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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Não Tenho Troco

Título no Brasil: Não Tenho Troco
Título Original: Quick Change
Ano de Lançamento: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Howard Franklin, Bill Murray
Roteiro: Jay Cronley, Howard Franklin
Elenco: Bill Murray, Geena Davis, Randy Quaid, Jason Roberts

Sinopse:
Três vigaristas, ladrões de bancos, conseguem pegar o dinheiro roubado de uma agência da cidade, mas se enrolam completamente para conseguir fugir da cidade, que parece não ter fim e nem saída para sua tão almejada fuga! E para piorar ainda mais a situação, os policiais estão seguindo as pistas para colocar todos eles atrás das grades! 

Comentários:
Com o sucesso de "Os Caça-Fantasmas" o ator e comediante Bill Murray ganhou cacife suficiente para estrelar seus próprios filmes. Esse foi um deles, lançado bem na onda do grande sucesso comercial do filme anterior. É até uma boa comédia, com bons momentos e chegou a ser um sucesso comercial nas locadoras de vídeo, embora no cinema não tenha ido bem de bilheteria. Um fato curioso aconteceu nas filmagens, quando Murray se recusou a se vestir de palhaço. O estúdio teve que ameaçar um processo milionário contra ele para finalmente vestir o figurino e usar a maquiagem de circo para fazer as cenas. Virou um tipo de piada e depois os próprios produtores resolveram sacanear ele ainda mais, usando sua imagem de palhaço no poster do filme! Nunca mais ele iria reclamar desse tipo de coisa, até porque nunca fez muito sentido. Todos os comediantes e atores que vivem do humor são herdeiros da tradição circense, onde o palhaço sempre foi um dos maiores ícones. Então o Bill Murray tinha mesmo que baixar a bola e parar de fazer palhaçada no set... no bom sentido, claro! 

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de janeiro de 2023

A Última Chance

Título no Brasil: A Última Chance
Título Original: Last Dance
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: Steven Haft, Ron Koslow
Elenco: Sharon Stone, Rob Morrow, Randy Quaid, Peter Gallagher, Jack Thompson, Don Harvey

Sinopse:
Um advogado designado para o caso de clemência de uma mulher no corredor da morte começa a formar uma profunda amizade com ela enquanto tenta impedir sua execução iminente.

Comentários:
Parecia uma boa ideia colocar a atriz Sharon Stone em um papel como esse. Afinal, ela estava buscando mesmo o reconhecimento por seu trabalho como atriz dramática. A verdade, porém, é que havia muito preconceito contra ela na época e a crítica caiu em cima. Malharam sem razão e sem Piedade. Tudo bem, ela não estava excepcional no filme, mas também não fez um trabalho medíocre ou embaraçoso. Eu até gosto do filme para falar a verdade. Ela sabia que enfrentaria chumbo grosso e até pintou os cabelos com a tonalidade mais escura. Tudo para fugir da imagem de loira sexy. Apesar dos esforços, a imprensa na época tinha um claro antagonismo em relação a ela. Chegaram a dar para Sharon o "prêmio" do framboesa de ouro de pior atriz do ano. Esse fato, de certo modo, mostra como Hollywood às vezes funciona. Como ela vinha de uma imagem de símbolo sexual, não havia espaço para ele tentar outros tipos de personagem. Uma pena. O filme resiste até mesmo hoje em dia, sendo revisto. É um bom drama de prisão, tribunal e discussão sobre a pena de morte.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

A Aparição

Título no Brasil: A Aparição
Título Original: The Wraith
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: New Century Entertainment
Direção: Mike Marvin
Roteiro: Mike Marvin
Elenco: Charlie Sheen, Nick Cassavetes, Sherilyn Fenn, Randy Quaid, Matthew Barry, David Sherrill

Sinopse:
Depois que um jovem é assassinado por uma gangue de motoqueiros, um misterioso espírito, um fantasma, uma aparição, de origem desconhecida, desce dos céus para se vingar. E ele está disposto a enfrentar todos os vilões em possantes corridas de carros velozes pelas estradas desertas.

