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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Os Vingadores

Título no Brasil: Os Vingadores
Título Original: The Avengers
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jeremiah S. Chechik
Roteiro: Don MacPherson
Elenco: Ralph Fiennes, Uma Thurman, Sean Connery, Patrick Macnee
  
Sinopse:
John Steed (Ralph Fiennes) e Emma Peel (Uma Thurman) formam uma dupla de agentes secretos ingleses designados para investigar as misteriosas atividades do milionário excêntrico Sir August de Wynter (interpretado pelo ex-James Bond do cinema Sean Connery). Após algumas descobertas eles ficam sabendo que o vilão está planejando destruir o mundo, usando para isso uma incrível e moderna máquina que consegue mudar o clima e o tempo de diferentes partes do planeta Terra.

Comentários:
Antes de mais nada não vá confundir esse filme com a adaptação para o cinema dos super-heróis da Marvel. Esse aqui é baseado em uma série de TV inglesa criada pelo roteirista Sydney Newman que fez bastante sucesso em 1961, no ano em que foi exibida pela primeira vez. Esse roteirista ainda iria escrever outra série de sucesso, Dr. Who. Os personagens principais desse filme são agentes secretos ingleses (pegando clara e óbvia inspiração nos livros e filmes de James Bond) que enfrentam perigosos vilões que querem destruir o mundo. O agente secreto John Steed (Ralph Fiennes), por exemplo, usa um figurino dos mais conservadores, com direito a bengala e chapéu, mas que ao lado de seu visual de lorde inglês se esconde um hábil lutador e especialista nas típicas manobras de um verdadeiro espião. O que há mais a se elogiar nesse filme é a bonita direção de arte, com figurinos, reconstituição de época, cenários e produção do mais alto nível. O filme inclusive foi rodado nos mesmos estúdios onde os filmes de Bond foram feitos. A despeito disso e de contar com um ótimo elenco (com direito a Sean Connery em papel coadjuvante!) o fato é que o material original que deu origem a essa adaptação envelheceu demais, ficou fora de moda, ultrapassado. Assim não há muito o que apreciar, a não ser a nostálgica atmosfera vintage de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Sean Connery - Com 007 Só Se Vive Duas Vezes

Sean Connery foi realmente o melhor James Bond da história? Bom, essa é uma pergunta que não teremos uma resposta definitiva. Vai depender do gosto pessoal de cada um, do estilo que cada cinéfilo prefere. Ontem assisti novamente - fazia anos que tinha visto pela última vez - o quinto filme de James Bond com Sean Connery, "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" (You Only Live Twice, 1967). Olhando por um ponto de vista atual não podemos deixar de perceber que o roteiro é certamente totalmente formulaico - no caso seguindo a fórmula dos filmes do agente secreto. Há sempre um vilão completamente insano por trás, com instalações de fazer inveja a muitos países, colocando em prática planos maquiavélicos de destruição do mundo. Nesse em particular o velho conhecido Blofeld (interpretado por Donald Pleasence) quer nada mais, nada menos, do que causar uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e a União Soviética (o velho império russo sob as rédeas do comunismo). Dá para ser mais maléfico do que isso? Certamente não. Parece até mesmo aqueles planos de vilões de desenhos animados. Como aqueles dois ratinhos que sempre perguntavam no começo de cada episódio: "O que vamos fazer hoje, cérebro?" - "Vamos destruir o mundo, meu caro Pinky!".

Claro que uma produção tão antiga apresenta situações que hoje beiram o ridículo, porém o espectador precisa entender que isso faz parte do charme nostálgico do próprio filme. Em uma das situações mais absurdas Bond foge de um grupo de criminosos que estão atrás dele e da agente Aki (Akiko Wakabayashi). A intenção é cumprir a ordem de um importante industrial japonês que está sob as ordens da Spectre. Pois bem, Bond e sua colega escapam em alta velocidade porém como estão praticamente desarmados, Bond pede ajuda ao serviço secreto do Japão que, ora vejam só, surge no horizonte com um helicóptero equipado com um enorme imã. O carro dos criminosos é então içado pelo poder do magnetismo e depois jogado em alto mar, assim sem muito esforço. A cena, extremamente divertida, também me fez lembrar dos antigos desenhos de Hanna-Barbera. Em outro momento Bond destrói quatro helicópteros armados pilotando uma pequena aeronave que mais parece um ultraleve. É a tal coisa, vale tudo pela diversão.

Sean Connery na época em que o filme foi produzido já estava com a decisão tomada de abandonar James Bond. Afinal de contas ele tinha receios de ficar marcado para sempre por um único papel. Depois que rodou "Marnie" ao lado do mestre Alfred Hitchcock, Connery criou a consciência de que sua carreira poderia ir muito além de James Bond. E verdade seja dita, ele se esforçou muito para não ser estigmatizado para sempre. A boa notícia é que ele conseguiu pois hoje em dia o nome Sean Connery tem força suficiente para ser lembrado por inúmeros outros grandes filmes além da marca James Bond. Isso porém em nada diminui sua importância dentro da franquia, a ponto inclusive de ser muitas vezes apontado por inúmeros fãs como o melhor ator de toda a saga - uma afirmação que hoje em dia teria certo receio de expor sem parar para pensar muito antes.

Deixando tudo isso de lado temos que admitir que o filme é obviamente muito divertido e funciona muito bem ainda, mesmo após tantos anos. Um de seus maiores charmes é ser justamente politicamente incorreto. Na década de 1960 essa chatice ainda não havia invadido os roteiros e por isso James Bond poderia agir como James Bond sem se preocupar com críticas vazias. Numa das cenas Bond é apresentado por seu anfitrião no Japão, o agente Tiger Tanaka (Tetsurô Tanba), a um grupo de lindas gueixas japonesas. Elas estão ali para dar um banho em Bond. Então Tanaka lhe diz: "No Japão os homens sempre estão acima das mulheres e elas ficam felizes em lhes servir" ao qual Bond, igualmente cínico, lhe responde: "Nada mal, quando me aposentar irei morar aqui no Japão". Já pensou algo assim nos dias de hoje? Enfim, pura diversão escapista com tudo aquilo que você espera de um bom filme de James Bond.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Uma Ponte Longe Demais

Já faz algum tempo que estou procurando rever antigos filmes que assisti no passado. Acontece que depois de muitos anos você acaba esquecendo de praticamente todo o filme, ficando na memória apenas alguns trechos ou cenas mais importantes. Esse "Uma Ponte Longe Demais" eu assisti pela primeira vez ainda em vídeo durante a década de 1980. Ainda me recordo que se tratava de uma fita dupla, cujo a locação era praticamente o dobro do valor normal, mas que valia o sacrifício. Claro que já era hora de conferir novamente. Quando escolhi rever o filme nesse domingo à noite as únicas recordações que vinham em minha mente era de que se tratava de um dos mais clássicos filmes de guerra da história mais recente de Hollywood (produzido em 1977), que o elenco era realmente maravilhoso e que a fita tinha uma duração bem longa - quase três horas de filme no total! Mesmo assim tomei fôlego e resolvi rever. O roteiro explora curiosamente uma operação aliada durante a II Guerra Mundial que não deu muito certo. Foi a Operação Market Garden. Idealizada pelo general inglês Bernard Montgomery ela visava levar tropas para além das linhas inimigas, uma maneira de cercar as forças nazistas que estavam em movimento de retirada da França após a invasão da Normandia.

