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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Conspiração Tequila

Título no Brasil: Conspiração Tequila
Título Original: Tequila Sunrise
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Robert Towne
Roteiro: Robert Towne
Elenco: Mel Gibson, Michelle Pfeiffer, Kurt Russell

Sinopse:
"Mac" Mckussic (Mel Gibson) é um traficante de drogas que deseja endireitar sua vida após um último grande golpe. Nick Frescia (Kurt Russell) é um tira que deseja descobrir seus planos. Curiosamente Mac e Nick tinham sido grandes amigos no passado, quando ambos eram apenas dois jovens de Nova Iorque. Para desvendar os próximos passos de Mac, Nick decide usar Jo Ann (Michelle Pfeiffer), uma bonita proprietária de restaurantes pelo qual Mac se sente particularmente atraído. O problema é que Nick acaba também revelando ter uma queda pela charmosa loira. Está assim armado então esse perigoso triângulo amoroso.

Comentários:
Nos anos 80 como todos sabemos o cinema de ação viveu seus dias de glória. Aqui temos dois astros do gênero reunidos em um filme só, Mel Gibson e Kurt Russell. Eles resolveram dar um tempo em suas respectivas franquias de sucesso para co-dividir o estrelato nessa, que podemos qualificar como uma "comédia romântica de ação" (por mais estranho que isso hoje em dia possa parecer). Sem abrir mão de cenas violentas o filme procurava também explorar a tensão sexual e romântica dos três personagens centrais, interpretados com muito carisma por Gibson, Russell e Pfeiffer. Essa última aliás está linda, mostrando toda sua beleza estética em belas tomadas e closes centrais. Até passa a impressão ao espectador que o diretor Robert Towne estava perdidamente apaixonado por ela (e segundo fofocas de bastidores da época foi exatamente isso que aconteceu). De uma maneira ou outra, apesar de ter tantas estrelas em seu elenco o sucesso do filme foi bastante moderado, bem abaixo das expectativas dos produtores. Mas isso não foi um problema pois como se vivia no auge do mercado VHS o filme logo recuperou seu investimento, gerando bastante lucro quando foi lançado em vídeo alguns meses depois. Hoje em dia não é muito lembrado, embora possa ser encontrado em reprises esporádicas pelas TVs a cabo. Se não viu, vale a pena dar uma olhada, mesmo que seja só para matar as saudades daqueles tempos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Um Dia Especial

Título no Brasil: Um Dia Especial
Título Original: One Fine Day
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Michael Hoffman
Roteiro: Terrel Seltzer, Ellen Simon
Elenco: Michelle Pfeiffer, George Clooney, Mae Whitman

Sinopse:
Melanie Parker (Michelle Pfeiffer) é uma arquiteta divorciada que precisa conciliar sua vida profissional com a pessoal, cuidando de seu filho. Jack Taylor (George Clooney) está em uma situação semelhante. É pai, divorciado e jornalista. Em um dia caótico ambos acabam se encontrando, um encontro casual que mudará completamente suas vidas. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original (For the First Time).

Comentários:
Outro interessante filme romântico que foca sua atenção em um grupo mais adulto de personagens. Saem os adolescentes apaixonados dispostos a morrerem por seu amor idealizado e entram em cena duas pessoas com a vida já estabilizada, profissionais separados, com filhos e cheios de problemas para adequar a vida corrida com a criação das crianças, ao mesmo tempo em que tentam reconstruir de alguma forma suas vidas amorosas. Depois de passar anos interpretando o médico Dr. Doug Ross em "Plantão Médico" o ator George Clooney estava disposto a emplacar uma carreira no cinema, algo que ele viria logo a entender que não seria nada fácil. Entre tentativas e erros ele acabou entrando no elenco dessa boa produção. Curiosamente o bom resultado de bilheteria desse filme menor acabou convencendo os executivos da Warner que Clooney seria o ator ideal para estrelar "Batman & Robin" que viria a ser o seu filme seguinte. Como todos sabemos foi um desastre. Não era a praia mesmo dele, que se dava bem melhor em dramas românticos como esse. Vivendo e aprendendo.

Pablo Aluísio.

