Elvis Presley - A Última Foto
Qual foi a última foto de Elvis Presley? Exatamente a que se encontra nessa postagem. Elvis retornava de uma consulta com o dentista quando seu carro parou em frente aos portões de Graceland. Um fã se aproximou de Elvis e tirou sua última foto. O cantor de forma até instintiva acenou e sorriu. Ele estava no volante de seu carro e sempre parava para dar alguma atenção aos fãs que sempre faziam vigília em frente aos portões musicais de Graceland. Isso foi antes da morte de John Lennon e os grandes astros da música não tinham receios de serem atacados ou algo desse tipo.
Essa última foto foi tirada na madrugada do dia 15 para 16 de agosto de 1977, Embora fosse muito tarde Elvis não foi imediatamente para cama nessa noite em particular. Ele decidiu jogar uma partida rápida de raquetebol com alguns amigos. Só depois decidiu que iria para cama. Ele se recolheu aos seus aposentos ao lado de Ginger Alden, a rainha da beleza que era sua namorada. Depois de algum tempo deitados Elvis ainda não se sentia à vontade para dormir. Era o velho problema da insônia que sempre o perseguiu por anos e anos.
Elvis então foi ao banheiro com um livro em mãos. Um livro sobre Jesus. Elvis gostava de ler no banheiro. Só que naquela noite algo saiu errado. Ginger pegou no sono e só foi acordar na manhã seguinte. Ao acordar percebeu que Elvis não se encontrava na cama. Ela abriu a porta do banheiro e o encontrou caído no chão. Tentativas de reanimar o astro foram em vão. Elvis foi declarado morto ao entrar no hospital em Memphis. A causa oficial de sua morte foi informada em poucas horas. Ele havia sofrido um ataque do coração.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2005
domingo, 25 de dezembro de 2005
Elvis Presley - O Último Show
O último show da carreira de Elvis Presley aconteceu no Market Square Arena, em Indianapolis, no dia 26 de junho de 1977. Nos últimos meses Elvis vinha enfrentando uma pesada agenda de concertos ao vivo. Mesmo sob condições adversas, inclusive em sua saúde física e mental, Elvis seguia em frente. Raramente cancelava alguma apresentação e isso só ocorria quando ele estava realmente muito doente. Esse último show de Elvis ocorreu em uma normalidade que era de certa maneira pouco comum em suas inúmeras viagens. Ele se apresentou bem, apresentou um repertório mais usual e não houve maiores problemas. O público saiu plenamente satisfeito, embora ninguém na ocasião soubesse que estava assistindo ao último concerto ao vivo da vida de Elvis Presley.
Nos acordes finais de "Can´t Help Falling in Love" Elvis soltou um "Adios", uma despedida única em centenas e centenas de apresentações que apresentou desde que retornou aos palcos em 1969. Infelizmente até hoje não foi divulgada uma gravação com boa qualidade sonora desse show. Tudo o que temos são gravações amadoras capturadas na platéia. Alguém que usou um velho gravador de mão para gravar tudo. Nada de muita qualidade como uma gravação captada direta na sala de som. Há muitos boatos que essa gravação existe, mas se é real nunca foi comercializada.
Elvis assim se despediu. Ele retornou para Graceland para alguns dias de descanso para retomar mais uma série de novas apresentações, algo que nunca ocorreu pois ele faleceu no banheiro de Graceland na madrugada de 16 de agosto de 1977. Quem o encontrou caído no chão foi sua namorada de ocasião Ginger Alden. Elvis nunca mais seria visto em um palco novamente. Era inevitavelmente o fim definitivo.
Pablo Aluísio.
Nos acordes finais de "Can´t Help Falling in Love" Elvis soltou um "Adios", uma despedida única em centenas e centenas de apresentações que apresentou desde que retornou aos palcos em 1969. Infelizmente até hoje não foi divulgada uma gravação com boa qualidade sonora desse show. Tudo o que temos são gravações amadoras capturadas na platéia. Alguém que usou um velho gravador de mão para gravar tudo. Nada de muita qualidade como uma gravação captada direta na sala de som. Há muitos boatos que essa gravação existe, mas se é real nunca foi comercializada.
Elvis assim se despediu. Ele retornou para Graceland para alguns dias de descanso para retomar mais uma série de novas apresentações, algo que nunca ocorreu pois ele faleceu no banheiro de Graceland na madrugada de 16 de agosto de 1977. Quem o encontrou caído no chão foi sua namorada de ocasião Ginger Alden. Elvis nunca mais seria visto em um palco novamente. Era inevitavelmente o fim definitivo.
Pablo Aluísio.
sábado, 24 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 8
Um dos dramas da vida de Elvis foi que ele não teve a oportunidade de se tratar adequadamente de seu problema de depressão. O Coronel Parker não queria que sua imagem pública fosse maculada com o estigma de ser depressivo. Havia muito preconceito sobre isso na época. Assim na ânsia de esconder tudo na imprensa o próprio Elvis acabou ficando sem o tratamento adequado. O que havia no lugar disso eram meros paliativos, como as pílulas receitadas pelo Dr. Nick. O problema é que ele não era um médico especialista em depressão, longe disso.
Sem consultar um médico especializado em depressão, sofrendo todos os tipos de stress por causa de sua profissão e sem passar pelo tratamento certo, Elvis foi afundando cada vez mais na doença. Ele tinha problemas de insônia desde quando era apenas um adolescente, mas com seu estado depressivo a coisa piorou. Elvis passava dias sem dormir, mesmo quando tomava as drogas receitadas pelo Dr. Nick. A ausência de sono, a estafa de viver viajando para cumprir agendas puxadas de show e a própria melancolia que ia se instalando em seu espírito justamente por causa da depressão o foram deixando cada vez mais com um aspecto doentio. O aumento de peso também se tornou visível. Elvis muitas vezes procurava consolo na comida. Sozinho em seu quarto, ele era capaz de comer três, quatro ou cinco grandes pratos de uma refeição que geralmente não era nada saudável. Era claramente uma forma dele em amenizar sua tristeza.
A carreira também deixava Elvis frustrado. Depois do NBC Special ele teve um novo fôlego em seus discos e a volta aos palcos trouxe novamente a alegria do contato com os fãs. Porém depois de 1973 a carreira de Elvis voltou a estagnar. Não havia mais novos desafios. Elvis tinha esse velho sonho de fazer uma turnê internacional como havia feito os Beatles nos anos 60, mas o Coronel Parker sabotava toda tentativa dele nesse sentido. Ao invés de ir para Londres, Paris ou até mesmo ao Japão, Elvis ficava preso em apresentações de temporadas realizadas em hotéis cassinos ou em pequeninas cidades do interior dos Estados Unidos. Não era nada desafiante para quem já tinha passado por tudo isso desde os anos 50.
Curiosamente esse estado depressivo de Elvis também começou a se refletir na escolha do repertório de seus discos nos anos 70. Elvis não era um compositor, por isso escolhia músicas que tinham letras em que ele pudesse de alguma forma se identificar. Geralmente baladas românticas bem tristes contando histórias de rompimento, decepções e desilusões. Algo que ele havia sentido com o fim de seu casamento com Priscilla Presley. Fora isso Elvis encheu seus álbuns de muita country music e gospel. O Rock, o gênero que o havia consagrado, o levando a ser chamado de "Rei do Rock" no passado, foi deixado para trás. Isso intrigou a imprensa. Durante uma de suas raras entrevistas, um jornalista perguntou a Elvis porque ele não gravava mais rocks! Tentando se sair Elvis apenas desculpou-se, dizendo que não havia mais bom material nesse estilo musical para gravar. Não era verdade, era apenas uma questão de falta de identificação, uma vez que Elvis não se sentia mais jovem, nem rebelde e nem muito menos roqueiro. Ele estava, no fim das contas, apenas se sentindo muito depressivo.
Pablo Aluísio.
Sem consultar um médico especializado em depressão, sofrendo todos os tipos de stress por causa de sua profissão e sem passar pelo tratamento certo, Elvis foi afundando cada vez mais na doença. Ele tinha problemas de insônia desde quando era apenas um adolescente, mas com seu estado depressivo a coisa piorou. Elvis passava dias sem dormir, mesmo quando tomava as drogas receitadas pelo Dr. Nick. A ausência de sono, a estafa de viver viajando para cumprir agendas puxadas de show e a própria melancolia que ia se instalando em seu espírito justamente por causa da depressão o foram deixando cada vez mais com um aspecto doentio. O aumento de peso também se tornou visível. Elvis muitas vezes procurava consolo na comida. Sozinho em seu quarto, ele era capaz de comer três, quatro ou cinco grandes pratos de uma refeição que geralmente não era nada saudável. Era claramente uma forma dele em amenizar sua tristeza.
A carreira também deixava Elvis frustrado. Depois do NBC Special ele teve um novo fôlego em seus discos e a volta aos palcos trouxe novamente a alegria do contato com os fãs. Porém depois de 1973 a carreira de Elvis voltou a estagnar. Não havia mais novos desafios. Elvis tinha esse velho sonho de fazer uma turnê internacional como havia feito os Beatles nos anos 60, mas o Coronel Parker sabotava toda tentativa dele nesse sentido. Ao invés de ir para Londres, Paris ou até mesmo ao Japão, Elvis ficava preso em apresentações de temporadas realizadas em hotéis cassinos ou em pequeninas cidades do interior dos Estados Unidos. Não era nada desafiante para quem já tinha passado por tudo isso desde os anos 50.
Curiosamente esse estado depressivo de Elvis também começou a se refletir na escolha do repertório de seus discos nos anos 70. Elvis não era um compositor, por isso escolhia músicas que tinham letras em que ele pudesse de alguma forma se identificar. Geralmente baladas românticas bem tristes contando histórias de rompimento, decepções e desilusões. Algo que ele havia sentido com o fim de seu casamento com Priscilla Presley. Fora isso Elvis encheu seus álbuns de muita country music e gospel. O Rock, o gênero que o havia consagrado, o levando a ser chamado de "Rei do Rock" no passado, foi deixado para trás. Isso intrigou a imprensa. Durante uma de suas raras entrevistas, um jornalista perguntou a Elvis porque ele não gravava mais rocks! Tentando se sair Elvis apenas desculpou-se, dizendo que não havia mais bom material nesse estilo musical para gravar. Não era verdade, era apenas uma questão de falta de identificação, uma vez que Elvis não se sentia mais jovem, nem rebelde e nem muito menos roqueiro. Ele estava, no fim das contas, apenas se sentindo muito depressivo.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 7
Conforme o tempo foi passando o relacionamento de Elvis com Linda foi se deteriorando. Havia a sempre constante infidelidade por parte de Elvis, seu problema com as drogas prescritas, sua falta de sensibilidade com os problemas dela e aquilo que no começo parecia ser atrativo foi se tornando cada vez mais insuportável. O pai de Elvis, Vernon, também começou a ter uma imagem bem negativa de Linda. Vernon cuidava muitas vezes da vida financeira de Elvis e foi ficando horrorizado com os gastos da namorada do filho. Elvis disponibilizou um cartão de crédito para Linda e ela começou a gastar furiosamente. Ela gastava altas somas, todas as semanas. Um orgia de gastos de todos os tipos. Vernon ficou alarmado. Depois de algum tempo Vernon contou tudo a Elvis e chegou a aconselhar ele a arranjar uma namorada que não fosse tão gastadora como Linda!
Embora os membros da Máfia de Memphis gostassem de Linda, as amizades foram ficando abaladas porque ela passou a entender que eles encobriam tudo o que Elvis fazia de errado, inclusive com outras mulheres. Isso era bem óbvio, afinal os caras da Máfia de Memphis trabalhavam para Elvis e não para Linda. O patrão deles era Elvis! Era até absurdo pretender que eles ficassem ao lado de Linda em qualquer discussão ou briga. Eles sempre ficariam ao lado de Elvis. Linda nesse aspecto foi bastante inocente, pensando que eles iriam ficar ao seu lado por causa de uma suposta amizade que só existia mesmo em sua cabeça. Assim Linda foi ficando isolada dentro de Graceland. Vernon a considerava uma mulher que não tinha limites em seus gastos, os membros da Máfia já não a achavam mais tão legal como antes e o próprio Elvis, aos poucos, começou a esnobá-la. Linda sabia que seu relacionamento com Elvis estava prestes a acabar. Tudo era apenas uma questão de tempo.
O fato porém é que nem Linda, nem as inúmeras mulheres que saíram com Elvis nessa época, nenhuma delas tinha conseguido fazer Elvis esquecer Priscilla. Ele ainda parecia bem apaixonado pela ex-esposa. Isso era algo que Elvis não conseguia superar. Ele acreditava que Priscilla havia sido a mulher de sua vida, afinal ela era a mãe de sua filha. Nada poderia ser mais importante do que isso. Por volta de 1976 Elvis decidiu que iria tentar uma reconciliação com Priscilla. Ele estava disposto a esquecer tudo - a traição dela, a forma como o casamento acabou, o divórcio, tudo, para voltar para Priscilla. A um dos caras da Máfia de Memphis Elvis confidenciou: "Eu quero minha família de volta! Eu preciso lutar pela minha família, isso não pode ficar assim!".
Poucos dias depois Elvis foi para Los Angeles, onde Priscilla agora morava. Ele queria que ela voltasse com Lisa para Graceland. Era a hora da reconciliação. Elvis foi até a casa de Priscilla e depois de uma longa conversa sobre amenidades, a escola de Lisa, etc, Elvis disse a Priscilla que queria ela de volta. Ele pediu (na verdade chegou a implorar) para que tudo voltasse como era antes. Afinal Priscilla não estava mais se relacionando com ninguém, o caso com Mike Stone havia chegado ao fim, tudo parecia certo para a reunião da família, para a volta do casamento, mas... Priscilla disse não! Ela parecia muito firme em sua decisão, o que desarmou Elvis. Ele ainda tentou argumentar, mas Priscilla não quis ouvir, apenas disse "Não!". Elvis ficou arrasado mais uma vez. Ele se despediu dela e foi embora. Segundo alguns relatos chegou mesmo a chorar no banco de trás de seu carro. Naquela noite Elvis pareceu ter compreendido que tudo havia chegado ao final... para sempre!
Pablo Aluísio.
Embora os membros da Máfia de Memphis gostassem de Linda, as amizades foram ficando abaladas porque ela passou a entender que eles encobriam tudo o que Elvis fazia de errado, inclusive com outras mulheres. Isso era bem óbvio, afinal os caras da Máfia de Memphis trabalhavam para Elvis e não para Linda. O patrão deles era Elvis! Era até absurdo pretender que eles ficassem ao lado de Linda em qualquer discussão ou briga. Eles sempre ficariam ao lado de Elvis. Linda nesse aspecto foi bastante inocente, pensando que eles iriam ficar ao seu lado por causa de uma suposta amizade que só existia mesmo em sua cabeça. Assim Linda foi ficando isolada dentro de Graceland. Vernon a considerava uma mulher que não tinha limites em seus gastos, os membros da Máfia já não a achavam mais tão legal como antes e o próprio Elvis, aos poucos, começou a esnobá-la. Linda sabia que seu relacionamento com Elvis estava prestes a acabar. Tudo era apenas uma questão de tempo.
