terça-feira, 20 de agosto de 2013

Dexter

Estamos vivendo um momento excelente na história das séries americanas. O leque de opções que se abriu com o surgimento de canais a cabo é simplesmente fenomenal. Não é à toa que até mesmo a poderosa indústria de cinema dos EUA sentiu um certo baque por causa da enorme popularidade de séries extremamente bem sucedidas e inovadoras produzidas atualmente por emissoras de TV. E falar sobre esse contexto sem citar "Dexter" é simplesmente impossível. Essa é uma série que fiz questão de assistir praticamente todos os episódios até hoje, do primeiro ao último, com disciplina religiosa. Acho "Dexter" uma das melhores produções surgidas nos últimos anos. Tudo aqui se encaixa perfeitamente bem, tanto em termos de atuação (Michael C. Hall como Dexter é simplesmente perfeito) como em relação aos roteiros dos episódios, sempre muito bem escritos e trabalhados. E pensar que todo esse universo surgiu apenas de um bom livro, "Darkly Dreaming Dexter" de Jeff Lindsay, que de fato trazia todos os contornos do personagem já bem delineados mas que olhando sob um ponto de vista bem crítico não chega a ser nada excepcional.

Para quem ainda não conhece (acho que poucos) a série "Dexter" conta a estória de um garotinho que viu sua mãe ser morta de forma violenta e bárbara. Resgatado de uma poça de sangue ele é criado como se fosse filho por um policial que esteve envolvido nas investigações daquele crime sanguinário. Logo na infância seu pai adotivo descobre que Dexter tem todas as características que o tornarão no futuro um serial killer. Para evitar que pessoas inocentes venham a se tornar vítimas dele, o ensina uma espécie de código a seguir. Entre eles só eliminar criminosos cruéis que de uma forma ou outra escapem das mãos da justiça. O tempo passa e Dexter se torna perito na Miami Metro Police, local ideal para ele dar vazão a sua irresistível vontade de matar. Lá, entres os inúmeros casos criminais, ele seleciona aqueles que devem pagar com sua vida pelos crimes cometidos. Ao seu lado trabalham sua irmã mais jovem, a desbocada mas competente Debra Morgan (interpretada por Jennifer Carpenter, atriz que foi esposa de  Michael C. Hall durante vários anos). Claro que Dexter por ter se tornado um grande sucesso e por ter até o momento oito temporadas sofreu com um certo desgaste ao longo de todo esse tempo mas mesmo em seus mais fracos momentos a série ainda mantém um padrão de qualidade realmente admirável. O personagem principal, apesar de ser um assassino em série, tem um carisma excepcional, o que talvez explique todo esse sucesso de audiência. Em tempos passados provavelmente "Dexter" jamais seria produzido por um canal de TV aberta mas no momento em que vivemos, emissoras como a Showtime não tem esse receio. Sorte para todos nós que somos fãs desse cativante matador.

Dexter (Dexter, Estados Unidos, 2006 - 2013) Direção: John Dahl, Steve Shill, Keith Gordon / Roteiro: Jeff Lindsay, James Manos Jr, Scott Buck / Elenco: Michael C. Hall, Jennifer Carpenter, David Zayas, James Remar, C.S. Lee, Lauren Vélez, Desmond Harrington, Julie Benz / Sinopse: Dexter (Michael C. Hall) é um serial killer que trabalha no Metro Miami Police, onde escolhe suas vítimas pelos crimes que elas cometeram e não foram punidas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada

Quando as Crônicas de Nárnia pintou pela primeira vez nas telas havia uma grande esperança da Disney em transformar os livros em mais uma franquia milionária do cinema americano ao estilo de "O Senhor dos Anéis". O resultado comercial porém ficou bem abaixo do esperado. Mesmo assim o estúdio não desistiu de novas adaptações, sendo esse "As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada" uma espécie de despedida dos livros do cinema. Agora com co-produção da Fox, as aventuras dos garotos Edmund, Lucy e Caspian (além do primo Eustace) se passam no navio Peregrino da Alvorada, que cruzando os mares de Nárnia tenta reunir sete espadas mágicas que vão vencer o terrível mal que ameaça se alastrar por toda a terra mágica. Não faltaram elementos de fantasia que fazem a festa do público alvo infanto-juvenil. Assim lá estão dragões, serpentes monstruosas do mar, minotauros e tudo o mais que a imaginação pensar.

