Elvis in Concert (1977) - Em junho de 1977, o coronel Parker assinou com a CBS um contrato para a elaboração de um especial de TV com Elvis. O cantor sempre se deu bem com seus programas de televisão e essa era mais uma oportunidade para mostrar o cantor ao vivo em todos os lares dos Estados Unidos. Elvis estava afastado da TV desde 1973, com "Aloha From Hawaii" e agora voltava com um programa simples, que só deveria filmar seus shows ao vivo, sem cenas de estúdio ou roteiro pré estabelecido. Elvis gostou da ideia, para ele seria muito mais cômodo assim, tudo o que ele tinha que fazer era se apresentar normalmente no palco. Além do mais não haveria cenas de estúdio, como no NBC 68 e nem a pressão de se apresentar ao vivo, como no "Aloha". Na realidade ele até demonstrou um certo desinteresse pela produção, inclusive não comparecendo a uma reunião com os executivos da rede CBS.
E assim foi feito, a turnê começou em Greensboro no dia 21 e terminou no histórico dia 26 de junho em Indianapolis, no último show de sua carreira. A CBS gravou quase todos os shows, mas as tomadas que foram escolhidas para o especial foram as de Saginaw, Rapid City e Omaha. A trilha do especial foi quase toda gravada em Rapid City. O especial foi ao ar em outubro, dois meses após a morte de Elvis e deu a CBS uma das maiores audiências de sua história. Os Estados Unidos em peso tiveram a oportunidade de assistir aos últimos shows de Elvis. No final do programa foi apresentado um pequeno trecho com Vernon Presley. Muito abatido e abalado ele lamentou a morte do filho. Lamentavelmente Elvis não estava nada bem no programa; ele deixou transparecer todos os seus problemas físicos durante essas apresentações: muito gordo, pálido, suando muito e um pouco perdido no palco. Quase perdeu o controle em "Are You Lonesome Tonight?" e só se recuperou totalmente na visceral interpretação de "How Great Thou Art" (ele sempre renascia ao cantar gospel).
No mais, apresentou uma seleção musical à prova de falhas; como tinha medo de esquecer as letras, escolheu as canções mais manjadas de sua carreira. Não inventou, resolveu e preferiu o caminho seguro. Em julho a CBS mostrou o material gravado a Elvis. Ele se mostrou passivo, não sugerindo nenhuma alteração. Curiosamente o destaque do especial, a interpretação ao piano de "Unchained Melody" ficou de fora da trilha sonora, sendo lançada antes, no disco "Moody Blue". A crítica se dividiu entre aqueles que respeitaram o momento (o choque da morte de Elvis ainda era muito presente) e outros que não pouparam o cantor recém falecido. Dois em especial foram muito além do razoável, Roy Carr e Mick Farren escreveram: "Se o especial tivesse sido exibido com Elvis vivo, causaria mais danos à sua carreira do que uma década estrelando filmes de terceira". O disco foi lançado logo e se tornou um grande sucesso de vendas. A RCA apostou alto e resolveu lançar um álbum duplo, sendo que o disco I traria a íntegra do especial e o disco II traria uma seleção de canções gravadas ao longo deste último tour. Sem grandes novidades, o disco serviu para uma coisa: mostrar que apesar de tudo a voz de Elvis estava intocável, perfeita. A lamentar apenas a falta de critério por parte da gravadora, que resolveu colocar fotos antigas de Elvis no encarte interno. Deveria ter sido usado material do próprio especial, até porque Elvis estava usando uma de suas jumpsuits mais bonitas e famosas.
"Elvis In Concert" nunca foi lançado em DVD nos EUA. Dizem as más línguas que Priscilla Presley pessoalmente vedou a comercialização do especial para preservar a imagem de Elvis. Se esta foi a sua real intenção, ela está muito equivocada. Elvis pode não estar bem fisicamente, mas artisticamente, suas interpretações estão entre as melhores de sua carreira. "Elvis In Concert" é um momento raro na história televisiva norte americana e mundial, pois levou para a posteridade os últimos momentos do Rei do Rock nos palcos e por isso deve ser conhecido pelas novas gerações. Não se deve e nem se pode maquiar e esconder a verdade histórica.