Íntimo & Pessoal

Título no Brasil: Íntimo & Pessoal
Título Original: Up Close & Personal
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Jon Avnet
Roteiro: Joan Didion, John Gregory Dunne
Elenco: Robert Redford, Michelle Pfeiffer, Stockard Channing

Sinopse:
Sally 'Tally' Atwater (Michelle Pfeiffer) é uma ambiciosa jovem jornalista que acaba se apaixonando por seu chefe, o experiente e veterano Warren Justice (Robert Redford). Duas personalidades diferentes, com histórias de vida tão diversas, poderiam se envolver em um ardoroso caso de amor?Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Canção Original ("Because You Loved Me" de Diane Warren).

Comentários:
Um bom filme romântico dos anos 1990 que hoje em dia se tornou um pouco esquecido. É aquele tipo de drama bem sofisticado, com excelente trilha sonora (que inclusive teve uma das canções indicada ao Oscar) e contando com o carisma da ótima dupla central de atores. Há tempos que Redford queria trabalhar com o cineasta Jon Avnet que havia dirigido dois de seus filmes preferidos, "Tomates Verdes Fritos" e "A Árvore dos Sonhos". Quando o roteiro caiu em suas mãos o ator e produtor achou por bem convidar Avnet para dirigir esse filme. Sábia decisão pois Avnet conseguiu trazer uma sofisticação e um charme que tornaram o romance irresistível. Michelle Pfeiffer exibe uma sensualidade à flor da pele e a química com Redford funciona plenamente - o que é essencial para uma película romântica como essa. Assim deixo a dica para quem estiver em busca de um filme sobre relacionamentos adultos com um bom enredo e direção inspirada.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Ladyhawke - O Feitiço de Áquila

Título no Brasil: Ladyhawke - O Feitiço de Áquila
Título Original: Ladyhawke
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Richard Donner
Roteiro: Tom Mankiewicz, Edward Khmara, Michael Thomas
Elenco: Matthew Broderick, Rutger Hauer, Michelle Pfeiffer

Sinopse: 
Na Idade Média um casal que se ama vive o drama de estarem sempre juntos mas eternamente separados. Isabeau (Michelle Pfeiffer) é uma linda mulher, fruto do desejo de muitos homens, inclusive do Bispo de Áquila (John Wood). Ele a deseja ardentemente mas ela não o ama e sim um cavaleiro errante, Etienne Navarre (Rutger Hauer). Inconformado pela rejeição o Bispo então resolve lançar uma terrível maldição sobre o casal, de dia a bela Isabeau toma a forma de uma águia e de noite seu amado se transforma em um lobo, assim jamais conseguem se encontrar em sua forma humana. Para ajudar e tentar encontrar uma saída para a maldição os apaixonados começam a contar com a ajuda de Phillipe Gaston (Matthew Broderick), o único que conseguiu fugir das garras de Áquila!

Comentários:
Maravilhosa fantasia dos anos 80 que mexeu bastante com o coração dos mais românticos. "Ladyhawke" é até hoje considerado um dos melhores romances do cinema americano. Seu diferencial é que tudo se passa em um enredo de realismo fantástico muito bem escrito, cortesia do ótimo roteirista Tom Mankiewicz que já havia escrito alguns excelentes roteiros antes, entre eles os dos filmes "Superman- o Filme" e "Superman II" e de três aventuras de James Bond ("Os Diamantes São Eternos", "Viva e Deixe Morrer" e "007 Contra o Homem da Pistola de Ouro"). Some-se a isso a ótima fase pela qual vinha passando o excelente cineasta Richard Donner e você entenderá porque temos aqui uma fantasia oitentista que até hoje cativa e agrada ao público. O elenco é fantástico, com a linda (estava mais maravilhosa do que nunca) Michelle Pfeiffer e Matthew Broderick, sempre carismático. Rutger Hauer antes de decair na carreira também estava extremamente enigmático. Excelente direção de arte e reconstituição de época completam o quadro desse romance sui generis, especialmente recomendado para os apaixonados de plantão. Se é o seu caso não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A Família

Título no Brasil: A Família
Título Original: The Family
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos, França
Estúdio: EuropaCorp, Relativity Media
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson, Michael Caleo
Elenco: Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Tommy Lee Jones, Dianna Agron

Sinopse: 
Giovanni Manzoni (Robert De Niro) e sua família chegam no norte da França, na Normandia, para tentar recomeçar mais uma vez suas vidas. Eles entraram no programa de proteção às testemunhas do FBI após Manzoni entregar toda a sua família mafiosa de Nova Iorque. Na nova cidade os garotos tentam se acostumar com a nova escola enquanto Manzoni resolve assumir a nova identidade de Fred Blake que seria supostamente um escritor americano escrevendo sobre o famoso Dia D quando a França finalmente foi libertada por tropas aliadas.

