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sábado, 9 de janeiro de 2016

Religulous

Título Original: Religulous
Título no Brasil: Sem Título Definido
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Entertainment
Direção: Larry Charles
Roteiro: Larry Charles
Elenco: Bill Maher, Tal Bachman, Jonathan Boulden
  
Sinopse:
Documentário onde o comediante e ator Bill Maher, um ateu convicto, procura demonstrar o lado ridículo das religiões. Ao lado de uma pequena equipe de filmagem ele visita templos e igrejas, mostrando o lado histérico e monetarista dos evangélicos, a estranha história que deu origem à Igreja dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons), as loucuras da Cientologia e as contradições existentes entre a doutrina e a prática do Catolicismo Romano, tudo baseando-se em entrevistas de membros e ex-membros de todas essas vertentes religiosas. Documentário premiado pela Sitges - Catalonian International Film Festival na categoria de Melhor Filme de Não Ficção.

Comentários:
Se você estiver interessado em entender como funciona o modo de pensar de um ateu, uma boa dica é esse documentário americano dirigido pelo humorista de stand up Bill Maher. Católico de formação, ele resolveu deixar de acreditar em Deus após entender que tudo não passaria de uma invenção da mente humana. Para provar seu ponto de vista Bill e sua equipe resolveram percorrer os bastidores das mais populares religiões dos Estados Unidos. A proposta de Maher não é colocar um ponto final nesse polêmico assunto, mas sim mostrar o lado mais ridículo das igrejas americanas. Assim ele procura entrevistar líderes religiosos, seguidores e críticos das chamadas religiões institucionalizadas. Não deixa de ser interessante. Ao lado de um bem sucedido pastor ele se surpreende ao perceber que o tal sujeito defende a riqueza material como símbolo de bênção divina. Chega ao ponto de defender um Jesus histórico rico, cheio de posses e se vestindo com as melhores roupas de sua época. Depois conversa com ex-membros da Igreja Mórmon e expõe a estranha doutrina da religião que afirma que um americano chamado Joseph Smith teria sido visitado pelo próprio Jesus que o teria revelado ter estado na América antes da chegada do colonizador europeu, para pregar para judeus que viviam nas terras do novo continente. 

Depois fica pasmo ao saber que os Mórmons batizam pessoas mortas (como Hitler e Stálin) e que acreditam que Deus seria uma pessoa de 1,89 de altura vivendo em uma galáxia distante. Os cientologistas também não escapam da acidez de Maher, principalmente pelo fato de acreditarem que todos os seres humanos carregam ETs em seus próprios corpos e que são fruto de um Império Intergaláctico que já dura 80 trilhões de anos! O mais curioso é que o ex católico Bill Maher em seu documentário acabou encontrando as pessoas mais sensatas justamente em sua antiga religião. Ele bate um excelente papo com o astrônomo do Vaticano que tenta lhe explicar que religião e ciência podem sim andar juntas. Depois encontra um bem humorado padre na praça de São Pedro (um dos momentos mais divertidos do documentário). Em suma, embora teologicamente bem vazio (já que seu realizador não tem muito conhecimento dos assuntos que trata em seu filme), o documentário não deixa de ser divertido. Só não deixe de perceber que o texto é bem maniqueísta e em certos casos mal intencionado, sempre tentando retratar as pessoas religiosas como incultas ou estúpidas (a entrevista com o senador americano é bem óbvia nesse aspecto). Mesmo assim, tirando esses deslizes, até que não deixa de ser um programa interessante.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Bruno

O comediante Sacha Baron Cohen se especializou em interpretar papeis fictícios inseridos dentro da realidade, onde interage com pessoas que não sabem que estão fazendo parte de um filme. Foi assim em seu maior sucesso, “Borat” e volta a ser assim nesse “Bruno”. Aqui ele interpreta um homossexual louco para se tornar famoso. Espelhando-se no exemplo das celebridades que adora ele tenta de tudo para se tornar conhecido nos Estados Unidos. Para isso não se faz de rogado e adota uma criança negra na África (como fez Madonna e Angelina Jolie), tenta abraçar grandes causas como a paz no Oriente Médio (usando Bono do U2 como exemplo) e por fim busca o caminho para a heterossexualidade uma vez que ele entende que só alcançara o verdadeiro sucesso se deixar seu lado gay de lado para virar um hetero casca grossa (o que obviamente renderá as melhores cenas de todo o filme).

“Bruno” é uma comédia irregular. Há cenas hilariantes intercaladas com situações que não deram muito certo. O roteiro é ácido e muitas vezes bem inteligente mas cai no grotesco também em certos momentos. Uma das melhores piadas ocorre quando Bruno cita celebridades “heterossexuais” (assim mesmo entre aspas) como Tom Cruise, Kevin Spacey e John Travolta! Em sua forma de pensar ele deverá se tornar “hetero” também como eles para alcançar o sucesso. Quem conhece o mundo dos bastidores do cinema certamente vai rir da ironia inserida na piada. Outro momento divertido é quando Bruno tenta ser “convertido” para a heterossexualidade por um pastor evangélico fundamentalista americano. Impossível não rir do absurdo da situação e não lembrar do recente “Cura Gay” brasileiro aprovado em nosso Congresso! O humorista parece não ter freios, colocando sua própria segurança em risco quando interage, por exemplo, com um membro do Hamas ou quando entra em um rinque de MMA para dar um beijo de boca no namorado na frente de uma platéia de brutamontes que fica em fúria!  O filme diverte, não há como negar, apesar de muitas vezes apelar para o mau gosto extremo, mas pensando bem isso no final das contas também faz parte do show.

Bruno (Brüno, Estados Unidos, 2009) Direção: Larry Charles / Roteiro: Sacha Baron Cohen, Anthony Hines / Elenco: Sacha Baron Cohen, Gustaf Hammarsten, Clifford Bañagale / Sinopse: Bruno (Sacha Baron) é um homossexual que tem um sonho: se tornar famoso nos Estados Unidos. Para alcançar seu objetivo ele irá se espelhar no comportamento de seus ídolos de revistas de fofocas, o que dará origem a muitas confusões.

Pablo Aluísio.