Also Sprach Zarathustra (Richard Strauss) - Composição clássica do grande maestro e músico Richard Strauss. Tornou-se mundialmente conhecida como tema do filme 2001 - Uma Odisseia no espaço do diretor Stanley Kubrick. Elvis adorava ficção científica e resolveu que ela seria usada no começo de seus shows. A primeira versão arranjada por Felton Jarvis copiava o estilo das discoteques dos anos 70. Elvis detestou e resolveu usar o arranjo clássico normal. Sem dúvida se tornou uma abertura à altura do Rei do Rock. Curiosidade: Zarathustra é uma antiga divindade dos persas. No "Elvis in Concert", infelizmente ela foi "picotada" pelos engenheiros da RCA Victor. Foi acrescentado gravações de vários fãs de Elvis falando de seu amor pelo cantor. Acho que isso só funciona bem mesmo na TV, no disco ficou um pouco fora de contexto, acho que esses comentários deveriam ter ficado de fora da trilha, são totalmente dispensáveis.
See See Rider (Arr. Elvis Presley) - Novo arranjo para a canção "C.C.Rider Blues" dos anos 50. Esta canção seria utilizada em quase todos os seus shows se tornando parte fixa de seu repertório nos anos setenta. Numa homenagem a Elvis nos anos 90 o "The Killer" Jerry Lee Lewis ficou responsável por uma nova versão desta canção, o que resultou num dos mais esquisitos tributos musicais a um artista da história. A nova versão de Lewis não lembrava nem a original e muito menos a versão de Elvis resultando em mais uma extravagância do "matador". Lançado originalmente no disco "On Stage - February 1970". Acho que essa versão do "In Concert" é bem mais "hardcore" do que todas as outras. Isso se deve ao fato de que a banda TCB estava mais do que entrosada em 1977, sem dúvida, o que trazia também mais liberdade para os músicos.
That's All Right (Arthur Crudup) - Esta é uma música histórica! Foi a primeira canção interpretada pelo cantor a ser lançada comercialmente pela pequena gravadora de Sam Cornelius Philips: Sun Records. Foi gravada no dia 7 de julho de 1954 por um simples caminhoneiro do Tennessee que ganhou uma chance de Provar seu talento graças a interferência da secretária de Philips, Marion Keisker, que insistiu com o patrão para que ele proporcionasse uma chance para o "Cara de Costeletas". Elvis virou a versão de "Big Boy" pelo o avesso e criou as bases estéticas do Rock'n'Roll! O Rock não é só a mistura de vários ritmos americanos, mas também uma postura positiva e satírica diante da vida e Elvis foi o primeiro a se expressar desta forma criando o "Rockabilly". "Thats All Right (mama)" pode ser considerada uma das dez canções mais importantes da história da música pop do século XX. Ela foi lançada pela primeira vez no Compacto Simples SUN 209 e depois pela RCA no disco "For LP Fans Only". Em 2003 "That's All Right (mama)" foi eleita a canção mais inovadora da História.
Are You Lonesmo Tonight? (Turk / Handman) - Outra versão de Presley para uma música do início do século XX. "Are you Lonesome Tonight ?" foi grande sucesso na era do cinema mudo com o cantor Al Jolson (Que iria estrelar o primeiro filme falado da história "O Cantor de Jazz") em 1926. Em 1959 surgiria outra versão com Jaye P. Morgan pela própria RCA. Finalmente a versão de Presley foi gravada no dia 4 de Abril de 1960 e lançada em Novembro do mesmo ano se tornando mais uma música de "the pelvis" a atingir o Primeiro lugar entre os mais vendidos. Estou convencido que Elvis tinha um problema em apresentar "Are You Lonesome Tonight?", principalmente na parte falada. Ele sempre queria rir nessas ocasiões, inclusive há uma versão ótima em que ele morre de rir ao cantá-la em um show de Vegas em 1969. Recomendado para mal humorados de plantão!