Assim foi idealizada e colocada em prática uma operação realmente gigantesca. Só para se ter uma ideia contou com milhares de aviões de guerra (inclusive planadores) e mais de 40 mil homens divididos em quatro divisões de infantaria e blindados do exército aliado. Tropas de para-quedistas foram enviadas para a retaguarda das tropas alemãs, com o objetivo de capturar pontes vitais na movimentação e abastecimento dessas tropas. Cercar para aniquliar. Asfixiar os recursos dos alemães. O plano realmente parecia muito bom, pena que uma série de imprevistos quase fez tudo se tornar em vão. As comunicações entraram em pane, evitando que o comando se comunicasse com os homens no front, o clima só atrapalhou e como se isso tudo não fosse o bastante os soldados americanos e ingleses ficaram sem comida, medicamentos e munição. Historicamente muito fiel aos acontecimentos reais, o diretor Richard Attenborough (o mesmo cineasta que dirigiu os filmes "Gandhi", "Um Grito de Liberdade" e "Chaplin") resolveu filmar um roteiro mais extenso que tenta acompanhar todos os três grandes grupos de combatentes que participaram dessa batalha. Essa tomada de decisão pode até ter deixado o filme um pouco prolixo e até mesmo confuso em certos momentos, mas nada disso acabou atrapalhando a qualidade final pois ainda considero um filme de guerra dos mais competentes.

Em termos de elenco temos uma verdadeira constelação de astros. O interessante é que dentro da estrutura do roteiro nenhum desses personagens podem ser apontados como os únicos protagonistas. Como se tratou de uma ação coletiva, que envolveu inúmeros oficiais e soldados no campo de batalha, o texto do filme também procurou privilegiar esse aspecto, sem colocar ninguém em destaque. Em uma visão mais crítica teríamos na verdade um roteiro ao estilo mosaico com uma multidão de coadjuvantes - embora todos eles sejam ao mesmo tempo também bem vitais dentro da história. Sean Connery, por exemplo, interpreta o Major General Urquhart, um veterano que acima de tudo teme pelo destino de seus homens. Com a experiência do campo de batalha ele logo percebe que aquele plano de invasão tinha realmente poucas chances de dar certo. Outro ator que pouco se destaca no elenco, apesar de ser um dos grandes astros da época, é Robert Redford. Ele leva mais de duas horas para finalmente surgir em cena. Seu personagem é designado para realizar uma missão fluvial das mais improváveis: atravessar um rio sob fogo pesado da artilharia alemã. Depois de concluída a missão ele desaparece sem maiores explicações.

Com um elenco tão bom e cheio de astros só achei equivocada a escalação de Ryan O'Neal no papel do Brigadeiro General Gavin. Ele era muito jovem para o papel, o que fez com que diversas cenas soassem estranhas e fora de nexo, principalmente quando encontrava oficiais bem mais velhos do que ele, verdadeiros veteranos, lhe pedindo conselhos de como agir no campo de batalha. Ryan com aquela cara de garoto (ele ainda era bem novo quando o filme foi realizado) não convence em nenhum momento. Bem melhor se sai o sempre ótimo Gene Hackman. Ele interpreta um oficial polaco que sofre uma série de preconceitos por causa de suas origens. Tudo levaria a crer que ele roubaria o filme quando entrasse em ação, porém ocorre um anticlímax quando os comandantes da operação resolvem deixá-lo fora de ação por quase todo o filme. Então é isso. Um filme improvável em minha opinião já que mostra um momento em que pouca coisa parecia dar certo para as forças aliadas que lutavam contra o III Reich. É até de surpreender que Hollywood tenha se interessado por essa história de fracasso militar de americanos e ingleses durante a II Guerra Mundial. O filme, por outro lado, deu mais do que certo. Um ótimo programa certamente.

Pablo Aluísio.

Uma Ponte Longe Demais

Título no Brasil: Uma Ponte Longe Demais
Título Original: A Bridge Too Far
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: United Artists
Direção: Richard Attenborough
Roteiro: William Goldman, baseado no livro de Cornelius Ryan
Elenco: Sean Connery, Ryan O'Neal, Michael Caine, Robert Redford, Gene Hackman, Anthony Hopkins, Michael Caine, Edward Fox, James Caan, Maximilian Schell, Laurence Olivier, Dirk Bogarde, Liv Ullmann, Elliott Gould.
  
Sinopse:
Setembro de 1944. II Guerra Mundial. Os principais comandantes das forças aliadas resolvem colocar em execução uma missão ousada, a Operação Market Garden. O objetivo seria colocar nas posições situadas atrás das linhas inimigas alemãs, bem na fronteira entre Holanda e Alemanha, um vasto exército de tropas especiais para-quedistas para cercar e sufocar as tropas nazistas que naquele momento estavam em um desesperado movimento de retirada da França por causa da invasão aliada na Normandia, dentro da série de ataques realizados durante o Dia D. Para o front são enviados oficiais condecorados e experientes como o Major General Urquhart (Sean Connery) e o Tenente Coronel inglês Frost (Anthony Hopkins), porém assim que pisam em território inimigo uma série de coisas começam a dar incrivelmente erradas, colocando em risco a vida de milhares de soldados aliados. Filme vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator Coadjuvante (Edward Fox). Também vencedor do British Society of Cinematographers na categoria de Melhor Fotografia (Geoffrey Unsworth).

Comentários:

Um épico moderno dos filmes de guerra passados na II Guerra Mundial, "A Bridge Too Far" entrou para a história do cinema por causa de seu elenco maravilhoso, cheio de grandes astros de Hollywood e da produção classe A que não poupou recursos para contar sua história. O foco do enredo se concentra na Operação Market Garden que tinha a intenção de cercar as forças nazistas que fugiam da França após o vitorioso desembarque aliado na Normandia. A intenção também era destruir todas as linhas de comunicações entre Berlim e suas tropas avançadas, destruindo pontes, estradas e vias de comunicação e abastecimento entre o coração do III Reich e seus comandados da frente ocidental. Não era uma tarefa fácil. Apesar do fato dos alemães estarem batendo em retirada a questão era que ainda tinham muito poder de fogo e combate e por essa razão assim que as botas dos soldados aliados pisaram em solo inimigo se deu início a um dos mais sangrentos episódios de toda a guerra, com batalhas travadas com muita ferocidade na luta por cada palmo de chão. O diretor Richard Attenborough quis ser o mais fiel aos acontecimentos reais e para isso não poupou esforços e nem metragem para sua obra. Embora bem completo o filme também se mostra com uma longa duração (2h49m para ser mais exato), o que de certa forma afastou grande parte do público na época.

