domingo, 17 de abril de 2016
Predadores
Título Original: Predators
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Nimród Antal
Roteiro: Alex Litvak, Michael Finch
Elenco: Adrien Brody, Laurence Fishburne, Topher Grace, Alice Braga
Sinopse:
Um grupo de humanos é enviado para um planeta distante para se tornarem iscas em um jogo mortal com os predadores, aliens guerreiros que os utlizarão em treino, em campo aberto. O grupo é formado pelo mercenário Royce (Adrien Brody), pela militar Isabelle (Alice Braga), pelo soldado russo Nikolai (Oleg Taktarov), pelo doutor Edwin (Topher Grace) e pelo traficante Chuchillo (Danny Trejo), isso sem esquecer de Noland (Laurence Fishburne), peça chave naquela situação de vida ou morte. Apenas os mais fortes sobreviverão. Filme indicado ao Scream Awards na categoria de Melhor Filme de Ficção.
Comentários:
Esse filme é uma tentativa da Twentieth Century Fox em tornar novamente viável do ponto de vista comercial a franquia "Predator". Como sabemos os filmes vinham de mal a pior, agravado pela fraca série "Predador Vs Alien". A intenção assim foi tentar retornar para as origens, procurando se inspirar o máximo possível nos elementos que fizeram do filme estrelado por Arnold Schwarzenegger e dirigido por John McTiernan um marco do cinema de ação e ficção dos anos 1980. O resultado porém se mostra apenas mediano. A produção é muito boa, onde se nota capricho por parte do estúdio em termos de efeitos especiais e direção de arte. O problema ao meu ver vem da escalação equivocada do ator Adrien Brody! Ele nunca foi um profissional desse gênero, desse ramo cinematográfico. Na realidade sempre se saiu melhor em filmes dramáticos com roteiros sensíveis. Não consegui visualizar nele em momento algum um verdadeiro herói de filmes de ação! Colocar Brody para caçar predadores no meio de uma selva em um planeta distante soa como uma escolha forçada demais. No final das contas a fita servirá apenas como passatempo e pura diversão ligeira. Não conseguiu ser marcante e pelo visto não foi também tão bem sucedido comercialmente como era de se esperar.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Othelo
Nesse Othelo dos anos 90 alguns outros aspectos também chamam a atenção, a começar pelo brilhante trabalho do ator (e especialista na obra de Shakespeare) Kenneth Branagh. Ele interpreta o vilão vil e inescrupuloso Iago. Ouso até escrever que essa foi a melhor transposição desse personagem para as telas. No quesito atuação não há como negar que Branagh roubou o filme inteiro para si. O ator conseguiu o tom certo, trazendo com sua atuação uma qualidade incrível para o filme como um todo. Outro ponto que merece destaque é o lado sensual das cenas de amor entre Othelo e Desdemona! Pelo visto o diretor tentou mesmo realçar o calor dessa paixão de todas as maneiras possíveis. Essa sensualidade à flor da pele inclusive serviu de munição para algumas críticas que desaprovaram o filme na época de seu lançamento. Bobagem, os tempos eram outros e penso que o próprio William Shakespeare teria aprovado a maior ênfase no lado sensual desse romance de destino trágico.
Othelo (Othello, Estados Unidos, 1995) Direção: Oliver Parker / Roteiro: Oliver Parker, baseado na obra de William Shakespeare / Elenco: Laurence Fishburne, Kenneth Branagh, Irène Jacob, Michael Sheen / Sinopse: Mesmo contra a vontade de sua família a jovem Desdemona (Irène Jacob) resolve se casar com mouro Othelo (Fishburne). Com o tempo, apesar do calor da paixão, ele começa a desconfiar que estaria sendo traído pela sua esposa. Filme indicado ao Screen Actors Guild Awards ma categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Kenneth Branagh).
