nenhuma na dela. Sobra para o James Gandolfini tentar salvar o filme, mas em vão. Ele não é santo milagreiro. A mistura de filme de ação com romance não combinou muito bem. Há claras falhas de ritmo, além de uma duração que soa muito excessiva, talvez pelo fato do enredo ser bem enfadonho. É a tal coisa, até gosto de forma em geral do cinema assinado pelo diretor Gore Verbinski. Aqui porém ele errou na mão. Não sei se foi a pressão dos astros (da dupla central formada por Pitt e Roberts) ou então por causa do estúdio (DreamWorks, de Steven Spielberg), mas o fato é que tudo é muito artificial. Nada convincente, nada marcante. É aquele tipo de filme que, apesar dos nomes envolvidos, muitos deles bem talentosos, não existe aquela fibra que encontramos em grandes filmes. No fundo tudo é um grande exercício de vazio.

Pablo Aluísio.

Bruno

O comediante Sacha Baron Cohen se especializou em interpretar papeis fictícios inseridos dentro da realidade, onde interage com pessoas que não sabem que estão fazendo parte de um filme. Foi assim em seu maior sucesso, “Borat” e volta a ser assim nesse “Bruno”. Aqui ele interpreta um homossexual louco para se tornar famoso. Espelhando-se no exemplo das celebridades que adora ele tenta de tudo para se tornar conhecido nos Estados Unidos. Para isso não se faz de rogado e adota uma criança negra na África (como fez Madonna e Angelina Jolie), tenta abraçar grandes causas como a paz no Oriente Médio (usando Bono do U2 como exemplo) e por fim busca o caminho para a heterossexualidade uma vez que ele entende que só alcançara o verdadeiro sucesso se deixar seu lado gay de lado para virar um hetero casca grossa (o que obviamente renderá as melhores cenas de todo o filme).

“Bruno” é uma comédia irregular. Há cenas hilariantes intercaladas com situações que não deram muito certo. O roteiro é ácido e muitas vezes bem inteligente mas cai no grotesco também em certos momentos. Uma das melhores piadas ocorre quando Bruno cita celebridades “heterossexuais” (assim mesmo entre aspas) como Tom Cruise, Kevin Spacey e John Travolta! Em sua forma de pensar ele deverá se tornar “hetero” também como eles para alcançar o sucesso. Quem conhece o mundo dos bastidores do cinema certamente vai rir da ironia inserida na piada. Outro momento divertido é quando Bruno tenta ser “convertido” para a heterossexualidade por um pastor evangélico fundamentalista americano. Impossível não rir do absurdo da situação e não lembrar do recente “Cura Gay” brasileiro aprovado em nosso Congresso! O humorista parece não ter freios, colocando sua própria segurança em risco quando interage, por exemplo, com um membro do Hamas ou quando entra em um rinque de MMA para dar um beijo de boca no namorado na frente de uma platéia de brutamontes que fica em fúria!  O filme diverte, não há como negar, apesar de muitas vezes apelar para o mau gosto extremo, mas pensando bem isso no final das contas também faz parte do show.

Bruno (Brüno, Estados Unidos, 2009) Direção: Larry Charles / Roteiro: Sacha Baron Cohen, Anthony Hines / Elenco: Sacha Baron Cohen, Gustaf Hammarsten, Clifford Bañagale / Sinopse: Bruno (Sacha Baron) é um homossexual que tem um sonho: se tornar famoso nos Estados Unidos. Para alcançar seu objetivo ele irá se espelhar no comportamento de seus ídolos de revistas de fofocas, o que dará origem a muitas confusões.

Pablo Aluísio.

Tudo Por Justiça

 Russell e seu irmão Rodney vivem numa cidade afetada pela crise econômica americana. Sem muitas oportunidades eles sonham ir embora em busca de uma vida melhor. O problema é que Russell acaba sendo atraído pelo cruel mundo do crime. Depois de cumprir sua pena, volta para as ruas mas tem que escolher entre manter sua liberdade ou arriscar tudo em busca de justiça para o que aconteceu ao seu irmão enquanto ele esteve atrás das grades.

Depois de encerrar com brilhantismo sua participação na trilogia "Batman", o ator Christian Bale está de volta às telas em novo projeto. Trata-se de "Out of the Furnace", produção que promete unir ação e drama em um thriller acima da média. Ao seu lado no elenco Zoe Saldana, Woody Harrelson, Willem Dafoe, Forest Whitaker e Casey Affleck. O filme mostra os esforços de um homem em encontrar o paradeiro de seu irmão, desaparecido misteriosamente. Data de estreia programada para dezembro de 2013 nos Estados Unidos.

Tudo Por Justiça (Out of the Furnace,  Estados Unidos, Inglaterra, 2013) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Brad Ingelsby, Scott Cooper / Elenco: Christian Bale, Casey Affleck, Zoe Saldana / Estúdio: Red Granite Pictures / Sinopse: Irmãos se unem para superar seus problemas, trilhando o caminho do mundo do crime para atingir seus objetivos.

Pablo Aluísio.

Os Estagiários

Dois quarentões, vendedores de relógio, são pegos na contramão da história. Acontece que com as novas tecnologias, os celulares, a internet, ninguém mais quer comprar relógios como os que eles vendem. Após sua empresa ser fechada eles tentam uma nova chance no mercado de trabalho. O mundo porém é outro. A bola da vez é das empresas de tecnologia, informática como a famosa Google. Assim eles, apesar da idade e de não entenderem nada de computadores, entram no programa de estágios da empresa, tentando quem sabe arranjar um novo lugar ao sol. O curioso é que o Google é diferente de tudo o que eles conheciam. É uma corporação que incentiva a criatividade, a imaginação e o senso de oportunidade. As instalações são coloridas, com brinquedos e atividades esportivas, uma nova realidade, uma nova forma de ver o corporativismo moderno.

Começa assim esse simpático e divertido "Os Estagiários". Obviamente o roteiro procura fazer humor do choque de gerações envolvendo caras em seus quarenta e tantos anos e a moçada jovem, que já nasceu inserida dentro da internet e das novas tecnologias que rondam nosso mundo. O fato é que dificilmente a dupla formada por Vince Vaughn e Owen Wilson realiza filmes ruins. Mesmo quando os roteiros não são lá grande coisa eles acabam salvando as produções com seus carismas. O mesmo acontece aqui. A piada inicial de "Os Estagiários" logo cai no lugar comum das comédias do circuito comercial americano mas no final tudo é salvo por causa de Owen e Vince. Claro que o enredo é completamente inverossímil, uma vez que uma dupla como essa jamais teria chance dentro do hiper competitivo mercado de tecnologia nos EUA mas o espectador deve deixar isso um pouco de lado e se divertir. Não é das comédias mais memoráveis que foram lançadas recentemente (o roteiro tem uma tonelada de clichês, por exemplo) mas se o espectador resolver dar uma colher de chá pode certamente vir a se divertir.

Os Estagiários (The Internship, Estados Unidos, 2013)  Direção: Shawn Levy / Roteiro: Vince Vaughn, Jared Stern / Elenco: Vince Vaughn, Owen Wilson, Rose Byrne / Sinopse: Dois quarentões resolvem se inscrever no programa de estágio do Google em busca de um novo recomeço em suas carreiras profissionais, o que dará origem a muitas confusões e choques de gerações.

Pablo Aluísio.