Comentários:
Sempre gostei muito do cinema de Luc Besson. Desde o primeiro filme que vi dele (Imensidão Azul, ainda nos anos 80) pude perceber que ele é um dos poucos cineastas em atividade que ainda conseguiam realizar obras que aliavam o clima mais cult com a boa e velha cultura pop. Aqui isso se repete. Besson na verdade faz quase uma homenagem à persona de Robert De Niro no cinema. Seu mafioso é uma sátira-homenagem aos grandes papéis que interpretou ao longo de sua grande carreira. Isso se torna muito claro quando De Niro vai ao lado de Tommy Lee Jones para um debate sobre grandes clássicos do cinema americano e o filme exibido é nada mais, nada menos, do que o grande clássico "Os Bons Companheiros" de Martin Scorsese que tinha no elenco justamente... sim, ele mesmo... Robert De Niro! Usando sempre dessa excelente ideia o filme consegue divertir e dar uma boa sensação aos fãs de cinema em geral pois seu clima de fino humor negro combina muito bem com sua proposta de divertir e homenagear ao mesmo tempo. Gostei bastante do resultado final pois em alguns aspectos temos uma gama incrível de referências bem humoradas sobre filmes da máfia em geral que vão desde "Donnie Brasco", passando por filmes sobre mafiosos de Scorsese chegando até o sucesso da HBO "The Sopranos". Um ótimo programa certamente. Há tempos que De Niro não soava tão satisfatório como nessa película. Está recomendado.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de novembro de 2013

Batman - O Retorno

Título no Brasil: Batman - O Retorno
Título Original: Batman Returns
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Daniel Waters
Elenco: Michael Keaton, Danny DeVito, Michelle Pfeiffer, Christopher Walken.

Sinopse: 
Batman (Michael Keaton) terá agora que enfrentar dois novos vilões em Gotham City. O primeiro é um sujeito com deformações físicas e mentais chamado Oswald Cobblepot (Danny DeVito) que usando de suas ligações com o submundo se torna um empresário rico e poderoso. Conhecido como Pinguim ele busca vingança contra todos aqueles que o prejudicaram no passado. Já a atrapalhada secretária Selina Kyle (Michelle Pfeiffer) acaba assumindo a identidade criminosa da Mulher-Gato após sofrer um sério acidente. Especialista em roubos de jóias valiosas ela se tornará mais um problema na vida do Homem-Morcego.

Comentários:
Depois do simpático "Frankie e Johnny" a atriz Michelle Pfeiffer foi escolhida pelo diretor Tim Burton para estrelar essa sequência do fenomenal sucesso "Batman". O curioso é que Burton diria anos depois que esse era de fato o primeiro filme dele na franquia. Explicou que as pressões na primeira produção eram tão grandes que muitas das decisões não tinham sido tomadas por ele e sim por executivos da Warner. Assim "Batman - O Retorno" era de fato o primeiro filme em que ele teve realmente controle completo sobre o resultado final. Como sempre acontece em filmes de Batman o destaque aqui vai mais uma vez para a galeria de vilões. Danny DeVito, por exemplo, se revelou perfeito para o papel de Oswald Cobblepot, mais conhecido como Pinguim. Mesmo assim nada consegue chegar perto da atuação de Michelle Pfeiffer como Catwoman. Aliás sua performance foi tão marcante que muitos só lembram desse filme justamente por causa da imagem ícone de Pfeiffer em sua roupa negra colante. Esse foi o personagem que mais marcou na carreira da atriz, tanto que ela teria dificuldade de se livrar dessa imagem anos depois. De uma forma ou outra "Batman - O Retorno" é um ótimo entretenimento e na minha opinião é também o melhor filme da franquia original. Infelizmente Burton sairia da série logo depois e a qualidade dos filmes do Batman só iriam decair nos anos seguintes.

Pablo Aluísio.

