quarta-feira, 24 de março de 2021

A Morte Segue Seus Passos

Quel tal tirar John Wayne do velho oeste? Que tal trazer o ator para uma grande cidade, colocando o veterano ator para interpretar um policial durão de Chicago no mundo atual? Foi justamente esse tipo de inovação que levou os produtores a contratarem John Wayne para estrelar esse filme policial ao melhor estilo Dirty Harry, de Clint Eastwood ou então seguir os passos dos filmes violentos de Charles Bronson. Era uma tentativa de revitalizar a carreira desse grande ícone da história do cinema americano. Ficou bom? Olha, diria que o filme é no mínimo interessante.

Nessa fita policial dos anos 70, com muita discoteque na trilha sonora, John Wayne interpreta o policial de Chicago Brannigan, um tira que age fora das regras e das leis. O mesmo tipo durão que já vimos em centenas de outros filmes antes. Depois de violar as regras mais uma vez, seu comandante o manda em uma missão em Londres. Ele precisa ir para lá para buscar um criminoso internacional. No começo Brannigan pensa que será um serviço fácil. Ele chegará em Londres, receberá o criminoso das mãos da Scotland Yard e o escoltará de volta aos Estados Unidos. Um serviço policial padrão, como diriam os veteranos.

Só que nada disso acontece. A Scotland Yard não tem o criminoso em sua custódia. Pior do que isso, ele é sequestrado por outros bandidos de Londres. E como se tudo isso não fosse ruim o bastante, o tenente Brannigan ainda precisa enfrentar um assassino profissional que foi contratado para matá-lo. O filme, como era de se esperar, tem muita ação e cenas de luta. John Wayne, já na fase final de sua carreira, não compromete. Está sempre empenhado em trabalhar bem. O filme ficou visualmente bonito por causa da própria Londres, com suas ruas e monumentos históricos. Só não espere muita lógica no final quando a trama do sequestro é finalmente revelada. Não faz muito sentido, mas se você chegou até aí, isso não vai fazer muita diferença.

A Morte Segue Seus Passos (Brannigan, Estados Unidos, Inglaterra, 1975) Estúdio: United Artists / Direção: Douglas Hickox / Roteiro: Christopher Trumbo, Michael Butler / Elenco: John Wayne, Richard Attenborough, Mel Ferrer, Judy Geeson, John Vernon  / Sinopse: O tenente Brannigan (Wayne) da polícia de Chicago é enviado até Londres para trazer sob custódia um criminoso internacional, só que ao chegar na capital da Inglaterra ele descobre que ele foi sequestrado por outros criminosos e precisará prendê-lo, ao mesmo tempo em que tentará sobreviver a um assassino profissional que está â sua procura.  

Pablo Aluísio.

8 comentários:

  1. Cinema Clássico
    A Morte Segue Seus Passos
    Pablo Aluísio.

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  2. Bom Pablo: segundo consta, o John Wayne detestava cavalos e roupas de cowboy, e adorava usar ternos.
    Por esse prisma, ele está em casa nesse filme.

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  3. Outro filme que assisti já alguns anos. Dom Pablo, acertou de novo. Esse auto-sequestro desse filme não fez o menor sentido. De legal mesmo apenas o John Wayne ostentando um trabuco com cabo de diamante pelas ruas de Londres. E a cena de perseguição de carros pelas ruas londrinas ficou muito boa, com destaque para o velho clichê da ponte de Londres levantada, que já foi usada em dezenas e dezenas de filmas diferentes. É algo que vira e mexe surge em algum novo filme de ação. Velhos clichês reciclados. Talvez quando esse filme foi feito não fosse tão clichê como nos tempos que vivemos hoje, who knows...

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  4. Provavelmente Serge, depois de muitos anos usando aquelas roupas de cowboy, o John Wayne tenha ficado farto daquele figurino. Acontece muito. E cheiro de cavalos, bem, realmente tem gostar muito desses animais para encarar o cheiro de um estábulo cheio de fezes... Enfim, nem o condeno tanto assim. Ele já estava velho e farto de tudo isso.

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  5. Lord Erick,
    Realmente esse sequestro do filme... não tem eira e nem beira, não tem lógica. E o roteiro nem faz muito esforço para explicar, achei tudo meio jogado no colo do espectador, algo do tipo "segura essa aí". Tem uma questão envolvendo ações, mas quem entende aquela explicação sem pé e nem cabeça. Forçaram a mão, essa é a verdade.

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  6. Sobre a ponte de Londres... realmente é algo recorrente. Usaram essa cena em muito filmes ao longo dos anos. Hoje em dia acredito que a ponte nem levante mais, aquilo é uma coisa antiga demais, acho que dos tempos da Rainha Vitória. Deve estar todo enferrujado e quebrado, como aliás o Big Ben também, atualmente passando por reformas em seu maquinário interno. Londres é velha...

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  7. No Sherlock Holmes, do Guy Richie, eles mostram essa ponte sendo construida ainda ni final do seculo 19, num trabalho de arte do filme antológico.

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