Medley: Teddy Bear (Mann / Lowe) / Don't Be Cruel (Presley / Blackwell) - No auge do sucesso de Elvis correu um boato que ele adorava ursinhos de pelúcia, apesar de não ser verdade o boato ganhou força e de um momento para o outro o cantor se viu num mar de bichinhos dados pelos seus fãs. Para aproveitar esta história foi composto este grande sucesso que alcançou o primeiro lugar da parada de singles da Revista Billboard com "Loving You" no lado B. Este compacto simples foi lançado em junho de 1957. "Teddy Bear", por sua vez, foi gravada nos estúdios Radio Recorders em 24 de janeiro de 1957. O "Teddy" do ursinho é uma homenagem ao presidente americano Theodore Roosevelt. Ainda é uma das mais queridas músicas de Elvis principalmente pelas mulheres. É a representante no CD da trilha do filme "Loving You" (a mulher que eu amo, 1957). Já Don't be Cruel foi Lançado em um single juntamente com "Hound Dog". Elvis em diversas entrevistas nos anos cinquenta afirmou ser esta a sua música preferida. Seu produtor na Sun Records, Sam Philips, declarou: "...Não gostei de Heartbreak Hotel, mas quando ouvi Don't be Cruel eu pensei comigo mesmo: Agora eles descobriram o que fazer com o talento de Elvis". Foi lançada em julho de 1956 atingindo o primeiro lugar rapidamente. Foi durante a apresentação desta música que Elvis foi censurado no Ed Sullivan Show pois os produtores do programa resolveram só o mostrar da cintura para cima! Sem dúvida este ato simbolizou todo o moralismo da sociedade americana dos anos 50. "Don't be Cruel" foi gravada em 2 de julho de 1956 em Nova Iorque. Finalmente o single Hound Dog / Don´t Be Cruel foi lançado em 13 de julho de 1956 e ganhou ouro quase na mesma semana
You Gave Me a Mountain (Marty Robbins) - Música que Elvis cantava com bastante emoção. A letra poderia ser adaptada para os próprios dramas pessoais do cantor. Lógico que Elvis estava se identificando com a canção, pois estava se divorciando de Priscilla na época. Uma vez, em Las Vegas, Elvis dedicou esta bela melodia a sua filha, Lisa Marie. Foi lançada pela primeira vez na discografia de Elvis no disco "Aloha From Hawaii" em 1973.
Jailhouse Rock (Leiber / Stoller) - Música título do terceiro filme estrelado por Elvis que no Brasil recebeu o nome de "O Prisioneiro do Rock", sendo que sua trilha foi lançada em um Compacto Duplo em outubro de 1957. Foi ainda lançada como single em setembro de 1957 com "Treat Me Nice" no lado B. O Sucesso foi imediato e o single chegou ao primeiro lugar na parada americana. A cena do filme em que Elvis apresenta esta canção é considerado o melhor momento do cantor no cinema. Leiber e Stoller afirmaram posteriormente que sua intenção era "...imitar o som de pedras quebrando" o que de certa forma foi conseguido. Foi gravado em 30 de abril de 1957 nos estúdios Radio Recorders em Hollywood. Assim Elvis ignorou a intenção satírica dos autores (Jerry Leiber e Mike Stoller) e interpretou a canção com fúria. Jailhouse Rock foi o primeiro single da história a ir direto para o topo das paradas no Reino Unido.
How Great Thou Art (Stuart K. Hine) - Escrita em 1886 pelo Reverendo Carl Boberg com o nome de "O Stored Gud". Em 1907 o Reverendo Stuart K. Hine escreveu a primeira versão em língua inglesa, esta por sua vez baseada na versão alemã da canção intitulada "Wie Gross Bist Du". A primeira gravação foi de George Beverly Shea em 1955, seguida da versão dos Blackwood Brothers em 1957. Elvis recebeu o prêmio Grammy na categoria "Melhor Perfomance Inspirativa" por sua interpretação desta música em 1974 no disco "Elvis As Recorded Live On Stage in Memphis" (1974). Sem dúvida um marco na carreira de Presley.
I Really Don't Want to Know (Barnes / Robertson) - Na minha opinião o melhor country da carreira de Elvis Presley. Sei que isso vai causar um certo rebuliço entre os puritanos, mas o que eu posso fazer? gosto realmente não se discute. A versão original foi gravada no dia 07 de junho de 1970 e lançada em single pouco depois. Fez parte de um dos melhores discos da carreira de Elvis, o mitológico "Elvis Country", sempre presente na lista dos mais importantes da história de The Pelvis. Aqui no In Concert Elvis apresenta uma bela versão, sem novidades, mas bem executada.
Elvis Introduces His Father (Presley) - Aqui Elvis pede para que seu pai, Vernon Presley, suba no palco para que ele o apresente ao público presente. Mostra o valor que Elvis dava aos seus familiares, principalmente como uma bela homenagem ao velho Vernon. A RCA resolveu colocar esse trecho no disco.
Hurt (Crane/Jacobs) - Sucesso de Jimi Huro em 1961. Esta versão de Elvis é o carro chefe do disco e também a principal canção do único single extraído do LP "From Elvis Presley Boulevard". É uma bela canção que mostra a maturidade vocal alcançada pelo cantor em seus anos finais. Pode-se dizer que Elvis se aproximava cada vez mais do estilo de seu ídolo de infância: Mario Lanza. "Hurt" foi gravada no dia 5 de Fevereiro de 1976.