Embora passe longe de ser fiel aos livros que lhe deram origem, esse último filme da franquia "As Crônicas de Nárnia" é bem realizado, tem um ritmo muito bom e não deixa o clima de aventura mágica cair no marasmo. Como sou da velha geração achei a trama bem parecida com os antigos filmes do marujo Simbad das mil e uma noites. Outra referência, principalmente para o público mais jovem, é a franquia bilionária "Piratas do Caribe", muito embora, em essência esses filmes tenham um simbolismo bem mais forte e presente, fruto da pena talentosa de seu autor, C.S. Lewis. Aliás é bom prestar atenção na cena final do filme pois lá fica bastante clara as reais intenções do autor dos livros, pois Nárnia nada mais é do que uma grande adaptação simbólica dos valores mais caros ao cristianismo. Muitos não conseguem captar esse detalhe mas os estudiosos da obra de Lewis há muito já decifraram toda a simbologia que o escritor quis passar aos mais jovens. Assim assista, se divirta e o mais importante de tudo: saiba ler nas entrelinhas do que verá na tela.

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada (The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader, Estados Unidos, 2010) Direção: Michael Apted / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely, baseados na obra de C.S. Lewis / Elenco: Georgie Henley, Skandar Keynes, Ben Barnes / Sinopse: Após entrar em  um quadro de aquarelas representando um navio em alto mar os garotos voltam para a terra mágica de Nárnia, onde viverão grandes aventuras.

Pablo Aluísio.

Quando o Amor Acontece

Depois do enorme fracasso comercial de "Velocidade Máxima 2" a atriz Sandra Bullock tentou juntar os pedacinhos de sua carreira nesse filme romântico despretensioso. Aqui ela interpreta Birdee Pruitt, uma mulher que descobre estar sendo traído pelo marido com sua melhor amiga. De repente ela vê seu mundo desmoronar após a revelação. Sem pensar duas vezes resolve acabar o casamento, indo morar novamente com sua mãe, em sua casa em Smithville, Texas, para tentar um recomeço em sua vida. Após os problemas inerentes ao divórcio ela finalmente redescobre o amor ao conhecer um novo homem em sua vida. O cowboy bonitão que surge em sua vida é interpretado pelo cantor (e dublê de ator) Harry Connick Jr.

O interessante nesse "Quando o Amor Acontece" não vem tanto do fato de Bullock estar nesse tipo de produção, afinal é nesse estilo mesmo que ela consegue seus melhores resultados comerciais. O fato que chama a atenção é a direção do ator Forest Whitaker. Ele mostra muito talento em conduzir uma estorinha até banal mas com bastante eficiência. Ao custo de 30 milhões de dólares (orçamento de um filme médio em Hollywood) ele conseguiu entregar um produto honesto, sem nenhuma pretensão, que conseguiu reerguer o prestígio de Sandra Bullock perante os estúdios. Foi também um novo caminho para a atriz que aqui assumiu parte da função de produtora, através de sua própria companhia, a Fortis Films. O resultado é agradável, nada excepcional, mas que no final das contas entrega aquilo que o público (feminino em sua maioria) deseja e espera. Está de bom tamanho.

Quando o Amor Acontece (Hope Floats, Estados Unidos,1998) Direção: Forest Whitaker / Roteiro: Steven Rogers / Elenco: Sandra Bullock, Harry Connick Jr., Gena Rowlands / Sinopse: Após descobrir que seu marido a está traindo com sua melhor amiga, Birdee Pruitt (Bullock) decide voltar para a casa de sua mãe em uma pequena cidadezinha do Texas. Lá tentará reencontrar o amor e um novo caminho para sua vida.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de agosto de 2013

O Dia Depois de Amanhã

Mais um exemplar do cinema pipoca fast food de Roland Emmerich. Aqui tudo o que importa são os efeitos digitais de última geração, aliado a um fiapo de roteiro que com bastante verniz pseudocientífica tenta trazer alguma credibilidade ao argumento que só serve como desculpa para um desfile de recriações digitais de um mundo assolado por um inverno global sem limites. O enredo gira em torno dos esforços de um grupo de cientistas que tenta alertar as autoridades de uma nova idade do gelo que se aproxima no planeta Terra. A nova mudança climática obviamente destruirá as principais cidades do mundo, principalmente aquelas localizadas no hemisfério norte. Assim temos cenas e mais cenas de catástrofes mundiais, com as cidades literalmente sendo engolidas por um frio arrasador.

Roland Emmerich não tem jeito mesmo. Ele faz parte de um grupo de novos diretores (nem tão novos é bom frisar) que planejam, executam e montam seus filmes dentro de computadores de última geração. As cenas com atores reais duram poucas semanas, uma vez que o filme acaba sendo produzido mesmo dentro de avançados softwares de última geração. Se é muito eficaz para os estúdios o mesmo não se pode dizer dos resultados artísticos. Tudo soa muito artificial, sem alma, com muito sensacionalismo em cada momento, em cada tragédia. Roland Emmerich não é tão histérico quanto Michael Bay, por exemplo, mas mantém a característica básica dessa linha de diretores que seguem uma cartilha já bem conhecida: toneladas de efeitos especiais e roteiros mínimos. Boas atuações? Diálogos inspirados? Esqueça. Isso aqui meu caro é cinema fast food para ser consumido em salas de shopping center pos adolescentes barulhentos. Não dá para levar à sério um cinema desse estilo.