Para quem não se importar com esse detalhe porém o filme vai se revelar uma excelente obra histórica, mostrando cada detalhe da operação, os eventos imprevisíveis e até mesmo os fatores que fizeram tudo dar tão incrivelmente errado. Há excelentes cenas de ação antes disso, inclusive uma impressionante sequência de centenas de aviões despejando os para-quedistas em solo inimigo. Uma grandiosa cena que contou inclusive com várias aeronaves da época e que ainda estavam em operação quando o filme foi realizado (algo que hoje em dia seria simplesmente impossível). O roteiro também explora várias pequenas missões envolvendo os diversos personagens do filme. Muitas dessas cenas são relativamente independentes das demais, funcionando quase como curtas dentro de um longa-metragem. Assim temos por exemplo a luta de um soldado (James Caan) em salvar a vida de um capitão dado como morto ou então a tenaz resistência de um oficial britânico (Hopkins) em manter sua posição dentro de uma cidade holandesa, mesmo diante de uma divisão de tanques alemães. Todas elas obviamente fazem parte da grande operação Market Garden, mas ao mesmo tempo contam pequenas histórias de luta e heroísmo dos combatentes anônimos que lutaram no front de guerra. Sob esse aspecto o roteiro acaba se revelando muito rico e detalhista do ponto de vista histórico, o que é uma das virtudes do filme como um todo. Assim se você estiver em busca de um bom filme sobre a II Guerra Mundial, que valorize os fatos reais e conte com um elenco realmente estelar, poucos serão tão recomendados como esse "Uma Ponte Longe Demais".

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de março de 2015

O Nome da Rosa

É um dos melhores filmes da carreira de Sean Connery que por essa época estava em uma fase particularmente inspirada na carreira. Costuma-se dizer que por trás de todo grande filme há uma grande estória. No caso de “O Nome da Rosa” temos uma confirmação disso. O roteiro foi escrito tendo como base o excelente livro de mesmo nome do cultuado autor Umberto Eco. Seus personagens vivem em um mundo imerso na religiosidade fanática, em plena idade média, período histórico que anos depois seria denominado como a “era das trevas”. A ciência era combatida e punida pelas altas autoridades do clero. A Igreja Católica dominava de forma sufocante todos os aspectos da vida da sociedade em geral. A menor indiscrição poderia ser confundida com heresia e a punição era mais do que severa, pois geralmente a purgação dos pecados vinha através do martírio em grandes fogueiras onde pessoas eram queimadas vivas em espetáculos públicos de insanidade e crueldade. É nesse ambiente sufocante que surge William de Baskerville (Sean Connery) que chega até um mosteiro distante para solucionar uma série de crimes horrendos acontecidos no local. O personagem é obviamente uma homenagem a Sherlock Holmes e o autor Umberto Eco se aproveita disso para desfilar uma doce ironia em cena: mesmo sendo um membro do clero, Baskerville usa de métodos científicos para descobrir a origem dos crimes.

“O Nome da Rosa” se destaca por apresentar uma trama extremamente bem escrita e uma solução final ao mesmo tempo simples e brilhante. Nisso se assemelha novamente aos textos do famoso detetive que lhe serviu de inspiração. A direção de arte do filme é um primor, recriando com extrema fidelidade os ambientes das centenárias abadias medievais, com sua rotina de trabalho austera e disciplinada. Curiosamente o filme não fez sucesso nos Estados Unidos em seu lançamento, sendo praticamente ignorado pelo público americano. No resto do mundo porém se tornou um verdadeiro sucesso entrando rapidamente na categoria de cult movie. Não é para menos, o filme alia um roteiro extremamente bem escrito com um elenco em fase inspirada. Sean Connery na época ainda tentava provar que era um bom ator e que não precisava mais viver á sombra de James Bond. Sua busca por uma identidade própria o levou a estrelar uma sucessão de excelentes filmes como “Os Intocáveis”, “Caçada ao Outubro Vermelho” e “Indiana Jones e a Última Cruzada” (considerado até hoje um dos melhores filmes da franquia). Connery obviamente ficou chateado com a fria recepção que o filme recebeu nos EUA mas anos depois atribuiu isso ao estilo do próprio público americano que vai aos cinemas. Para Sean filmes com tramas complexas como a de “O Nome da Rosa” fazem o espectador pensar para tentar decifrar o mistério envolvido, algo que os americanos não estariam dispostos a fazer por pura preguiça mental. De qualquer modo o resto do mundo reconheceu os méritos do filme, merecidamente aliás. Assim “O Nome da Rosa” se torna item obrigatório para os amantes dos filmes de mistério. A trama inteligente e bem conduzida transformou a produção em um clássico moderno, sem a menor sombra de dúvidas.

O Nome da Rosa (The Name of the Rose, Alemanha, Itália, França, 1986) Direção: Jean-Jacques Annaud / Roteiro: Andrew Birkin baseado no livro "O Nome da Rosa" de Umberto Eco / Elenco: Sean Connery, Christian Slater, F. Murray Abraham, Helmut Qualtinger, Elya Baskin, Feodor Chaliapin, William Hickey, Michel Lonsdale, Ron Perlman / Sinopse: William de Baskerville (Sean Connery) vai até uma abadia distante e sombria para investigar uma série de crimes no local. Ao lado de seu assistente, o noviço Adso (Christian Slater) ele tentará chegar na solução do mistério da morte dos membros do clero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de março de 2015

A Caçada ao Outubro Vermelho

Durante a Guerra Fria dois impérios disputaram a hegemonia mundial. De um lado os Estados Unidos, líder do mundo ocidental, empunhando a bandeira do capitalismo e do livre mercado. No outro a União Soviética, líder dos países do bloco comunista que defendia o modelo de Estado autoritário, centralizador e dono de todos os meios de produção. Essa guerra ideológica obviamente foi transposta também para o campo militar. Americanos e soviéticos entraram em uma terrível corrida armamentista onde a busca pelas armas nucleares mais modernas acabou se tornando política oficial de Estado. E entre esse vasto arsenal nuclear se destacavam os submarinos nucleares, capazes de cruzarem os oceanos para atacar os países inimigos com rara precisão. Tanto Estados Unidos como União Soviética construíram incríveis máquinas como essas e a luta por uma delas é justamente o centro da trama desse excelente “A Caçada ao Outubro Vermelho”. A trama se passa em 1984 quando o capitão Marko Ramius (Sean Connery) do submarino soviético “Outubro Vermelho” decide sem justificativa aparente desviar a rota de navegação para os Estados Unidos. Isso obviamente traria enorme repercussão tanto do lado do comando soviético, que não havia autorizado tal manobra, como do lado americano, pois afinal de contas ter em plena guerra fria um submarino nuclear inimigo em rota de colisão com seu país era no mínimo temerário.

“Caçada ao Outubro Vermelho” se destaca pelo excelente roteiro que joga o tempo todo com as reais intenções do capitão soviético e os efeitos que surgem de sua decisão inesperada. Afinal qual seria seu real objetivo: Uma deserção ou um ataque insano ao capitalismo americano? Sean Connery está perfeito em sua caracterização de militar premiado e veterano que começa a pensar por conta própria sem se importar com as conseqüências de seus atos impensados. Na época de seu lançamento o filme também despertou debate sobre o perigo de um conflito nuclear por acidente. Afinal até que ponto os governos de Estados Unidos e União Soviética tinham efetivo controle sobre seu espetacular arsenal de guerra? O desespero causado em razão  de um submarino nuclear sem controle das autoridades soviéticas refletia bem isso. O curioso de tudo é que o perigo persiste até os dias atuais. Depois do fim da guerra fria com o desmoronamento do bloco soviético a antes incrível armada daquele país entrou em completo colapso. O que se vê hoje em dia na Rússia é um total sucateamento de armas e artefatos de guerra que apodrecem literalmente nos cais do país. Recentemente vi uma reportagem sobre o estado atual da Marinha russa. Submarinos como esse mostrado no filme nem conseguem mais ir para o alto mar por falta de verbas. O orgulho da outrora esquadra vermelha nunca esteve tão em baixa. Quem diria que um dia esse arsenal tenha sido tão respeitado e temido pelo ocidente? De qualquer modo fica a dica: “A Caçada ao Outubro Vermelho”, um excelente filme de suspense e guerra que realmente consegue mexer muito bem com os nervos do espectador. Não deixe de assistir.

