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sábado, 6 de janeiro de 2024

A Invenção de Hugo Cabret

Argumento e roteiro: O filme é baseado no livro "A Invenção de Hugo Cabret" cujo teor é nitidamente de realismo fantástico pois mistura personagens reais (como o diretor George Melies) em situações de ficção. Em termos de desenvolvimento temos aqui um começo um pouco cambaleante, quase caindo no chato, mas que conforme o filme avança melhora bastante. Talvez isso seja atribuído ao fato do roteiro não ter sido tão polido quanto a produção, essa sim rica e bonita. De qualquer forma não há maiores danos dessa falta de ritmo na terça parte inicial do filme pois logo ele consegue superar esse problema e finalmente encontra o tom certo conforme o filme avança..

Produção: A grande qualidade de "A Invenção de Hugo Cabret" é sua produção nota 10. Não é complicado de entender porque tiveram tanto capricho nesse aspecto do filme. Rodado para se tornar o primeiro projeto 3D do diretor Martin Scorsese o filme supervaloriza cada cena, cada cenário, cada ambiente, tudo ricamente desenvolvido chegando quase ao ponto da saturação, da poluição visual (são tantos os detalhes que o espectador simplesmente cansa de prestar atenção de tudo). Em resumo, uma produção de alto luxo e rica direção de arte.

Elenco: Aqui se destacam os veteranos Ben Kingsley (finalmente fazendo um personagem carismático depois de aparecer em alguns abacaxis por aí) e Christopher Lee (que consegue se destacar mesmo em um papel mínimo e mal desenvolvido pelo roteiro). Já o elenco infantil é de mediano para fraco, o que é um problema em um filme baseado nas peripécias dos guris. Achei o ator que faz o garoto Hugo (Asa Butterfield) sem carisma, quase beirando a antipatia. Não mostrou nada de muito especial em cena, sendo apenas correto. A garotinha Chloe Grace Moretz (que fez a vampirinha do remake "Deixe-me Entrar") se sai melhor mas como o papel dela é limitado não melhora muito sua situação.

Direção: Não é o tipo de filme que estamos acostumados a ver com Martin Scorsese. De fato, "Hugo" é seu filme mais singular. Em vista disso não consegui visualizar maiores marcas da presença do cineasta. A antiga maestria em extrair o melhor de seu elenco aqui está nitidamente atenuada, uma vez que o filme é baseado mesmo em alta tecnologia na criação de cenários e ambientes totalmente virtuais. De certa forma achei a direção mais modesta desde "Gangues de Nova Iorque".Espero que ele deixe de lado essa fase "George Lucas" para retornar aos bons e velhos filmes baseados em atuações e situações reais.

A Invenção de Hugo Cabret (Hugo, Estados Unidos, 2011) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: John Logan / Elenco: Ben Kingsley, Sacha Baron Cohen, Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ray Winstone, Emily Mortimer, Christopher Lee, Helen McCrory, Michael Stuhlbarg, Frances de la Tour / Sinopse: Garoto vive aventuras na estação de trem em Paris. Lá acaba conhecendo uma garotinha que irá lhe levar a ter uma outra perspectiva de vida.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Django Livre

Em “Bastardos Inglórios” Quentin Tarantino tentou revisitar, com muito bom humor, um dos mais populares gêneros do cinema da era de ouro, o dos filmes de guerra. Exagerado, over, beirando a paródia completa, “Bastardos Inglórios” dividiu opiniões, sendo odiado por uns e amado por outros. Embora seu desfecho fosse absurdo pelo menos era surpreendente, não há como negar. Agora é a vez do Western servir de alvo para as lentes de Tarantino. “Django Livre” se propõe a ser uma paródia do chamado Western Spaguetti, gênero que se tornou muito popular (inclusive no Brasil) na época de seu auge. A tônica dessas produções era o exagero das cenas de violência e o uso abusivo de trilhas marcantes e onipresentes em cada cena. Os roteiros passavam longe de ser grande coisa mas eram eficientes. Agora o cineasta Tarantino tenta trazer o espírito daquelas produções de volta às telas, tudo mesclado com seu inconfundível toque pessoal.