Hound Dog (Jerry Leiber / Mike Stoller) — Sem dúvida uma das mais conhecidas músicas de Elvis. Originalmente foi lançada por Willie "Big Mama" Thornton em 1953. A Versão de Elvis surgiu como lado B do single "Don't Be Cruel" alcançando o primeiro lugar nas paradas em julho de 1956. Foi uma das mais difíceis de gravar levando Elvis e seu grupo a produzir mais de trinta takes!. Finalmente Elvis se deu por satisfeito escolhendo uma das versões como definitiva. Elvis a apresentou no programa de Milton Berle na TV americana numa das melhores performances de sua vida. Foi gravada em 2 de julho de 1956 nos estúdios da RCA em Nova Iorque. Anos depois Stoller se manifestou: "Hound Dog foi feita para ser cantada por uma mulher...mas a versão de Elvis ficou tão legal que ninguém se tocou sobre isso. Elvis conhecia a versão original de Big Mama Thornton, mas só optou por cantá-la após ouvir a versão de Freddie and The Bellboys em Las Vegas, em maio de 56. Antes de gravar a canção, Elvis já a havia cantado duas vezes na TV. Quando chegou a hora de gravá-la, precisaram executá-la 31 vezes para obter a versão perfeita"
My Way (Claude François / J. Revaux / P. Anka) - A versão deste single é a do disco "Elvis In Concert", que foi gravada no dia 21 de junho de 1977 na cidade de Rapid City. O single só foi lançado três meses após a morte de Elvis. Considero a versão do "Aloha From Hawaii" a melhor da carreira do Rei, sem descartar, é lógico, a ótima versão de estúdio. Não vou desmerecer essa, até porque "My Way" é ótima na voz de Elvis, em qualquer época. Inclusive, acho que "My Way" deveria ter sido lançada antes na carreira de Elvis, deveria ter sido o single principal do "Aloha", sem dúvida. Mas enfim, só chegou nas lojas americanas após a morte do cantor. É considerado o último single da carreira de Elvis. Esta sem dúvida pode ser incluída entre as cinco melhores músicas que Elvis interpretou em sua vida. O Título original desta canção Francesa é "Comme D'Habitut" e foi lançada pela primeira vez pelo autor, Claude François, em 1967, na França, pelo selo Barclay. Em 1968, Frank Sinatra lançou sua versão em língua Inglesa, adaptada por Paul Anka, que acabou conquistando o mundo.
Can't Help Falling In Love (Peretti / Creatore / Weiss) -- Canção baseada em "Plaisir d'Ámor" do compositor francês de origem alemã Jean Paul Martini. A versão de Presley foi muito feliz pois foi muito bem adaptada. O maior sucesso do filme. Quando foi lançada em Single em Novembro de 1961 alcançou um enorme sucesso de vendas. Nos anos setenta ela seria utilizada como desfecho de todos os seus shows. Nos anos 90 o grupo UB40 faria uma nova versão de grande sucesso. Parte da trilha sonora do filme Blue Hawaii. O álbum ficou durante incríveis 20 semanas no nº 1 e vendeu mais de 2 milhões de exemplares.
I Got a Woman / Amem (Ray Charles) - Outra música que entrou em definitivo no repertório do Rei nos anos cinqüenta e setenta, sendo muitas vezes usada de introdução logo após "Also Spratch Zarathustra" de Richard Strauss. Deve-se sua criação a Ray Charles que colocou uma letra pop sobre o ritmo de uma música religiosa chamada "My Jesus is all the world to me". Esta música trouxe problemas para Elvis pois seu título (Eu consegui uma Mulher) foi considerado ofensivo pela rígida sociedade americana da época. Elvis era considerado um incentivador da delinquência juvenil pelos moralistas por sua dança e sua música e é claro que eles não iriam deixar passar esta oportunidade para mais uma vez atacá-lo. Foi gravada em 10 de janeiro de 1956 e é a primeira música gravada por Elvis nos estúdios da RCA Victor. Foi lançado num single junto com "I'm Counting on you" em agosto de 1956. "Amem" é uma canção gospel, mas que Elvis a utiliza aqui mais como um bom treinamento vocal.