O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, Estados Unidos, 2004) Direção: Roland Emmerich /  Roteiro: Roland Emmerich / Elenco: Dennis Quaid, Jake Gyllenhaal, Emmy Rossum / Sinopse: O Planeta Terra passa por uma nova era de gelo levando ao colapso o mundo tal como conhecemos.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de agosto de 2013

Crônicas de uma Loja de Penhores

Uma loja de penhores localizada no Sul dos Estados Unidos se torna um elo de ligação de três contos (ou crônicas) de tipos bem característicos da região. No primeiro segmento três viciados em metanfetamina resolvem fazer um assalto. Um deles porém acaba penhorando a espingarda que seria usada pelo trio. Sem alternativas eles resolvem cometer o crime usando um arco e flecha antigo, o que dará origem a inúmeras confusões. Na segunda estoria um casal em lua de mel entra na loja de penhores e descobre, para surpresa do marido, o seu anel do primeiro casamento à venda. Sua esposa, que usava o anel, estava há muitos anos desaparecida. Procurando por pistas ele acaba indo parar numa fazenda distante, onde vive um psicopata que tem a terrível mania de deixar suas vítimas presas como se fossem animais. Por fim, na última crônica, um cover balofo e fracassado de Elvis Presley resolve penhorar seu medalhão em troca de alguns trocados para chegar em seu próximo compromisso: uma feirinha de gado travestido em parque de diversões de quinta categoria numa cidadezinha perdida. Cansado de tantos fracassos ele resolve então fazer um pacto com o diabo numa encruzilhada (uma velha lenda sulista) onde troca sua alma pelo talento e o carisma do próprio Elvis Presley!

Esse "Crônicas de uma Loja de Penhores" me surpreendeu de forma bem positiva. O roteiro, usando e abusando do chamado humor negro, mostra um grupo de personagens em momentos chaves de suas vidas. A melhor das três estorias é a do cover de Elvis, interpretado por Brendan Fraser. Ele se sai muito bem interpretando uma verdadeira caricatura do cantor real. Sem tirar sua roupa de palco em nenhum momento ele percebe que as coisas andam muito mal quando não consegue nem trocar um ingresso de sua apresentação por um cafezinho numa pequena lanchonete de beira de estrada. Sua garota também o deixa no meio da estrada, cansada de tantos shows em lugares vagabundos. O fato de todos o confundirem com um mágico ou uma imitação do Liberace torna tudo ainda mais divertido e engraçado. O conto sobre o anel roubado conta com dois bons atores, Matt Dillon (interpretando Richard, o marido em busca de sua esposa desaparecida) e Elijah Wood (como um pervertido que trata as mulheres como objetos em seu grande rancho). Até Paul Walker, conhecido ator de filmes de ação, se sai bem ao fazer um dos viciados chapados que tentam cometer um roubo pra lá de desastrado. Enfim, recomendo sem receios esse filme. É divertido, irônico e mantém a atenção do começo ao fim. Vale realmente a pena. 

Crônicas de uma Loja de Penhores (Pawn Shop Chronicles, Estados Unidos, 2013) Direção: Wayne Kramer / Roteiro: Adam Minarovich / Elenco: Paul Walker, Brendan Fraser, Elijah Wood, Matt Dilon, Vincent D'Onofrio / Sinopse: Uma pequena loja de penhores no sul dos EUA se torna o elo de ligação de três contos passados na região.

Pablo Aluísio.

A Letra Escarlate

Um bom drama histórico que marcou bastante a carreira da atriz Demi Moore mas que hoje em dia anda bem esquecido. O enredo se passa no distante ano de 1666 em Massachusetts, na época uma pequena e isolada colônia inglesa no novo mundo. É lá que vive Hester Prynne (Demi Moore), uma mulher respeitável, casada com um médico da localidade, o Dr. Roger Chillingworth (Robert Duvall). Após esse desaparecer no meio da floresta, supostamente morto por índios, Hester resolve consumar sua paixão pelo reverendo Arthur Dimmesdale (Gary Oldman). Ambos há muito nutriam uma paixão mútua que não conseguia se tornar realidade pelo fato dela ser casada. Agora, com o marido desaparecido, ela resolve seguir em frente, indo de acordo com seus sentimentos. Desse tórrido romance acaba surgindo uma gravidez inesperada que choca a sociedade local, levando Hester a ser marginalizada por seus pares. Ela se recusa a revelar o nome do pai o que a estigmatiza como adúltera. Condenada pelas absurdas leis e costumes locais ela agora terá que usar em suas roupas uma chamativa letra "A" bordada, a indicando como adúltera perante toda a sociedade.