Pablo Aluísio.
domingo, 29 de novembro de 2015
Má Companhia
O elenco é muito bom, principalmente pela presença da sensual Ellen Barkin, uma das loiras mais marcantes do cinema americano na década de 1990. Outro destaque vem com o veterano Frank Langella em cena. Depois de um período em que ele ficou afastado das telas, se dedicando principalmente ao teatro em Nova Iorque, onde estrelou grandes adaptações para os palcos consagrados da cidade, ele foi retornando aos poucos para o mercado cinematográfico. Em relação a Langella sempre gosto de dizer que ele foi um dos mais significativos exemplos daquele tipo de ator talentoso que acaba não conseguindo emplacar direito no cinema. Geralmente seu valor suplanta em muito os personagens que costuma interpretar, talvez até por pura falta de oportunidade. Aqui então, nem precisa falar da disparidade entre seu grande valor como ator e seu personagem, um vilão comum de thrillers policiais dos anos 90. Enfim, "Má Companhia" realmente não traz nada de muito relevante e original.
Má Companhia (Bad Company, Estados Unidos, 1995) Direção: Damian Harris / Roteiro: Ross Thomas / Elenco: Ellen Barkin, Laurence Fishburne, Frank Langella / Sinopse: Um intrigante jogo nesse bom filme dos anos 90.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de julho de 2015
O Enigma do Horizonte
Claro que em se tratando de ficção sempre teremos como referência máxima o clássico de Stanley Kubrick, "2001 - Uma Odisséia do Espaço". "Event Horizon" assim não consegue escapar dessa obra prima do gênero e traz vários elementos do famoso clássico para o roteiro dessa produção, mas claro que tudo com um pouco menos de sucesso do ponto de vista artístico. Mesmo assim é um filme bem interessante, bem escrito e com ótima direção de arte. Os efeitos especiais também estão a serviço do roteiro e não o contrário como costumeiramente acontece nesse tipo de filme. Boa diversão que consegue até resistir bravamente ao tempo, algo que também sempre atinge filmes de ficção em geral. O passar dos anos costuma ser desastroso para o estilo Sci-Fi.
O Enigma do Horizonte (Event Horizon, Estados Unidos, 1997) Direção: Paul W.S. Anderson / Roteiro: Philip Eisner / Elenco: Laurence Fishburne, Sam Neill, Kathleen Quinlan / Sinopse: Uma viagem espacial sonda os limites da mente humana.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Bobby
Título Original: Bobby
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Weinstein Company
Direção: Emilio Estevez
Roteiro: Emilio Estevez
Elenco: Anthony Hopkins, Demi Moore, Sharon Stone, Laurence Fishburne, Helen Hunt, Joshua Jackson, Ashton Kutcher, Shia LaBeouf, Lindsay Lohan, William H. Macy, Heather Graham, Emilio Estevez, Christian Slater, Elijah Wood
Sinopse:
O filme acompanha a história de 22 pessoas no Ambassador Hotel ocorridas no mesmo dia em que o candidato à presidência dos Estados Unidos, Bobby Kennedy, foi assassinado e de como esse evento histórico acabou mudando a vida de cada uma delas. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Música Original ("Never Gonna Break My Faith" de Bryan Adams).