Comentários:

É complicado entender como certos filmes B caem nas graças do público. Esse é o caso desse "A Aparição", filme que fez sucesso nos anos 80, mesmo tendo um roteiro sem pé e nem cabeça e um elenco de jovens atores que não diziam muita coisa. Lançado em VHS naquela década se tornou um inesperado sucesso nas locadoras de vídeo. E o mais incrível de tudo é que havia pouca coisa a se apreciar. O roteiro era mero pretexto para cenas de ação, com o estranho protagonista dirigindo um carrão negro e futurista pelas estradas da Califórnia. Claramente uma derivação de "Mad Max" mas sem o cenário de pós-apocalipse como pano de fundo. Charlie Sheen, com cara de malvadão, pouco convenceu. Melhor mesmo era apreciar a beleza da atriz Sherilyn Fenn, ainda adolescente e bronzeada de praia. Foi uma das jovens atrizes mais bonitas dos anos 80, sem dúvida alguma.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

A Última Missão

Título no Brasil: A Última Missão
Título Original: The Last Detail
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Hal Ashby
Roteiro: Robert Towne, Darryl Ponicsan
Elenco: Jack Nicholson, Randy Quaid, Otis Young, Clifton James, Carol Kane, Michael Moriarty

Sinopse:
Dois marujos da Marinha são obrigados a trazer um jovem infrator para a prisão, mas decidem mostrar-lhe uma última boa oportunidade ao longo do caminho. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Jack Nicholson), melhor ator coadjuvante (Randy Quaid) e melhor roteiro adaptado (Robert Towne).

Comentários:
Apesar de ter sido indicado em três categorias ao Oscar, esse filme segue sendo pouco conhecido, até mesmo pelos fãs do trabalho de Jack Nicholson. Foi um de seus primeiros sucessos na carreira, em um ponto de sua vida que ele ainda não era um dos grandes nomes de Hollywood. O filme tem uma linha de bom humor, mas não pode ser considerado uma comédia. Essa premissa de jovens marujos e irresponsáveis desfrutando de uma Nova Iorque deslumbrante já havia sido usada pelo cinema antes. A maior referência vem de um velho filme com Frank Sinatra e Gene Kelly chamado "Um Dia em Nova Iorque". Só que esse clássico era um musical, cheio de canções e danças e esse filme dos anos 70 com Jack Nicholson era puro deboche e cinismo. Tempos diferentes, épocas diversas, exigindo mesmo novas abordagens. De qualquer maneira esse "A Última Missão" não deixa de ser mais uma amostra do grande talento do bom e velho Jack Nicholson.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Cavalgada dos Proscritos

Em 1980 chegou aos cinemas esse bom western intitulado "Cavalgada dos Proscritos". Na história o famoso criminoso do velho oeste Jesse James (James Keach) e seu irmão Frank James (Stacy Keach) resolvem formar um bando de assaltantes de bancos e trens no Missouri do século XIX, poucos meses depois do fim da guerra civil. Ao lado dos irmãos Youngers eles colocam as pequenas cidades do oeste em pavorosa. Para enfrentá-los a agência de investigação Pinkerton envia seus melhores homens. Esse é mais um filme enfocando a lendária figura do fora da lei Jesse James (1847 - 1882). O roteiro procura inovar bastante na forma como conta essa história. Assim ao invés de focar exclusivamente na figura de Jesse James, o texto procura também desenvolver os outros homens de seu bando, em especial os irmãos Youngers, que cavalgaram por muitos anos ao lado de Jesse. 

Há três grandes cenas nessa produção que merecem menção. A primeira quando o grupo fica encurralado numa casinha de madeira no pé da montanha. Cercados pelos Pinkertons eles precisam descer um desfiladeiro em debandada debaixo de uma chuva de tiros. Outra cena muito boa é o tiroteio final ocorrido nas ruas de uma cidadezinha de Minnesota. Nessa sequência em particular o estilo do diretor Walter Hill homenageia o grande Sam Peckinpah ao filmar tudo em câmera lenta, mostrando todos os mínimos detalhes da violência do confronto entre bandidos e policiais. Por fim há a cena que abre a história. Nesse momento o que é valorizado é a tensão pois o grupo está em um banco, cercado por homens da lei do lado de fora. Curiosamente o bando de Jesse James é formado por três grupos de irmãos no elenco, os Carradines (David, Keith e Robert), os Quaids (Dennis e Randy) e os Keachs (James e Stacy), tudo contribuindo para o excelente resultado final desse western que é certamente muito recomendado para os fãs do gênero.