Frankie & Johnny

Título no Brasil: Frankie & Johnny
Título Original: Frankie and Johnny
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Garry Marshall
Roteiro: Terrence McNally
Elenco: Al Pacino, Michelle Pfeiffer, Hector Elizondo, Nathan Lane 

Sinopse: 
Depois de passar um tempo na prisão Johnny (Al Pacino) arranja emprego numa pequena cafeteria de Nova Iorque. Lá acaba conhecendo a bela Frankie (Michelle Pfeiffer). Encantando pelos lindos olhos azuis da garota Johnny acaba se apaixonando mas ela não mostra muito interesse. Isso porém não será empecilho pois o cozinheiro lutará com todas as suas forças por essa paixão.

Comentários:
Depois da superprodução "O Poderoso Chefão III" o ator Al Pacino procurou por algo bem mais leve, simples. No lançamento declarou que estava um pouco cansado dos personagens tensos e complexos que estava acostumado a fazer. Assim o papel de Johnny nessa pequena fábula romântica era muito bem-vindo para o ator na época. Afinal seu personagem era a de um homem comum, do povo, um autêntico membro da classe trabalhadora, sem nenhum glamour em sua vida. O destaque da produção vem da boa química entre Pacino e  Michelle Pfeiffer que está linda no filme. O enredo simpático e envolvente mantém completamente o interesse e o "duelo" entre os atores em cena é muito gratificante. Um filme simples, despretensioso e que anda meio no esquecimento atualmente. A produção serve principalmente para mostrar que grandes atores se saem bem até mesmo em pequenos filmes. A prova está aqui.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Hairspray: Em Busca da Fama

Remake de um famoso e interessante musical de 1988 dirigido pelo sempre cultuado John Waters. Se aquele era de certa forma uma produção até modesta e sem grandes pretensões, aqui temos um filme que custou mais de 70 milhões de dólares, com elenco de astros e marketing de blockbuster. Até mesmo o star John Travolta se despiu de seu status de símbolo sexual para viver um papel feminino. Sob forte maquiagem Travolta deixa os embalos de sábado à noite para encarnar Edna Turnblad, uma típica dona de casa dos anos 60. Para o público adolescente "Hairspray" ainda traz o ídolo teen Zac Efron que tanto sucesso fez em musicais da Disney há alguns anos. Se ambos estão muito bem em seus personagens nada se compara a fenomenal atuação da atriz Nikki Blonsky. Ela dança, canta e impressiona com seu trabalho. Interpretando a adolescente Tracy Turnblad que sonha vencer um concurso de dança na TV. Um dos aspectos mais importantes a se falar sobre ela é que mesmo acima do peso ideal a atriz mostra que quando se tem talento tudo isso vira apenas um mero detalhe.

"Hairspray: Em Busca da Fama" é colorido, divertido, dançante e muito simpático. Mostra que o gênero musical ainda não está morto nos dias atuais e que basta uma boa direção, um roteiro convincente e uma trilha sonora bem composta para se voltar aos dias de glória do gênero. O cineasta Adam Shankman que dirigiu o filme é muito talentoso de fato. Atualmente ele vive uma de suas fases mais populares, não no cinema, mas na TV com o fenômeno "Glee". Além disso mostrou bem recentemente que consegue fazer qualquer um se dar bem em musicais, como bem provou com Tom Cruise em "Rock of Ages: O Filme". Talentoso e muito criterioso nas produções em que se envolve Shankman mostra que basta um pouco mais de capricho para encantar a todos, até mesmo os que sempre torceram o nariz para esse tipo de produção. Assim se você ainda não viu esse remake de "Hairspray" não perca mais tempo pois certamente você terá duas horas bem encantadoras, pode apostar.