Comentários:
Tinha tudo para ser um grande filme. Uma excelente reconstituição histórica, com bom elenco, cheio de estrelas e uma história que por si só já era por demais interessante. Infelizmente o resultado final se mostrou disperso, frio e distante do espectador. Esse tipo de roteiro, ao estilo mosaico, exige um cuidado extra por parte do diretor pois corre-se o risco de, em determinado momento do filme, tudo soar falso e chato, levando o público a simplesmente perder o interesse no meio daquela verdadeira multidão de personagens que ficam poucos minutos na tela. Em "Bobby" isso infelizmente aconteceu. O ator e diretor Emilio Estevez não conseguiu evitar que isso se abatesse sobre sua obra cinematográfica. O resultado é que em pouco mais de 40 minutos de duração o filme já está morto. Tive a oportunidade de assistir no cinema, ao lado do público, sentindo a sua reação. Muitos se levantaram e foram embora, aborrecidos pela falta de foco de seu roteiro. Como eu expliquei, quando há muitos personagens em uma trama, sendo que nenhum deles é suficientemente importante para nos importar, então a tendência é realmente a dispersão completa, tanto do público quanto do próprio filme. Embora tenha sido elogiado por parte da crítica a ponto de alavancar algumas indicações ao Globo de Ouro o fato é que "Bobby" é realmente bem decepcionante.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Justa Causa
Título Original: Just Cause
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Arne Glimcher
Roteiro: Jeb Stuart
Elenco: Sean Connery, Laurence Fishburne, Kate Capshaw, Blair Underwood, Ed Harris, Scarlett Johansson, Ned Beatty
Sinopse:
Bobby Earl (Underwood) é um condenado prestes a ser executado no corredor da morte quando, em desespero, pede ajuda a um conceituado professor de direito de Harvard, Paul Armstrong (Sean Connery). Após estudar o processo e todo o procedimento jurídico que levou Earl rumo em direção à cadeira elétrica, Armstrong descobre que pistas importantes foram ignoradas e provas afastadas, tudo com o objetivo de condenar e usar Earl como um conveniente bode expiatório da polícia e da justiça.
Comentários:
Baseado na obra de John Katzenbach, esse é outro interessante filme da carreira de Sean Connery que anda meio esquecido. Traz um bom roteiro que é particularmente indicado para estudantes de direito em geral. Segundo o autor, o livro que deu origem ao filme foi parcialmente inspirado em fatos reais mas ele, por motivos legais, mudou o nome dos principais personagens. O professor de Harvard inclusive é um famoso legalista no meio jurídico dos Estados Unidos. Interessante notar que a Warner apostou no inexpressivo cineasta Arne Glimcher para dirigir esse filme que prometia bastante. Diretor de apenas três outros filmes (a grande maioria bobagens como "Os Reis do Mambo" e "Prenda-me se Puder!") fica complicado entender porque um filme com Sean Connery no elenco não contou com alguém mais experiente na direção. Isso infelizmente se reflete no desenvolvimento da trama que perde o pique inúmeras vezes, causando um certo tédio e desconforto no espectador. "Just Cause" só não se torna um filme ruim por causa da sempre carismática presença de Sean Connery e da boa trama que se desenrola em seu enredo, porque se fosse depender exclusivamente de seu diretor era certo que naufragaria completamente em seus méritos cinematográficos.
Pablo Aluísio.
sábado, 5 de julho de 2014
Missão Impossível 3
Título Original: Mission Impossible III
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: Alex Kurtzman, Roberto Orci,
Elenco: Tom Cruise, Philip Seymour Hoffman, Michelle Monaghan, Jonathan Rhys Meyers, Keri Russell, Laurence Fishburne, Ving Rhames
Sinopse:
O agente Ethan Hunt (Tom Cruise) decide abandonar o trabalho de campo para apenas treinar novos agentes. Nessa nova fase de sua vida conhece Julia (Michelle Monaghan) a quem pretende pedir em casamento para levar uma vida normal ao seu lado. Seus planos porém vão por água abaixo quando surge no horizonte um violento traficante de armas que está disposto a impor sua visão do crime à sociedade.