Um dos méritos de "A Letra Escarlate" é que ele desmistifica uma série de bobagens históricas que foram repetidas durante séculos, se tornando quase verdades absolutas. Sempre se disse, por exemplo, que as primeiras colônias inglesas no novo mundo eram símbolos de harmonia e liberdade. Afinal esses colonos tinham ido ao novo mundo para fugir do absolutismo de seu país, além da sempre severa perseguição religiosa. A verdade porém é que mesmo nesses novos povoados não havia de fato tanta liberdade como se suponha. Pelo contrário. A rigidez moral dos puritanos muitas vezes desembocava em repressão e violência, física ou moral, para quem ousasse ultrapassar certas fronteiras ou limites. Olhando sob um ponto de vista atual existia de fato muito preconceito e discriminação nessa suposta moral puritana que imperava entre os membros mais proeminentes das elites locais. O filme resgata isso de forma muito elucidativa. O diretor foi o talentoso Roland Joffé (de "A Missão" e "Os Gritos do Silêncio"). A produção também é acima da média com uma ótima reconstituição histórica aliada a uma história que diz muito sobre a posição da mulher naqueles anos.

A Letra Escarlate (The Scarlet Letter, Estados Unidos, 1995) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Douglas Day Stewart, baseado na novela de Nathaniel Hawthorne / Elenco: Demi Moore, Gary Oldman, Robert Duvall / Sinopse; Jovem mulher fica estigmatizada durante o período colonial americano ao engravidar de um pastor puritano numa colônia isolada no novo mundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith

Terceiro e último filme da segunda trilogia de Star Wars. Aqui George Lucas teve um desafio e tanto: mostrar em pouco mais de duas horas a transformação do Jedi Anakin Skywalker (Hayden Christensen) em Darth Vader, o terrível vilão da franquia original de Guerra nas Estrelas. Além disso a trama explora a gravidez de Padmé (Natalie Portman). A produção, como sempre, é de primeira linha. O roteiro também não decepciona pois consegue mesclar várias boas cenas de ação (com destaque para o resgate do chanceler Palpatine, logo na abertura do filme) com uma intrigada trama política, que ao final das contas irá transformar a República e o Senado em um Império controlado por um dos mais destacados Lordes Sith (uma ordem rival aos Jedis). Esse aspecto é bem interessante pois fica óbvio que George Lucas usou a história do Império Romano como base para a transformação política pelo qual passa a República. Além disso temos em cena todas as origens de personagens que se tornaram ícones como Luke Skywalker e a Princesa Leia. Junte a isso toda a parafernália técnica que só a Lucasfilm seria capaz de disponibilizar em um filme e você terá de fato o melhor episódio dessa nova trilogia.

"Star Wars - A Vingança dos Sith" também marca a despedida de George Lucas de sua maior criação. Recentemente ele vendeu todos os direitos autorais da saga para os estúdios Disney, dando adeus ao universo de Star Wars. Ao que parece Lucas guardou grande ressentimento das inúmeras críticas que sofreu no lançamento desses novos filmes. Assim resolveu pendurar o sabre de luz. No começo dessa nova franquia ele ainda havia deixado uma certa dúvida se iria filmar algum dia os noves episódios prometidos que havia escrito ainda na década de 1970. Depois que levou bordoadas de todos os lados (inclusive dos mais fanáticos fãs da série) ele anunciou juntamente com o lançamento dessa produção que não iria mais seguir em frente. O próprio Lucas disse que não tinha mais idade e nem saúde para enfrentar  mais uma maratona de trabalho como a que esse tipo de filme exigia. No fundo foi uma sábia decisão passar a bola adiante. Agora Star Wars segue em novo projeto, planejado para chegar nas telas em dois anos. Novos roteiristas, novo diretor, novos produtores e até mesmo um novo estúdio. Particularmente estou bem ansioso para saber o que virá daqui em diante, torcendo para que os Jedis voltem a ocupar a posição que sempre tiveram na história do cinema. Que a força esteja com todos os envolvidos na nova trilogia que vem por aí.

Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith (Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith, Estados Unidos, 2005) Direção: George Lucas / Roteiro: George Lucas / Elenco: Ewan McGregor, Natalie Portman, Hayden Christensen,  Ian McDiarmid, Samuel L. Jackson, Jimmy Smits, Frank Oz, Anthony Daniels, Christopher Lee / Sinopse: Uma luta de poder se instala dentro da República. De um lado um chanceler com poderes ilimitados, do outro a ordem Jedi e no meio um jogo político entre democracia e ditadura, república ou império.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Deixa Estar

Título no Brasil: Deixa Estar
Título Original: Let It Be
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra
Estúdio: Apple Corps
Direção: Michael Lindsay-Hogg
Roteiro: Michael Lindsay-Hogg, The Beatles
Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr

Sinopse: 
Documentário musical que mostra o grupo britânico The Beatles durante as gravações do álbum "Let It Be". A ideia era registrar o processo de criação do mais famoso grupo de rock da história dentro dos estúdios em Londres. No final o grupo se apresenta ao vivo pela última vez em sua carreira.