A Caçada ao Outubro Vermelho (The Hunt for Red October, Estados Unidos, 1989) Direção:  John McTiernan / Roteiro: Larry Ferguson, Donald Stewart / Elenco: Sean Connery, Alec Baldwin, Scott Glenn, Sam Neill, James Earl Jones / Sinopse: A trama se passa em 1984 quando o capitão Marko Ramius (Sean Connery) do submarino soviético “Outubro Vermelho” decide sem justificativa aparente desviar a rota de navegação para os Estados Unidos. Seria um ato de deserção do oficial soviético ou uma impensada e insana manobra de ataque contra a América?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de março de 2015

A Liga Extraordinária

Título no Brasil: A Liga Extraordinária
Título Original: The League of Extraordinary Gentlemen
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Stephen Norrington
Roteiro: James Robinson, baseado na obra de Alan Moore
Elenco: Sean Connery, Stuart Townsend, Peta Wilson, Tony Curran

Sinopse:
Um grupo de personalidades marcantes do mundo da literatura resolve se unir para enfrentar uma grande ameaça contra a humanidade. O aventureiro Allan Quatermain (Sean Connery), o lendário Capitão Nemo (Naseeruddin Shah), a sedutora Mina (Peta Wilson) do romance "Drácula", Dr. Henry Jekyll e Edward Hyde (Jason Flemyng) de "O Médico e o Monstro" e até mesmo Dorian Gray (Stuart Townsend), saído diretamente das páginas escritas por Oscar Wilde, entre outros, estão nessa perigosa aventura. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Fantasia, Melhor Atriz Coadjuvante (Peta Wilson) e Melhor Figurino.

Comentários:
"The League of Extraordinary Gentlemen" por ser uma adaptação da Graphic Novel de Alan Moore causou grande expectativa nos fãs de HQs. Infelizmente Hollywood ainda não conseguiu captar todas as nuances dos quadrinhos para as telas de cinema. Mudanças são realizadas em nome de um maior potencial comercial e partes do enredo são alterados em prol do ego dos atores. Isso acaba de uma maneira ou outra desfigurando a essência da obra original. Foi justamente isso que aconteceu mais uma vez aqui. Inicialmente o próprio Alan Moore rejeitou o filme. Tentou até mesmo tirar seus nomes dos créditos. Depois, para piorar ainda mais, o ator Sean Connery entrou em atritos com o diretor e o estúdio. Connery queria ainda mais espaço para seu personagem Allan Quatermain, mas o roteiro tentava em vão trazer o aspecto mais coletivo da Graphic Novel original. No meio de tantos problemas de produção o filme acabou saindo truncado, mal dividido, o que acabou desagradando tanto o público como a crítica. Em termos de produção, direção de arte, efeitos especiais e figurino, não há o que reclamar. Tudo é muito bem realizado, de acordo com uma película que custou mais de oitenta milhões de dólares. O problema realmente é de roteiro, esse se mostra muitas vezes sem salvação. Como fracassou comercialmente o filme hoje em dia serve apenas como curiosidade, uma amostra que a fusão entre quadrinhos e cinema nem sempre dá muito certo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de março de 2015

Armadilha

Título no Brasil: Armadilha
Título Original: Entrapment
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox Film
Direção: Jon Amiel
Roteiro: Ronald Bass, Michael Hertzberg
Elenco: Sean Connery, Catherine Zeta-Jones, Ving Rhames
  
Sinopse:
Robert MacDougal (Sean Connery) é um sofisticado ladrão de obras de arte que aplica seus golpes em museus de alta segurança mundo afora. Virginia Baker (Catherine Zeta-Jones) é uma agente de seguros enviada para descobrir se ele está envolvido com o roubo de um importante quadro que vale milhões. Após conhecer Robert melhor acaba aceitando fazer uma improvável dupla ao seu lado! Juntos se unem para realizar um bilionário golpe financeiro no mercado econômico mundial. Filme vencedor do Blockbuster Entertainment Awards na categoria de Melhor Atriz - Filmes de ação (Catherine Zeta-Jones). Filme indicado ao Framboesa de Ouro nas categorias de Pior Atriz (Catherine Zeta-Jones) e Pior Elenco (Sean Connery e Catherine Zeta-Jones).

Comentários:
Eu sempre vi esse filme como um símbolo de que a carreira de Sean Connery tinha realmente chegado ao fim. O astro que havia experimentado uma maravilhosa ressurreição como ator nos anos 80 já não tinha mais muito o que fazer no cinema. Em busca de se tornar comercialmente viável para os estúdios, Connery de certa maneira acabou vendendo sua alma artística, se tornando mais um astro genérico de filmes de ação sem maior consistência. Tudo bem que o filme tem uma produção interessante com uso de excelentes efeitos visuais (como a cena em que eles tentam passar por um corredor cheio de lasers), mas eles por si só não valem por todo o filme. Provavelmente um dos poucos motivos para se gostar mesmo de "Armadilha" seja a bonita presença da bela Catherine Zeta-Jones! Ela, temos que confessar, está linda no filme! Tudo valorizado ainda mais por seu sensual figurino de couro negro - algo que deixará os fãs mais fetichista em êxtase! Sua personagem chamada Virginia Baker é vazia e sem conteúdo, como o próprio roteiro, mas esse pecado é deixado de lado por causa de sua beleza morena marcante. Uma visão fútil, é verdade, mas que na falta de méritos melhores acaba se sobressaindo. E por falar em falta de conteúdo... o nome do diretor inglês Jon Amiel nos créditos já antecipava de antemão o que poderíamos esperar do filme, ou seja, quase nada. Afinal de contas ele havia assinado coisas como "O Homem Que Sabia de Menos" e "O Núcleo - Missão ao Centro da Terra", o que deixava mais do que claro que ele nunca fora mesmo nenhum Orson Welles.

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Encontrando Forrester

Título no Brasil: Encontrando Forrester
Título Original: Finding Forrester
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Mike Rich
Elenco: Sean Connery, Rob Brown, F. Murray Abraham, Anna Paquin
  
Sinopse:
O jovem negro Jamal Wallace (Rob Brown) não é apenas bom no basquete e nos esportes. Ele demonstra ter talento também nos estudos. Após tirar uma excelente nota em um exame estadual de sua escola, ele ganha uma bolsa de estudos numa ótima universidade em Manhattan. No meio acadêmico acaba fazendo uma improvável amizade com um famoso escritor que vive de forma reclusa, William Forrester (Sean Connery). Essa aproximação acaba por ajudar Jamal a superar seus problemas pessoais e o preconceito racial, ainda existente em seu meio. Filme indicado ao Berlin International Film Festival e Chicago Film Critics Association Awards.