Love Me (Jerry Leiber / Mike Stoller) - Sem dúvida uma das mais belas criações daquela que sem dúvida foi a mais importante dupla de compositores do Rei. Leiber e Stoller compuseram as mais importantes músicas da carreira de Elvis como "Jailhouse Rock", "Trouble" e "King Creole" entre outras. Esta foi feita especialmente para Elvis pois Mike e Jerry achavam interessante o apego que Elvis tinha por músicas românticas, então resolveram compor uma canção sob medida para o gosto e a interpretação do cantor. Era uma das preferidas dele tanto que a integrou em seu repertório nos anos setenta estando presente em quase todos os seus discos gravados ao vivo neste período. Também foi lançada num compacto duplo em outubro de 1956 junto com outras músicas do LP "Elvis Presley".
If You Love Me (Rostill) - Country empolgante que foi grande sucesso nos Estados Unidos. Se tornou rapidamente parte do repertório do cantor nos shows ao vivo. Foi gravada no dia 25 de Abril de 1977 no segundo show que Elvis fez na cidade de Saginaw. Também faz parte do especial de TV "Elvis in Concert". Foi lançada pela primeira vez no disco "Moody Blue".
It's Now Or Never (Schroder / Gold) - Versão em língua inglesa para a conhecida canção napolitana "O Sole Mio" (que fez parte da trilha da novela "Terra Nostra"). "O Sole Mio" foi gravada por inúmeros artistas ao longo da história, sendo que em 1899 ela ganhou o festival Napolitano Piedigrota, considerado um dos mais importantes da Europa. A Primeira versão em língua inglesa foi gravada por Tony Martin em 1949 com o título de "There's no Tomorrow". Em 1960 Elvis Presley gravou sua versão que se tornou um de seus maiores sucessos alcançando o primeiro lugar em Agosto de 1960. Gravada pouco mais de uma semana após Stuck on You, vendeu 10 milhões de discos do single mundo afora. É um dos maiores sucessos do cantor.
Tryin'To Get To You (Charles Singleton / Rose Marie McCoy) - Gravada em 11 de julho de 1955 nos estúdios Sun em Memphis, Tennessee. Aqui Elvis exercita seu poderio vocal numa balada romântica característica do Sul dos Estados Unidos. Esta sem dúvida era uma de suas prediletas pois mesmo sendo ele o Rei do Rock'n'Roll não dispensava uma balada melódica como essa. Pode-se encontrá-la em discos ao vivo gravados durante os anos 70, porém a melhor versão sem dúvida é essa: simples e direta passando o sentimento dominante da época. Mais uma canção do disco "Elvis Presley".
Hawaiian Weeding Song (King / Hoffman / Manning) -- Canção que Elvis cantou para Priscilla na sua lua de mel segundo o próprio relato dela no livro "Elvis e Eu" (Elvis and Me, Editora Rocco, 1985). Pode-se encontrar duas versões ao vivo desta canção gravadas pelo cantor nos anos setenta. Uma está presente no já citado disco "Alternate Aloha" e a outra que faz parte do trabalho musical póstumo "Elvis in Concert". Termina assim a trilha, como no filme, com a "canção havaiana de casamento"
Fairytale (Anita Pointer / Bonnie Pointer) - Esta é do "Elvis Today". Foi a primeira música gravada por Elvis no dia 10 de março. Quando as sessões terminaram no dia 12, o produtor Felton Jarvis levou as matrizes para Nova Iorque para as mixagens e retoques finais e depois voltou a Los Angeles para passar pelo crivo final de Elvis. Ele odiou as mudanças e explodiu com o pessoal da RCA Victor: "Sabem de uma coisa? Se eu fosse esperto deixava vocês e ia para a White Wale (uma das piores gravadoras dos EUA). Aposto que acho emprego em qualquer lugar. Aposto como alguém me contrata. Juro por Deus, isso não vai voltar para Nova Iorque, vai para Memphis, para uma remixagem e lá vai ficar, seus fdp". Apesar da bronca e da remixagem de um engenheiro de som de confiança de Elvis, ele não ficou contente e achou que as gravações foram prejudicadas pela RCA. Chegou a desabafar com Linda, sua namorada na época: "Este disco, Elvis Today, foi seriamente prejudicado pelos caras da RCA como uma forma de revanche contra mim. Essa vai ser a última vez que algo assim vai acontecer. Da próxima vez eu vou embora. Gravadora de merda"
Little Sister (Pomus / Schuman) - Música lançada como lado B do single "His Latest Flame" em agosto de 1961. A letra é bem fraquinha, porém o ritmo é ótimo principalmente pela aula de guitarra de Scotty Moore. Elvis no filme de 1970 "That's The Way It Is" (Elvis é assim, 1970) apresenta esta música em um ensaio com sua banda, nada levado à sério mas que serve para animar o ambiente durante as gravações.