O fato porém é que nem Linda, nem as inúmeras mulheres que saíram com Elvis nessa época, nenhuma delas tinha conseguido fazer Elvis esquecer Priscilla. Ele ainda parecia bem apaixonado pela ex-esposa. Isso era algo que Elvis não conseguia superar. Ele acreditava que Priscilla havia sido a mulher de sua vida, afinal ela era a mãe de sua filha. Nada poderia ser mais importante do que isso. Por volta de 1976 Elvis decidiu que iria tentar uma reconciliação com Priscilla. Ele estava disposto a esquecer tudo - a traição dela, a forma como o casamento acabou, o divórcio, tudo, para voltar para Priscilla. A um dos caras da Máfia de Memphis Elvis confidenciou: "Eu quero minha família de volta! Eu preciso lutar pela minha família, isso não pode ficar assim!".
Poucos dias depois Elvis foi para Los Angeles, onde Priscilla agora morava. Ele queria que ela voltasse com Lisa para Graceland. Era a hora da reconciliação. Elvis foi até a casa de Priscilla e depois de uma longa conversa sobre amenidades, a escola de Lisa, etc, Elvis disse a Priscilla que queria ela de volta. Ele pediu (na verdade chegou a implorar) para que tudo voltasse como era antes. Afinal Priscilla não estava mais se relacionando com ninguém, o caso com Mike Stone havia chegado ao fim, tudo parecia certo para a reunião da família, para a volta do casamento, mas... Priscilla disse não! Ela parecia muito firme em sua decisão, o que desarmou Elvis. Ele ainda tentou argumentar, mas Priscilla não quis ouvir, apenas disse "Não!". Elvis ficou arrasado mais uma vez. Ele se despediu dela e foi embora. Segundo alguns relatos chegou mesmo a chorar no banco de trás de seu carro. Naquela noite Elvis pareceu ter compreendido que tudo havia chegado ao final... para sempre!
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 6
Durante seus últimos anos Elvis sofreu não apenas com crises depressivas cada vez maiores e frequentes, mas também com doenças físicas que muito o debilitaram. A causa de muitos desses problemas de saúde vinha do uso excessivo de medicamentos. Seu fígado, seus rins e outros órgãos estavam no limite após anos e anos de abusos dessas drogas. Seu coração, por exemplo, estava fora do tamanho normal de um ser humano de sua idade e peso. Algo estava muito errado com seu corpo de forma em geral. Em determinado momento de sua vida Elvis pareceu perder o controle sobre o que tomava. Inúmeras vezes teve que ser internado às pressas para tratamento médico.
Numa dessas ocasiões, conforme recordou Linda em seu livro de memórias, Elvis acordou de uma longa noite em que esteve sedado no hospital. Ele então pediu delicadamente para que ela se aproximasse de sua cama e apertou sua mão bem forte. Então Elvis disse algo a Linda que a deixou sem reação. Ele olhou de forma fixa em seus olhos e disse: "Eu sonhei com a minha morte ontem. Foi tudo muito real. E nesse sonho você era o meu irmão que morreu. Ele morreu para que eu pudesse sobreviver. Ele morreu sufocado para que eu nascesse. Você era ele!". Linda jamais esqueceu dessa confissão de Elvis. Realmente Jesse, seu irmão, havia morrido no nascimento em 1935. Desse parto complicado apenas Elvis conseguiu sobreviver.
Elvis estudou religiões orientais a vida inteira. Em muitas dessas doutrinas religiosas a reencarnação era algo palpável, concreto. Estaria Elvis realmente acreditando que Linda era a reencarnação de seu falecido irmão Jesse que agora o reencontrava em um momento muito ruim de sua vida, com o divórcio, os problemas de saúde e a depressão? Será que Elvis realmente levava fé nessa hipótese tão estranha e fora do comum? A de que o espírito de Jesse Garon Presley havia reencarnado anos após sua morte, voltando ao plano terreno como Linda Thompson? Essa pergunta ficou sem uma resposta mais definitiva. Elvis apenas quis contar seu sonho para ela, sem pensar muito no que tudo isso poderia enfim significar para o relacionamento de ambos...
Mesmo toda a religiosidade porém não conseguia parar o lado mais forte da personalidade de Elvis. Ele havia herdado um lado bem explosivo de sua mãe e não negava isso. Muitas vezes até tinha orgulho desse lado que havia puxado de Gladys. Certa noite Elvis chamou Red West ao seu quarto. Linda ficou do lado de fora, mas logo começou a ouvir uma grande discussão entre eles. As coisas foram ficando cada vez mais agressivas e violentas e quando Linda entrou no quarto percebeu que ambos, Elvis e Red, estavam com armas em punho! Sem pensar muito na loucura que estava fazendo Linda entrou no meio dos dois homens armados, evitando assim que algo mais sério acontecesse naquela suíte.
Tanto Elvis como Red não pareciam dispostos a recuar. Nesse dia, mais uma vez, Linda salvou a vida de seu namorado, um gesto heroico que mereceu uma reprimenda por parte de Sonny. Depois de que a confusão se acalmou ele chamou Linda de lado e lhe deu alguns conselhos: "Nunca mais faça isso! Não era a sua briga, não era a sua batalha! Você poderia ter morrido lá! Eu não acredito que Elvis fosse matar alguém, mas uma arma pode disparar de forma acidental quando usada por alguém com a cabeça quente! Não faça mais isso!". Linda ouviu os conselhos de Sonny, um guarda-costas experiente que sabia o que estava fazendo e nunca mais se envolveu em uma situação tão arriscada como aquela. Nunca mais ela arriscaria sua própria vida.
Pablo Aluísio.
Numa dessas ocasiões, conforme recordou Linda em seu livro de memórias, Elvis acordou de uma longa noite em que esteve sedado no hospital. Ele então pediu delicadamente para que ela se aproximasse de sua cama e apertou sua mão bem forte. Então Elvis disse algo a Linda que a deixou sem reação. Ele olhou de forma fixa em seus olhos e disse: "Eu sonhei com a minha morte ontem. Foi tudo muito real. E nesse sonho você era o meu irmão que morreu. Ele morreu para que eu pudesse sobreviver. Ele morreu sufocado para que eu nascesse. Você era ele!". Linda jamais esqueceu dessa confissão de Elvis. Realmente Jesse, seu irmão, havia morrido no nascimento em 1935. Desse parto complicado apenas Elvis conseguiu sobreviver.
Elvis estudou religiões orientais a vida inteira. Em muitas dessas doutrinas religiosas a reencarnação era algo palpável, concreto. Estaria Elvis realmente acreditando que Linda era a reencarnação de seu falecido irmão Jesse que agora o reencontrava em um momento muito ruim de sua vida, com o divórcio, os problemas de saúde e a depressão? Será que Elvis realmente levava fé nessa hipótese tão estranha e fora do comum? A de que o espírito de Jesse Garon Presley havia reencarnado anos após sua morte, voltando ao plano terreno como Linda Thompson? Essa pergunta ficou sem uma resposta mais definitiva. Elvis apenas quis contar seu sonho para ela, sem pensar muito no que tudo isso poderia enfim significar para o relacionamento de ambos...
Mesmo toda a religiosidade porém não conseguia parar o lado mais forte da personalidade de Elvis. Ele havia herdado um lado bem explosivo de sua mãe e não negava isso. Muitas vezes até tinha orgulho desse lado que havia puxado de Gladys. Certa noite Elvis chamou Red West ao seu quarto. Linda ficou do lado de fora, mas logo começou a ouvir uma grande discussão entre eles. As coisas foram ficando cada vez mais agressivas e violentas e quando Linda entrou no quarto percebeu que ambos, Elvis e Red, estavam com armas em punho! Sem pensar muito na loucura que estava fazendo Linda entrou no meio dos dois homens armados, evitando assim que algo mais sério acontecesse naquela suíte.
Tanto Elvis como Red não pareciam dispostos a recuar. Nesse dia, mais uma vez, Linda salvou a vida de seu namorado, um gesto heroico que mereceu uma reprimenda por parte de Sonny. Depois de que a confusão se acalmou ele chamou Linda de lado e lhe deu alguns conselhos: "Nunca mais faça isso! Não era a sua briga, não era a sua batalha! Você poderia ter morrido lá! Eu não acredito que Elvis fosse matar alguém, mas uma arma pode disparar de forma acidental quando usada por alguém com a cabeça quente! Não faça mais isso!". Linda ouviu os conselhos de Sonny, um guarda-costas experiente que sabia o que estava fazendo e nunca mais se envolveu em uma situação tão arriscada como aquela. Nunca mais ela arriscaria sua própria vida.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 5
O relacionamento entre Elvis e Linda não foi isento de problemas e dramas. Desde o começo ela percebeu que Elvis continuava a ver outras mulheres. A palavra fidelidade não parecia fazer parte do dicionário pessoal do cantor. As traições de Elvis foram ficando cada vez mais notórias, públicas e humilhantes. Linda se sentia sufocada em não dizer nada, em não enfrentá-lo sobre isso, até que uma noite, ao saber da existência de mais uma amante de Elvis em Las Vegas, ela resolveu explodir!
Ela confrontou Elvis diretamente e ficou lá, falando e falando sobre suas traições. Elvis estava em sua cama, comendo um prato de espaguete. Aos poucos ele foi ficando nervoso com Linda por ela não parar de falar, falar e falar, exigindo explicações... Quando de repente, em um acesso de fúria, Elvis também decidiu explodir de raiva - Ele pegou seu prato e jogou contra a parede e depois partiu para cima de Linda - ele estava realmente furioso! Linda correu em direção ao banheiro e Elvis a empurrou...
Aquilo era um novo limite que Linda não estava disposta a aceitar. Apanhar de Elvis estava completamente fora de cogitação para Linda! Ela até poderia tolerar suas traições em série, mas sofrer uma agressão física por parte dele, absolutamente não! Pior é que Elvis também começou uma série de ofensas verbais contra ela... Era demais... Linda nem pensou duas vezes, desceu as escadas e pediu a Joe Esposito que reservasse passagens para o primeiro avião em direção a Los Angeles. Para ela tudo estava acabado de uma vez por todas! E assim foi feito, Joe comprou a passagem e Linda foi embora, para nunca mais voltar. Seu caso amoroso com Elvis Presley estava acabado!
Alguns dias depois o telefone tocou! Era Elvis. Ele tinha ficado completamente surpreso com a atitude de Linda. Ir embora daquele jeito, o deixando a ver navios, era algo inesperado para Elvis. Ele não queria ser abandonado de novo, como aconteceu com Priscilla, sua ex-esposa. Elvis tentou então convencer Linda a voltar, imitando uma voz de bebê na ligação, pedindo perdão, dizendo que estava arrependido, que queria ela de volta aos seus braços.
Linda não quis ceder, então falando mais sério Elvis lhe explicou a situação. Disse que sair com outras mulheres não significava nada. Que nem sempre ele tinha sexo com essas garotas, algumas vezes ele só ficava lendo livros religiosos para elas. Elvis também tentou explicar a Linda que homens e mulheres tinham ideias diferentes sobre casos fugazes. Uma noite não significava nada para um homem, ao contrário de uma mulher, que segundo Elvis, estava sempre pronta a se apaixonar. Elvis suplicou a Linda que ela então retornasse para Memphis, que aquela briga havia sido uma exceção e que ele nunca mais faria nada como aquilo. Linda resolveu pensar, mas ao mesmo tempo manteve-se em alerta pois ela tinha visto uma faceta da personalidade de Elvis que realmente a tinha deixada assustada.
Pablo Aluísio.
Ela confrontou Elvis diretamente e ficou lá, falando e falando sobre suas traições. Elvis estava em sua cama, comendo um prato de espaguete. Aos poucos ele foi ficando nervoso com Linda por ela não parar de falar, falar e falar, exigindo explicações... Quando de repente, em um acesso de fúria, Elvis também decidiu explodir de raiva - Ele pegou seu prato e jogou contra a parede e depois partiu para cima de Linda - ele estava realmente furioso! Linda correu em direção ao banheiro e Elvis a empurrou...
Aquilo era um novo limite que Linda não estava disposta a aceitar. Apanhar de Elvis estava completamente fora de cogitação para Linda! Ela até poderia tolerar suas traições em série, mas sofrer uma agressão física por parte dele, absolutamente não! Pior é que Elvis também começou uma série de ofensas verbais contra ela... Era demais... Linda nem pensou duas vezes, desceu as escadas e pediu a Joe Esposito que reservasse passagens para o primeiro avião em direção a Los Angeles. Para ela tudo estava acabado de uma vez por todas! E assim foi feito, Joe comprou a passagem e Linda foi embora, para nunca mais voltar. Seu caso amoroso com Elvis Presley estava acabado!
Alguns dias depois o telefone tocou! Era Elvis. Ele tinha ficado completamente surpreso com a atitude de Linda. Ir embora daquele jeito, o deixando a ver navios, era algo inesperado para Elvis. Ele não queria ser abandonado de novo, como aconteceu com Priscilla, sua ex-esposa. Elvis tentou então convencer Linda a voltar, imitando uma voz de bebê na ligação, pedindo perdão, dizendo que estava arrependido, que queria ela de volta aos seus braços.
Linda não quis ceder, então falando mais sério Elvis lhe explicou a situação. Disse que sair com outras mulheres não significava nada. Que nem sempre ele tinha sexo com essas garotas, algumas vezes ele só ficava lendo livros religiosos para elas. Elvis também tentou explicar a Linda que homens e mulheres tinham ideias diferentes sobre casos fugazes. Uma noite não significava nada para um homem, ao contrário de uma mulher, que segundo Elvis, estava sempre pronta a se apaixonar. Elvis suplicou a Linda que ela então retornasse para Memphis, que aquela briga havia sido uma exceção e que ele nunca mais faria nada como aquilo. Linda resolveu pensar, mas ao mesmo tempo manteve-se em alerta pois ela tinha visto uma faceta da personalidade de Elvis que realmente a tinha deixada assustada.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 4
Depois do divórcio de sua esposa Priscilla Presley Elvis se relacionou com Linda Thompson. Esse foi o relacionamento mais duradouro do cantor após o fim de seu casamento. O começo do romance foi muito bom, Elvis e Linda pareciam se dar muito bem, tanto que ele, pela primeira vez em anos, ficou bastante tempo sem procurar outra mulher. Elvis sentia-se plenamente satisfeito ao lado dela. Linda também se mostrou muito adaptável ao estilo de vida de Elvis. Pela primeira vez o astro sentia que tinha alguém ao lado com quem poderia desabafar, contar seus mais bem guardados segredos.