Comentários:
Esse foi o filme de rompimento de Tom Cruise com a Paramount Pictures. Desde os tempos de "Top Gun" o ator vinha mantendo uma parceria de sucesso com o estúdio. Depois de um complicado processo de divórcio ele rompeu com seu antigo empresário e após o lançamento desse "Mission Impossible III" também rompeu com a Paramount. Era o fim de uma era. O filme havia custado 150 milhões de dólares, fez boa bilheteria mas mesmo assim os executivos entenderam que o retorno financeiro foi bem abaixo das expectativas. Em minha opinião a franquia "Missão Impossível" só sobrevive por causa das espetaculares cenas de ação, cada uma tentando superar a anterior em limites de exageros. Em termos de argumento é algo muito antigo, ultrapassado, dos tempos da guerra fria e que nos dias atuais faz pouco sentido. Cruise que sempre foi fã da série original apostou forte nessa linha de filmes ainda mais depois que praticamente desistiu de sua jornada de ganhar um Oscar de Melhor Ator, prêmio que ele parece admitir jamais vencerá. Depois de ser indicado por três vezes ao Oscar (por "Magnólia", "Nascido em 4 de Julho" e "Jerry Maguire") o ator parece mesmo ter desistido. O forte dessa terceira parte da franquia é o elenco de apoio, que conta com nomes do quilate de Philip Seymour Hoffman e Jonathan Rhys Meyers. No meio de tantas explosões eles certamente mantém o interesse. Vale a pena inclusive rever o filme por causa justamente de suas participações.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 28 de março de 2014
Hannibal
Título Original: Hannibal
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC, AXN
Direção: Vários
Roteiro: Bryan Fuller (criador da série)
Elenco: Hugh Dancy, Mads Mikkelsen, Laurence Fishburne, Caroline Dhavernas
Sinopse:
Um novo serial killer começa a matar jovens numa grande cidade americana. Para solucionar o caso o agente do FBI Jack Crawford(Laurence Fishburne) resolve recrutar dois especialistas para prender o criminoso. O primeiro é Will Graham (Hugh Dancy) cuja especialidade é desvendar crimes investigando os locais onde eles foram cometidos. O segundo é o famoso doutor Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) cuja missão é traçar perfis psicológicos precisos sobre os psicopatas procurados pelo FBI.
Comentários:
Assim como aconteceu com Norman Bates na série "Bates Motel" aqui também temos a chegada na televisão de um famoso personagem psicopata do cinema. Hannibal Lecter, imortalizado por Anthony Hopkins em filmes como "O Silêncio dos Inocentes", está agora nessa série "Hannibal" do canal NBC. O episódio piloto já mostra claramente os rumos que teremos nos episódios seguintes. Lecter se une ao FBI para desvendar crimes envolvendo assassinos seriais. Jovens garotas de cabelos negros, da mesma faixa etária, começam a surgir assassinadas em estranhos rituais. Para desvendar o que pensa e como age o assassino um agente do FBI resolve trazer Lecter e outro investigador (bem perturbado aliás, com um "sexto sentido" para recriar cenas de crimes) para as investigações. A trama se passa antes de se descobrir que o próprio Lecter é um psicopata que gosta de comer carne humana. Na estória que acompanhamos ele ainda é apenas um prestigiado professor universitário. O mesmo se passa com o colega que também passa a ajudar na solução dos crimes. Há cenas violentas e tudo o mais que se espera de um material como esse mas o charme e o aspecto mais doentio de Hannibal Lecter não estão tão bem apurados nessa nova série. Isso é até muito fácil de entender uma vez que nenhum ator conseguirá atingir o mesmo patamar que Anthony Hopkins nesse papel. A comparação é simplesmente brutal sob esse ponto de vista. Mesmo assim vale a pena acompanhar. Não chega a ser melhor do que "Bates Motel" mas tem potencial. Vamos ver se a série decola mesmo daqui pra frente.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
A Colônia
Título Original: The Colony
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: RLJ Entertainment
Direção: Jeff Renfroe
Roteiro: Jeff Renfroe, Svet Rouskov
Elenco: Kevin Zegers, Laurence Fishburne, Bill Paxton, Charlotte Sullivan
Sinopse:
No futuro o planeta Terra sofre uma nova era glacial. Isso acaba eliminando 90% da humanidade. Os sobreviventes tentam levar uma vida relativamente normal em colônias - estruturas subterrâneas onde tentam manter alimentos em estoque. O grande receio é a existência de epidemias, inclusive da gripe espanhola que matou grande parte dos que sobreviveram ao inverno glacial. As coisas começam a mudar quando membros da Colônia 7 recebem pedidos de socorro da Colônia 5. Um grupo é formado e enviado para lá. O que encontram irá mudar a vida de todos para sempre.