Early Morning Rain (Gordon Lightfood) - Do disco "Elvis Now". Sucesso country de Peter, Paul and Mary nos anos 60. A Versão de Elvis Presley foi gravada no dia 15 de março de 1971. Era uma de suas preferidas estando sempre presente em seus shows, como pode-se constatar nos discos "Elvis in Concert" e "Alternate Aloha".
What'd I Say (Ray Charles) - Esta canção foi tema do filme de Elvis "Viva Las Vegas". Essa versão do "Elvis In Concert" não foi levada muito à sério por Presley, é só uma brincadeira com a banda TCB. Clássico de Ray Charles, gravada por um grande número de artistas ao longo da história. Em "Viva Las Vegas" Elvis contou não somente com sua banda, mas também por um grupo de apoio da MGM, contando inclusive com uma segunda turma de vocalização, os grupos The Jubilee Four e Carole Lombard Quartet. Este primeiro inclusive teve direito a apresentar uma canção solo no filme, chamada "The Climb". Ann-Margret também apresentou duas canções solos: "Appreciation" e "The Rival".
Johnny B. Goode (Chuck Berry) - O Riff mais conhecido da história do Rock. Aqui, James Burton dá o tom da nova era na carreira de Elvis Presley. Um dos mais adorados e conhecidos hinos da nação rocker ganha sua versão na voz do Rei. Elvis, por sua vez, não deixa por menos e protagoniza uma das melhores versões para a histórica canção de Chuck Berry. O próprio Berry já dizia: "Tudo o que eu preciso para fazer uma música de Rock é um cara, uma garota e um cadillac". Definitivo, nas palavras do mais Outsider de todos os grandes nomes do surgimento do Rock.
And I Love You So (Don McLean) - Outra do "Elvis Today". Uma das provas mais contundentes do fato de Elvis utilizar suas canções para resolver seus conflitos pessoais. Estaria Elvis se dirigindo a Priscilla para realçar seu amor por ela, ao afirmar que ainda a amava tanto? Na minha opinião, sem dúvida. Muitas das músicas retratavam o homem Elvis com perfeição transparente, eis um exemplo cabal disso. A canção é linda, dispensa maiores comentários. Apenas junte-se a Elvis neste momento de mais uma declaração de amor na sua carreira. Em tempo: No "Elvis in Concert" está uma versão ótima deste canção ao vivo. Imperdível.
America (Tradicional) - Embora Elvis sempre a apresentasse nos shows, America nunca havia sido lançada antes em sua discografia. Esta música foi se tornando cada vez mais presente em seus repertórios, principalmente após 76, o ano em que se comemorou os 200 anos de independência dos EUA. Em 2001, após os atentados ao World Trade Center em Nova Iorque, America foi relançada em single de grande sucesso. Toda a renda foi revertida para a fundação American Red Cross Disaster Relief Fund.
Elvis Presley - Elvis in Concert (1977): Elvis Presley (vocal, piano e violão) / James Burton (guitarra) / John Wilkinson (guitarra) / Charlie Hodge (violão) / Jerry Scheff (baixo) / Dennis Linde (baixo) / Norbert Putnam (baixo) / Ronnie Tutt (bateria) / David Briggs (piano e orgão) / Bobby Ogdin (piano elétrico) / The Sweet Inspirations (vocais) / J.D. Summer & The Stamps (vocais) / Kathy Westmoreland (vocais) / Sherril Nielsen (vocais) / Joe Guercio (orquestra) / Tony Brown (piano) / Chip Young (guitarra) / Alan Rush (guitarra) / Randy Cullers (bateria) / Farrel Morris (percussão e sinos) / Chip Young (guitarra) / Jane Fricke, Lee J. Beranetti, Sherilyn Kramer e Yvonne Hodges (vocais de apoio) / Produzido e arranjado por Felton Jarvis e Elvis Presley / Gravado no Crisler Arena, Ann Arbor (24 de abril de 1977) - Civic Center, Saginaw (25 de abril de 1977) - Civic Auditorium, Omaha (19 de junho de 1977) - Rushmore Civic Center, Rapid City (21 de junho de 1977) / Data de lançamento: Outubro de 1977
Pablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirProdução: ★★★
Arranjos: ★★★
Letras: ★★★
Direção de Arte: ★★★
Cotação Geral: ★★★
Nota Geral: 7.8
Cotações:
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