Comentários:
Não consegui gostar plenamente desse filme. Algumas vezes isso acontece na vida de um cinéfilo. Você alugar a fita (relembrando um passado recente), leva para casa, cria boas expectativas mas... não funciona! "Finding Forrester" simplesmente não funcionou no meu caso. O elenco é parcialmente bem escolhido. Uso essa palavra "parcialmente" com o objetivo de mostrar que apesar de Sean Connery ter sido bem escalado a escolha por Rob Brown se mostrou desastrosa. Imagine colocar um ator assim, sem muita experiência, bem no meio de gente como Connery e principalmente F. Murray Abraham, um monstro em termos de atuação, isso o deixou ainda mais vulnerável. O pobre rapaz foi sumindo, sumindo... até desaparecer completamente no meio desses deuses do Olimpo dos grandes atores. Deveria ter sido escolhido alguém melhor, mais seguro, mais concentrado e principalmente mais experiente. Ele não convence em nenhum momento e faz com que o filme desabe, lá por volta dos 40 minutos de duração. E afinal, tirando isso o que podemos destacar? O filme tem uma boa fotografia - ajudada em parte pela bonita região de Ontario, Canadá, e Nova Iorque, no esplendor de sua beleza em outono. Assim, concluindo essa breve resenha, não indicaria hoje em dia o filme a quem ainda não viu e nem muito menos para quem desejasse apenas realizar uma revisão tardia de seus (poucos) méritos cinematográficos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Justa Causa

Título no Brasil: Justa Causa
Título Original: Just Cause
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Arne Glimcher
Roteiro: Jeb Stuart 
Elenco: Sean Connery, Laurence Fishburne, Kate Capshaw, Blair Underwood, Ed Harris, Scarlett Johansson, Ned Beatty 

Sinopse:
Bobby Earl (Underwood) é um condenado prestes a ser executado no corredor da morte quando, em desespero, pede ajuda a um conceituado professor de direito de Harvard, Paul Armstrong (Sean Connery). Após estudar o processo e todo o procedimento jurídico que levou Earl rumo em direção à cadeira elétrica, Armstrong descobre que pistas importantes foram ignoradas e provas afastadas, tudo com o objetivo de condenar e usar Earl como um conveniente bode expiatório da polícia e da justiça.

Comentários:
Baseado na obra de John Katzenbach, esse é outro interessante filme da carreira de Sean Connery que anda meio esquecido. Traz um bom roteiro que é particularmente indicado para estudantes de direito em geral. Segundo o autor, o livro que deu origem ao filme foi parcialmente inspirado em fatos reais mas ele, por motivos legais, mudou o nome dos principais personagens. O professor de Harvard inclusive é um famoso legalista no meio jurídico dos Estados Unidos. Interessante notar que a Warner apostou no inexpressivo cineasta Arne Glimcher para dirigir esse filme que prometia bastante. Diretor de apenas três outros filmes (a grande maioria bobagens como "Os Reis do Mambo" e "Prenda-me se Puder!") fica complicado entender porque um filme com Sean Connery no elenco não contou com alguém mais experiente na direção. Isso infelizmente se reflete no desenvolvimento da trama que perde o pique inúmeras vezes, causando um certo tédio e desconforto no espectador. "Just Cause" só não se torna um filme ruim por causa da sempre carismática presença de Sean Connery e da boa trama que se desenrola em seu enredo, porque se fosse depender exclusivamente de seu diretor era certo que naufragaria completamente em seus méritos cinematográficos.

Pablo Aluísio.

Sol Nascente

Título no Brasil: Sol Nascente
Título Original: Rising Sun
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Philip Kaufman
Roteiro: Philip Kaufman
Elenco: Sean Connery, Wesley Snipes, Harvey Keitel

Sinopse:
Nos escritórios de uma empresa japonesa, durante uma festa, uma mulher, que é, evidentemente, uma amante profissional, é encontrada morta, aparentemente depois de algum tipo de ritual violento. Um detetive da polícia, Web Smith (Snipes), é chamado para investigar, mas antes de chegar lá, recebe um telefonema de seu superior que lhe instrui para ir acompanhado de John Connor (Connery), um ex-capitão da polícia e especialista em assuntos japoneses. Quando chegam ao lugar do crime, Web e Connor descobrem que há algo terrível por trás daquele assassinato.

Comentários:
Nos anos 1990 os japoneses desembarcaram em Hollywood com a intenção de adquirir as ações dos grandes grupos de entretenimento da costa oeste. Conseguiram mesmo tomar a direção de vários deles, alguns praticamente falidos, e fundaram a poderosa Sony Pictures, que até hoje desempenha papel de ponta dentro do circuito comercial americano de cinema. Essa verdadeira "invasão" despertou o brio patriótico de certos grupos e a consequência disso foi o lançamento de vários filmes em que os japoneses desempenhavam o papel de vilões sem alma. "Rising Sun" veio nessa onda ufanista. Baseado no livro de sucesso do autor de best sellers Michael Crichton, o filme era mais uma tentativa branca de vilanizar os habitantes da terra do sol nascente. O que mais me admirou nessa fita porém nem foi isso, mas sim o fato de ter sido dirigida pelo cineasta cult Philip Kaufman. Para quem dirigiu filmes "cabeça" como "A Insustentável Leveza do Ser" e "Henry & June - Delírios Eróticos", assinar algo assim, tão comercial, soava quase como uma heresia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

007 - Nunca Mais Outra Vez

Título no Brasil: 007 - Nunca Mais Outra Vez
Título Original: Never Say Never Again
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Irvin Kershner
Roteiro: Kevin McClory, Jack Whittingham
Elenco: Sean Connery, Kim Basinger, Klaus Maria Brandauer, Max von Sydow

Sinopse:
James Bond (Sean Connery) decide se aposentar do serviço secreto de sua majestade mas na última hora é surpreendido por uma chantagem internacional envolvendo a SPECTRE. Dois de seus membros, Largo (Klaus Maria Brandauer) e Blofeld (Max von Sydow) roubam ogivas nucleares e ameaçam explodir as bombas em algumas das maiores cidades da Inglaterra e Estados Unidos. O resgate? Cem milhões de dólares.