Hairspray: Em Busca da Fama (Hairspray, Estados Unidos, 2007) Direção: Adam Shankman / Roteiro: Leslie Dixon, John Waters / Elenco: John Travolta, Queen Latifah, Nikki Blonsky, Michelle Pfeiffer, Christopher Walken, Amanda Bynes, Zac Efron / Sinopse: Uma adolescente na Baltimore dos anos 60 sonha em vencer um concurso de dança na TV.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de março de 2013

Lobo

Não deu muito certo essa incursão de Jack Nicholson no gênero terror. Para entender porque um ator consagrado como Nicholson resolveu fazer um filme de lobisomens é preciso fazer uma pequena retrospectiva em sua própria carreira. Quando era apenas um jovem sonhador, querendo um lugar ao sol no concorrido mundo do cinema, a única pessoa que lhe deu uma chance verdadeira foi o rei dos filmes B, Roger Corman. Dessa fase se destaca “A Loja dos Horrores” que depois iria virar um remake musical muito divertido na década de 80. Nem precisa informar que virou um cult desde o seu lançamento. Esse primeiro filme, o original, contava a conhecida estória de um balconista de floricultura que acabava tendo uma estranha relação com uma planta carnívora muito especial. Corman fez um filme pequeno, leve, mas muito eficiente e Nicholson recebeu suas primeiras críticas elogiosas. Quando o script de “Lobo” caiu nas mãos de Jack, décadas depois, ele pensou que seria uma boa idéia voltar ao gênero que foi tão importante para ele no começo de sua carreira. O problema é que a empolgação nostálgica do ator não ficou à altura do projeto em si, que sinceramente falando tinha um enredo muito fraco.

Jack Nicholson aqui interpreta Will Randall, um editor que descobre estar amaldiçoado, se tornando um lobisomem em noites de lua cheia. Acontece que ele está em uma situação bem ruim na carreira, envelhecido, está sendo passado para trás por um carreirista mais jovem. Agora, ele irá usar os seus novos instintos de lobo para enfrentar a concorrência dentro de sua empresa com toda a garra que sua nova situação lhe traz. Como se pode perceber a estória era clichê, sem novidades. Nem mesmo a presença da “Mulher-Gato” Michelle Pfeiffer melhorava o filme. Para piorar a maquiagem deixava muito a desejar. Ao invés de virar um monstro, Jack se limitava a fazer cara de mau, com algumas penugens em suas orelhas. Tudo bem ruim, o que deixou muita gente surpresa já que era mais um trabalho do premiado Rick Baker. O que parece ter acontecido foi que Nicholson, muito preocupado com sua imagem, evitou usar uma máscara de monstro completa, optando por algo mais light, soft. Bem, não funcionou! A direção de arte – essencial para produções como essa – também era feia e opaca. Assim o filme não poderia se tornar outra coisa a não ser um abacaxi na carreira de Jack Nicholson, que poderia perfeitamente passar sem essa. Revisto hoje em dia só vale como curiosidade aos fãs do trabalho do ator e nada mais. Como filme de terror ele deixa, e muito, a desejar. 

Lobo (Wolf, Estados Unidos, 1994) Direção: Mike Nichols / Roteiro: Jim Harrison, Wesley Strick / Elenco: Jack Nicholson, Michelle Pfeiffer, James Spader / Sinopse: Homem de meia idade, com problemas em seu trabalho, é mordido por um lobo selvagem. Em pouco tempo descobre estar acometido pela maldição do lobisomem. Diante da nova situação usa de seus instintos animais para derrubar a concorrência dentro de sua empresa.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Casa da Rússia

Alguns filmes são literalmente atropelados pela história. Um exemplo claro disso aconteceu com esse “A Casa da Rússia” que foi lançado no mesmo ano em que o Muro de Berlim caiu! Como adaptação de uma típica novela da Guerra Fria, com todos aqueles espiões russos retratados como vilões e malvados, o filme entrou em cartaz justamente no momento histórico em que tudo isso estava mudando de forma radical. A Perestroika e a Glasnost sob o comando do premier Mikhail Gorbachev simplesmente colocaram abaixo o antigo regime que era a essência do bloco soviético e do Pacto de Varsóvia. Assim a Rússia sempre vista como o “Império do Mal” deixou de ter essa conotação tão maniqueísta. Como conseqüência o filme também perdeu sua razão de existência, se tornando ultrapassado, anacrônico, fora de moda. E isso tudo aconteceu em questão de semanas. John Le Carré, o autor do livro no qual o filme foi baseado, que praticamente só escrevia sobre espiões da Guerra Fria, de repente se tornou um dinossauro ideológico. “A Casa da Rússia” hoje soa muito curioso pois capta todos aqueles valores que estavam na ordem do dia na época em que o mundo era basicamente dividido em dois grandes blocos, o dos países ocidentais capitalistas e o dos países comunistas orientais liderados pela temida União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Claro que hoje em dia isso tudo ficou para trás e só existe nos livros de história, mas mesmo assim é muito interessante acompanhar a mentalidade que predominava naqueles anos de grande tensão entre as potências mundiais.