Comentários:
Paul McCartney teve a ideia central desse documentário. Tudo soava muito simples. Intitulado "Get Back" o plano inicial de Paul era filmar os Beatles gravando um álbum dentro dos estúdios e depois a volta triunfal do grupo aos grandes shows ao vivo pelo mundo. O problema é que os Beatles estavam implodindo quando começaram as filmagens. Paul, George e John não conseguiam mais se entender. Brigas, discussões, desconforto, tudo acabou sendo captado de forma involuntária pelos responsáveis do filme. Depois de um começo tenso John e George decidiram que não estavam mais dispostos a realizar a tal turnê mundial que Paul queria. Isso criou um grande atrito pois seria justamente esse o clímax do documentário. Sem saída John sugeriu que todos fossem para o telhado da Apple em Londres e lá fizessem uma apresentação final com quatro ou cinco músicas para fechar o filme. Foi o que fizeram. A polícia londrina apareceu para encerrar o concerto e "Let it Be" (o novo nome dado ao documentário) afundou de uma vez. O que era para ser o registro da volta triunfal dos Beatles se transformou em um triste retrato do grupo se separando. Não deixa de ser histórico e importante para o mundo do rock mas o clima de melancolia incomoda. Mesmo assim seja você beatlemaníaco ou não o fato é que "Deixa Estar" é de fato um item indispensável em qualquer coleção. Simplesmente essencial para os amantes do rock em geral. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Poder de Alguns

Duas da tarde em um bairro barra pesada de uma grande cidade qualquer dos Estados Unidos. Várias estórias paralelas vão se desenvolvendo ao mesmo tempo, nesse mesmo horário. Na primeira um garoto resolve tomar uma decisão extrema para conseguir o dinheiro necessário para a compra de um remédio para seu irmão mais jovem, um pequeno bebê. Na segunda uma jovem que trabalha com sua pequena lambreta resolve levar uma perigosa encomenda para entregar a uma mulher desconhecida no meio da rua. Na terceira uma dupla de tiras tenta colocar as mãos em um sujeito que parece ser um terrorista infiltrado na América. Por fim, dois negros fortemente armados saem na caça de uma testemunha vital que em breve estará reconhecendo em um tribunal o principal líder de sua gangue. Passeando por todos os eventos surgem dois moradores de rua, um ex-jornalista e um anão, que acabam servindo de elo para todos os acontecimentos. Na TV o noticiário não consegue parar de mostrar o recente roubo no Vaticano do famoso Santo Sudário, o suposto pano que cobriu o corpo de Jesus após ele ser morto pelos romanos na cruz.

"O Poder de Alguns" tem um roteiro fragmentado, típico dos filmes do saudoso Robert Altman. Várias estórias, independentes entre si, vão se desenvolvendo para no final convergirem para uma mesma situação. É divertido e intrigante acompanhar como tudo vai terminar. O roteiro é bem inteligente e muito bem estruturado. Há vários personagens, tramas acontecendo, mas no final tudo se resume a uma só conexão que liga todos eles. No elenco se destacam a presença de Christopher Walken, como o sem-teto Doke e Christian Slater como Clyde, um policial disfarçado de motorista de Táxi que acaba se envolvendo em uma conspiração completamente surreal. É aquele tipo de produção pequena, sem maiores pretensões, que satisfaz plenamente o espectador. Além disso tem uma linha narrativa esperta e inteligente, que mistura religião e ciência, o que no final das contas acaba mantendo o espectador interessado o tempo todo.

O Poder de Alguns (The Power of Few, Estados Unidos, 2013) Direção: Leone Marucci / Roteiro: Leone Marucci / Elenco: Christopher Walken, Q'orianka Kilcher, Juvenile, Christian Slater, Nicky Whelan / Sinopse: Várias estórias paralelas e independentes convergem para uma só trama, envolvendo religião, ciência e clones!

Pablo Aluísio. 

Henrique V

Na década de 1950 o grande sir Laurence Olivier conseguiu adaptar com sucesso para o cinema a excelente obra prima de William Shakespeare, Henry V. Na época isso foi considerado uma ousadia, uma vez que Shakespeare era considerado um autor muito teatral, praticamente impossível de se adaptar para o cinema por causa da linguagem excessivamente rebuscada e de difícil transposição para a estética cinematográfica. Isso porém não inibiu Olivier que foi em frente e conseguiu realmente realizar um filme tecnicamente perfeito. Venceu inclusive o Oscar, sendo essa a maior prova de seu êxito artístico. Décadas depois, Kenneth Branagh, considerado uma espécie de sucessor de Laurence Olivier, resolveu tentar novamente, dessa vez porém se aproximando ainda mais da narrativa tradicional do cinema, procurando sempre lapidar a teatralidade de Shakespeare para deixar o filme mais próximo do público jovem. O resultado é essa nova versão de Henrique V, uma produção de encher os olhos, e que tal como aconteceu com o filme original dos anos 50 também foi saudada como uma inovação muito bem-vinda.