É curioso porque assim que o projeto foi anunciado esperei por um verdadeiro delírio por parte do diretor pois se o Spaguetti era uma paródia do western americano, o que esperar de uma paródia da paródia? Obviamente um exagero completo, um delírio absoluto! Mas não é isso o que acontece. “Django Livre” pode até mesmo ser considerado conservador em certos aspectos. Não há dúvidas que existem produções Spaguetti que são bem mais violentas ou ousadas que “Django Livre”. Nesse ponto Tarantino foi passado para trás. Assim sobra pouca coisa para se surpreender. Quem é fã do gênero, que acompanha filmes de faroeste com freqüência, simplesmente não vai se impressionar com nada no filme de Tarantino. Nem é ousado e nem surpreendente. Mesmo assim não é um produto ruim, longe disso, só é menos revolucionário do que se esperava (ou melhor dizendo, não é revolucionário em nada).

Um bom western? Sim, não há como negar. O melhor vem dos talentosos atores em cena. O elenco está muito bem, em especial Christopher Waltz e Leonardo DiCaprio. Jamie Foxx como Django não chega a empolgar e nem está tão intenso quanto era de se esperar. Spike Lee reclamou do retrato que foi feito da escravidão negra nos EUA mas sua posição é obviamente um exagero. Os negros aliás estão no centro da trama e o próprio Django é um bom protagonista para o público afrodescendente se identificar. Recentemente “Django Livre” venceu o Globo de Ouro de Melhor Roteiro mas depois de assistir ao filme achei o prêmio um pouco desmerecido. A trama é até banal, sem surpresas, e o filme tem inclusive um problema no último ato que se tornar desnecessário e constrangedor, para não dizer bobo! Os diálogos, que sempre foram a marca registrada do diretor, aqui estão bem escritos mas muito abaixo das outras obras da filmografia de Tarantino. São um pouco acima da média mas nada excepcionais. Além disso o desenrolar da estória é comum, ordinário. Tarantino parece que tremeu nas bases ao se envolver com a mitologia do western.

Ao invés de jogar as bases do gênero para o alto, como fez em “Bastardos Inglórios”, ele aqui não consegue em momento algum se desvincular das regras dos faroestes mais tradicionais. Até a divisão em três atos está de acordo com os dogmas do estilo. Tarantino não alça vôo em momento algum, prefere ficar no chão, ao lado das regras mais caras ao velho e bom western. Não se aproxima de sua tão falada desmistificação, pelo contrário, louva ao seu modo todos os fundamentos desse tipo de filme e se rende à tradição. Assim não vejo motivo algum para toda a badalação que está sendo feita em torno de “Django Livre” pois em essência ele se apresenta como um western dos mais tradicionais, sem qualquer marca mais relevante que o torne uma obra prima ou algo do gênero. Definitivamente não foi dessa vez que o cineasta maravilhou ou deixou surpreendidos os fãs de faroestes. Em conclusão temos aqui um bom western que sobressai pelo elenco inspirado. A trama é sem surpresas e o roteiro bem abaixo do esperado. Não é um filme ofensivo contra os negros, longe disso, e pode ser visto como bom passatempo, muito embora um corte mais bem cuidadoso em sua duração cairia bem. Deve ser conferido mas sem esperar nada grandioso.

Django Livre (Django Unchained, Estados Unidos, 2012) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino / Elenco: Jamie Foxx, Christopher Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Kurt Russell, Kerry Washington, Walton Goggins, James Remar, Don Johnson, Anthony LaPaglia, Tom Savini, James Russo. / Sinopse: King Schultz (Christoph Waltz) é um caçador de recompensas que se une a um escravo chamado Django (Jamie Foxx) para sair na caça de três irmãos que estão com a cabeça a prêmio. Depois do serviço concluído eles resolvem ir atrás da esposa de Django que agora se tornou propriedade de um cruel fazendeiro do sul chamado Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Se fazendo passar por traficantes de escravos eles tentarão resgatar a amada de Django.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Os 7 de Chicago