A trama gira em torno de uma série de dossiês cujos conteúdos revelam terríveis planos do governo comunista de Moscou em relação aos Estados Unidos. Os textos foram escritos por um renomado cientista soviético de codinome Dante (Klaus Maria Brandauer, amigo pessoal de Sean Connery e incluído no elenco atendendo a seu pedido pessoal). Katya (Michelle Pfeiffer) é uma amiga de Dante que é designado por esse para levar os dossiês até o Ocidente. Sua intenção é revelar os planos do governo russo para assim impedir que uma catástrofe mundial ocorra entre as nações. Katya assim tenta passar os documentos para um famoso editor britânico chamado Barley (Sean Connery). Convencido pelo serviço secreto inglês, Barley então é enviado até Moscou para colocar as mãos nos dossiês ao mesmo tempo em tentará descobrir quem realmente é Dante. De quebra deverá se certificar se os documentos são verdadeiros ou não, uma vez que táticas de contra espionagem eram muito comuns na época. Como se pode perceber “A Casa da Rússia” é um típico filme de espionagem da Guerra Fria. É muito curioso ver Sean Connery nesse tipo de filme, uma vez que ele tentava se afastar de seu personagem mais famoso, justamente o espião 007.  Apesar de seu personagem não ser um espião aos moldes do anterior a trama cheia de reviravoltas, planos e espionagem lembrava bastante os livros de Ian Fleming. Mais interessante ainda é saber que ele fez o filme logo após sua premiação de Melhor Ator por “Os Intocáveis” que de certa forma coroavam esses novos rumos trilhados em sua carreira, ao se distanciar da franquia que o tornou famoso. O filme acabou não dando certo nas bilheterias pelas razões já expostas. Um famoso crítico americano inclusive denominou a produção de “um fantasma da guerra fria”. Assim foi um dos últimos de uma grande série de películas que mostravam o eterno conflito entre União Soviética e Estados Unidos. O mundo definitivamente havia mudado e para melhor e não havia mais espaço para esse tipo de roteiro. Não havia outra conclusão, o filme “A Casa da Rússia” havia sido literalmente atropelado pela história.  

A Casa da Rússia (The Russia House, Estados Unidos, 1989) Direção: Fred Schepisi / Roteiro: Tom Stoppard baseado na obra de John Le Carré /  Elenco: Sean Connery, Michelle Pfeiffer, Roy Scheider, Klus Maria Brandauer, James Fox, John Mahoney, Michael Kitchen, J.T. Walsh, Ken Russell. / Sinopse: Uma série de arquivos contendo um complexo dossiê revela segredos do governo russo durante a Guerra Fria. Para tentar colocar as mãos neles o serviço secreto britânico envia um editor até Moscou onde ele acaba se vendo envolvido numa grande conspiração de espionagem.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cheri

Eu sempre fui grande fã do cinema de Stephen Frears, por isso fui com boas expectativas assistir esse Cheri. Pensei que seria pelo menos um bom filme de sua rica filmografia. Ledo engano. Cheri é um filme muito abaixo do que eu esperava. Mal conduzido, enfadonho, lento, inverossímil e o pior de tudo com um sério erro na escalação da dupla central. O texto e o roteiro certamente são bons mas para que o filme funcionasse seria necessário ter um casal realmente entrosado em cena e o mais importante, com talento. O problema aqui não é com Michelle Pfeiffer. Apesar da idade aparente ela ainda continua bonita, charmosa e talentosa. Suas cenas são boas e ela conseguiu pelo menos me manter acordado. O problema de todo o filme tem nome: Rupert Friend. Eu realmente fiquei me perguntando onde o diretor conseguiu achar um ator tão ruim como esse. O sujeito é uma nulidade em cena. Fazendo o par romântico com Pfeiffer tudo o que ele consegue passar ao espectador é tédio. Não sabe atuar, não sabe passar calor humano e nem tem química nas cenas a dois com a ex mulher gato. Assim o filme simplesmente naufraga pois se o foco dele é um romance ardente e esse não consegue ser convincente então é o fim mesmo de tudo.