Cavalgada dos Proscritos (The Long Riders, Estados Unidos, 1980) Estúdio: United Artists, MGM / Direção: Walter Hill / Roteiro: Bill Bryden, Steven Smith / Elenco: David Carradine, Stacy Keach, Dennis Quaid, Keith Carradine, Robert Carradine, James Keach, Stacy Keach, Randy Quaid, Nicholas Guest / Sinopse: No velho oeste americano o criminoso e pistoleiro Jesse James decide formar uma quadrilha especializada em roubos a bancos e ferrovias. Assim que os primeiros crimes são cometidos, um grupo de homens da lei começa a caçar os bandidos. Filme indicado ao Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Férias Frustradas

Título no Brasil: Férias Frustradas
Título Original: National Lampoon's Vacation
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Harold Ramis
Roteiro: John Hughes
Elenco: Chevy Chase, Beverly D'Angelo, Randy Quaid, Anthony Michael Hall, Imogene Coca, Dana Barron

Sinopse:
Uma típica família americana de classe média, os Griswolds, decidem fazer uma viagem de turismo até o parque temático Walley World durante as férias. Só que a diversão acaba se transformando em uma série de problemas que eles nunca poderiam prever.  

Comentários:
Essa comédia se tornou um dos maiores sucessos de bilheteria dos anos 80. Não era para menos, pois trazia a nata do humor americano naquela década. O roteiro foi escrito pelo excelente John Hughes, aqui antes de se tornar o diretor de sucesso dos melhores filmes de adolescentes da história do cinema americano. Ele apenas adaptou um conto que ele mesmo havia escrito na revista  National Lampoon intitulado "Vacation '58". Tudo era baseado em suas próprias memórias de uma viagem de férias desastrosa que havia passado ao lado de sua família nos anos 50. Para a direção foi contratado o ótimo Harold Ramis que depois iria se tornar um dos caça-fantasmas. E para completar o ótimo time, o elenco era liderado pelo comediante Chevy Chase, como o pai paspalho que levava sua família a uma série de situações pra lá de constrangedoras. O sucesso foi tão grande que daria origem a várias continuações, nenhuma delas tão engraçada e divertida como essa. Enfim, se você curte o humor dos anos 80, essa comédia é peça indispensável em sua coleção de filmes.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Duelo de Gigantes

Título no Brasil: Duelo de Gigantes
Título Original: The Missouri Breaks
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Arthur Penn
Roteiro: Thomas McGuane
Elenco: Marlon Brando, Jack Nicholson, Randy Quaid, Harry Dean Stanton, Kathleen Lloyd, Frederic Forrest

Sinopse:
Um rancheiro decide contratar o pistoleiro Lee Clayton (Marlon Brando) para proteger sua família e sua propriedade. A região está sendo assolada por um bandoleiro e bandido conhecido como Tom Logan (Jack Nicholson), um renegado que agora vive de seus crimes violentos.

Comentários:
Esse western entraria para a história do cinema mesmo que tivesse um fraco roteiro e uma produção ruim (o que definitivamente não é o caso aqui). O fato é que o filme entrou mesmo na história da sétima arte porque reuniu pela primeira e única vez dois monstros da atuação, Marlon Brando e Jack Nicholson. Eram amigos na vida real, se admiravam e eram vizinhos em um bairro nobre de Hollywood. Porém nunca tiveram a oportunidade de atuar juntos antes. Por isso Marlon Brando nem pensou duas vezes antes de aceitar o convite de atuar nesse filme. Ele nem tinha mais pretensões de trabalhar em um faroeste, pois considerava que já havia feito muito pelo gênero cinematográfico, porém a chance de atuar com Jack Nicholson era irecusável. Curiosamente Brando muitas vezes ignorou o roteiro original, trazendo elementos novos para seu personagem. Ele transformou seu pistoleiro em um tipo exótico, dado a bizarrices, como se vestir de mulher. Nada disso estava no roteiro original. Já Jack Nicholson optou por ir em um caminho mais convencional. Seguiu à risca o que pedia o texto. No final de tudo esse "duelo" de grandes atores só teve um vencedor, o próprio espectador, que conseguiu ver dois ícones do cinema no mesmo filme. Realmente um encontro memorável.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Duelo de Gigantes

Que tal unir dois dos mais talentosos atores do século XX em um westen, digamos, diferente? Pois foi essa a proposta de "Duelo de Gigantes" que reuniu Jack Nicholson e Marlon Brando em uma obra tão surpreendente como diferente. Em suas memórias pessoais Brando confessa que fez o filme apenas por dinheiro. Como sempre ele estava muito endividado e assim aceitou participar do filme, mas achou o roteiro muito vazio e sem expressão. Só durante as filmagens é que ele teve a ideia de inovar com a figura de seu personagem. Vestiu roupas de mulher, usou um figurino espalhafatoso e exagerado e caprichou na caracterização nada comum do pistoleiro que interpretava. Como era um mito do cinema ninguém ousou ir contra suas decisões durante as filmagens. Outro aspecto curioso de "Duelo de Gigantes" narrado em seu livro foi a falta de respeito do estúdio que não pagou em dia seu cachê combinado. Brando ficou furioso com isso e começou a criar novos problemas. Esquecia as falas, inventava sotaques absurdos para declamar o texto e estragava takes de forma proposital. Até o dia em que um alto executivo foi lhe visitar em seu camarim. Brando deixou claro que se o pagassem em dia provavelmente ele começaria a recordar suas falas e quem sabe até trabalhar direito! Não tardou para que a Warner começasse a lhe pagar conforme estipulava seu contrato!