Henry V (ou Henrique V, seguindo a tradição antiga da língua portuguesa em traduzir os nomes dos reis e nobres da Idade Média) foi um monarca real, que governou a Inglaterra de 1413 a 1422. Seu grande feito histórico foi derrotar os franceses (eternos inimigos dos ingleses) em 1415 na batalha de Azincourt. Forjando assim o começo de uma nova era e uma nova dinastia para trono britânico. Considerado um herói em seu país, Shakespeare resolveu escrever uma obra bem dúbia sobre esse monarca, ora o louvando, ora expondo de forma bem sutil seus defeitos pessoais. Essa dubiedade é o grande atrativo da obra original até os dias de hoje. Já Kenneth Branagh procurou pela grandiosidade, dando destaque para toda a pompa daquele período histórico. O resultado final não nega suas origens. Afinal as palavras extremamente bem escritas por Shakespeare não poderiam ser ignoradas no filme. Assim houve quem reclamasse da irregularidade ao longo da película, onde intercalam-se grandes cenas de batalha com pausas para longos monólogos declamados pelos atores. Esse tipo de crítica não prospera, pois é justamente isso que torna o filme realmente grandioso. Assim se você estiver em busca de um pouco de enriquecimento cultural, principalmente em relação a William Shakespeare e sua obra, então Henrique V se torna de fato uma ótima pedida.

Henrique V (Henry V, Inglaterra, 1989) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Kenneth Branagh baseado na obra de William Shakespeare / Elenco: Kenneth Branagh, Simon Shepherd, Derek Jacobi / Sinopse: Henrique V (Kenneth Branagh), monarca absolutista inglês, enfrenta as terríveis forças francesas em uma batalha decisiva durante a Idade Média.

Pablo Aluísio.

All That Jazz

Esse musical que já virou ícone cultural é considerado hoje a obra prima definitiva do grande cineasta Bob Fosse. Como explicaria anos depois o roteiro era baseado em suas próprias experiências pessoais e biográficas. Era uma alegoria de seus muitos anos de experiência como dançarino, coreógrafo e diretor de musicais na Broadway. Assim que chegou aos cinemas "All That Jazz" ganhou o respeito do público e crítica. Os números musicais apresentados, as coreografias e a excelência técnica conquistaram realmente os especialistas, a ponto do filme ser aclamado alguns meses depois conquistando um prêmio praticamente inédito para o gênero musical ao vencer a Palma de Ouro em Cannes. Era o reconhecimento de uma carreira que até hoje é louvada nos Estados Unidos como uma das mais importantes da história dos números musicais da Broadway. Fosse é certamente um dos autores mais reverenciados no meio teatral americano.

O filme narra a vida caótica e ocupada de Joe Gideon (Roy Scheider), um grande diretor da Broadway. Muito requisitado ele tenta contrabalancear sua vida profissional entre a Broadway, onde pretende criar o musical definitivo da história e os bastidores do cinema, onde também trabalha em vários projetos, tudo de forma paralela e um pouco atribulada. Ao seu redor, na vida pessoal, circulam sua ex-esposa, sua namorada atual e sua filha, todas com problemas pessoais que direta ou indiretamente afetam a sua vida. Para piorar ainda mais Gideon tem sérios problemas com drogas, o que torna sua existência ainda mais alucinada! Mas não se preocupe muito com isso, afinal "All That Jazz" não é propriamente um drama mas sim um musical ao velho estilo, com muitas danças, números musicais e coreografias mais do que inspiradas. Um filme obrigatória para quem admira o gênero.

All That Jazz - O Show Deve Continuar (All That Jazz, Estados Unidos,1979) Direção: Bob Fosse / Roteiro: Robert Alan Aurthur, Bob Fosse / Elenco: Roy Scheider, Jessica Lange, Leland Palmer / Sinopse: No meio de vários números musicais o filme narra a vida estressada e caótica de um grande diretor da Broadway. Vencedor dos Oscars de Melhor Trilha Musical, Montagem, Figurino e Direção de Arte.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Círculo de Fogo

Se você tem entre 30 a 40 anos certamente curtiu em sua infância todas aquelas séries japonesas que faziam grande sucesso no Brasil como Godzilla, Ultraman, Ultraseven, etc. Esses produtos sempre colocavam o herói contra um terrível monstro atômico que vinha do mar para destruir as grandes cidades de papelão que se colocassem no meio do caminho dos seres monstruosos (geralmente um ator usando roupas de borracha!). Toda semana lá estava Tóquio sendo destruída mais uma vez! Era trash sim, mas bem divertido, principalmente se você fosse um garoto de 12 anos. Pois bem, o tempo passou e Hollywood percebeu que com a tecnologia digital dos dias atuais seria possível fazer uma grande produção usando as velhas ideias dos MOWs (Monsters of Week) japoneses. E aí está "Círculo de Fogo" para mostrar que qualquer idéia pode ser reciclada, embalada numa nova roupagem e vendida como algo novo e original. Certamente os monstros não são mais de borracha mas de resto esse filme procura manter o espírito do passado, trazendo de volta todas aquelas criaturas, as mais esdrúxulas e bizarras possíveis.O elenco é liderado por Charlie Hunnam, ator que gosto bastante, da série "Sons of Anarchy". Curiosamente outro ator da mesma série, Ron Perlman (o Hellboy), também está no elenco, interpretando um contrabandista de restos dos monstros destruídos em combate.