Chei se passa na chamada Belle Époque em Paris. O capitalismo está em franca expansão e há um clima de otimismo no ar. É nesse ambiente que vive a fina cortesã Lea de Lonval (Michelle Pfeiffer). Embora seja muito experiente com relacionamentos com o sexo oposto ela acaba traindo seus próprios ideais ao se apaixonar por um imaturo e mimado jovem, Chéri (Rupert Friend). Para piorar ainda mais sua situação ele é filho de uma antiga rival na profissão, a exuberante Madame Peloux (Kathy Bates), que não vê com bons olhos o romance, preferindo que seu filho se casasse com Edmée (Felicity Jones). O roteiro é curioso porque lida com emoções sentimentais entre pessoas que comercializam justamente esse tipo de sentimento. A produção é de requinte, com excelente reconstituição de época. Seu maior defeito porém é de ritmo que logo se torna lento e arrastado. Apesar de ser excelente cineasta Frears surge preguiçoso na condução da trama, confundindo contemplação com chatice. Assim sendo logo o filme se torna bastante enfadonho. Como o casal central não convence ficamos com aquela sensação de perplexidade ao ver uma dama tão bonita e sofisticada como Lea fazendo loucuras em prol do amor de um jovem tão sem expressão como aquele. Só recomendo Cheri para os fãs mais ardorosos de Michelle Pfeiffer. Fora ela em cena a produção realmente não traz nenhum outro grande atrativo.

Cheri (Cheri, Estados Unidos, 2009) Direção: Stephen Frears / Roteiro: Christopher Hampton / Elenco: Michelle Pfeiffer, Kathy Bates, Rupert Friend, Bette Bourne, Iben Hjejle, Frances Tomelty, Joe Heridan./ Sinopse: Cortesã com muita experiência de vida acaba se apaixonando por jovem, filho de uma antiga rival. Ambientado na Paris da Belle Époque, Cheri traz novamente para as telas Michelle Pfeiffer no papel de Lea de Lonval.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

As Bruxas de Eastwick

Título no Brasil: As Bruxas de Eastwick
Título Original: The Witches of Eastwick
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Miller
Roteiro: Michael Cristofer
Elenco: Jack Nicholson, Cher, Susan Sarandon, Michelle Pfeiffer
  
Sinopse:
Três lindas mulheres, Alexandra (Cher), Jana (Susan Sarandon) e Sukie (Michelle Pfeiffer) moram numa pequena cidade da Nova Inglaterra chamada Eastwick. Suas vidas estão dominadas por uma rotina tediosa e maçante e suas vidas amorosas se encontram em frangalhos. Entediadas acabam clamando pelo aparecimento de um homem ideal que venha suprir o vazio de suas vidas. E eis que após uns dias ele surge mesmo na cidade. Daryl Van Horne (Jack Nicholson) é um rico e excêntrico forasteiro que chega no local para virar a vida dos moradores de ponta cabeça. Mas afinal quem ele é realmente? Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Som (Wayne Artman, Tom Beckert) e Melhor Música (John Williams).

Comentários:
Filme que mescla humor, romance e pitadas de terror que fez muito sucesso nos anos 80. "As Bruxas de Eastwick" continua muito charmoso mesmo após tantos anos. Seu roteiro é envolvente e nunca deixa o filme cair no marasmo. A direção é segura, provando que George Miller realmente era realmente um cineasta talentoso que conseguia transitar bem em praticamente todos os gêneros cinematográficos. Muitos não acreditavam que o mesmo diretor que havia dirigido "Mad Max" se sairia bem filmando esse roteiro que tinha um toque mais sutil e sofisticado. Estavam todos errados. Com o apoio de um ótimo elenco o diretor acabou rodando um pequeno clássico dos anos 80. Não precisa ser muito inteligente para entender que Eastwick é um filme cuja força vem da interpretação inspirada de Jack Nicholson. Interpretando o magnata Daryl Van Horne o ator nunca deixa o filme cair. Usa e abusa de sua caracterização, passando a sensação ao espectador de que acima de tudo ele está se divertindo como nunca nesse papel. As três atrizes (Cher, Pfeiffer e Sarandon) também estão muito bem, cada uma procurando explorar bem sua própria personalidade nas telas. Do elenco feminino porém achei a cantora e atriz Cher um pouco apagada, principalmente se formos lembrar de outras atuações fortes dela - as comparações deixam isso bem claro. Afinal ela teve que dividir espaço com Nicholson e suas duas companheiras em cena. Tecnicamente falando "As Bruxas de Eastwick" também não envelheceu em demasia. Como é uma obra baseada em interpretações (e não apenas em efeitos especiais) esses só ganham maior importância no final do filme, mas mesmo assim são discretos e pontuais o que ajudou bastante ao filme vencer o teste do tempo. A produção inclusive foi premiada com o BAFTA de melhores efeitos especiais daquele ano. Enfim, "As Bruxas de Eastwick" sobreviveu bem ao tempo e hoje é uma boa amostra do cinema de fantasia da década de 1980. Vale a pena ver e rever sempre que possível.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Scarface