Embora o namoro tivesse tido um começo promissor, logo nos primeiros meses de 1973 alguns problemas começaram a surgir no horizonte. Elvis começou a ser infiel, como sempre. O pior é que ele era publicamente infiel, não se importando em ser fotografado ao lado de outras mulheres em Las Vegas e nas viagens que fazia para realizar concertos em outras cidades pelos Estados Unidos. Agindo assim Elvis não demonstrava muito respeito por Linda, que muitas vezes ficava chocada com o modo de agir do namorado. Em certos aspectos Elvis levava uma vida moral completamente ridícula, onde fidelidade não fazia parte do cardápio.
O pior é que sempre após ostentar ao lado de mulheres bonitas em público, Elvis voltava para Linda como se nada tivesse acontecido. Ele havia aparecido em jornais e colunas de fofocas curtindo seu novo romance e depois retornava aos braços de Linda, sem dar a menor satisfação. Linda também se sentia intimidada em confrontar Elvis em Graceland. O cantor era temperamental, dado a explosões de raiva quando confrontado, assim Linda começou a agir também como se nada tivesse acontecido.
O deslumbramento de Linda com Elvis também foi passando com o tempo. Ao invés de apenas enxergar o mito da música e do cinema ela começou a ver o outro lado de Elvis. Um homem que passava por momentos depressivos, que tinha problemas com drogas e que parecia nunca superar completamente o fim de seu casamento com Priscilla. Elvis pedia para que Linda lhe aplicasse injeções em seu banheiro de Graceland, dizendo que eram vitaminas, o que não era verdade. Com o tempo as aplicações foram deixando marcas na pele de Elvis, algo que seguramente não soava atrativo para uma mulher. Ele também ficava falando com frequência de seus anos ao lado da ex-esposa, outro tipo de coisa que deixava Linda constrangida e consternada. Viver ao lado de Elvis tinha um preço e Linda estava começando a entender isso.
Pablo Aluísio.
Embora o namoro tivesse tido um começo promissor, logo nos primeiros meses de 1973 alguns problemas começaram a surgir no horizonte. Elvis começou a ser infiel, como sempre. O pior é que ele era publicamente infiel, não se importando em ser fotografado ao lado de outras mulheres em Las Vegas e nas viagens que fazia para realizar concertos em outras cidades pelos Estados Unidos. Agindo assim Elvis não demonstrava muito respeito por Linda, que muitas vezes ficava chocada com o modo de agir do namorado. Em certos aspectos Elvis levava uma vida moral completamente ridícula, onde fidelidade não fazia parte do cardápio.
O pior é que sempre após ostentar ao lado de mulheres bonitas em público, Elvis voltava para Linda como se nada tivesse acontecido. Ele havia aparecido em jornais e colunas de fofocas curtindo seu novo romance e depois retornava aos braços de Linda, sem dar a menor satisfação. Linda também se sentia intimidada em confrontar Elvis em Graceland. O cantor era temperamental, dado a explosões de raiva quando confrontado, assim Linda começou a agir também como se nada tivesse acontecido.
O deslumbramento de Linda com Elvis também foi passando com o tempo. Ao invés de apenas enxergar o mito da música e do cinema ela começou a ver o outro lado de Elvis. Um homem que passava por momentos depressivos, que tinha problemas com drogas e que parecia nunca superar completamente o fim de seu casamento com Priscilla. Elvis pedia para que Linda lhe aplicasse injeções em seu banheiro de Graceland, dizendo que eram vitaminas, o que não era verdade. Com o tempo as aplicações foram deixando marcas na pele de Elvis, algo que seguramente não soava atrativo para uma mulher. Ele também ficava falando com frequência de seus anos ao lado da ex-esposa, outro tipo de coisa que deixava Linda constrangida e consternada. Viver ao lado de Elvis tinha um preço e Linda estava começando a entender isso.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 3
O fim do casamento com Priscilla Presley representou também o fim de velhos sonhos para Elvis, um deles o de ter uma família unida e feliz. Mesmo que o casamento estivesse falido há anos, Elvis jamais pensaria em se divorciar de Priscilla por vontade própria. Ele tinha uma visão conservadora sobre esse tipo de relacionamento, além disso passou anos e anos moldando Priscilla para o que ele considerava ser a mulher ideal. Quando Priscilla arranjou um amante, Elvis entendeu que não havia como moldar ninguém na verdade. Não importava as boas intenções, o fim sempre dependeria única e exclusivamente da vontade do outro.
Para Elvis o pior do fim de seu casamento foi saber dos novos casos amorosos envolvendo sua esposa. Já era devastador saber que ela estava morando com Mike Stone, mas pior era ficar sabendo, por fofocas, que Priscilla continuava a também namorar outros homens, principalmente após o fim de seu romance com Stone. O golpe mortal em seu ego porém aconteceu depois quando Elvis tentou uma reconciliação com Priscilla e ela recusou. Ser recusado por Priscilla feriu ainda mais Elvis do ponto de vista emocional.
Essa crise só não teve um desfecho trágico porque curiosamente a carreira de Elvis começou a entrar em um ritmo alucinante de shows, filmes e discos. Parecia que sua carreira havia voltado a um pique de auge, como havia acontecido nos anos 50. Depois de anos em Hollywood o público queria ver novamente Elvis ao vivo e ele se entregou completamente aos anseios de seus fãs. Cumprindo uma agenda puxada, com muitas viagens e apresentações por todas as cidades da América, Elvis começou a ter sua mente ocupada pelos compromissos da profissão. Se ao contrário disso tivesse ficado trancado em casa, algo muito sério poderia ter acontecido.
Assim a pura verdade é que o trabalho salvou Elvis do pior. Embora ele já começasse a apresentar sinais de depressão por esse período, a necessidade de seguir em frente, fazendo concertos e shows, gravando músicas em estúdio. manteve Elvis em atividade, se ocupando sempre de seus afazeres profissionais. Tanto isso é uma verdade que a depressão de Elvis só começou a se manifestar com maior ênfase justamente nos intervalos de seus compromissos, quando ficava no ócio, sem ter o que fazer. Era uma confirmação da máxima que dizia "Mente vazia, instrumento do diabo". Percebendo isso o Coronel Parker começou a arranjar cada vez mais shows e shows, em uma agenda lotada, para que Elvis jamais ficasse de bobeira, pensando sobre os dramas de sua vida.
Pablo Aluísio.
Para Elvis o pior do fim de seu casamento foi saber dos novos casos amorosos envolvendo sua esposa. Já era devastador saber que ela estava morando com Mike Stone, mas pior era ficar sabendo, por fofocas, que Priscilla continuava a também namorar outros homens, principalmente após o fim de seu romance com Stone. O golpe mortal em seu ego porém aconteceu depois quando Elvis tentou uma reconciliação com Priscilla e ela recusou. Ser recusado por Priscilla feriu ainda mais Elvis do ponto de vista emocional.
Essa crise só não teve um desfecho trágico porque curiosamente a carreira de Elvis começou a entrar em um ritmo alucinante de shows, filmes e discos. Parecia que sua carreira havia voltado a um pique de auge, como havia acontecido nos anos 50. Depois de anos em Hollywood o público queria ver novamente Elvis ao vivo e ele se entregou completamente aos anseios de seus fãs. Cumprindo uma agenda puxada, com muitas viagens e apresentações por todas as cidades da América, Elvis começou a ter sua mente ocupada pelos compromissos da profissão. Se ao contrário disso tivesse ficado trancado em casa, algo muito sério poderia ter acontecido.
Assim a pura verdade é que o trabalho salvou Elvis do pior. Embora ele já começasse a apresentar sinais de depressão por esse período, a necessidade de seguir em frente, fazendo concertos e shows, gravando músicas em estúdio. manteve Elvis em atividade, se ocupando sempre de seus afazeres profissionais. Tanto isso é uma verdade que a depressão de Elvis só começou a se manifestar com maior ênfase justamente nos intervalos de seus compromissos, quando ficava no ócio, sem ter o que fazer. Era uma confirmação da máxima que dizia "Mente vazia, instrumento do diabo". Percebendo isso o Coronel Parker começou a arranjar cada vez mais shows e shows, em uma agenda lotada, para que Elvis jamais ficasse de bobeira, pensando sobre os dramas de sua vida.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 2
A nova namorada de Elvis, Linda, conseguiu se adaptar muito bem ao estilo de vida do cantor. Ela entrou na vida de Elvis em um período muito nebuloso de sua vida, logo após o fim de seu casamento com Priscilla, mas conseguiu seu espaço no coração de Elvis sendo leal, divertida e amorosa. A própria Priscilla viu a aproximação de Elvis com Linda como algo positivo pois ela tinha uma personalidade extrovertida, que ajudaria Elvis a sair da depressão. Linda não deixava o cantor afundar completamente na tristeza e na melancolia. Quando percebia que ele ia ficando mal propunha viagens de turismo a ele, procurando tirar Elvis de sua reclusão social.
"Vamos viajar Elvis!" - Estava sempre propondo Linda ao cantor. De vez em quando ele realmente aceitava as sugestões, juntava a turma e ia passear um pouco, afinal a vida não poderia se resumir apenas a trabalho e problemas. Um pouco de diversão vinha muito bem a calhar. Linda também se mostrou muito compreensiva com as escapadas de Elvis durante seu namoro. O cantor já havia dito várias vezes que não conseguia se adequar ao casamento porque não havia sido feito para ele. "Eu não gosto, eu não fui feito para o casamento" - costumava repetir Elvis. Indiretamente ele deixava claro também que nunca fora um homem de uma mulher só. Depois da separação de Priscilla, Elvis começou a ter vários casos amorosos com outras mulheres e Linda topou o desafio de aceitar isso para manter seu relacionamento em pé.
Anos depois Joe Esposito reconheceria esse mérito em Linda ao dizer: "Poucas mulheres aguentariam o que Linda aguentou e ela só ficou firme ao lado de Elvis porque realmente o amava. Havia muitas coisas erradas acontecendo na época e Linda não precisava passar por muitas delas, mas ela resolveu apostar em Elvis e pagou um preço bem alto por isso!". Linda, bem ao contrário de Priscilla, também aceitou naturalmente que Elvis estivesse rodeado o tempo todo pelos membros da Máfia de Memphis. Priscilla sempre achou que ter um monte de homens ao redor não fazia bem a um relacionamento, mas Linda também topou esse jeito de ser do namorado.
Por fim havia ainda o problema das drogas. Elvis estava começando a exagerar no uso de medicamentos, algo que colocava sua vida em risco na época. Linda procurou ajudar da melhor forma possível, muitas vezes sendo não apenas sua namorada, mas também sua enfermeira. Priscilla comentaria anos depois: "Linda era uma presença importante ao lado de Elvis porque conseguia dormir ao seu lado, mas sempre com um olho aberto, pronta para qualquer problema! Ela salvou a vida de Elvis algumas vezes, disso tenho certeza". Manter o olho aberto significava ficar atenta. Um simples problema na respiração de Elvis na cama poderia se tornar algo bem mais sério. De fato Linda salvaria a vida de Elvis depois do Aloha From Hawaii, quando ele teve um desmaio, um surto que quase custou sua vida. Esse porém é um assunto para o nosso próximo texto. Até lá!
Pablo Aluísio.
"Vamos viajar Elvis!" - Estava sempre propondo Linda ao cantor. De vez em quando ele realmente aceitava as sugestões, juntava a turma e ia passear um pouco, afinal a vida não poderia se resumir apenas a trabalho e problemas. Um pouco de diversão vinha muito bem a calhar. Linda também se mostrou muito compreensiva com as escapadas de Elvis durante seu namoro. O cantor já havia dito várias vezes que não conseguia se adequar ao casamento porque não havia sido feito para ele. "Eu não gosto, eu não fui feito para o casamento" - costumava repetir Elvis. Indiretamente ele deixava claro também que nunca fora um homem de uma mulher só. Depois da separação de Priscilla, Elvis começou a ter vários casos amorosos com outras mulheres e Linda topou o desafio de aceitar isso para manter seu relacionamento em pé.
Anos depois Joe Esposito reconheceria esse mérito em Linda ao dizer: "Poucas mulheres aguentariam o que Linda aguentou e ela só ficou firme ao lado de Elvis porque realmente o amava. Havia muitas coisas erradas acontecendo na época e Linda não precisava passar por muitas delas, mas ela resolveu apostar em Elvis e pagou um preço bem alto por isso!". Linda, bem ao contrário de Priscilla, também aceitou naturalmente que Elvis estivesse rodeado o tempo todo pelos membros da Máfia de Memphis. Priscilla sempre achou que ter um monte de homens ao redor não fazia bem a um relacionamento, mas Linda também topou esse jeito de ser do namorado.
Por fim havia ainda o problema das drogas. Elvis estava começando a exagerar no uso de medicamentos, algo que colocava sua vida em risco na época. Linda procurou ajudar da melhor forma possível, muitas vezes sendo não apenas sua namorada, mas também sua enfermeira. Priscilla comentaria anos depois: "Linda era uma presença importante ao lado de Elvis porque conseguia dormir ao seu lado, mas sempre com um olho aberto, pronta para qualquer problema! Ela salvou a vida de Elvis algumas vezes, disso tenho certeza". Manter o olho aberto significava ficar atenta. Um simples problema na respiração de Elvis na cama poderia se tornar algo bem mais sério. De fato Linda salvaria a vida de Elvis depois do Aloha From Hawaii, quando ele teve um desmaio, um surto que quase custou sua vida. Esse porém é um assunto para o nosso próximo texto. Até lá!
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 1
O fim do casamento com Priscilla significou também o começo de uma forte depressão para Elvis. Embora publicamente ele procurasse demonstrar que tudo estava bem, na realidade ele mal conseguia encontrar forças para se levantar da cama para mais um dia de agenda puxada. De certo modo o trabalho ajudou em termos ao cantor superar o pior período de sua vida sentimental, com o fim de se casamento. Porém passados os grandes concertos como o realizado no Madison Square Garden ou o show transmitido via satélite no Havaí, tudo o que sobrava para Elvis era um quarto escuro e frio de hotel, onde ele enfrentava seu maior desafio, a depressão.
O quadro depressivo de Elvis era bastante óbvio para os que viviam seu lado. Ele deixou de procurar pelas coisas que lhe davam prazer. Ao invés de socializar ao lado dos caras da máfia de Memphis, Elvis parecia cada vez mais isolado, sem vontade de ver ninguém e nem fazer nada. Um sintoma claro de um quadro depressivo. Ele também parou de se importar com seus discos, suas gravações, tudo se resumia a trabalhar para garantir sua sobrevivência, nada mais. Elvis não opinava mais sobre o repertório de seus álbuns, a capa de seus LPs, as canções que iam ou não fazer parte de seus singles. Tudo lhe era indiferente. Ele apenas procurava cumprir seus contratos com sua gravadora RCA, fazer as sessões e isso lhe bastava, era tudo.