Comentários:
Um filme não oficial de James Bond que não faz parte da franquia original e que foi muito mal recebido pela crítica na época. Também pudera, Sean Connery havia dito e prometido que jamais voltaria ao personagem, isso porque queria alcançar outros voos em sua carreira. Só que em 1983 todo mundo ficou surpreendido quando o próprio Connery voltou atrás e resolver encarnar novamente (e pela última vez) o tão famoso agente 007. Só que o tempo havia passado, Sean estava ficando careca (usou uma peruca nada convincente em cena) e com vários quilinhos a mais. A trama também não é muito boa e nem inteligente transformando todo o filme em um grande desapontamento. Um prato requentado com praticamente a mesma estória de "007 Contra a Chantagem Atômica" de 1965. Curiosamente o elenco é acima da média (pelo menos no papel), inclusive com a presença do talentoso Max von Sydow e com Kim Basinger como uma das mais bonitas Bond Girls que se tem notícia. Infelizmente mesmo com tudo isso a favor nada funciona mesmo. Ruim, arrastado e sem charme "Never Say Never Again" é de fato decepcionante. Sean Connery deveria ter deixado Bond mesmo em 1971 com "007 - Os Diamantes São Eternos", afinal seu retorno só serviu mesmo para demonstrar que ele não tinha mais nada a ver com o famoso agente secreto.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Negócios de Família

Título no Brasil: Negócios de Família
Título Original: Family Business
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Vincent Patrick
Elenco: Sean Connery, Dustin Hoffman, Matthew Broderick

Sinopse: 
Uma família de criminosos entra em conflito após o avô Jessie (Sean Connery) cumprir sua longa pena por assalto. De volta às ruas ele pretende retomar sua vida de delitos. Para isso acaba convidando seu neto,  Adam (Matthew Broderick), para participar de um plano envolvendo um ousado assalto a banco. O convite acaba sendo combatido pelo pai de Adam, Vito (Dustin Hoffman), um ex-criminoso que agora está tentando voltar a uma vida honesta.

Comentários:
Um filme que tinha tudo para se tornar uma pequena obra prima mas que ficou pelo meio do caminho, assim podemos definir esse "Family Business" que prometia muito, principalmente por causa do excelente elenco, mas que cumpriu pouco. O resultado é morno, o que é de surpreendente pelos talentos envolvidos. Até mesmo o grande Sidney Lumet se mostra sem inspiração, burocrático mesmo. Outro aspecto muito curioso é que os atores não tinham faixa etária para representarem avô, pai e filho - as idades não batiam. Mesmo assim o estúdio ignorou isso e todos foram escalados, principalmente por causa de seu apelo comercial junto ao público. Dos três astros do elenco principal (que eu particularmente aprecio muito de outros trabalhos) o que se sai melhor em cena é Dustin Hoffman. É o único que parece ter se preocupado em desenvolver melhor seu personagem. Os demais não se destacam muito. Sean Connery não parece levar o seu papel muito à sério e Matthew Broderick está ofuscado, talvez pelo brilho natural dos mais veteranos. Interessante também notar que Broderick teve uma oportunidade incrível de trabalhar ao lado de verdadeiros monstros do cinema por essa época, inclusive trabalhando com o mito Marlon Brando em "Um Novato na Máfia".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Curandeiro da Selva

Título no Brasil: O Curandeiro da Selva
Título Original: Medicine Man
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Films
Direção: John McTiernan
Roteiro: Tom Schulman, Sally Robinson
Elenco: Sean Connery, Lorraine Bracco, José Wilker

Sinopse: 
Um excêntrico pesquisador, Dr. Robert Campbell (Sean Connery) realiza suas pesquisas na floresta Amazônica e luta por sua preservação pois defende que a cada metro quadrado de floresta destruída a ciência perde a oportunidade de encontrar a cura para várias doenças graves que assolam a humanidade. Apenas a preservação e a pesquisa vão tornar a selva ecologicamente sustentável e cientificamente aproveitável. Muitos porém não pensam como ele!

Comentários:
No auge da popularidade do movimento ecológico (lembrem-se que a Eco-92 foi realizada nesse mesmo ano no Rio de Janeiro) Hollywood lançou esse "O Curandeiro da Selva". O roteiro como não poderia ser diferente explora a questão da preservação das grandes florestas. É a velha luta entre desenvolvimento econômico versus preservação. É curioso também porque mostra uma certa hipocrisia por parte dos americanos. Enquanto em seu país praticamente todas as florestas existentes foram colocadas abaixo em nome do progresso eles se sentem agora na posição de dar lições de moral sobre isso a países em desenvolvimento como o Brasil. Afinal se a Amazônia ficasse dentro do território americano acredito que não existiria mais nem uma árvore em pé hoje em dia. A ideologia ecológica certamente é importante mas não na base de pensamentos tão superficiais como as do roteiro dessa produção. O filme em si é razoável, conta inclusive com atores brasileiros em seu elenco mas a mensagem infelizmente é bobinha demais. Assista, se divirta e jogue fora.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de julho de 2013

Indiana Jones e a Última Cruzada

Considerado por muitos como o melhor filme da série Indiana Jones no cinema. Era para ser a última produção com o personagem, fechando uma trilogia vitoriosa mas Spielberg e Lucas inventaram de realizar um péssimo quarto filme que merece ser esquecido, “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”. Mas deixemos esse fiasco de lado. Agora vamos nos concentrar nesse belo momento de Indiana no cinema. O filme tinha várias inovações sendo a mais celebrada a presença mais do que especial de Sean Connery no elenco. O ator vinha em um momento especial na carreira, estrelando grandes sucessos comerciais, além do reconhecimento da crítica e da Academia que o premiou com o Oscar de Melhor ator coadjuvante pelo excelente “Os Intocáveis”. O convite para fazer parte da série Indiana Jones partiu no jantar de entrega do Globo de Ouro. Spielberg e Lucas compartilharam a mesma mesa que Connery e lá mesmo tiveram a feliz idéia de o tornar o pai de Jones (muito embora Sean Connery não tivesse idade para ser pai de Harrison Ford, uma vez que apenas nove anos separava um do outro).

Isso foi deixado de lado e assim Sean Connery se tornou o professor Henry Jones, pai de Indiana, que agora reencontrava o filho na busca de uma das peças arqueológicas mais cobiçadas da história, o chamado Santo Graal, o cálice usado por Jesus Cristo na última ceia. O artefato estava há muitos séculos desaparecido, sendo a última citação de sua existência escrita como parte da história dos lendários cavaleiros templários, que dominaram Jerusalém durante as cruzadas. Rezava a lenda que aquele que tomasse do cálice ganharia a vida eterna. Como se sabe a mitologia em torno do Graal, das cruzadas e dos cavaleiros templários é extremamente rica o que trouxe um material fantástico para Lucas e os demais roteiristas que de fato fizeram um excelente trabalho. Pontuando tudo ainda havia o complicado relacionamento entre pai e filho (que rendeu ótimas e divertidas cenas). De quebra o filme ainda trazia uma ótima seqüência com o jovem Indiana Jones (interpretado pelo saudoso astro River Phoenix). Revisto hoje em dia o filme não envelheceu, continua tão charmoso como na época de seu lançamento e mostra que aventuras bem escritas resistem muito bem ao tempo, tal como o próprio Santo Graal.