Comentários:
O espírito é de filme B. Temos aqui mais uma visão pessimista do futuro da Terra. A humanidade busca por uma saída sem grande êxito. A trama gira em torno de um grupo de membros de uma colônia que vai até outra para atender a um chamado de socorro. Ainda bem que os roteiristas fugiram da armadilha de transformar tudo em mais um filme de zumbis comedores de cérebros. O canibalismo está lá, mas a explicação é bem outra para as barbaridades vistas em cena. A produção até que é razoavelmente bem realizada. Existem sequências realmente bem feitas como as passadas em uma ponte congelada, com várias armadilhas para os que se atrevem a tentar passar por ela. Em termos de elenco o grande chamariz vem com Laurence Fishburne que infelizmente se despede da estória cedo demais. Para quem gosta de beldades o destaque vai para a loira Charlotte Sullivan, bem conhecida dos fãs de séries já que ela é uma das estrelas de "Rookie Blue". Enfim, se você for assistir ao filme esperando por algo a mais vai se decepcionar. O roteiro perde muito em sua parte final, apelando para todos os clichês possíveis. O tema sem dúvida poderia render muito mais porém os roteiristas não ousaram. Do jeito que está tudo se resume a uma produção B de ação e ficção sem grandes novidades. Se faz seu estilo arrisque.
Pablo Aluísio.
domingo, 21 de julho de 2013
Superman – O Homem de Aço
Depois dessa cena, o diretor Zack Snyder enfia os pés pelas mãos, e começa a abusar de cenas desconexas, sem nenhuma lógica e com uma overdose desse recurso maldito chamado, "flashback" - que para mim, já deveria estar morto e enterrado. O filme é uma zona completa. Jor-El (Russel Crowe) o pai kryptoniano de Kal-El (Henry Cavill - Superman) é de fazer inveja a qualquer Centro Espírita, pois aparece mais depois de morto do que quando estava vivo. A repórter Louis Lane (Amy Adams) que na minha época de garoto era uma repórter do Planeta Diário, normal e recatada, quase rouba o papel de Superman, pois é ela quem negocia com o FBI, com as Forças Armadas e ainda ajuda o Homem de Aço a enfrentar o Kryptoniano e estranhíssimo, General Zod e sua turma de mulheres bonitas. Zod, interpretado pelo ator americano Michael Shannon que é uma mistura de Billy Idol com Supla. Das cenas feéricas do planeta Krypton à barulheira ensurdecedora juntamente com os flashbacks insuportáveis e inúteis, aumentam ainda mais a minha angústia, a medida em que o filme vai se desenrolando. De repente eu me faço mil perguntas: Meu Deus!!!!... cadê o Superman da minha época de criança ???... Por que eu estou usando esses óculos de 3D ridículos que não acrescentam e nem melhoram o filme em nada ??... Por que tantas naves espaciais de todos os tipos e tamanhos ??...Cadê o Marlon Brando como Jor-El ??...Cadê o eterno Glenn Ford como o pai terráqueo do Superman ?? ...Cadê, ainda, o super-ator inglês Terence Stamp, na pele do General Zod ?? ...Cadê o Cristopher Reeve ?? o maior e mais carismático de todos os Super-Homens ??... Fim do filme. Minha água mineral acabou, meu saco de amendoim também. Caminho célere para o meu carro com minha filha, com saudades daquele Superman que usava a cueca vermelha por cima do uniforme azul-claro e que aprendi a amar quando era garoto. Saudades de um tempo e de um cinema que não voltarão mais. Nota 5.
Superman - O Homem de Aço (Man of Steel, Estados Unidos, 2013) Direção: Zack Snyder / Roteiro: David S. Goyer, Christopher Nolan, baseados nos personagens criados por Jerry Siegel & Joe Shuster / Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Diane Lane, Russell Crowe, Kevin Costner, Laurence Fishburne / Sinopse: O filme narra as origens do super-herói Superman.