Foi em 1973, durante sua primeira turnê no ano em Las Vegas, que o público finalmente começou a perceber que havia algo de errado com o psicológico de Elvis. Ele fez shows bem ruins nessa temporada, onde subiu ao palco com claros problemas sendo percebidos pela plateia. Os críticos também não gostaram nada do que viram e ouviram. Acusaram Elvis de estar desinteressado, disperso, sem vontade de cantar. Ele, para alguns, apenas se arrastava em Las Vegas. Sem desafios concretos ele se deixou abater e isso foi percebido por quem o viu ao vivo naquela temporada.
O único sinal de felicidade parecia vir de uma nova companheira que Elvis havia encontrado. Ela se chamava Linda Thompson. Ela era a Miss Tennessee 1972. Obviamente que esse foi o principal motivo que levou Elvis a conhecê-la. Ele tinha uma preferência por jovens premiadas em concursos de beleza. Porém a beleza logo ficou em segundo plano pois Elvis foi cativado pela personalidade de Linda pois ela era engraçada, espirituosa e disposta a encarar todos os desafios que surgiam pela frente, principalmente nessa fase mais depressiva da vida de Elvis. Por causa dessa adaptabilidade ela logo se tornou presença constante ao lado do cantor, dando início a um longo relacionamento com o magoado e ferido Elvis.
Pablo Aluísio.
O quadro depressivo de Elvis era bastante óbvio para os que viviam seu lado. Ele deixou de procurar pelas coisas que lhe davam prazer. Ao invés de socializar ao lado dos caras da máfia de Memphis, Elvis parecia cada vez mais isolado, sem vontade de ver ninguém e nem fazer nada. Um sintoma claro de um quadro depressivo. Ele também parou de se importar com seus discos, suas gravações, tudo se resumia a trabalhar para garantir sua sobrevivência, nada mais. Elvis não opinava mais sobre o repertório de seus álbuns, a capa de seus LPs, as canções que iam ou não fazer parte de seus singles. Tudo lhe era indiferente. Ele apenas procurava cumprir seus contratos com sua gravadora RCA, fazer as sessões e isso lhe bastava, era tudo.
Foi em 1973, durante sua primeira turnê no ano em Las Vegas, que o público finalmente começou a perceber que havia algo de errado com o psicológico de Elvis. Ele fez shows bem ruins nessa temporada, onde subiu ao palco com claros problemas sendo percebidos pela plateia. Os críticos também não gostaram nada do que viram e ouviram. Acusaram Elvis de estar desinteressado, disperso, sem vontade de cantar. Ele, para alguns, apenas se arrastava em Las Vegas. Sem desafios concretos ele se deixou abater e isso foi percebido por quem o viu ao vivo naquela temporada.
O único sinal de felicidade parecia vir de uma nova companheira que Elvis havia encontrado. Ela se chamava Linda Thompson. Ela era a Miss Tennessee 1972. Obviamente que esse foi o principal motivo que levou Elvis a conhecê-la. Ele tinha uma preferência por jovens premiadas em concursos de beleza. Porém a beleza logo ficou em segundo plano pois Elvis foi cativado pela personalidade de Linda pois ela era engraçada, espirituosa e disposta a encarar todos os desafios que surgiam pela frente, principalmente nessa fase mais depressiva da vida de Elvis. Por causa dessa adaptabilidade ela logo se tornou presença constante ao lado do cantor, dando início a um longo relacionamento com o magoado e ferido Elvis.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 20 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 40
Joe Esposito continua a relembrar os acontecimentos: "Então finalmente os paramédicos chegaram. Logo perceberam que Elvis tinha que ser levado às pressas ao hospital. Seus sinais de vida eram mínimos. Charlie Hodge e eu ajudamos os paramédicos a levantar o pesado corpo de Elvis. O colocamos numa maca e descemos as escadas, duas pessoas de cada lado. A confusão era enorme, pessoas chorando, gritando por Elvis. O colocamos na ambulância e fomos com ele ao hospital. Estávamos apreensivos, no caminho não conseguíamos pensar em nada, falar em nada. O Dr. Nick chegou bem a tempo e entrou na ambulância. O caminho em direção ao hospital pareceu durar uma eternidade. Eles o retiraram rapidamente quando chegamos ao centro de emergência. Fomos então escoltados por um oficial para fora do local onde iriam tentar ressuscitar Elvis. Aquilo parecia não ter mais fim, porém só durou trinta minutos. Finalmente os médicos reuniram todos, os familiares e amigos que tinham chegado junto com Elvis, numa sala do lado e comunicaram que ele havia falecido e que não haveria mais nada do que se pudesse fazer!"
Esposito relembra aquela hora terrível, quando finalmente todos souberam que não havia mais esperanças para Elvis pois ele estava clinicamente morto: "Numa hora dessas você fica rezando para que tudo fique bem mas sabe que acabou. Ele estava morto há um bom tempo. Não foi como se ele ainda estivesse quente ou algo assim. Ele estava frio e o tremor da morte já se manifestava. Mas você sempre tem aquela pequena centelha de esperança, mas infelizmente eu já sabia que ele estava morto. Nós ficamos pálidos, rezando para que tudo ficasse bem. Não posso dizer a você o que se passava na minha mente naquele momento. Realmente é algo difícil até mesmo para relembrar. Eu não sabia o que fazer. Após saber de sua morte fiquei desorientado. Então eu disse: 'Esta é a apresentação final de Elvis, vamos nos certificar de que seja feito direito. Não sei de onde tirei essa força. Voltei a Graceland e falei com seu pai sobre a organização do funeral de Elvis. Apenas entrei na organização do seu funeral e me certifiquei de que tudo seria feito de forma certa, com a segurança e outras coisas, para que tudo fosse muito respeitoso. É complicado dizer isso agora mas acho que se Linda ainda estivesse com Elvis as coisas teriam sido diferentes. Ginger simplesmente não sabia. Ela era muito jovem e imatura. Não sabia muito sobre a vida. Acho que Linda teria notado sua falta bem antes de Ginger e teria ido atrás de Elvis e assim teríamos salvo sua vida. Mas Linda não estava lá. Ginger adormeceu e Elvis muito provavelmente ficou horas sem socorro. Quando chegamos já era tarde demais."
Elvis Aaron Presley foi declarado oficialmente morto às 15:30 hs do dia 16 de agosto de 1977. Talvez quem melhor tenha feito um balanço final da morte de Elvis tenha sido sua ex esposa Priscilla Presley em seu livro autobiográfico: "A morte de Elvis tornou-me muito mais consciente de minha própria mortalidade e das pessoas que eu amava. Compreendi que era melhor começar a partilhar mais com as pessoas com quem me importava, cada momento que tinha com minha filha ou meus pais se tornou mais precioso. Aprendi com Elvis, muitas vezes – lamentavelmente – com seus erros. Aprendi que ter muitas pessoas ao redor pode minar suas energias. Aprendi o preço de tentar fazer todos felizes. Elvis dava presentes a alguns e deixava outros ciumentos, freqüentemente criando rivalidades e ansiedades no grupo. Aprendi a confrontar as pessoas e os problemas – duas coisas que Elvis sempre evitara."
Fazendo uma avaliação sobre os problemas que levaram Elvis para seu triste fim, sua esposa, ainda procurando por explicações, concluiu: "Aprendi a assumir o controle da minha vida. Elvis era tão jovem quando se tornara um astro que nunca fora capaz de manipular o poder e o dinheiro que acompanhavam a fama. Sob muitos aspectos, ele foi uma vítima, destruído pelas próprias pessoas que atendiam a todos os seus desejos e necessidades. Foi também uma vítima de sua imagem. O público queria que ele fosse perfeito, enquanto a imprensa implacavelmente exagerava os seus defeitos. Nunca teve a oportunidade de ser humano, de crescer para se tornar um adulto amadurecido, experimentar o mundo além de seu casulo artificial. Quando Elvis Presley morreu, um pouco de nossas próprias vidas nos foi tirado, de todos que conheciam e amavam Elvis Presley, que partilharam suas Músicas e filmes, que acompanharam sua carreira. Sua paixão era divertir os amigos e os fãs. O público era seu verdadeiro amor. E o amor que Elvis e eu partilhamos foi profundo e permanente. Elvis foi uma alma gentil, que emocionou e proporcionou felicidade a milhões de pessoas no mundo inteiro e continua a ser respeitado por seus semelhantes. Ele era um homem, um homem muito especial..."
Pablo Aluísio.
Esposito relembra aquela hora terrível, quando finalmente todos souberam que não havia mais esperanças para Elvis pois ele estava clinicamente morto: "Numa hora dessas você fica rezando para que tudo fique bem mas sabe que acabou. Ele estava morto há um bom tempo. Não foi como se ele ainda estivesse quente ou algo assim. Ele estava frio e o tremor da morte já se manifestava. Mas você sempre tem aquela pequena centelha de esperança, mas infelizmente eu já sabia que ele estava morto. Nós ficamos pálidos, rezando para que tudo ficasse bem. Não posso dizer a você o que se passava na minha mente naquele momento. Realmente é algo difícil até mesmo para relembrar. Eu não sabia o que fazer. Após saber de sua morte fiquei desorientado. Então eu disse: 'Esta é a apresentação final de Elvis, vamos nos certificar de que seja feito direito. Não sei de onde tirei essa força. Voltei a Graceland e falei com seu pai sobre a organização do funeral de Elvis. Apenas entrei na organização do seu funeral e me certifiquei de que tudo seria feito de forma certa, com a segurança e outras coisas, para que tudo fosse muito respeitoso. É complicado dizer isso agora mas acho que se Linda ainda estivesse com Elvis as coisas teriam sido diferentes. Ginger simplesmente não sabia. Ela era muito jovem e imatura. Não sabia muito sobre a vida. Acho que Linda teria notado sua falta bem antes de Ginger e teria ido atrás de Elvis e assim teríamos salvo sua vida. Mas Linda não estava lá. Ginger adormeceu e Elvis muito provavelmente ficou horas sem socorro. Quando chegamos já era tarde demais."
Elvis Aaron Presley foi declarado oficialmente morto às 15:30 hs do dia 16 de agosto de 1977. Talvez quem melhor tenha feito um balanço final da morte de Elvis tenha sido sua ex esposa Priscilla Presley em seu livro autobiográfico: "A morte de Elvis tornou-me muito mais consciente de minha própria mortalidade e das pessoas que eu amava. Compreendi que era melhor começar a partilhar mais com as pessoas com quem me importava, cada momento que tinha com minha filha ou meus pais se tornou mais precioso. Aprendi com Elvis, muitas vezes – lamentavelmente – com seus erros. Aprendi que ter muitas pessoas ao redor pode minar suas energias. Aprendi o preço de tentar fazer todos felizes. Elvis dava presentes a alguns e deixava outros ciumentos, freqüentemente criando rivalidades e ansiedades no grupo. Aprendi a confrontar as pessoas e os problemas – duas coisas que Elvis sempre evitara."
Fazendo uma avaliação sobre os problemas que levaram Elvis para seu triste fim, sua esposa, ainda procurando por explicações, concluiu: "Aprendi a assumir o controle da minha vida. Elvis era tão jovem quando se tornara um astro que nunca fora capaz de manipular o poder e o dinheiro que acompanhavam a fama. Sob muitos aspectos, ele foi uma vítima, destruído pelas próprias pessoas que atendiam a todos os seus desejos e necessidades. Foi também uma vítima de sua imagem. O público queria que ele fosse perfeito, enquanto a imprensa implacavelmente exagerava os seus defeitos. Nunca teve a oportunidade de ser humano, de crescer para se tornar um adulto amadurecido, experimentar o mundo além de seu casulo artificial. Quando Elvis Presley morreu, um pouco de nossas próprias vidas nos foi tirado, de todos que conheciam e amavam Elvis Presley, que partilharam suas Músicas e filmes, que acompanharam sua carreira. Sua paixão era divertir os amigos e os fãs. O público era seu verdadeiro amor. E o amor que Elvis e eu partilhamos foi profundo e permanente. Elvis foi uma alma gentil, que emocionou e proporcionou felicidade a milhões de pessoas no mundo inteiro e continua a ser respeitado por seus semelhantes. Ele era um homem, um homem muito especial..."
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 39
Olhando para trás Rick Stanley, como uma das últimas pessoas que viram Elvis com vida, tem sua própria teoria sobre os últimos momentos do cantor. Ele relembra: "Muitas vezes eu tinha visto Elvis fora de si quando ia ao banheiro, ficava sentado e caía. Eu tinha que levantá-lo quando aquilo acontecia. Muitas vezes. E esta é a minha teoria sobre a morte de Elvis. Veja, aquele tapete grosso amarfanhado. Grande, grosso. Naquela noite, quando ele caiu para frente, sendo tão pesado, e estando fora de si, não conseguiu levantar-se com suas próprias forças. E sufocou no tapete. Se voltasse lá eu o teria encontrado e salvo sua vida. Mas ele estava abusando muito das drogas. Eu penso que posso dizer que tinha comigo Demerol suficiente para topar Whitehaven (um subúrbio de Memphis) inteiro. Mas em vez de voltar eu fui para meu quarto e afundei. Daí em diante fiquei meio entorpecido. Para o meu padrasto, quando Elvis morreu, era o fim de nosso relacionamento. Bem depressa eu recebi um pedido para deixar a mansão. "Nós não precisamos mais de você!" foi o que Vernon disse. Ele avisou que me daria o salário de duas semanas e que eu podia ir embora de uma vez. Alguém disse uma vez que as três palavras que ele mais ouviu no mundo civilizado eram Jesus, Elvis e Coca-cola. Hoje dou palestras para jovens que sofrem de problema de dependência química e lhes conto a história de Elvis. Quando você pára e pensa em usar toda a fama de Elvis para algo nesse sentido, bem aí está um final feliz. Eu penso que ele gostaria disso".
Voltemos no tempo. Manhã de 16 de agosto de 1977. O sol do amanhecer já está alto, a luz solar entra pela pequena fresta da janela do banheiro e desliza suavemente sobre um corpo que jaz no chão do pequeno ambiente. O corpo está retorcido, em posição fetal. O rosto está congestionado de sangue, a expressão é de intensa dor, com o semblante registrando o exato momento em que seu organismo sofreu o ataque fulminante, o instante final congelado no tempo em sua hora fatídica. Não há reação aparente, não há som, nada se ouve, apenas a doce e suave vibração do último suspiro. O último grito abafado de socorro não foi ouvido. Tragicamente e ironicamente o ambiente luxuoso em que aquele homem sempre viveu abafou o barulho de sua queda ao sofrer o colapso cardíaco. Nenhum som fora do normal foi notado, ninguém percebeu, ninguém saiu de seus afazeres cotidianos para lhe socorrer, sua queda final passou despercebida. Assim como muitos de sua idade o sujeito caído no chão encontrou sua hora final ao sofrer um ataque do coração fulminante, que sequer lhe deu a chance de lutar por sua vida. Em questão de segundos ele perdeu a consciência e foi ao chão, retorcido de dor. A língua trincada entre os dentes é apenas a manifestação física de um colapso do qual quase nunca se volta. O último segundo de vida lhe fugiu de forma fugaz, efêmera. O Tempo deixa de existir e não tem mais sentido. Era o fim.