Marlon Brando e Jack Nicholson eram vizinhos e se admiravam tanto como amigos quanto como profissionais. Brando via em Nicholson um provável sucessor de sua própria carreira. Não eram da mesma geração, quando Jack surgiu no cinema Brando já tinha vários de sucessos na carreira, mas o ator procurou se posicionar num patamar de igualdade com o colega mais jovem. Jack Nicholson, sempre excêntrico, procurou dessa vez não criar muitas encrencas no set, uma vez que Brando já estava criando seus próprios no desenrolar das filmagens. Apesar dos grandes nomes envolvidos, o saldo final se revela um pouco irregular. "Duelo de Gigantes" se destaca por ser diferente, por sair do lugar comum dos filmes de faroeste daquela época. Não chega a ser um filme excepcional, mas as excentricidades de Marlon Brando acabam mantendo completamente o interesse no resultado da obra. De fato o que vemos em cena é um Brando deitando e rolando com os mitos do gênero. Seu pistoleiro, Lee Clayton, é visivelmente andrógino e fora dos padrões. A impressão que temos é que Brando quis mesmo reverter os cânones do estilo. Funciona em certas ocasiões, mas em outras não. De qualquer modo um filme que conseguiu reunir dois mitos desse porte jamais pode ser ignorado pelos cinéfilos e essa é a grande força de "Duelo de Gigantes".

Duelo de Gigantes (The Missouri Breaks, EUA, 1976) Direção: Arthur Penn / Roteiro: Thomas McGuane / Elenco: Marlon Brando, Jack Nicholson, Randy Quaid, Harry Dean Stanton  Kathleen Lloyd / Sinopse: Um rico e próspero rancheiro se vê ameaçado pelo constante roubo de seus cavalos na região onde vive. Os roubos são atribuídos a um conhecido renegado, Tom Logan (Jack Nicholson). Para resolver seus problemas ele resolve contratar o pistoleiro Lee Clayton (Marlon Brando), um exótico fora-da-lei que chama atenção não apenas por sua habilidade no gatilho, como também por seu modo nada convencional de se vestir e se apresentar em público.

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Tempestade

Título no Brasil: Tempestade
Título Original: Hard Rain
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: British Broadcasting Corporation (BBC)
Direção: Mikael Salomon
Roteiro: Graham Yost
Elenco: Morgan Freeman, Christian Slater, Randy Quaid, Minnie Driver
  
Sinopse:
Durante uma enorme tempestade, um carro forte, de transporte de valores, levando mais de três milhões de dólares, fica atolado no meio do lamaçal. A oportunidade assim se torna perfeita para que criminosos ataquem o transporte, levando a fortuna. Dito e feito. Uma grande operação é montada, o carro é metralhado, mas um dos seguranças, Tom (Christian Slater), consegue fugir, levando todo o dinheiro, em um jogo de sobrevivência. 

Comentários:
Um bom filme de ação e suspense tecendo toda uma trama de violência e morte no meio do caos. O caos aqui é o da natureza, pois os personagens tentam sobreviver no meio de uma tempestade jamais vista antes. É óbvio que o roteirista Graham Yost mesclou dois subgêneros cinematográficos bem conhecidos. Um deles, o chamado "Filme de assalto", quando geralmente temos um grupo de ladrões profissionais tentando roubar uma grande soma em dinheiro. O outro é o conhecido "Filme-catástrofe", quando um grupo de pessoas tenta sobreviver a um grande cataclisma da natureza. A boa notícia é que pelo menos aqui a fusão funcionou muito bem. Os personagens passam longe do clichê, sendo que até mesmo o xerife da cidade, o tira Mike Collins (Randy Quaid), quer roubar os milhões, mostrando que não há espaço para policiais heróis ou virtuosos dos antigos filmes. O elenco é bom, com atores da categoria de Morgan Freeman. O problema nesse aspecto porém vem da escalação de Christian Slater. Ele não tem muito cacife para levar um filme inteiro nas costas. É um ator fraco, de carisma apagado. Curiosamente o papel deveria ser de Mel Gibson, que acabou recusando por não encontrar espaço em sua agenda (na época ele estava bem ocupado trabalhando não apenas como ator, mas também como diretor). Mesmo assim o filme funciona no final das contas. "Hard Rain" sobreviveu até mesmo ao opaco Christian Slater.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