Al Pacino é um dos grandes atores do século. Disso tenho certeza poucas pessoas ainda tem dúvidas. Recentemente assisti um filme dele que me deixou bastante desapontado. Intitulado 88 minutos, o filme é um completo equívoco. Roteiro fraco, situações clichês e o pior: um Pacino atuando no piloto automático. Muito longe dos seus dias de glória quando apresentava atuações tão brilhantes que salvavam até mesmo filmes medianos ou com certos problemas de script e argumento. Um desses filmes que foram salvos completamente pelo talento de Pacino foi o (agora) clássico "Scarface", dirigido por Brian De Palma. Uma refilmagem atualizada de "Scarface, a Vergonha de uma Nação", filmado na década de 30 e que acabou sendo o grande precursor dos chamados filmes de Gangsters. Nessa nova versão o então roteirista Oliver Stone mudou completamente o foco do filme, tirando o cenário de uma Chicago empoeirada dos anos de ouro de Capone para uma Flórida ensolarada, atual e cheia de imigrantes provenientes de Cuba.

Entre esses cubanos que saíram da ilha de Fidel Castro está justamente Tony Montana, o personagem de Pacino. Com ficha criminal ele é praticamente banido pelo governo cubano para ir como refugiado aos EUA. Obviamente uma estratégia dos comunistas para expulsar a escória da sociedade cubana, visando justamente transferir o problema para os "irmãos" ianques. Como todo imigrante que chega na América seu grande sonho é aproveitar as oportunidades que a sociedade capitalista lhe oferece para subir na vida rapidamente. Porém como um cubano sem instrução formal e sem formação profissional tudo o que lhe resta é tentar subir no escalão das organizações criminosas, participando do submundo do tráfico de drogas.

Scarface não envelheceu muito. Seu roteiro é bem escrito e com situações bem armadas. Tem boa produção e conta com a sempre inspirada direção de Brian De Palma, aqui prestes a entrar na melhor fase de sua carreira, que iria se prolongar por toda a década de 80 e que culminaria na obra prima "Os Intocáveis", seguramente um dos melhores filmes sobre a era dos grandes gangsters já realizados. No elenco duas presenças de peso: Al Pacino e Michele Pfeiffer. Ele, ainda está esbanjando juventude, recém saído de uma década brilhante de sucessos nos anos 70 e prestes a afundar na pior fase de sua carreira, com o super fracasso "Revolução" e ela, mais bela do que nunca, esbanjando charme e sofisticação.

Embora seja excessivamente longo, pois a estória poderia muito bem ser contada em duas horas, o filme resistiu bem ao tempo e deixou várias referências aos filmes que viriam. Basta assistir "Cassino", por exemplo, de Scorsese para verificar como "Scarface" fez escola (A personagem de Sharon Stone em Cassino é praticamente a mesma de Pfeiffer em Scarface, só mudando levemente de enfoque). Embora para muitos o final de "Scarface" soe hoje demasiadamente exagerado e kitsch, a mais pura verdade é que tudo aquilo que acontece condiz certamente com a personalidade e a trajetória do personagem de Tony. Quem viveu de excessos só poderia encontrar seu final daquela forma. Em suma, se por acaso você gosta do gênero ao estilo "Os Bons Companheiros", "Cassino" ou até mesmo "Os Intocáveis", "Scarface" é mais do que bem recomendado.

Pablo Aluísio.