A trama explora o surgimento dos tais Kaijus, monstros que começam a aparecer nos oceanos, provenientes de fendas localizadas nas profundezas. Como não poderia deixar de ser eles estão surgindo para obviamente destruir o mundo. Para enfrentar as novas ameaças as nações do mundo se unem para construir os Jaegers, robôs gigantescos com pinta de Transformers que literalmente saem no braço com os Kaijus. Essas grandes máquinas de guerra são pilotadas por duas pessoas que precisam unir suas mentes numa só. Mas esqueça esse tipo de detalhe. Tudo é uma grande desculpa para cenas e mais cenas de lutas e pirotecnia, numa avalanche de efeitos digitais e sonoros de todos os tipos. Confesso que como o filme foi assinado por Guillermo del Toro, esperava bem mais. Até porque já existe a série Transformers do vazio Michael Bay para ocupar esse nicho de mercado. Eu me equivoquei pensando que o diretor iria caprichar mais, criar um clima mais sofisticado e profundo mas nada disso você vai encontrar em "Circulo de Fogo" pois no final das contas tudo se resume a muita pancadaria e efeitos especiais. É um trash de 180 milhões de dólares. Assim em conclusão recomendo o filme para adolescentes até 14 anos no máximo ou então para os trintões e quarentões que queiram matar as saudades de sua infância. Já para o cinéfilo em geral não vejo grandes atrativos. Em suma é isso, "Círculo de Fogo" é uma grande bobagem, divertida para alguns, nostálgica para outros.

Círculo de Fogo (Pacific Rim, Estados Unidos, 2013) Direção: Guillermo del Toro / Roteiro: Travis Beacham, Guillermo del Toro / Elenco: Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi, Ron Perlman / Sinopse: Monstros gigantescos surgem nos oceanos, vindo de fendas localizadas nas profundezas. São os Kaijus. Para combater a ameaça surgem os Jaegers, robôs gigantescos que tentarão salvar o mundo.

Pablo Aluísio.

As Patricinhas de Beverly Hills

Lá se vão quase 20 anos do lançamento desse bobagem adolescente que a despeito de ser um filme bem descartável fez muito sucesso e marcou a juventude de muita gente. Assistir a uma produção como essa não deixa de ser divertido hoje em dia, isso porque a personagem título, Cher Horowitz (Alicia Silverstone), é uma adolescente rica e mimada que não quer saber de muita coisa além de fazer compras no shopping com suas amigas (também todas completamente alienadas como ela). Por mais incrível que isso possa parecer a Cher acabou virando modelo de comportamento para muita garota fútil por aí, tanto que indiretamente também deu origem a celebridades do naipe de Paris Hilton e demais clones loiras. Ou seja, da noite para o dia ser uma garota vazia, consumista, burra e bitolada virou sinônimo de ídolo feminino a seguir! Vai entender a cabeça dessas jovens...

De qualquer maneira, deixando essas explicações sociológicas de lado o fato é que "As Patricinhas de Beverly Hills" conseguiu o feito de até hoje ser lembrado. Como não poderia deixar de ser em um filme tão bobinho como esse o enredo gira em torno da adolescente Cher. Ela tem 15 anos, é popular na escola e vive muito bem obrigado, já que seu pai é um bem sucedido advogado de Beverly Hills. Na explosão do sucesso de um novo aparelhinho, o celular, Cher deita e rola com suas amigas entrando e saindo das lojas mais exclusivas de Hollywood (na época usar celular era sinônimo de status e riqueza, ora vejam só!). Tudo parece mudar quando ela se apaixona por Josh (Paul Rudd), enteado de seu pai. Ele é exatamente o oposto de Cher. Um sujeito antenado, estudado, que conhece o "mundo real", bem ao contrário da patricinha Cher. Para conquistá-lo ela então decide mudar de atitude, tudo com o objetivo de impressionar sua nova paixão. Bonitinha a sinopse não? Pois é. Se você ainda não conhece (por ser jovem demais para isso) dê uma olhada para conferir como era a juventude da década de 90. Você vai perceber surpreso como de fato pouca coisa realmente mudou!