Título no Brasil: Os 7 de Chicago
Título Original: The Trial of the Chicago 7
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Dreamworks Pictures, Amblin Partners
Direção: Aaron Sorkin
Roteiro: Aaron Sorkin
Elenco: Frank Langella, Michael Keaton, Eddie Redmayne, Joseph Gordon-Levitt, Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong

Sinopse:
No final da década de 1960, um grupo de manifestantes contra a guerra do Vietnã entrou em violento confronto contra policiais nas ruas de Chicago. Embora fosse um movimento difuso, sem liderança central, vários supostos líderes foram presos. O filme mostra o julgamento dessas pessoas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Sacha Baron Cohen), melhor roteiro original, melhor edição, melhor direção de fotografia (Phedon Papamichael) e melhor música original ("Hear My Voice").

Comentários:

Outro filme que está concorrendo ao Oscar de melhor filme do ano. Tem certas semelhanças com "Judas e o Messias Negro", principalmente em relação ao tema e ao contexto histórico em que se passa sua história. O que os diferencia porém é que esse é um filme de tribunal, onde praticamente noventa por cento da história se passa em um longo e cansativo julgamento pelo qual passou os acusados. O grupo dos réus era formado por pessoas bem diferentes, desde um homem mais velho, já passado dos 50 anos de idade, até jovens hippies ao estilo "Maluco beleza" e um idealista universitário mais intelectualizado. O que os unia em comum era o fato de todos eles participarem de manifestações contra a guerra do Vietnã durante os anos 60. O roteiro denuncia o julgamento viciado ao qual foram submetidos. O juiz do caso (em mais uma excelente interpretação de Frank Langella) estava ali para condenar um a um deles, sem imparcialidade nenhuma. O ator Michael Keaton interpreta um ex-procurador geral da República que tenta ajudá-los, por saber que se tratava de uma cilada, um jogo sujo. Filme muito bom, com tema importante.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Django Livre

Em “Bastardos Inglórios” Quentin Tarantino tentou revisitar, com muito bom humor, um dos mais populares gêneros do cinema da era de ouro, o dos filmes de guerra. Exagerado, over, beirando a paródia completa, “Bastardos Inglórios” dividiu opiniões, sendo odiado por uns e amado por outros. Embora seu desfecho fosse absurdo pelo menos era surpreendente, não há como negar. Agora é a vez do Western servir de alvo para as lentes de Tarantino. “Django Livre” se propõe a ser uma paródia do chamado Western Spaguetti, gênero que se tornou muito popular (inclusive no Brasil) na época de seu auge. A tônica dessas produções era o exagero das cenas de violência e o uso abusivo de trilhas marcantes e onipresentes em cada cena. Os roteiros passavam longe de ser grande coisa mas eram eficientes. Agora o cineasta Tarantino tenta trazer o espírito daquelas produções de volta às telas, tudo mesclado com seu inconfundível toque pessoal.

É curioso porque assim que o projeto foi anunciado esperei por um verdadeiro delírio por parte do diretor pois se o Spaguetti era uma paródia do western americano, o que esperar de uma paródia da paródia? Obviamente um exagero completo, um delírio absoluto! Mas não é isso o que acontece. “Django Livre” pode até mesmo ser considerado conservador em certos aspectos. Não há dúvidas que existem produções Spaguetti que são bem mais violentas ou ousadas que “Django Livre”. Nesse ponto Tarantino foi passado para trás. Assim sobra pouca coisa para se surpreender. Quem é fã do gênero, que acompanha filmes de faroeste com freqüência, simplesmente não vai se impressionar com nada no filme de Tarantino. Nem é ousado e nem surpreendente. Mesmo assim não é um produto ruim, longe disso, só é menos revolucionário do que se esperava (ou melhor dizendo, não é revolucionário em nada).

