quinta-feira, 4 de março de 2021

Meninos do Brasil

Esse filme me impactou positivamente. Veja, toda a trama do roteiro é puramente ficcional. Claro que Josef Mengele foi um carrasco nazista, um médico insano que cometeu monstruosidades em campos de concentração do III Reich, porém tudo o que se passa durante o filme não passa de pura ficção e digo que é ficção de boa qualidade. O curioso é que em 1978 quando esse filme foi lançado, Mengele ainda estava vivo, morando escondido no interior de São Paulo. Será que ele teve a oportunidade de ver essa película em algum cinema brasileiro? Nunca saberemos... 

De qualquer forma voltemos ao filme. Do que se trata? Um grupo de nazistas fugitivos vivem na América Latina. Entre eles um dos mais celebrados é justamente Josef Mengele (Gregory Peck, em raro papel de vilão). Ele tem muitos planos de levar a raça ariana em frente, criar uma raça de meninos superiores, para o futuro da humanidade. E nada seria mais adequeado para essa mentalidade distorcida do que criar dezenas de pequenos "Hitlers". Usando do DNA original do ditador, ele tenciona criar clones e mais do que isso, criar todo o meio ambiente em que vivem para ter a mesma forma de pensar do famigerado líder nazista do passado.

Contra os planos de Mengele surge um velho inimigo dele, um verdadeiro caçador de nazistas, o Dr. Ezra Lieberman (Laurence Olivier). Ele fica sabendo que uma série de 94 homens estão marcados para morrer pela organização nazista. Mas qual seria a ligação dessas mortes com Mengele? Juntando pistas, seguindo investigações, ele vai traçando bem os passos dos nazistas. Eu assisti a esse "The Boys from Brazil" recentemente pela primeira vez e posso dizer que é um filmão! Sim, é pura ficção, como já frisei, mas é uma trama das boas, muito bem bolada. Palmas para o escritor Ira Levin que escreveu o livro original que deu origem a esse filme. Ele estava mais do que inspirado. O resultado ficou muito bom.

Meninos do Brasil (The Boys from Brazil, Inglaterra, Estados Unidos, 1978) Direção: Franklin J. Schaffner / Roteiro: Heywood Gould, baseado no livro escrito por Ira Levin / Elenco: Gregory Peck, Laurence Olivier, James Mason / Sinopse: Mengele (Peck), um nazista fugitivo na América do Sul, coloca seu plano de criar a raça ariana para funcionar. Porém para que tudo corra de acordo com o planejado ele precisa que sua organização mate 94 homens ao redor do mundo. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Laurence Olivier), melhor edição (Robert Swink) e melhor música original (Jerry Goldsmith). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator (Gregory Peck).

Pablo Aluísio.

7 comentários:

  1. Cinema Clássico
    Meninos do Brasil
    Pablo Aluísio.

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  2. Esse negocio desses monstros covardes nazistas terem se refugiado no interior do Estado de São Paulo é de arrepiar.

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  3. Dom Pablo,
    Assisti esse filme há muitos anos no Supercine da Rede Globo que passava nos sábados à noite em horário nobre, hj passa de madrugada.Te digo que eu tb gostei desse filme. Ele tem uma trama que me lembrou dos melhores livros de John le Carré, recentemente falecido. Eu curti tudo, entretanto como vc bem citou em seu texto, é pura ficção.

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  4. PS: a cena final com os dobermans é excelente. Só faltou o "pequeno Hitler" mandar ver com gosto de sangue. E aqueles atores mirins passam o filme todo imitando a pose do verdadeiro Hitler em uma foto de sua infância onde o desgraçado já parecia um pequeno ditador! kkkkkkk

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  5. Certamente Serge. Muitos se esconderam na Argentina, Paraguai e Brasil. O mais procurado deles, Josef Mengele, médico carrasco de Auschwitz, morou muitos anos no interior de São Paulo, numa casinha de subúrbio, tudo bem escondido. Bem ao contrário do Mengele desse filme que mora em uma bela casa de campo onde realiza suas experiências.

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  6. Lord Erick, é bem isso. Eu particularmente aprecio esse tipo de história que mistura pessoas reais com enredos de pura ficção. E quando elas apresentam boas sacadas, boas ideias, a coisa funciona ainda mais. É o caso desse filme, com ótima trama. Achei tudo bem bolado, embora obviamente seja tudo ficcional.

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  7. Lord Erick, ele teve um gostinho da maldade do Hitler, mesmo que tenha sido de um adolescente. Afinal eram clones do ditador nazista, então se gosta tanto de nazistas fica aí um gostinho da perversidade típica dessa gente asquerosa.

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