O Jornal

Ficou encantado com o show de interpretação de Michael Keaton em "Birdman"? Que tal conhecer um filme bem mais obscuro de sua carreira? Esse "The Paper" caiu no esquecimento, mas é um bom filme, procurando retratar uma caótica redação de um jornal americano. Claro que o tom é bem áspero, mostrando personagens muitas vezes movidos por interesses mesquinhos e nada éticos. Cada um na verdade tenta passar a perna no outro, puxando seu tapete. O roteiro é ágil, com os diálogos sendo despejados em velocidade, quase como uma metralhadora giratória. Na verdade o tom é quase teatral pois a maior parte do filme se passa mesmo entre quatro paredes.

O roteirista David Koepp começou a escrever o texto pensando em uma peça de teatro, mas depois quando foi convidado pelo diretor Ron Howard para trabalhar ao seu lado, descobriu que sua estória poderia também render um bom filme - e rendeu de fato! A bilheteria foi modesta (o filme nem chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros), mas para surpresa de muita gente a produção conseguiu arrancar uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Canção Original com a simpática "Make Up Your Mind" de Randy Newman. Assim deixo a dica para os cinéfilos em geral. "O Jornal", uma prova que Keaton sempre foi um ator talentoso, com muitos recursos dramáticos.

O Jornal (The Paper, Estados Unidos, 1994) Direção: Ron Howard / Roteiro: David Koepp, Stephen Koepp / Elenco: Michael Keaton, Glenn Close, Robert Duvall, Marisa Tomei, Randy Quaid / Sinopse: A vida e o cotidiano de um jornal norte-americano, com os mais excêntricos jornalistas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sombras de Goya

Em momento histórico particularmente delicado, com choques entre a Igreja Católica e o movimento protestante uma jovem chamada Inés (Natalie Portman) é acusada de práticas de heresia. O Frei Lorenzo (Javier Bardem) tentará de todas as formas salvar Inés de sofrer torturas e posteriormente ser condenada pelo tribunal da Santa Inquisição. Eu gostei bastante de Sombras de Goya. As razões são muitas. Pessoalmente gosto de dramas históricos e quando eles mostram grandes acontecimentos da história gosto ainda mais. A grande lição deixada por esse filme é simples: não importa quem ou qual ideologia está no poder. Seja a Igreja, seja a monarquia ou seja o poder revolucionário, todos eles, sem exceção vão em algum momento barbarizar o povo e abusar desse poder. O filme mostra bem isso. No começo temos os absurdos da chamada Santa Inquisição, onde qualquer menor suspeita já era suficiente para jogar a pessoa no pior calabouço imaginável, com direito a todas as torturas possíveis.

Depois acompanhamos a invasão francesa à Espanha. Interessante essa parte do filme pois os franceses são mostrados com bastante realismo (eles se imaginavam libertadores mas o povo espanhol os trataram apenas como invasores estrangeiros). Por fim a volta da monarquia espanhola e seu absolutismo cruel. O roteiro é bem escrito pois coloca no centro da drama o pintor Goya, a pobre Inés (interpretada aflitivamente por Natalie Portman) e o padre Lorenzo, um sujeito que faz da sua história pessoal um retrato dos acontecimentos políticos que aconteceram na época. O filme é bem interessante, achei as alegorias do argumento bem desenvolvidas e bem situadas. Enfim, recomendo bastante. É um drama histórico acima da média e no final das contas nos leva à reflexão de que não importa mesmo a ideologia dominante, todas elas mais cedo ou mais tarde vão querer a sua alma e sua cabeça numa bandeja. Se prepare...

Sombras de Goya (Goya's Ghosts, Estados Unidos, 2006) Direção: Milos Forman / Roteiro: Milos Forman, Jean-Claude Carrière / Elenco: Javier Bardem, Natalie Portman, Stellan Skarsgård, Randy Quaid, Blanca Portillo, Michael Lonsdale / Sinopse: Em momento histórico particularmente delicado, com choques entre a Igreja Católica e o movimento protestante uma jovem chamada Inés (Natalie Portman) é acusada de práticas de heresia. O Frei Lorenzo (Javier Bardem) tentará de todas as formas salvar Inés de sofrer torturas e posteriormente ser condenada pelo tribunal da Santa Inquisição.

Pablo Aluísio.