Um bom western? Sim, não há como negar. O melhor vem dos talentosos atores em cena. O elenco está muito bem, em especial Christopher Waltz e Leonardo DiCaprio. Jamie Foxx como Django não chega a empolgar e nem está tão intenso quanto era de se esperar. Spike Lee reclamou do retrato que foi feito da escravidão negra nos EUA mas sua posição é obviamente um exagero. Os negros aliás estão no centro da trama e o próprio Django é um bom protagonista para o público afrodescendente se identificar. Recentemente “Django Livre” venceu o Globo de Ouro de Melhor Roteiro mas depois de assistir ao filme achei o prêmio um pouco desmerecido. A trama é até banal, sem surpresas, e o filme tem inclusive um problema no último ato que se tornar desnecessário e constrangedor, para não dizer bobo! Os diálogos, que sempre foram a marca registrada do diretor, aqui estão bem escritos mas muito abaixo das outras obras da filmografia de Tarantino. São um pouco acima da média mas nada excepcionais. Além disso o desenrolar da estória é comum, ordinário. Tarantino parece que tremeu nas bases ao se envolver com a mitologia do western.

Ao invés de jogar as bases do gênero para o alto, como fez em “Bastardos Inglórios”, ele aqui não consegue em momento algum se desvincular das regras dos faroestes mais tradicionais. Até a divisão em três atos está de acordo com os dogmas do estilo. Tarantino não alça vôo em momento algum, prefere ficar no chão, ao lado das regras mais caras ao velho e bom western. Não se aproxima de sua tão falada desmistificação, pelo contrário, louva ao seu modo todos os fundamentos desse tipo de filme e se rende à tradição. Assim não vejo motivo algum para toda a badalação que está sendo feita em torno de “Django Livre” pois em essência ele se apresenta como um western dos mais tradicionais, sem qualquer marca mais relevante que o torne uma obra prima ou algo do gênero. Definitivamente não foi dessa vez que o cineasta maravilhou ou deixou surpreendidos os fãs de faroestes. Em conclusão temos aqui um bom western que sobressai pelo elenco inspirado. A trama é sem surpresas e o roteiro bem abaixo do esperado. Não é um filme ofensivo contra os negros, longe disso, e pode ser visto como bom passatempo, muito embora um corte mais bem cuidadoso em sua duração cairia bem. Deve ser conferido mas sem esperar nada grandioso.

Django Livre (Django Unchained, EUA, 2012) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino / Elenco: Jamie Foxx, Christopher Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Kurt Russell, Kerry Washington, Walton Goggins, James Remar, Don Johnson, Anthony LaPaglia, Tom Savini, James Russo. / Sinopse: King Schultz (Christoph Waltz) é um caçador de recompensas que se une a um escravo chamado Django (Jamie Foxx) para sair na caça de três irmãos que estão com a cabeça a prêmio. Depois do serviço concluído eles resolvem ir atrás da esposa de Django que agora se tornou propriedade de um cruel fazendeiro do sul chamado Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Se fazendo passar por traficantes de escravos eles tentarão resgatar a amada de Django.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Alice Através do Espelho

Título no Brasil: Alice Através do Espelho
Título Original: Alice Through the Looking Glass
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: James Bobin
Roteiro:  Linda Woolverton
Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Sacha Baron Cohen, Alan Rickman

Sinopse:
Alice (Mia Wasikowska) agora é uma capitã de um grande navio que cruza os sete mares. Ela retorna a Londres e encontra problemas envolvendo sua mãe. Ela corre risco de perder sua própria casa, agora hipotecada. Ao entrar dentro de um espelho acaba sendo levada de volta ao país das maravilhas, onde reencontra seus antigos amigos e a rainha má Iracebeth (Helena Bonham Carter) que agora quer manipular o tempo em seu favor. Filme indicado ao Grammy Awards na categoria Melhor Música - trilha sonora ("Just Like Fire" de Pink).