Tudo seria banal se aquele homem que acabara de sofrer um ataque não fosse uma das pessoas mais famosas do século XX: Elvis Presley. Sim, aquele corpo que lutava pela sobrevivência e que agora sentia o último sopro de vida lhe escapar em questão de segundos era o do outrora afamado Rei do Rock. O silêncio reinante só foi quebrado quando a namorada de Elvis na ocasião, Ginger Alden, bateu levemente na porta do banheiro. "Elvis?" - perguntou ela. Sem resposta abriu a porta e se deparou com a cena adversa. Em um primeiro momento ela não entrou em pânico. Apesar de Elvis estar estendido no chão Ginger teve uma reação típica de quem já havia passado por essa situação antes. Para aqueles que conviveram com Elvis em seus anos finais, o fato dele perder a consciência em razão do uso abusivo de remédios já não significava nenhuma novidade. Apesar de ser uma situação aflitiva e fora do normal, para Elvis em sua última etapa de dependência química, isso havia virado uma macabra rotina. "Será que bateu com a cabeça?" - perguntou a si mesma Ginger enquanto tentava virar o corpo inerte do cantor. Quando finalmente ela conseguiu visualizar seu rosto congestionado, roxo, sem nenhuma reação ou sinal de vida, percebeu finalmente a gravidade da situação e saiu em busca de socorro.
A partir daí a confusão foi generalizada como bem relembra Joe Esposito: "Estava em Graceland naquele dia 16 de agosto de 1977. Me lembro perfeitamente quando Ginger nos chamou no andar de cima. Eu entrei imediatamente na suíte e encontrei Ginger já bastante abalada. Entrei no banheiro e me deparei com Elvis no chão, caído. A posição sugeria que ele havia perdido a consciência e caíra pra frente de onde estava sentado. Quando o toquei senti um frio percorrer minha espinha. Percebi que não havia mais o que fazer, a impressão que tive foi que Elvis já estava morto por um bom tempo. Mesmo assim resolvi agir imediatamente. A primeira providência foi chamar uma ambulância a Graceland, urgentemente!". Quando a ligação chegou ao conhecimento dos paramédicos eles pensaram seriamente que Vernon, o pai de Elvis, sofrera mais um ataque cardíaco.
Um dos motoristas ao saber que se tratava de Graceland comentou com seu amigo ao lado: "Deve ser o pai de Elvis!". Enquanto o socorro médico não chegava em Graceland Esposito tentava em vão prestar os primeiros socorros em Elvis, como ele mesmo relembra: "Em poucos segundos as pessoas começaram a chegar no quarto de Elvis. Seu pai veio correndo, subindo as escadas e chegou ao quarto ofegante. 'Onde está meu filho?' - gritou o pobre Vernon. Nesse momento pedi para que dessem espaço pois estava tentando fazer algo por Elvis. Vi que Lisa entrava no quarto e pedi que Ginger a tirasse de lá imediatamente, para que assim ela não visse seu pai estendido no chão de seu banheiro. A confusão era muito grande, pessoas indo e vindo, tive que tirar muitos de dentro do local, precisava ajudar Elvis. Eu tentei dar alguns CPR no coração de Elvis, porque eu não conseguia abrir sua boca e fazer um procedimento de respiração boca a boca, pois ela estava fechada e congelada. Então resolvi girar o corpo de Elvis, o vesti e continuei trabalhando nele até a ambulância chegar. Apesar de lutar muito logo percebi que era tarde demais."
Pablo Aluísio.
Voltemos no tempo. Manhã de 16 de agosto de 1977. O sol do amanhecer já está alto, a luz solar entra pela pequena fresta da janela do banheiro e desliza suavemente sobre um corpo que jaz no chão do pequeno ambiente. O corpo está retorcido, em posição fetal. O rosto está congestionado de sangue, a expressão é de intensa dor, com o semblante registrando o exato momento em que seu organismo sofreu o ataque fulminante, o instante final congelado no tempo em sua hora fatídica. Não há reação aparente, não há som, nada se ouve, apenas a doce e suave vibração do último suspiro. O último grito abafado de socorro não foi ouvido. Tragicamente e ironicamente o ambiente luxuoso em que aquele homem sempre viveu abafou o barulho de sua queda ao sofrer o colapso cardíaco. Nenhum som fora do normal foi notado, ninguém percebeu, ninguém saiu de seus afazeres cotidianos para lhe socorrer, sua queda final passou despercebida. Assim como muitos de sua idade o sujeito caído no chão encontrou sua hora final ao sofrer um ataque do coração fulminante, que sequer lhe deu a chance de lutar por sua vida. Em questão de segundos ele perdeu a consciência e foi ao chão, retorcido de dor. A língua trincada entre os dentes é apenas a manifestação física de um colapso do qual quase nunca se volta. O último segundo de vida lhe fugiu de forma fugaz, efêmera. O Tempo deixa de existir e não tem mais sentido. Era o fim.
Tudo seria banal se aquele homem que acabara de sofrer um ataque não fosse uma das pessoas mais famosas do século XX: Elvis Presley. Sim, aquele corpo que lutava pela sobrevivência e que agora sentia o último sopro de vida lhe escapar em questão de segundos era o do outrora afamado Rei do Rock. O silêncio reinante só foi quebrado quando a namorada de Elvis na ocasião, Ginger Alden, bateu levemente na porta do banheiro. "Elvis?" - perguntou ela. Sem resposta abriu a porta e se deparou com a cena adversa. Em um primeiro momento ela não entrou em pânico. Apesar de Elvis estar estendido no chão Ginger teve uma reação típica de quem já havia passado por essa situação antes. Para aqueles que conviveram com Elvis em seus anos finais, o fato dele perder a consciência em razão do uso abusivo de remédios já não significava nenhuma novidade. Apesar de ser uma situação aflitiva e fora do normal, para Elvis em sua última etapa de dependência química, isso havia virado uma macabra rotina. "Será que bateu com a cabeça?" - perguntou a si mesma Ginger enquanto tentava virar o corpo inerte do cantor. Quando finalmente ela conseguiu visualizar seu rosto congestionado, roxo, sem nenhuma reação ou sinal de vida, percebeu finalmente a gravidade da situação e saiu em busca de socorro.
A partir daí a confusão foi generalizada como bem relembra Joe Esposito: "Estava em Graceland naquele dia 16 de agosto de 1977. Me lembro perfeitamente quando Ginger nos chamou no andar de cima. Eu entrei imediatamente na suíte e encontrei Ginger já bastante abalada. Entrei no banheiro e me deparei com Elvis no chão, caído. A posição sugeria que ele havia perdido a consciência e caíra pra frente de onde estava sentado. Quando o toquei senti um frio percorrer minha espinha. Percebi que não havia mais o que fazer, a impressão que tive foi que Elvis já estava morto por um bom tempo. Mesmo assim resolvi agir imediatamente. A primeira providência foi chamar uma ambulância a Graceland, urgentemente!". Quando a ligação chegou ao conhecimento dos paramédicos eles pensaram seriamente que Vernon, o pai de Elvis, sofrera mais um ataque cardíaco.
Um dos motoristas ao saber que se tratava de Graceland comentou com seu amigo ao lado: "Deve ser o pai de Elvis!". Enquanto o socorro médico não chegava em Graceland Esposito tentava em vão prestar os primeiros socorros em Elvis, como ele mesmo relembra: "Em poucos segundos as pessoas começaram a chegar no quarto de Elvis. Seu pai veio correndo, subindo as escadas e chegou ao quarto ofegante. 'Onde está meu filho?' - gritou o pobre Vernon. Nesse momento pedi para que dessem espaço pois estava tentando fazer algo por Elvis. Vi que Lisa entrava no quarto e pedi que Ginger a tirasse de lá imediatamente, para que assim ela não visse seu pai estendido no chão de seu banheiro. A confusão era muito grande, pessoas indo e vindo, tive que tirar muitos de dentro do local, precisava ajudar Elvis. Eu tentei dar alguns CPR no coração de Elvis, porque eu não conseguia abrir sua boca e fazer um procedimento de respiração boca a boca, pois ela estava fechada e congelada. Então resolvi girar o corpo de Elvis, o vesti e continuei trabalhando nele até a ambulância chegar. Apesar de lutar muito logo percebi que era tarde demais."
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 38
A noite em que Elvis, abatido e deprimido, leu as últimas páginas de sua biografia não autorizada ficaram cristalizadas para a história através da memória de Rick Stanley, que compartilhou esses tensos momentos de agonia e profunda tristeza ao lado de Elvis. Foi justamente nesse momento crucial, na noite do dia 15 para 16 de agosto de 1977, que seu meio irmão Rick Stanley (filho de Dee, segunda esposa de Vernon Presley) entrou nos aposentos do cantor e o encontrou pensativo e complementado, absorvido em seus próprios pensamentos, com o olhar vago, impreciso, disperso. Segundo as memórias de Rick, Elvis pediu que ele se sentasse ao seu lado.
Com o famigerado livro em mãos Elvis fez duas perguntas cruciais, como bem relembra Rick: "Na última noite de sua vida, eu acabara de desligar o telefone. Falava com minha namorada, Robyn. Através dos anos ela me encorajava a largar as drogas, e, quando estava pendurado no telefone, ia dizer que alguma coisa precisava acontecer para trazer minha vida de volta. Subi as escadas e sentei na cama com Elvis. Ele puxou os óculos sobre o nariz - tinha aquela espécie de olhar que parece cortado ao meio - e encostou o canto dos óculos na boca. Realmente pareceu frio. Suas costeletas estavam ficando grisalhas. Estava muito maduro. Parecia estar muito, muito cansado, não fisicamente, mas emocionalmente gasto. Enquanto sentávamos e conversávamos um pouco, ele me entregou um pedaço de papel, uma parte do livro escrito por seus ex guarda costas. Falava do uso de drogas. Fez duas perguntas. Disse: "O que Lisa Marie vai pensar disso?" e eu não tive muito o que responder. Apenas disse: "Bem, ela é sua filha. Estou certo que ela te ama"
Então ele perguntou sobre os fãs. "O Que os fãs vão pensar disso tudo?", e mesmo sem pensar eu fui capaz de dizer: "Bem, eles te amam incondicionalmente". Conversamos um pouco mais e eu lhe falei sobre a conversa com Robyn. Como eu estava para me livrar das drogas, você sabe, endireitando minha vida, esse tipo de coisa. Devo dizer que ele iria querer sua pílulas, seus remédios para dormir, bem depressa. Uso a palavra remédio porque se você disser a palavra drogas as pessoas pensam em crack e heroína, que nós nunca usamos. Eu trouxe um embrulho de remédios, que estavam exatamente no caminho (para o quarto de dormir) no armário. Havia embrulhos que Elvis chamava de "pacotes de ataque", porque era o que ele queria fazer, atacar-se, nocautear-se. Nós estamos sentados lá e eu falando e contando a ele sobre Robyn e os conselhos que ela vinha me dando através dos anos. Elvis a tinha encontrado e gostado dela, pois era uma criança adorável.
"Eu penso realmente que ela está lhe dando um bom conselho, Rick", ele me disse. "Penso que ela é uma pessoa que realmente se importa". Ele falou muito tempo. Uma viagem começaria no dia seguinte e ele não estava exatamente excitado sobre isso. Quando eu ia embora, Elvis me disse: "Não quero ser aborrecido, não quero ser perturbado". Para qualquer um que trabalhasse com Elvis, você sabia que isso significava uma ou duas coisas. Queria passar algum tempo com a namorada Ginger, ou queria dormir. Mas ele me fez saber que não queria ser perturbado, e com Elvis aquilo era um firme comando. Sem maiores perguntas resolvi me retirar de seu quarto, fechei a porta e fui até os fundos de Graceland e desliguei completamente. Mal sabia que em poucas horas iria acontecer algo que mudaria minha vida para sempre".
Pablo Aluísio.
Com o famigerado livro em mãos Elvis fez duas perguntas cruciais, como bem relembra Rick: "Na última noite de sua vida, eu acabara de desligar o telefone. Falava com minha namorada, Robyn. Através dos anos ela me encorajava a largar as drogas, e, quando estava pendurado no telefone, ia dizer que alguma coisa precisava acontecer para trazer minha vida de volta. Subi as escadas e sentei na cama com Elvis. Ele puxou os óculos sobre o nariz - tinha aquela espécie de olhar que parece cortado ao meio - e encostou o canto dos óculos na boca. Realmente pareceu frio. Suas costeletas estavam ficando grisalhas. Estava muito maduro. Parecia estar muito, muito cansado, não fisicamente, mas emocionalmente gasto. Enquanto sentávamos e conversávamos um pouco, ele me entregou um pedaço de papel, uma parte do livro escrito por seus ex guarda costas. Falava do uso de drogas. Fez duas perguntas. Disse: "O que Lisa Marie vai pensar disso?" e eu não tive muito o que responder. Apenas disse: "Bem, ela é sua filha. Estou certo que ela te ama"
Então ele perguntou sobre os fãs. "O Que os fãs vão pensar disso tudo?", e mesmo sem pensar eu fui capaz de dizer: "Bem, eles te amam incondicionalmente". Conversamos um pouco mais e eu lhe falei sobre a conversa com Robyn. Como eu estava para me livrar das drogas, você sabe, endireitando minha vida, esse tipo de coisa. Devo dizer que ele iria querer sua pílulas, seus remédios para dormir, bem depressa. Uso a palavra remédio porque se você disser a palavra drogas as pessoas pensam em crack e heroína, que nós nunca usamos. Eu trouxe um embrulho de remédios, que estavam exatamente no caminho (para o quarto de dormir) no armário. Havia embrulhos que Elvis chamava de "pacotes de ataque", porque era o que ele queria fazer, atacar-se, nocautear-se. Nós estamos sentados lá e eu falando e contando a ele sobre Robyn e os conselhos que ela vinha me dando através dos anos. Elvis a tinha encontrado e gostado dela, pois era uma criança adorável.