Indiana Jones e a Última Cruzada (Indiana Jones and the Last Crusade, Estados Unidos, 1989) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Jeffrey Boam, George Lucas / Elenco:  Harrison Ford, Sean Connery, Denholm Elliott, River Phoenix / Sinopse: Indiana Jones (Harrison Ford) e seu pai Henry Jones (Sean Connery) partem em busca do chamado Santo Graal, o mitológico cálice sagrado que teria sido usado por Jesus Cristo na última ceia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Rocha

Segue sendo lembrado pelos fãs de filmes de ação como um dos melhores momentos da carreira de Sean Connery no gênero. Ele aqui estrela ao lado de Nicolas Cage (no auge da carreira, muitos anos antes de virar um sombra do que foi, estrelando filmes sem qualquer qualidade como vemos atualmente). O enredo é pura fantasia mas diverte e entretém como poucos. Um militar, general condecorado, Francis X. Hummel (interpretado pelo sempre ótimo Ed Harris), se revolta contra a situação dos veteranos e o tratamento que o governo dos EUA lhes dá e resolve tomar uma decisão realmente radical. Ao lado de um grupo de fieis aliados ele rouba um lote de armas químicas e se encastela na antiga prisão de Alcatraz ao lado de vários reféns. A partir daí ameaça atacar a cidade de San Francisco se não lhe forem pagos 100 milhões de dólares. Para deter suas pretensões terroristas o governo americano envia para a “rocha” (como era conhecida Alcatraz pelos prisioneiros que lá ficavam) um grupo de elite que conta com dois especialistas.

O primeiro é Stanley Goodspeed (Nicolas Cage), especialista em armas bioquímicas e o segundo o ex-detento e único homem a fugir da prisão de Alcatraz, John Patrick Mason (Sean Connery). Juntos tentarão deter os planos do obstinado general. “A Rocha” foi dirigido por Michael Bay e produzido pela dupla Jerry Bruckheimer e Don Simpson (que morreu poucos meses antes da estréia do filme). A presença do trio já deixa claro o que o espectador vai encontrar no filme. Muitas explosões, ação desenfreada e um roteiro não muito trabalhado. Michael Bay que vinha do sucesso “Bad Boys” ainda não tinha se tornado esse cineasta alucinado dos dias atuais, onde seus filmes mais parecem um festival de pirotecnia, mas já demonstrava em “A Rocha” os caminhos que iria seguir em sua carreira. É curioso também o fato de Sean Connery ter feito esse filme. Ele vinha numa fase de busca por reconhecimento artístico e de repente se viu envolvido nesse projeto de pura ação e pipoca (chegou inclusive a participar da produção como produtor executivo). Deixando tudo isso de lado não há como deixar de se divertir nesse filme. É obviamente um blockbuster de ação, sem maiores pretensões a não ser divertir as massas. Olhando sob esse ponto de vista “A Rocha” certamente cumpriu seus objetivos cinematográficos.

A Rocha (The Rock, Estados Unidos, 1996) Direção: Michael Bay / Roteiro: David Weisberg, Douglas Cook / Elenco: Sean Connery, Nicolas Cage, Ed Harris,  John Spencer / Sinopse: Um general renegado (Ed Harris) decide tomar Alcatraz armado com armas químicas. Após ameaçar atacar a cidade de San Francisco o governo americano envia um grupo de elite para o local com a finalidade de deter o obstinado militar.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mais Forte Que o Ódio

Mais um interessante filme da década de 80 que anda meio esquecido, “Mais Forte Que o Ódio” foi a primeira produção de Sean Connery após o grande sucesso de público e crítica de “Os Intocáveis”. No enredo ele interpreta o veteranoTenente-Coronel Alan Caldwell. Sua principal função é desvendar crimes militares. Após um crime de extrema brutalidade ser cometido dentro de um presídio militar ele é designado para a investigação. O problema é que também é designado para o caso o inspetor Jay Austin (Mark Harmon) que já teve sérios problemas com o Coronel no passado. Mesmo odiando um ao outro eles terão que trabalhar juntos para desvendar o crime. E como se isso não fosse ruim o bastante Jay acaba se apaixonando por Donna Caldwell (Meg Ryan) que pelo sobrenome já entrega o jogo, pois é a filha do personagem de Sean Connery.

“Mais Forte Que o Ódio” aposta em um roteiro de rotina, é verdade, mas com alguns aspectos bem curiosos. O ator que contracena com Sean Connery, Mark Harmon, vinha de algumas comédias bem despretensiosas como “Curso de Férias” e encarava pela primeira vez um papel mais sério. O interessante é que encontraria o sucesso finalmente na TV em NCSI onde interpretaria um personagem parecido com o que desempenha aqui, a de um policial investigador especializado em crimes militares. Ao seu lado já dando os primeiros passos para se tornar a “namoradinha da América” surge Meg Ryan, que na época era o protótipo da mocinha do cinema americano. O diretor Peter Hyams já havia trabalhado alguns anos antes com Sean Connery na aventura futurista “Outland - Comando Titânio”. Revisto hoje em dia “Mais Forte Que o Ódio” certamente ainda mantém o interesse. Na época de seu lançamento fez boa carreira nos cinemas por causa de Sean Connery que vivia um novo momento na carreira. Agora merece ser revisto como um bom filme policial de ação dos anos 80. Fica a dica.

Mais Forte Que o Ódio (The Presidio, Estados Unidos, 1988) Direção: Peter Hyams / Roteiro: Larry Ferguson / Elenco: Sean Connery, Mark Harmon, Meg Ryan / Sinopse: Após um brutal crime cometido dentro de um presídio militar dois investigadores que se odeiam na vida pessoal terão que superar isso para solucionar o caso.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A Liga Extraordinária

Alan Moore não tem mesmo sorte nas adaptações de suas obras para o cinema. Geralmente ele fica tão aborrecido com tudo, que sai de sua reclusão para reclamar do resultado e pedir que seu nome seja retirado dos créditos dos filmes (algo que nunca dá certo pois os produtores sabem que seu nome também ajuda na promoção, gerando melhores bilheterias). Uma de suas obras mais violentadas foi justamente esse “A Liga Extraordinária”, que na arte dos quadrinhos funcionou maravilhosamente bem, se tornando um clássico do gênero, mas que no cinema só resultou em desapontamento e decepção. O enredo original era muito bem bolado e trabalhado. Moore reuniu vários grandes personagens de clássicos da literatura e os colocou a serviço de apenas uma estória. Assim estão lá  Allan Quatermain,  Capitão Nemo, Dorian Gray (da obra de Oscar Wilde), Mina Harker (de Drácula),  Dr. Henry Jekyll e Edward Hyde. O interessante é que como praticamente todos esses livros já estão em domínio público Alan Moore pode usar todos esses famosos personagens sem pagar verdadeiras fortunas em direitos autorais. Uma jogada de mestre, tanto do ponto de vista de sua imaginação quanto comercial.

Já nas telas de cinema o desastre foi quase completo. Os personagens foram manipulados dentro do roteiro, alguns que não tinham importância dentro da trama foram alçados a protagonistas por causa da celebridade dos atores que os interpretavam, como foi o caso de Sean Connery e seu Allan Quatermain. Para agradar aos americanos alguns personagens da literatura dos Estados Unidos foram adicionados ao filme, sob completa revelia de Alan Moore. A direção de arte do filme se tornou excessiva, feita para impressionar o público. O problema é que o uso sem limites dos efeitos digitais acabou descaracterizando a trama original que era muito mais centrada na inteligência dos personagens. Assim ao invés de assistirmos a uma intrigada trama de suspense ficamos a ver Mr Hyde dando uma de Hulk digital pelos céus de uma Londres de Pixel. Nada animador. Com tantos erros o filme acabou indo muito mal de bilheteria. Sua recepção foi tão ruim que Sean Connery, ao que tudo indica, encerrou sua carreira no cinema. Espero que ele volte algum dia pois não fica nada bonito ter algo como “A Liga Extraordinária” como seu filme de despedida, ainda mais em seu caso com tantas obras maravilhosas de que participou ao longo da carreira.

