quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Na Roda da Fortuna

Assisti a esse filme nos anos 90. "The Hudsucker Proxy" foi dirigido pelos irmãos Coen (Joel e Ethan Coen) e causou grande repercussão entre a crítica. Isso foi até de certo modo previsível pois eles viviam seu auge criativo na época (hoje se encontram em franca decadência). O tom é de quase fábula, em um contexto histórico até real (os Estados Unidos na grande depressão) porém com aquela realidade meio fantasiosa que um dia foi marca registrada dos irmãos cineastas. Embora Tim Robbins esteja perfeito no papel do protagonista Norville Barnes, quem roubou o filme completamente no quesito atuação em minha opinião foi o consagrado veterano ator Paul Newman. Ele já estava com 70 anos na época da realização do filme, mas isso em nenhum momento se mostra um empecilho para sua ótima atuação.

Paul Newman interpretou um personagem chamado Sidney J. Mussburger, um magnata sem qualquer traço de verdadeira humanidade, algo que era a perfeita antítese do próprio Paul Newman, sempre tão preocupado com questões sociais e caridade, principalmente após a morte de seu filho, ainda jovem, levado pelo vício em drogas. Depois disso Newman mudou os rumos de sua vida e criou uma bem sucedida empresa chamada Newman's Own, cujos lucros eram enviados para a caridade. Assim não é complicado compreender a ironia que os Coen trouxeram ao filme como um todo na escalação de Newman. O filme aliás foi indicado à Palma de Ouro em Cannes - o que definitivamente já é motivo suficiente para você assista (ou reveja) sempre que possível. Um filme muito interessante e fora dos padrões com sua crítica ácida ao mundo dos negócios.

Na Roda da Fortuna (The Hudsucker Proxy, Estados Unidos, 1994) Direção: Joel Coen, Ethan Coen / Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen / Elenco: Tim Robbins, Paul Newman, Jennifer Jason Leigh, Charles Durning, Bruce Campbell / Sinopse: Uma inteligente comédia sobre o mundo das finanças e seus homens desalmados, onde um sujeito comum se torna mera peça de um jogo atroz.  

Pablo Aluísio.

4 comentários:

  1. O Tim Robbins foi chamado, precipitadamente, de o novo Orson Welles. Erraram muito feio.
    Se bem que nem o próprio Orson Welles, conseguiu ser o ORSON WELLES! (e isso ficou provado pela sua estada no Brasil por um motivo na glorioso, ao contrário do que propalam os tapuias brasileiros)

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  2. Orson Welles foi um gênio do cinema, mas apesar disso teve uma carreira muito tumultuada. Em determinado momento ele ficou conhecido em Hollywood como o diretor que nunca terminava seus filmes, algo que era absolutamente verdadeiro.

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  3. Boa comédia dos Cohen com ótima produção , além de diálogos e situações que emulam as "comédias malucas" e produções otimistas dos anos anos 30 e 40.Sem esquecer a esperada dose de ironia.

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