Telmo Vilela Jr.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Superman – O Homem de Aço
Esse novo filme também tem outros problemas: o enredo não é satisfatoriamente desenvolvido, o próprio Clark Kent é pouco trabalhado, surgindo do nada, sem mostrar qualquer traço mais marcante de personalidade. O ator que o interpreta, Henry Cavill, também deixa a desejar e só consegue criar saudades de Christopher Reeve. A direção de arte é pesada, escura, sombria, o que não condiz com esse personagem (afinal ele não é o Batman!). O próprio uniforme do herói é azul escuro, feio, com cores em tonalidades obscuras demais, dando a impressão que os produtores tiveram vergonha da roupa original do Superman. Para piorar o bom mocismo que marca tanto esse personagem também foi deixado em segundo plano. O Clark Kent desse filme é um sujeito barbudo, mal encarado, mais parecendo um trabalhador braçal qualquer do que o famoso patriota e conservador Kent. Em suma, o filme falha bastante, inclusive criando coisas sem muito sentido (por exemplo, os kryptonianos nascem debaixo da água, em casulos!) e outras bobagens que vão surgindo ao longo do filme. Para piorar a metade do filme é pura pancadaria, quando Superman finalmente enfrenta o general Zod e sua trupe. A rapidez das cenas de luta e destruição nos dá a incômoda sensação de estar assistindo a um vídeo game e não a um bom filme. Enfim, não foi dessa vez que conseguiram realizar um filme melhor do que aqueles que assistimos na década de 70. O Superman está de volta mas sem o bom e velho carisma de antes.
Superman - O Homem de Aço (Man of Steel, Estados Unidos, 2013) Direção: Zack Snyder / Roteiro: David S. Goyer, Christopher Nolan, baseados nos personagens criados por Jerry Siegel & Joe Shuster / Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Diane Lane, Russell Crowe, Kevin Costner, Laurence Fishburne / Sinopse: O filme narra as origens do super-herói Superman.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Apocalypse Now
As filmagens foram completamente caóticas. Logo no começo dos trabalhos o ator Martin Sheen teve uma parada cardíaca. O clima hostil das Filipinas não ajudava em nada, arrasando cenários e atrasando as filmagens, que logo estouraram o orçamento, levando o estúdio a pressionar cada vez mais o diretor. Brando relembrou em seu livro de memórias o caos reinante. Ele havia surgido no set bem acima do peso, logo entendendo os problemas que assolavam os trabalhos. Muitos membros da equipe estavam doentes com doenças tropicais e Coppola tentava de forma desesperada colocar alguma ordem naquela confusão. Brando então resolveu colaborar, participando de forma muito mais ativa do que costumava fazer. Começou a mexer no roteiro, trazendo novas idéias para o diretor. Também resolveu, por conta própria, cortar todo o cabelo, ficando completamente careca (uma decisão que se mostraria muito acertada como se pode ver depois que o filme ficou pronto). Sua intenção era criar uma imagem mítica para seu personagem, que surgiria como um Buda insano no meio da selva. Como não era um ator comum, que aceitasse scripts e roteiros sem discutir, resolveu mexer em seu personagem cada vez mais. Aconselhou Coppola a deixar Kurtz dentro de uma penumbra de mistério e sombras durante todo o filme, só surgindo de forma triunfante na cena final. Essa foi outra ótima sugestão de Brando para Apocalypse Now. De fato ele praticamente roubou o filme em seus minutos finais em um longo e conturbado monólogo – em que o ator misturou diálogos previamente escritos com pura improvisação, colocando inclusive pensamentos e devaneios de sua própria vida pessoal. Usando desse recurso Brando conseguiu produzir um de seus maiores momentos no cinema. Ele próprio reconheceria depois que Coppola era realmente um gênio pois lhe abriu espaço dentro do filme para atuar e colocar suas aptidões cênicas com total liberdade. O resultado final foi simplesmente uma das maiores obras primas da história do cinema. Um filme sensorial, sombrio e muito complexo sob qualquer ângulo que se analise.