A Liga Extraordinária (The League of Extraordinary Gentlemen, Estados Unidos, 2003) Direção: Stephen Norrington / Roteiro: James Dale Robinson, baseado na obra de Alan Moore e Kevin O'Neill / Elenco: Sean Connery, Peta Wilson, Stuart Townsend / Sinopse: uma galeria de personagens famosos da literatura inglesa e americana se unem para combater um grande perigo para a humanidade.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Casa da Rússia

Alguns filmes são literalmente atropelados pela história. Um exemplo claro disso aconteceu com esse “A Casa da Rússia” que foi lançado no mesmo ano em que o Muro de Berlim caiu! Como adaptação de uma típica novela da Guerra Fria, com todos aqueles espiões russos retratados como vilões e malvados, o filme entrou em cartaz justamente no momento histórico em que tudo isso estava mudando de forma radical. A Perestroika e a Glasnost sob o comando do premier Mikhail Gorbachev simplesmente colocaram abaixo o antigo regime que era a essência do bloco soviético e do Pacto de Varsóvia. Assim a Rússia sempre vista como o “Império do Mal” deixou de ter essa conotação tão maniqueísta. Como conseqüência o filme também perdeu sua razão de existência, se tornando ultrapassado, anacrônico, fora de moda. E isso tudo aconteceu em questão de semanas. John Le Carré, o autor do livro no qual o filme foi baseado, que praticamente só escrevia sobre espiões da Guerra Fria, de repente se tornou um dinossauro ideológico. “A Casa da Rússia” hoje soa muito curioso pois capta todos aqueles valores que estavam na ordem do dia na época em que o mundo era basicamente dividido em dois grandes blocos, o dos países ocidentais capitalistas e o dos países comunistas orientais liderados pela temida União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Claro que hoje em dia isso tudo ficou para trás e só existe nos livros de história, mas mesmo assim é muito interessante acompanhar a mentalidade que predominava naqueles anos de grande tensão entre as potências mundiais.

A trama gira em torno de uma série de dossiês cujos conteúdos revelam terríveis planos do governo comunista de Moscou em relação aos Estados Unidos. Os textos foram escritos por um renomado cientista soviético de codinome Dante (Klaus Maria Brandauer, amigo pessoal de Sean Connery e incluído no elenco atendendo a seu pedido pessoal). Katya (Michelle Pfeiffer) é uma amiga de Dante que é designado por esse para levar os dossiês até o Ocidente. Sua intenção é revelar os planos do governo russo para assim impedir que uma catástrofe mundial ocorra entre as nações. Katya assim tenta passar os documentos para um famoso editor britânico chamado Barley (Sean Connery). Convencido pelo serviço secreto inglês, Barley então é enviado até Moscou para colocar as mãos nos dossiês ao mesmo tempo em tentará descobrir quem realmente é Dante. De quebra deverá se certificar se os documentos são verdadeiros ou não, uma vez que táticas de contra espionagem eram muito comuns na época. Como se pode perceber “A Casa da Rússia” é um típico filme de espionagem da Guerra Fria. É muito curioso ver Sean Connery nesse tipo de filme, uma vez que ele tentava se afastar de seu personagem mais famoso, justamente o espião 007.  Apesar de seu personagem não ser um espião aos moldes do anterior a trama cheia de reviravoltas, planos e espionagem lembrava bastante os livros de Ian Fleming. Mais interessante ainda é saber que ele fez o filme logo após sua premiação de Melhor Ator por “Os Intocáveis” que de certa forma coroavam esses novos rumos trilhados em sua carreira, ao se distanciar da franquia que o tornou famoso. O filme acabou não dando certo nas bilheterias pelas razões já expostas. Um famoso crítico americano inclusive denominou a produção de “um fantasma da guerra fria”. Assim foi um dos últimos de uma grande série de películas que mostravam o eterno conflito entre União Soviética e Estados Unidos. O mundo definitivamente havia mudado e para melhor e não havia mais espaço para esse tipo de roteiro. Não havia outra conclusão, o filme “A Casa da Rússia” havia sido literalmente atropelado pela história.  

A Casa da Rússia (The Russia House, Estados Unidos, 1989) Direção: Fred Schepisi / Roteiro: Tom Stoppard baseado na obra de John Le Carré /  Elenco: Sean Connery, Michelle Pfeiffer, Roy Scheider, Klus Maria Brandauer, James Fox, John Mahoney, Michael Kitchen, J.T. Walsh, Ken Russell. / Sinopse: Uma série de arquivos contendo um complexo dossiê revela segredos do governo russo durante a Guerra Fria. Para tentar colocar as mãos neles o serviço secreto britânico envia um editor até Moscou onde ele acaba se vendo envolvido numa grande conspiração de espionagem.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

007 - Os Diamantes São Eternos

Sean Connery já havia abandonado o personagem quando em razão da fraca repercussão do primeiro Bond sem ele (007 a Serviço de Sua Majestade) os produtores ofereceram uma verdadeira fortuna para ele retornar ao papel de agente britânico Bond, James Bond. Já um pouco velho para as cenas de ação e usando uma indisfarçável peruca, Connery retornou às telas nesse "007 Os Diamantes São Eternos". O filme em resumo é apenas uma repetição de todos os outros filmes de Bond com Sean Connery. Ele inclusive está visivelmente no controle remoto numa interpretação nada empolgante. Mas talvez ele nem seja tão culpado pelas poucas qualidades dessa aventura fora do tom. O próprio clima em que foi realizado o filme foi ruim. Connery não queria mais fazer o personagem pois tinha pretensões de se livrar de Bond para estrelar outros tipos de filmes. Assim voltou a encarnar o agente apenas pelo dinheiro, com má vontade de atuar melhor, de trabalhar bem.

A realidade é que na minha opinião os primeiros filmes de Bond estão datados demais. Os vilões geralmente são ridículos e as cenas de "destruição do mundo" mais lembram desenhos infantis da saudosa Hanna Barbera. Não há como encarar um filme desses, onde um caricato vilão com seu gatinho no colo quer simplesmente explodir o mundo usando um satélite com diamantes. Não há motivação e como sempre temos uma estrutura do mal (aqui nesse caso uma estação de extração de petróleo) para Bond explodir no final. Tudo muito repetitivo, deja vu e ruim. Sinceramente, não gostei nem um pouco. Definitivamente os diamantes desse Bond são do Paraguai.

007 - Os Diamantes São Eternos (Diamonds Are Forever, Inglaterra, Estados Unidos, 1971) Direção: Guy Hamilton / Elenco: Sean Connery, Jill St. John, Charles Gray, Lana Wood, Jimmy Dean, Bruce Cabot, Desmond Llewelyn, Lois Maxwell, Desmond Llewelyn./ Roteiro: Richard Maibaum, Tom Mankiewicz / James Bond (Sean Connery) enfrenta Ernst Stavro Blofeld (Charles Gray), um vilão que deseja destruir o mundo.

Pablo Aluísio.