"Eu penso realmente que ela está lhe dando um bom conselho, Rick", ele me disse. "Penso que ela é uma pessoa que realmente se importa". Ele falou muito tempo. Uma viagem começaria no dia seguinte e ele não estava exatamente excitado sobre isso. Quando eu ia embora, Elvis me disse: "Não quero ser aborrecido, não quero ser perturbado". Para qualquer um que trabalhasse com Elvis, você sabia que isso significava uma ou duas coisas. Queria passar algum tempo com a namorada Ginger, ou queria dormir. Mas ele me fez saber que não queria ser perturbado, e com Elvis aquilo era um firme comando. Sem maiores perguntas resolvi me retirar de seu quarto, fechei a porta e fui até os fundos de Graceland e desliguei completamente. Mal sabia que em poucas horas iria acontecer algo que mudaria minha vida para sempre".
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 37
Durante muito tempo Elvis pensou nas possibilidades do que iria fazer após a publicação do livro bomba de Red West. As dúvidas eram muitas. Ele deveria fazer uma declaração oficial desmentindo tudo? Mas isso não iria trazer uma tremenda publicidade para o lançamento? Ignorar tudo e seguir em frente, como se nada tivesse acontecido? Processar todos eles e correr o sério risco de transformar tudo em um circo da mídia no tribunal, com sua vida sendo ainda mais exposta perante seu público e seus fãs? Mas afinal...que decisão ele deveria tomar? Nessa altura de sua vida essa era apenas mais uma péssima notícia que Elvis tinha que enfrentar.
Em seus últimos meses de vida o cantor podia contar nos dedos de uma única mão as coisas que ainda lhe traziam algo positivo. Eram cada vez mais raros os momentos de verdadeira felicidade para ele durante sua caminhada final. Um sorriso sincero, por exemplo, dado em um momento de extrema descontração e alegria, era algo tão raro para o envelhecido astro nessa época que certamente nem ao menos ele se lembrava de algo parecido assim acontecer em sua memória recente. Em aspectos pessoais sua única filha, Lisa Marie, ainda conseguia proporcionar momentos de amenidades e real contentamento.
Mas até nesses pequenos momentos Elvis sentia-se culpado, a ponto de um de seus homens de confiança o flagrar em prantos, sozinho, lamentando consigo mesmo o fato de não ter sido um bom pai para sua família. Elvis jamais conseguiu superar o choque do fim de seu casamento e esse pesadelo só aumentou de proporção ao longo dos anos que se passaram. No aspecto puramente profissional Elvis também ia, aos poucos, perdendo o prazer de se apresentar ao vivo. Durante anos esse contato direto com seus fãs havia proporcionado a ele muitos e muitos momentos realmente especiais. Como bem afirmou Priscilla Presley o amor de seus fãs e o carinho despejado por Elvis durante seus longos anos na estrada, tinha se transformado no único grande momento de felicidade do artista em seus últimos meses de vida. A veneração e a fidelidade de seus mais estimados fãs clubes havia se concretizado numa verdadeira muleta emocional para o Rei do Rock. Porém até nesses aspectos Elvis vinha sentindo dificuldades. Se apresentar à altura do amor e do carinho de seus admiradores lhe era agora cada vez mais difícil. Elvis enfrentava diversas dificuldades decorrentes de seu estado físico e de sua vertiginosa queda de saúde.
Fazer jus à imagem que existia no subconsciente de todos era agora um desafio a se vencer em cada novo concerto e isso definitivamente não era fácil quando se sofria de tantos problemas pessoais, tanto físicos como, e principalmente, emocionais. Somando-se a tudo isso havia ainda a crítica, quase sempre implacável com o astro, sempre colocando em destaque cada mínimo erro ou cada pequeno descompasso surgido em suas turnês. Tudo isso, somado a seu constante estado depressivo, tornava a jornada muito mais penosa de se cumprir. Infelizmente Elvis não poderia parar, ele havia entrado numa engrenagem que iria sugar até o fim sua capacidade de trabalho. Envolvido em enormes dívidas, enrolado em problemas judiciais que lhe custavam muito em termos financeiros e em desgaste emocional, Elvis virou escravo de sua própria lenda.
Pablo Aluísio.
Em seus últimos meses de vida o cantor podia contar nos dedos de uma única mão as coisas que ainda lhe traziam algo positivo. Eram cada vez mais raros os momentos de verdadeira felicidade para ele durante sua caminhada final. Um sorriso sincero, por exemplo, dado em um momento de extrema descontração e alegria, era algo tão raro para o envelhecido astro nessa época que certamente nem ao menos ele se lembrava de algo parecido assim acontecer em sua memória recente. Em aspectos pessoais sua única filha, Lisa Marie, ainda conseguia proporcionar momentos de amenidades e real contentamento.
Mas até nesses pequenos momentos Elvis sentia-se culpado, a ponto de um de seus homens de confiança o flagrar em prantos, sozinho, lamentando consigo mesmo o fato de não ter sido um bom pai para sua família. Elvis jamais conseguiu superar o choque do fim de seu casamento e esse pesadelo só aumentou de proporção ao longo dos anos que se passaram. No aspecto puramente profissional Elvis também ia, aos poucos, perdendo o prazer de se apresentar ao vivo. Durante anos esse contato direto com seus fãs havia proporcionado a ele muitos e muitos momentos realmente especiais. Como bem afirmou Priscilla Presley o amor de seus fãs e o carinho despejado por Elvis durante seus longos anos na estrada, tinha se transformado no único grande momento de felicidade do artista em seus últimos meses de vida. A veneração e a fidelidade de seus mais estimados fãs clubes havia se concretizado numa verdadeira muleta emocional para o Rei do Rock. Porém até nesses aspectos Elvis vinha sentindo dificuldades. Se apresentar à altura do amor e do carinho de seus admiradores lhe era agora cada vez mais difícil. Elvis enfrentava diversas dificuldades decorrentes de seu estado físico e de sua vertiginosa queda de saúde.
Fazer jus à imagem que existia no subconsciente de todos era agora um desafio a se vencer em cada novo concerto e isso definitivamente não era fácil quando se sofria de tantos problemas pessoais, tanto físicos como, e principalmente, emocionais. Somando-se a tudo isso havia ainda a crítica, quase sempre implacável com o astro, sempre colocando em destaque cada mínimo erro ou cada pequeno descompasso surgido em suas turnês. Tudo isso, somado a seu constante estado depressivo, tornava a jornada muito mais penosa de se cumprir. Infelizmente Elvis não poderia parar, ele havia entrado numa engrenagem que iria sugar até o fim sua capacidade de trabalho. Envolvido em enormes dívidas, enrolado em problemas judiciais que lhe custavam muito em termos financeiros e em desgaste emocional, Elvis virou escravo de sua própria lenda.
Pablo Aluísio.
domingo, 18 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 36
A única coisa que não contavam era o fato de que seus antigos "amigos", empregados ou seja lá o que fossem, iriam colocar a boca no trombone e contar todos os mais guardados segredos da vida pessoal de Elvis Presley! Aquela imagem impecável, de um bom pai de família, filho amoroso, cidadão cumpridor de seus deveres cívicos, um típico norte-americano acima do bem e do mal, seria maculada para sempre pelo teor altamente explosivo contido no livro "Elvis, O Que Aconteceu?" escrito pelos irmãos Sonny e Red West! Nada ficaria de pé após sua publicação! Bom cidadão? Elvis seria retratado como uma pessoa altamente manipulada que só serviu o exército por ordens diretas de seu tirânico empresário! Ele, Elvis, definitivamente não queria ir para o U.S. Army de jeito nenhum! Bom pai de família? Elvis seria retratado como um marido relapso, ausente, que traía sistematicamente sua esposa e que quando traído partiu, sem pensar duas vezes, para ameaças de morte contra sua ex-esposa e seu amante!
Imagem impecável? Os irmãos West iriam demolir a imagem de Elvis para sempre. Ele seria retratado como um viciado em drogas, paranóico e armado até os dentes. Uma pessoa que usava de sua fama e dinheiro para manipular as mulheres de sua vida, as tratando como meros objetos de domínio, sem valor algum! Um típico cidadão norte-americano acima do bem e do mal? Elvis teria anos depois sua imagem manchada pelos arquivos secretos do FBI que o retratavam como um reacionário de direita, que estava a favor da guerra do Vietnã e contra os movimentos pacifistas, que conspirava contra outros artistas, citando nominalmente ao próprio presidente Nixon os efeitos nocivos de pessoas como os Beatles e Jane Fonda! Quando Elvis soube que sua imagem seria tão atacada dessa forma entrou em desespero! Ele, que sempre zelou para manter uma imagem pública impecável, agora via ruir seu castelo de cartas pela publicação de um único livro! O Que fazer agora? Elvis tinha que virar o jogo e sair da defensiva de qualquer maneira. Logo lembrou do velho conselho de Tom Parker: "A melhor defesa é o ataque!". Ele tinha que começar a mandar no jogo novamente, voltar a dar as cartas urgentemente! Porém como ele faria isso agora? Teria tempo para uma reação?
Apesar de seus esforços o livro acabou sendo lançado. Elvis imediatamente providenciou uma cópia e ficou chocado com o teor do texto. E depois de pouco tempo o livro finalmente chegou em suas mãos. Ele se isolou. No canto mais reservado de seu quarto, Elvis, sentado em uma grande poltrona, passou lentamente seus dedos sobre as páginas daquele livro que prometia destruir sua imagem. Ele pareceu querer se esconder, fugir para algum lugar. Sua leitura se tornou penosa, sofrida. Seu semblante era de extrema preocupação. O espírito ficou visivelmente estarrecido e o corpo deixou transparecer esse estado de perplexidade em pequenos e mínimos detalhes: na testa franzida, no olhar vidrado, na pupila dilatada. Suas mãos foram virando todas as páginas, lentamente. O cantor não conseguia tirar seus olhos do texto e praticamente devorou cada capítulo de uma só vez. Sua fisionomia ficou abatida, pesada, sofrida, como alguém que carregava o peso do mundo em suas costas. Cada minuto pareceu uma eternidade e essa realmente não parece mais ter fim. Elvis nesse momento de extrema solidão e desespero terminou finalmente as últimas palavras do mais demolidor livro já escrito sobre ele: "Elvis, What Happened?".
Aquilo que mais temia e que acreditava piamente que não iria acontecer estava agora ali materializado em suas mãos. Sua vida privada exposta finalmente ao grande público de maneira cruel, explícita e nada lisonjeira. O Elvis Presley que emerge de suas letras era a antítese de tudo o que artista tentou construir ao longo de tantos anos de carreira. Sua tão intocável imagem perante o público agora era violentamente agredida. Ao final da leitura Elvis o colocou de lado e passou a refletir sobre o que deveria fazer dali em diante. O estrago realmente já estava feito, agora Elvis pensava numa forma de contornar toda essa delicada situação. Como combater a traição de seus antigos amigos e "guarda-costas", que em troca de dinheiro venderam ao primeiro interessado os maiores segredos de uma das pessoas mais famosas do mundo? Como combater a difamação que estava sendo feita a ele? Como contestar algo dessa magnitude?
Pablo Aluísio.
Imagem impecável? Os irmãos West iriam demolir a imagem de Elvis para sempre. Ele seria retratado como um viciado em drogas, paranóico e armado até os dentes. Uma pessoa que usava de sua fama e dinheiro para manipular as mulheres de sua vida, as tratando como meros objetos de domínio, sem valor algum! Um típico cidadão norte-americano acima do bem e do mal? Elvis teria anos depois sua imagem manchada pelos arquivos secretos do FBI que o retratavam como um reacionário de direita, que estava a favor da guerra do Vietnã e contra os movimentos pacifistas, que conspirava contra outros artistas, citando nominalmente ao próprio presidente Nixon os efeitos nocivos de pessoas como os Beatles e Jane Fonda! Quando Elvis soube que sua imagem seria tão atacada dessa forma entrou em desespero! Ele, que sempre zelou para manter uma imagem pública impecável, agora via ruir seu castelo de cartas pela publicação de um único livro! O Que fazer agora? Elvis tinha que virar o jogo e sair da defensiva de qualquer maneira. Logo lembrou do velho conselho de Tom Parker: "A melhor defesa é o ataque!". Ele tinha que começar a mandar no jogo novamente, voltar a dar as cartas urgentemente! Porém como ele faria isso agora? Teria tempo para uma reação?
Apesar de seus esforços o livro acabou sendo lançado. Elvis imediatamente providenciou uma cópia e ficou chocado com o teor do texto. E depois de pouco tempo o livro finalmente chegou em suas mãos. Ele se isolou. No canto mais reservado de seu quarto, Elvis, sentado em uma grande poltrona, passou lentamente seus dedos sobre as páginas daquele livro que prometia destruir sua imagem. Ele pareceu querer se esconder, fugir para algum lugar. Sua leitura se tornou penosa, sofrida. Seu semblante era de extrema preocupação. O espírito ficou visivelmente estarrecido e o corpo deixou transparecer esse estado de perplexidade em pequenos e mínimos detalhes: na testa franzida, no olhar vidrado, na pupila dilatada. Suas mãos foram virando todas as páginas, lentamente. O cantor não conseguia tirar seus olhos do texto e praticamente devorou cada capítulo de uma só vez. Sua fisionomia ficou abatida, pesada, sofrida, como alguém que carregava o peso do mundo em suas costas. Cada minuto pareceu uma eternidade e essa realmente não parece mais ter fim. Elvis nesse momento de extrema solidão e desespero terminou finalmente as últimas palavras do mais demolidor livro já escrito sobre ele: "Elvis, What Happened?".
Aquilo que mais temia e que acreditava piamente que não iria acontecer estava agora ali materializado em suas mãos. Sua vida privada exposta finalmente ao grande público de maneira cruel, explícita e nada lisonjeira. O Elvis Presley que emerge de suas letras era a antítese de tudo o que artista tentou construir ao longo de tantos anos de carreira. Sua tão intocável imagem perante o público agora era violentamente agredida. Ao final da leitura Elvis o colocou de lado e passou a refletir sobre o que deveria fazer dali em diante. O estrago realmente já estava feito, agora Elvis pensava numa forma de contornar toda essa delicada situação. Como combater a traição de seus antigos amigos e "guarda-costas", que em troca de dinheiro venderam ao primeiro interessado os maiores segredos de uma das pessoas mais famosas do mundo? Como combater a difamação que estava sendo feita a ele? Como contestar algo dessa magnitude?
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 35
O jogo estava acabado? Será que Tom Parker, um dos maiores apostadores de Las Vegas, iria perder mais uma rodada? Logo ele que se considerava um excelente jogador? E Elvis? Estaria definitivamente morto artisticamente? Quem acompanhou toda a carreira deles não apostaria muito nisso. Se um rótulo lhes servia bem, esse era o de "sobreviventes". A morte da carreira de Elvis já havia sido anunciada várias vezes ao longo dos anos. Quando ele foi servir o exército em 1958, por exemplo, todos acreditavam que ele seria facilmente esquecido por seus fãs adolescentes. Que o Rock'n'Roll era apenas uma moda estúpida ouvida por jovens sem cérebro, que era apenas uma música selvagem que só servia para incentivar a delinqüência juvenil ou como decretou Sinatra o Rock seria apenas "a música de todo delinqüente com costeletas da face da terra!". Elvis não só voltou como demonstrou que ainda tinha várias cartas na manga. Comandado pelo Coronel Parker Elvis teve sua imagem limpa e devidamente empacotada para a típica família WASP norte-americana. Ele gravou discos excelentes como "Elvis is Back!" e "Something For Everybody" mostrando que não apenas continuava a ser um astro como também poderia ainda produzir material musical de excepcional qualidade artística.