E como toda grande obra prima o filme causou reações diversas em seu lançamento. Não era o corte ideal para Coppola, ele fez várias concessões comerciais ao estúdio que queria um filme menos profundo e complexo porém mais acessível. Mesmo assim Coppola conseguiu chegar a uma versão intermediária que agradou tanto a ele como ao estúdio (só depois de muitos anos o diretor conseguiria lançar o filme do jeito que inicialmente planejou). “Apocalypse Now” é uma notável crônica sobre a América e seu envolvimento na guerra do Vietnã, um conflito sem sentido, moldado por interesses obscuros e contraditórios. O Coronel Kurtz, brilhantemente interpretado por Marlon Brando, era um retrato do enlouquecimento não apenas de um homem perdido no meio da selva mas também um retrato da própria insanidade do envolvimento americano no Vietnã. Era a América perdendo sua própria razão e racionalidade. O resultado final de tantos talentos trabalhando juntos não poderia resultar em outra coisa. “Apocalypse Now” é uma obra de arte simplesmente magnífica.
Apocalypse Now (Apocalypse Now, Estados Unidos, 1979) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola, John Milius, Michael Herr baseados no livro Heart of Darkness de Joseph Conrad / Elenco: Marlon Brando, Robert Duvall, Martin Sheen, Frederic Forrest, Albert Hall, Sam Bottoms, Laurence Fishburne, Dennis Hopper / Sinopse: O capitão Willard (Martin Sheen) parte em busca do paradeiro do Coronel Kurtz (Marlon Brando) que desapareceu nas entranhas da selva do Vietnã. A busca irá se transformar em um pesadelo de delírio e insanidade. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Premiado com os Oscars nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Som. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias Melhor Direção, Melhor Ator Coadjuvante (Robert Duvall) e Melhor Trilha Sonora Original.
Pablo Aluísio.
sábado, 21 de julho de 2012
Predadores
Um grupo de pessoas é jogado numa selva desconhecida. Em pouco tempo descobrem que estão sendo caçados por criaturas desconhecidas em um local que também não conseguem identificar. Não tardará para descobrirem que estão em um outro planeta sendo na verdade caçados por alienígenas conhecidos como Predadores. Eu fui com a maior boa vontade assistir a esse filme. Sabia que era uma tentativa bem intencionada dos estúdios em reviver uma franquia que andava mal das pernas, à beira do cancelamento. Ao contrário dos desconhecidos dos filmes anteriores agora chegaram a inclusive contratar atores bons, como Adrien Brody e Laurence Fishburne. Até o diretor mudaram, trazendo o bom Nimród Antal (de "Temos Vagas" e "Assalto ao Carro Blindado"). Com tantas mudanças adiantou alguma coisa? Lamento informar mas foi tudo em vão. O filme é completamente derivativo, ou seja, não inova em nada e tudo o que acontece em cena você já viu antes se assistiu a pelo menos um filme da franquia.
O roteiro é o mesmo de todos os demais filmes. O argumento idem. A presença dos atores não faz a menor diferença (Fishburne por exemplo aparece por pouco mais de 10 minutos, lê uma página de diálogos e é logo despedaçado em cena). Roteiros e situações clichês, fotografia absurdamente escura (velho problema da franquia que se repete) e um final nada inspirado. Para completar nem os efeitos especiais empolgam (de novo apenas uma cena de ataque de animais alienígenas que se é bem feita também dura muito pouco). Nem a mudança de local (eles agora estão em um planeta distante) faz a menor diferença (pois a selva é igualzinha a do planeta terra). Enfim, dinheiro e boas intenções jogadas fora. Se você já viu algum Predador em sua vida nem se preocupe em ver esse, pois definitivamente esse filme você também já assistiu. Melhor rever o original com Arnold Schwarzenegger.
Predadores (Predators, Estados Unidos, 2010) Direção: Nimród Antal / Roteiro: Alex Litvak, Michael Finch / Elenco: Adrien Brody, Laurence Fishburne, Topher Grace / Sinopse: Um grupo de pessoas é jogado numa selva desconhecida. Em pouco tempo descobrem que estão sendo caçados por criaturas desconhecidas em um local que também não conseguem identificar. Não tardará para descobrirem que estão em um outro planeta sendo na verdade caçados por alienígenas conhecidos como Predadores.
Pablo Aluísio.