As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless, Estados Unidos,1995) Direção: Amy Heckerling / Roteiro: Amy Heckerling / Elenco: Alicia Silverstone, Stacey Dash, Brittany Murphy / Sinopse: Cher (Silverstone) é uma garota mimada e fútil que se apaixona por um cara mais velho, bem mais inteligente e consciente do que ela. Para conquistá-lo ela então decide mudar de atitude, tudo com o objetivo de impressionar sua nova paixão.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de agosto de 2013

O Negociador

O enredo se passa na Irlanda do Norte, mais precisamente em Bellfast. É pra lá que o americano Joe Maguire (Brendan Fraser) vai, com o objetivo de dar um tempo depois de uma confusão amorosa em Boston, sua cidade natal. Ele havia se envolvido com a filha de um infame mafioso, assim com medo de literalmente "sumir do mapa" resolve ir para a Europa onde acaba tomando conta da pequena loja de antiguidades de seu primo. Tudo corria relativamente bem e tranquilo até o local ser invadido por um assaltante que acabara de roubar uma peixaria. Encurralado pela polícia ele acaba usando Joe, duas crianças, um bebê e uma mulher como reféns enquanto o investigador veterano Weller (Colm Meaney) assume a responsabilidade das negociações. Armado com uma velha metralhadora da época de Al Capone o ladrão desastrado tenta de alguma forma escapar daquela situação que fugiu completamente de seu controle.

Depois de estrelar blockbusters como "A Múmia" o ator Brendan Fraser volta aos cinemas nessa despretensiosa comédia que usa um tema policial sério (a tomada de reféns, assaltos, etc) para fazer um pouco de graça. O resultado como era de se esperar é bem irregular. O filme usa não apenas de humor mas também de um certo dramalhão ao colocar os destinos do sequestrador e do refém no mesmo caminho, apelando por algo que teria acontecido no passado de ambos. "O Negociador" é uma produção britânica que tem sido vendido nos EUA como um filme de ação. Não se trata disso. Claro que há tiroteios e alguns momentos mais agitados mas o filme vai mesmo pelo lado mais leve e sem maiores consequências de uma comédia que pretende ser divertida. Até que com um pouco de boa vontade dá para se divertir, embora o saldo final seja mesmo bem mediano.

O Negociador (Whole Lotta Sole / Stand Off, Inglaterra, 2011) Direção: Terry George / Roteiro: Thomas Gallagher / Elenco: Brendan Fraser, Colm Meaney, Martin McCann / Sinopse: Após um assalto mal sucedido um jovem ladrão invade uma loja de antiguidades tomando todas as pessoas lá dentro como reféns.

Pablo Aluísio.

Chamada de Emergência

Se você estiver em busca de um bom thriller de suspense então "Chamada de Emergência" pode ser uma boa opção. A atriz Halle Berry interpreta Jordan Turner, uma policial que trabalha no serviço de emergência 911 em uma grande cidade americana. Sua função é atender os pedidos de socorro da população e enviar imediatamente uma equipe policial para o local da chamada. Sua vida começa a mudar quando ela recebe a aterrorizante chamada de uma adolescente de 16 anos. Ela está sozinha em casa que acaba de ser invadida por um estranho. Tentando ajudar Jordan acaba cometendo um grande erro de conduta e procedimento, levando a pobre garota à morte. Arrasada, começa a tomar antidepressivos para superar o trauma. Seis meses depois ela acaba recebendo outra chamada muito parecida com a anterior. Uma outra jovem é sequestrada ao sair de um shopping e está presa no porta-malas do carro de um homem desconhecido. Ao que tudo indica é o mesmo psicopata que atacou a primeira jovem. Agora Jordan enfrentará o maior desafio de sua carreira profissional e tentará de todas as formas salvar a vida da adolescente.

Sem parecer exagerado afirmo que os primeiros 60 minutos desse filme são simplesmente perfeitos. Os nervos do espectador ficam a mil, pois a situação mostrada é além de aterrorizante muito agonizante também. O roteiro também se mostra muito eficiente ao mostrar todas as possibilidades de uma situação tão limite. Infelizmente na terça parte final "Chamada de Emergência" decai um pouco mas isso em absoluto não tira os méritos da produção que é uma das mais interessantes que já vi nesse tipo de suspense. Halle Berry defende muito bem seu papel mas quem acaba se sobressaindo mesmo são Abigail Breslin que interpreta a jovem adolescente sequestrada e Michael Eklund como o serial killer Michael Foster. Não é um filme que vá desvendar em minúcias a loucura do psicopata da trama mas dentro de sua proposta de trazer tensão, suspense e terror ao seu público o filme se sai excepcionalmente bem.

Chamada de Emergência (The Call, Estados Unidos, 2013) Direção: Brad Anderson / Roteiro: Richard D'Ovidio / Elenco: Halle Berry, Abigail Breslin,  Michael Eklund, Morris Chestnut / Sinopse: Um novo serial killer que mata adolescentes acaba abalando psicologicamente uma policial atendente de 911 emergência. Agora, meses depois de um crime cruel, ela se depara com um novo pedido de socorro que ao que tudo indica é de mais uma vítima do mesmo psicopata.

Pablo Aluísio.