E esse pacote até que serviu bem aos propósitos de Parker durante um bom tempo. Porém como tudo em excesso é prejudicial o "Elvis embalado, pasteurizado e plastificado para seu consumo familiar" começou a virar uma peça de museu rapidamente, totalmente dissociado do que estava acontecendo no mundo nos anos 60. Nada era mais absurdo do que um roqueiro posando de bom moço durante os anos da contra cultura sessentista. Os filmes eram limpos demais, infantis demais, bobinhos demais, e o pior, as musiquinhas eram ruins demais, de doer. De símbolo revolucionário Elvis passou para símbolo reacionário, uma mudança drástica demais. Quem iria ter como ídolo um cara que cantava para cachorros dentro de um helicóptero sobrevoando o Hawaii? Nenhum "bicho grilho" iria dar bola para tamanha caretice. Elvis ainda era um artista extremamente talentoso, porém o material que lhe era dado pelos estúdios de cinema para compor as trilhas sonoras de seus filmes começaram a perder gradativamente a qualidade e por volta de 1964 Elvis começou a gravar bobagens vergonhosas. Depois de passar dez anos em Hollywood estrelando os mais estúpidos filmes musicais já realizados, todos também concordavam que ele já era, que estava liquidado.
Mas Elvis renasceu em 1968 e 1969 e ganhou uma sobrevida naquela que para muitos foi sua fase mais inspirada e relevante. A nova "ressurreição" do astro durou até 1973. Seu pico aconteceu com o "Aloha From Hawaii", mas depois de sua exibição o cantor novamente estagnou. Voltou para Las Vegas e começou a sua velha rotina de concertos. E agora? Elvis ressuscitaria uma terceira vez? Seria ele o verdadeiro Lázaro do século XX?... Bem, os dados ainda estavam rolando na mente de Tom Parker. O jogo ainda não chegara ao seu final. Em vista disso o velho astuto chegou a conclusão que era hora de trazer um novo desafio para Elvis. Pensando no seu especial da NBC o Coronel achou que certamente a TV poderia ser a resposta. Só havia um problema em encarar um novo projeto como esse e tentar transformá-lo em um novo renascimento de Elvis: não havia mais nenhuma novidade envolvida em sua realização. Em 1968 todos estavam aguardando ansiosamente em assistir Elvis novamente cantando ao vivo, com jagueta de couro e repertório selvagem, mas em 1977 todos já sabiam que Elvis estava cansado, esgotado em turnês praticamente sem interrupção em seus últimos oito anos de estrada.
Que novidade haveria em mais um show de Elvis Presley a ser transmitido pela TV? Além disso o roteiro do especial seria por demais rotineiro e sem nenhuma inovação. Nem ao menos foi preparada uma nova lista de canções para Elvis apresentar na TV. Enfim, não seria um novo especial de televisão (que acabou sendo o Elvis in Concert) que iria alavancar a carreira debilitada de Elvis naquela ocasião. Mas todos os problemas que Elvis vinha enfrentando em sua vida profissional não se comparariam com o que ele estava prestes a enfrentar: a traição daqueles que sempre foram considerados grandes companheiros e amigos, que estavam ao seu lado desde os tempos de escola. Elvis não sabia, mas havia criado várias cobras ao longo do anos que iriam dar o bote sem pensar duas vezes, sem dó e nem piedade. Tudo aconteceu porque, no final de sua vida, Elvis despediu grande parte da chamada Máfia de Memphis. A razão oficial foi corte de despesas. Não seria nenhuma novidade pois Elvis vinha eternamente em luta para colocar suas contas em ordem e o gasto excessivo de pessoal deveria ser contido. Vernon Presley, notório pão duro, foi o grande incentivador desse ato. Tom Parker, que nunca gostou da inutilidade deles, também assinou embaixo. O que Elvis não antecipou foi que eles iriam assinar contratos milionários para revelar ao público os segredos mais bem guardados do cantor. A tempestade estava próxima...
Pablo Aluísio.
E esse pacote até que serviu bem aos propósitos de Parker durante um bom tempo. Porém como tudo em excesso é prejudicial o "Elvis embalado, pasteurizado e plastificado para seu consumo familiar" começou a virar uma peça de museu rapidamente, totalmente dissociado do que estava acontecendo no mundo nos anos 60. Nada era mais absurdo do que um roqueiro posando de bom moço durante os anos da contra cultura sessentista. Os filmes eram limpos demais, infantis demais, bobinhos demais, e o pior, as musiquinhas eram ruins demais, de doer. De símbolo revolucionário Elvis passou para símbolo reacionário, uma mudança drástica demais. Quem iria ter como ídolo um cara que cantava para cachorros dentro de um helicóptero sobrevoando o Hawaii? Nenhum "bicho grilho" iria dar bola para tamanha caretice. Elvis ainda era um artista extremamente talentoso, porém o material que lhe era dado pelos estúdios de cinema para compor as trilhas sonoras de seus filmes começaram a perder gradativamente a qualidade e por volta de 1964 Elvis começou a gravar bobagens vergonhosas. Depois de passar dez anos em Hollywood estrelando os mais estúpidos filmes musicais já realizados, todos também concordavam que ele já era, que estava liquidado.
Mas Elvis renasceu em 1968 e 1969 e ganhou uma sobrevida naquela que para muitos foi sua fase mais inspirada e relevante. A nova "ressurreição" do astro durou até 1973. Seu pico aconteceu com o "Aloha From Hawaii", mas depois de sua exibição o cantor novamente estagnou. Voltou para Las Vegas e começou a sua velha rotina de concertos. E agora? Elvis ressuscitaria uma terceira vez? Seria ele o verdadeiro Lázaro do século XX?... Bem, os dados ainda estavam rolando na mente de Tom Parker. O jogo ainda não chegara ao seu final. Em vista disso o velho astuto chegou a conclusão que era hora de trazer um novo desafio para Elvis. Pensando no seu especial da NBC o Coronel achou que certamente a TV poderia ser a resposta. Só havia um problema em encarar um novo projeto como esse e tentar transformá-lo em um novo renascimento de Elvis: não havia mais nenhuma novidade envolvida em sua realização. Em 1968 todos estavam aguardando ansiosamente em assistir Elvis novamente cantando ao vivo, com jagueta de couro e repertório selvagem, mas em 1977 todos já sabiam que Elvis estava cansado, esgotado em turnês praticamente sem interrupção em seus últimos oito anos de estrada.
Que novidade haveria em mais um show de Elvis Presley a ser transmitido pela TV? Além disso o roteiro do especial seria por demais rotineiro e sem nenhuma inovação. Nem ao menos foi preparada uma nova lista de canções para Elvis apresentar na TV. Enfim, não seria um novo especial de televisão (que acabou sendo o Elvis in Concert) que iria alavancar a carreira debilitada de Elvis naquela ocasião. Mas todos os problemas que Elvis vinha enfrentando em sua vida profissional não se comparariam com o que ele estava prestes a enfrentar: a traição daqueles que sempre foram considerados grandes companheiros e amigos, que estavam ao seu lado desde os tempos de escola. Elvis não sabia, mas havia criado várias cobras ao longo do anos que iriam dar o bote sem pensar duas vezes, sem dó e nem piedade. Tudo aconteceu porque, no final de sua vida, Elvis despediu grande parte da chamada Máfia de Memphis. A razão oficial foi corte de despesas. Não seria nenhuma novidade pois Elvis vinha eternamente em luta para colocar suas contas em ordem e o gasto excessivo de pessoal deveria ser contido. Vernon Presley, notório pão duro, foi o grande incentivador desse ato. Tom Parker, que nunca gostou da inutilidade deles, também assinou embaixo. O que Elvis não antecipou foi que eles iriam assinar contratos milionários para revelar ao público os segredos mais bem guardados do cantor. A tempestade estava próxima...
Pablo Aluísio.
sábado, 17 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 34
Ao invés de viajar até Nashville para gravar seus novos álbuns em estúdios de última geração, Elvis decidiu que não viajaria mais, pois estava mesmo farto de tudo. Ao invés de se deslocar até o estúdio B, a RCA deveria os equipamentos de sua estrutura móvel para Graceland para registrar canções em um ambiente de amadorismo impensado para um artista de seu porte. Se Maomé não vai até a montanha, então que a montanha venha até Maomé! Meses depois da morte de Elvis, Felton Jarvis confidenciou a amigos do ramo que tinha muitos projetos para o cantor, entre eles o velho sonho de gravar um LP apenas com canções ao estilo de Mario Lanza (um dos grandes ídolos de Elvis) ou então gravar um novo disco apenas de Rocks clássicos dos anos 50, como bem fez John Lennon em 1975 com seu disco "Rock'n'Roll". Infelizmente nada disso foi adiante. Elvis parecia bem mais preocupado em colecionar armas, distintivos, pílulas e garotas (não necessariamente nessa ordem) do que investir em um projeto sério para levantar sua carreira, que vinha patinando desde 1974. Concentrado em shows que nada tinham de inovador no aspecto artístico, preso a um eterno repertório repetitivo Elvis foi se transformando ao longo dos anos em um artista tipicamente "nostálgico", "Revival", sem conseguir abrir uma linha de diálogo com os jovens dos anos 70. Em vista disso seu papel de grande pioneiro da revolução musical ocorrida nos anos 50 foi ficando cada vez mais ofuscado.
Artistas coadjuvantes, como Chuck Berry e Little Richard, que nos anos 1950 sequer poderiam ser comparados a Elvis em termos de importância, foram crescendo em prestígio e fama, enquanto que Presley nitidamente descia a ladeira em seus momentos finais, seguindo um caminho bem oposto aos dos demais pioneiros da primeira geração roqueira. Também pudera, como convencer um jovem dos anos 70 que Elvis era um dos pais do Rock'n'Roll com canções como "Solitaire", "The Last Farewell" e "Hurt"? Nada mais anacrônico, certamente. Eram músicas bonitas, mas não tinham nada a ver com o bravo Rock´n´Roll. "Minha intenção era dar uma sacudidela em Elvis no final de sua carreira. Voltar aos mesmos pontos revolucionários de 1956 ou 1969 mas não houve como fazer isso, sinceramente" - afirmou depois Felton Jarvis. Certamente não havia mais como fazer isso em 1976 ou 1977, por exemplo. Elvis não tinha mais nenhuma intenção em mudar nada, enquanto houvesse público em seus shows e seus discos pagassem o custo de suas produções e deixasse uma pequena margem de lucro à RCA, para Elvis tudo estaria bem. Comodismo? Certamente, porém seria mais correto afirmar que Elvis abraçava cada vez mais um sentimento de resignação em seus últimos momentos. Se Elvis não estava nem aí para nada, isso não poderia ser dito em relação aos demais membros das organizações Presley. O Coronel estava preocupado pois sua fonte estava secando lentamente aos olhos de todos. Já que não fazia mais filmes e como seus discos já não atingiam as primeiras posições nas principais paradas a renda de Elvis agora se resumia em suas apresentações ao vivo. Para Parker isso era preocupante. Em reunião com executivos da RCA, Parker tentou convencê-los de que Elvis iria efetuar mudanças significativas em suas futuras gravações.
Com sua conhecida lábia levou todos na conversa e convenceu os chefões da multinacional que Elvis iria novamente se tornar um grande vendedor de discos, que ele tinha grandes planos envolvendo mudança de estilo e repertório. Essa última parte de suas promessas era certamente a mais complicada de se cumprir. Era óbvio que os discos de Elvis não empolgavam mais nem a crítica e nem muito menos ao público. Alguns de seus álbuns tiveram vendas bem desanimadoras nos últimos anos. Para contrabalancear o pessimismo dos contadores da gravadora e seus números desabonadores, o Coronel tentou demonstrar muito otimismo em relação ao futuro. Tudo não passaria de uma fase passageira. A época de vacas magras iria passar, segundo o Coronel. Mas apesar dessa postura demonstrada aos executivos Parker estava realmente bastante preocupado em seu íntimo. Ele foi notando que a maré estava virando contra Elvis (e contra ele, por tabela!). De uma hora para outra todas as empresas que compraram o passe de Elvis agora tinham queixas e reclamações a fazer. Eles tinham pago caro pelo produto Elvis e agora queriam o retorno concretizado em muitos lucros, coisa que não vinha ocorrendo. Depois de se reunir com a descontente RCA, Parker teve que enfrentar a cadeia Hilton, que tinha uma longa série de reclamações contra Elvis Presley. O próprio dono do Hotel Hilton agora demonstrava desinteresse e muita má vontade em renovar o contrato de Elvis. Suas atitudes fora do comum, chegando ao ponto de proferir ofensas em pleno palco à própria administração da cadeia de Hotéis, havia pegado muito mal. Além disso havia muitas críticas sobre Elvis e seu pouco empenho durante os concertos.
Certamente, nos últimos anos as críticas ruins estavam em todas as partes. Para alguns Elvis não se comportava com profissionalismo, se apresentando apenas para a banda, ignorando o público, fazendo monólogos sem fim e sem sentido e contando piadas sem graça em demasia, isso quando conseguia acabar as canções pois o esquecimento das letras havia se tornado um problema bem mais sério. Enfim, o contexto não era nada positivo para Elvis naquele momento em sua carreira. Para completar o que por si só já era muito ruim havia ainda uma série de boatos sobre atitudes nem um pouco convencionais em sua vida pessoal. Tudo isso levou Elvis a um impasse sobre sua situação no Hilton. Muito provavelmente se não tivesse morrido em 1977 Elvis teria recebido cartão vermelho de seus patrões de Las Vegas e sido demitido. Numa de suas últimas temporadas na cidade o Las Vegas Hilton fez o Coronel Parker assinar um termo de responsabilidade sobre as coisas ditas por Elvis no palco. Isso ficou bem claro após uma apresentação onde Elvis ameaçou arrancar a língua de um funcionário do hotel pela raiz após ele supostamente ter espalhado fofocas sobre o uso de drogas por parte do cantor. Era uma ameaça pública e o Hilton não iria assumir processos criminais em nome de Elvis. Esse fato inclusive foi bem desgastante para Presley e sua equipe. Tudo aconteceu porque esse funcionário do hotel entrou em sua suíte para recolher a sujeira do local. Uma vez chegando lá se deparou com Elvis no sofá da sala principal de seus aposentos. Presley parecia fora de si, estava mal e inconsciente. Como o sujeito era um linguarudo ele logo começou a espalhar para outros funcionários os boatos de que havia flagrado Elvis chapadão, cheio de cocaína na cabeça, completamente viajado em seu quarto. Chegou a ponto de dizer que suas narinas estavam cheias de pó branco! Quando Elvis soube da fofoca (afinal elas sempre vão e voltam às suas origens) ele explodiu de raiva! Elvis ficou tão nervoso que chegou a pegar suas pistolas para ir atrás do rapaz - e só foi convencido a desistir disso após muita conversa com os caras da máfia de Memphis. Quando subiu ao palco naquela noite ele estava enfurecido e começou a soltar palavrões e ameaças contra o tal sujeito fofoqueiro. Um fato lamentável que só trouxe ainda mais publicidade para os rumores. Sem querer Elvis acabou alimentando ainda mais as fofocas, infelizmente.