Comentários:
Era mais do que previsível o lançamento dessa sequência de "Alice" de Tim Burton. O primeiro filme rendeu mais de um bilhão de dólares nas bilheterias, um sucesso comercial fabuloso. Assim a Disney jamais deixaria passar a oportunidade de lançar mais um filme. O roteiro adaptou outro livro de Lewis Carroll lançado em 1871 chamado "Alice Através do Espelho e o Que Ela Encontrou Por Lá". Tim Burton porém resolveu cair fora, deixando a direção, se concentrando apenas na produção. O novo diretor escolhido foi James Bobin de "Os Muppets". Feito com um orçamento de 170 milhões de dólares esse segundo filme de "Alice" acabou decepcionando nas bilheterias, para grande decepção da Disney. Esse fracasso comercial foi até merecido. Ao invés de adaptarem mais fielmente o livro de Lewis Carroll, a Disney resolveu apostar em um roteiro que para as crianças vai soar confuso demais, com viagens no tempo e conceitos que ficariam bem em um filme da série "De Volta Para o Futuro", mas não em um filme infantil como esse, com a adorável personagem Alice. Exageraram demais nas mudanças da história, nos efeitos especiais e na maquiagem. O que era simples e inteligente virou burro e exagerado. O que de certa forma funcionava bem no primeiro filme, aqui acabou soando muito desnecessário. A atriz  Mia Wasikowska continua muito carismática e simpática, mas ela não tem mais idade para a personagem. Johnny Depp está mais bizarro do que o normal, com estranhos efeitos de computação gráfica que o deixaram com olhos enormes e estranhos. A novidade em termos de elenco vem com a participação do comediante Sacha Baron como o "Tempo". Pena que no meio dessa confusão de estilos e tramas, ele não faça mesmo qualquer diferença.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Bruno

O comediante Sacha Baron Cohen se especializou em interpretar papeis fictícios inseridos dentro da realidade, onde interage com pessoas que não sabem que estão fazendo parte de um filme. Foi assim em seu maior sucesso, “Borat” e volta a ser assim nesse “Bruno”. Aqui ele interpreta um homossexual louco para se tornar famoso. Espelhando-se no exemplo das celebridades que adora ele tenta de tudo para se tornar conhecido nos Estados Unidos. Para isso não se faz de rogado e adota uma criança negra na África (como fez Madonna e Angelina Jolie), tenta abraçar grandes causas como a paz no Oriente Médio (usando Bono do U2 como exemplo) e por fim busca o caminho para a heterossexualidade uma vez que ele entende que só alcançara o verdadeiro sucesso se deixar seu lado gay de lado para virar um hetero casca grossa (o que obviamente renderá as melhores cenas de todo o filme).

“Bruno” é uma comédia irregular. Há cenas hilariantes intercaladas com situações que não deram muito certo. O roteiro é ácido e muitas vezes bem inteligente mas cai no grotesco também em certos momentos. Uma das melhores piadas ocorre quando Bruno cita celebridades “heterossexuais” (assim mesmo entre aspas) como Tom Cruise, Kevin Spacey e John Travolta! Em sua forma de pensar ele deverá se tornar “hetero” também como eles para alcançar o sucesso. Quem conhece o mundo dos bastidores do cinema certamente vai rir da ironia inserida na piada. Outro momento divertido é quando Bruno tenta ser “convertido” para a heterossexualidade por um pastor evangélico fundamentalista americano. Impossível não rir do absurdo da situação e não lembrar do recente “Cura Gay” brasileiro aprovado em nosso Congresso! O humorista parece não ter freios, colocando sua própria segurança em risco quando interage, por exemplo, com um membro do Hamas ou quando entra em um rinque de MMA para dar um beijo de boca no namorado na frente de uma platéia de brutamontes que fica em fúria!  O filme diverte, não há como negar, apesar de muitas vezes apelar para o mau gosto extremo, mas pensando bem isso no final das contas também faz parte do show.

Bruno (Brüno, Estados Unidos, 2009) Direção: Larry Charles / Roteiro: Sacha Baron Cohen, Anthony Hines / Elenco: Sacha Baron Cohen, Gustaf Hammarsten, Clifford Bañagale / Sinopse: Bruno (Sacha Baron) é um homossexual que tem um sonho: se tornar famoso nos Estados Unidos. Para alcançar seu objetivo ele irá se espelhar no comportamento de seus ídolos de revistas de fofocas, o que dará origem a muitas confusões.

Pablo Aluísio.