Artistas coadjuvantes, como Chuck Berry e Little Richard, que nos anos 1950 sequer poderiam ser comparados a Elvis em termos de importância, foram crescendo em prestígio e fama, enquanto que Presley nitidamente descia a ladeira em seus momentos finais, seguindo um caminho bem oposto aos dos demais pioneiros da primeira geração roqueira. Também pudera, como convencer um jovem dos anos 70 que Elvis era um dos pais do Rock'n'Roll com canções como "Solitaire", "The Last Farewell" e "Hurt"? Nada mais anacrônico, certamente. Eram músicas bonitas, mas não tinham nada a ver com o bravo Rock´n´Roll. "Minha intenção era dar uma sacudidela em Elvis no final de sua carreira. Voltar aos mesmos pontos revolucionários de 1956 ou 1969 mas não houve como fazer isso, sinceramente" - afirmou depois Felton Jarvis. Certamente não havia mais como fazer isso em 1976 ou 1977, por exemplo. Elvis não tinha mais nenhuma intenção em mudar nada, enquanto houvesse público em seus shows e seus discos pagassem o custo de suas produções e deixasse uma pequena margem de lucro à RCA, para Elvis tudo estaria bem. Comodismo? Certamente, porém seria mais correto afirmar que Elvis abraçava cada vez mais um sentimento de resignação em seus últimos momentos. Se Elvis não estava nem aí para nada, isso não poderia ser dito em relação aos demais membros das organizações Presley. O Coronel estava preocupado pois sua fonte estava secando lentamente aos olhos de todos. Já que não fazia mais filmes e como seus discos já não atingiam as primeiras posições nas principais paradas a renda de Elvis agora se resumia em suas apresentações ao vivo. Para Parker isso era preocupante. Em reunião com executivos da RCA, Parker tentou convencê-los de que Elvis iria efetuar mudanças significativas em suas futuras gravações.
Com sua conhecida lábia levou todos na conversa e convenceu os chefões da multinacional que Elvis iria novamente se tornar um grande vendedor de discos, que ele tinha grandes planos envolvendo mudança de estilo e repertório. Essa última parte de suas promessas era certamente a mais complicada de se cumprir. Era óbvio que os discos de Elvis não empolgavam mais nem a crítica e nem muito menos ao público. Alguns de seus álbuns tiveram vendas bem desanimadoras nos últimos anos. Para contrabalancear o pessimismo dos contadores da gravadora e seus números desabonadores, o Coronel tentou demonstrar muito otimismo em relação ao futuro. Tudo não passaria de uma fase passageira. A época de vacas magras iria passar, segundo o Coronel. Mas apesar dessa postura demonstrada aos executivos Parker estava realmente bastante preocupado em seu íntimo. Ele foi notando que a maré estava virando contra Elvis (e contra ele, por tabela!). De uma hora para outra todas as empresas que compraram o passe de Elvis agora tinham queixas e reclamações a fazer. Eles tinham pago caro pelo produto Elvis e agora queriam o retorno concretizado em muitos lucros, coisa que não vinha ocorrendo. Depois de se reunir com a descontente RCA, Parker teve que enfrentar a cadeia Hilton, que tinha uma longa série de reclamações contra Elvis Presley. O próprio dono do Hotel Hilton agora demonstrava desinteresse e muita má vontade em renovar o contrato de Elvis. Suas atitudes fora do comum, chegando ao ponto de proferir ofensas em pleno palco à própria administração da cadeia de Hotéis, havia pegado muito mal. Além disso havia muitas críticas sobre Elvis e seu pouco empenho durante os concertos.
Certamente, nos últimos anos as críticas ruins estavam em todas as partes. Para alguns Elvis não se comportava com profissionalismo, se apresentando apenas para a banda, ignorando o público, fazendo monólogos sem fim e sem sentido e contando piadas sem graça em demasia, isso quando conseguia acabar as canções pois o esquecimento das letras havia se tornado um problema bem mais sério. Enfim, o contexto não era nada positivo para Elvis naquele momento em sua carreira. Para completar o que por si só já era muito ruim havia ainda uma série de boatos sobre atitudes nem um pouco convencionais em sua vida pessoal. Tudo isso levou Elvis a um impasse sobre sua situação no Hilton. Muito provavelmente se não tivesse morrido em 1977 Elvis teria recebido cartão vermelho de seus patrões de Las Vegas e sido demitido. Numa de suas últimas temporadas na cidade o Las Vegas Hilton fez o Coronel Parker assinar um termo de responsabilidade sobre as coisas ditas por Elvis no palco. Isso ficou bem claro após uma apresentação onde Elvis ameaçou arrancar a língua de um funcionário do hotel pela raiz após ele supostamente ter espalhado fofocas sobre o uso de drogas por parte do cantor. Era uma ameaça pública e o Hilton não iria assumir processos criminais em nome de Elvis. Esse fato inclusive foi bem desgastante para Presley e sua equipe. Tudo aconteceu porque esse funcionário do hotel entrou em sua suíte para recolher a sujeira do local. Uma vez chegando lá se deparou com Elvis no sofá da sala principal de seus aposentos. Presley parecia fora de si, estava mal e inconsciente. Como o sujeito era um linguarudo ele logo começou a espalhar para outros funcionários os boatos de que havia flagrado Elvis chapadão, cheio de cocaína na cabeça, completamente viajado em seu quarto. Chegou a ponto de dizer que suas narinas estavam cheias de pó branco! Quando Elvis soube da fofoca (afinal elas sempre vão e voltam às suas origens) ele explodiu de raiva! Elvis ficou tão nervoso que chegou a pegar suas pistolas para ir atrás do rapaz - e só foi convencido a desistir disso após muita conversa com os caras da máfia de Memphis. Quando subiu ao palco naquela noite ele estava enfurecido e começou a soltar palavrões e ameaças contra o tal sujeito fofoqueiro. Um fato lamentável que só trouxe ainda mais publicidade para os rumores. Sem querer Elvis acabou alimentando ainda mais as fofocas, infelizmente.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 33
Quando voltou do exército em 1960 Elvis estava convencido de que deveria desenvolver e promover uma carreira no cinema. Para isso até mesmo sua carreira musical deveria ser deixada de lado, afinal, como o próprio Elvis declarou certa vez: "Cantores surgem e desaparecem. Mas se você for um bom ator pode ficar por aí durante muitos anos!". É isso mesmo, Elvis não colocava mais tanta fé em seu fantástico talento musical e resolveu investir em seus opacos talentos melodramáticos. O resultado dessa forma de pensar foi terrível e o artista pagou caro por tentar seguir por esse equivocado caminho. Em pouco tempo o astro viu sua estrela se apagar lentamente. Estrelando um filme ruim atrás do outro Elvis foi facilmente substituído no gosto musical pelos jovens. Grupos musicais como os Beatles surgiram e dominaram completamente o cenário musical enquanto que Elvis, com suas infantis trilhas sonoras, patinava e sofria para atingir o topo das paradas.
Apesar do sucesso de seus primeiros filmes durante os anos 1960 o público logo se cansou dos roteiros repetitivos e das músicas sem valor artístico. A partir de 1967 os discos de Elvis passavam vergonha nas listas das paradas norte-americanas. Sua última trilha sonora, Speedway, conseguiu atingir um vexatório 82º lugar na lista dos mais vendidos. Uma posição nada digna de um cantor que era considerado o "Rei do Rock". Era o fim, a carreira de Elvis como ator havia fracassado miseravelmente. Além de ter que lidar com a frustração de nunca ter conseguido desenvolver uma carreira sólida em Hollywood, Elvis ainda teve que arcar, nos últimos momentos de sua carreira, com uma série de decisões erradas tomadas por seu empresário, o que o fez ficar tristemente preso em contratos que o posicionavam como um cantor de cassinos em Las Vegas.
Nem seu velho sonho de cantar em outros países se concretizou e até mesmo seus mais recentes discos de estúdio não conseguiam uma boa resposta em termos de vendas nas paradas. Com tantos infortúnios, Elvis se isolou. Segundo Rick Stanley apenas a química do Dr. Nick conseguia trazer o astro de volta à vida. Para encarar uma nova sessão de estúdio ou fazer uma nova maratona de apresentações, Elvis tinha que ser medicado para segurar o pique e o ânimo. O próprio Rick relembra: "A alegria de Elvis após tomar tantas pílulas não era natural mas sim artificial. Muitas vezes notávamos que Elvis estava 'alto' um pouco além da conta! Ele não se resumia a rir mas a dar sonoras gargalhadas, qualquer piada o fazia desabar de rir! Ele não ficava apenas 'alegre' mas extremamente 'feliz', além do ponto, me entendem? Bem essa não é uma atitude de alguém realmente feliz e sim um reflexo do que ele estava tomando!"
Traição, drogas, fracassos na carreira, problemas com peso, enfim. Os fatores são muitos. De qualquer forma tudo levou o cantor Elvis Presley a um estado depressivo constante do qual nunca mais se recuperou. Talvez a fama tenha se transformado numa grande armadilha. Talvez o fato de ser famoso o tenha inibido de procurar a ajuda médica correta de que tanto necessitava. Talvez o fato dos fãs idealizarem uma pessoa acima do bem e do mal, perfeita e divina, tenha feito com que Elvis tivesse que enfrentar os diversos problemas que acompanham um estado depressivo de forma completamente solitária. Afinal sua doença jamais deveria vir à tona publicamente! Além disso aquela pessoa que aparecia nas capas dos discos e filmes jamais poderia ser uma pessoa acometida de uma doença tão estigmatizada! Isso, claro, na ótica da indústria que tanto o explorou em vida. Quem sabe se todos os seus mais graves problemas não tenham tido apenas uma única gênesis? A verdade porém nunca saberemos ao certo. De qualquer forma toda essa situação acabou levando Elvis inexoravelmente para aquele amanhecer em 16 de agosto de 1977
No final de sua vida Elvis estagnou artisticamente. Não havia mais nenhum traço do grande revolucionário cultural que um dia ele foi. O artista Elvis Presley deliberadamente colocou sua carreira no piloto automático e deitou sobre suas glórias passadas. Felton Jarvis, seu produtor desde os anos 60, tentava de todas as formas levar Elvis à frente, impulsionar mudanças mas tudo ia por água abaixo durante as sessões de gravação. Elvis demonstrava desinteresse em promover mudanças, apatia na escolha do repertório e falta de ânimo em gravar material novo e desafiador. Ao invés disso Elvis começou a apostar apenas no certo e seguro e seguiu gravando suas baladas chorosas e seus countrys tradicionalistas que certamente iriam cair no gosto do sulista americano médio. Rock'n'Roll? Elvis só se lembrava deles para cantar versões medíocres em seus concertos, com a clara finalidade de não deixar as apresentações caírem na monotonia. Certamente essa atitude era decepcionante para quem ostentava o pomposo título de "Rei do Rock". Na visão de Jarvis o cantor Elvis não tinha mais nenhuma motivação em sua trajetória artística e sua função agora era de alguma forma motivá-lo, incentivá-lo, levantar a poeira de sua outrora lustrosa carreira... Infelizmente a animação de Felton Jarvis esbarrava na apatia de Elvis. Ele nem ao menos se dava ao trabalho de ir a um estúdio de gravação profissional, seja em Nashville, seja em Memphis.
Pablo Aluísio.
Apesar do sucesso de seus primeiros filmes durante os anos 1960 o público logo se cansou dos roteiros repetitivos e das músicas sem valor artístico. A partir de 1967 os discos de Elvis passavam vergonha nas listas das paradas norte-americanas. Sua última trilha sonora, Speedway, conseguiu atingir um vexatório 82º lugar na lista dos mais vendidos. Uma posição nada digna de um cantor que era considerado o "Rei do Rock". Era o fim, a carreira de Elvis como ator havia fracassado miseravelmente. Além de ter que lidar com a frustração de nunca ter conseguido desenvolver uma carreira sólida em Hollywood, Elvis ainda teve que arcar, nos últimos momentos de sua carreira, com uma série de decisões erradas tomadas por seu empresário, o que o fez ficar tristemente preso em contratos que o posicionavam como um cantor de cassinos em Las Vegas.
Nem seu velho sonho de cantar em outros países se concretizou e até mesmo seus mais recentes discos de estúdio não conseguiam uma boa resposta em termos de vendas nas paradas. Com tantos infortúnios, Elvis se isolou. Segundo Rick Stanley apenas a química do Dr. Nick conseguia trazer o astro de volta à vida. Para encarar uma nova sessão de estúdio ou fazer uma nova maratona de apresentações, Elvis tinha que ser medicado para segurar o pique e o ânimo. O próprio Rick relembra: "A alegria de Elvis após tomar tantas pílulas não era natural mas sim artificial. Muitas vezes notávamos que Elvis estava 'alto' um pouco além da conta! Ele não se resumia a rir mas a dar sonoras gargalhadas, qualquer piada o fazia desabar de rir! Ele não ficava apenas 'alegre' mas extremamente 'feliz', além do ponto, me entendem? Bem essa não é uma atitude de alguém realmente feliz e sim um reflexo do que ele estava tomando!"
Traição, drogas, fracassos na carreira, problemas com peso, enfim. Os fatores são muitos. De qualquer forma tudo levou o cantor Elvis Presley a um estado depressivo constante do qual nunca mais se recuperou. Talvez a fama tenha se transformado numa grande armadilha. Talvez o fato de ser famoso o tenha inibido de procurar a ajuda médica correta de que tanto necessitava. Talvez o fato dos fãs idealizarem uma pessoa acima do bem e do mal, perfeita e divina, tenha feito com que Elvis tivesse que enfrentar os diversos problemas que acompanham um estado depressivo de forma completamente solitária. Afinal sua doença jamais deveria vir à tona publicamente! Além disso aquela pessoa que aparecia nas capas dos discos e filmes jamais poderia ser uma pessoa acometida de uma doença tão estigmatizada! Isso, claro, na ótica da indústria que tanto o explorou em vida. Quem sabe se todos os seus mais graves problemas não tenham tido apenas uma única gênesis? A verdade porém nunca saberemos ao certo. De qualquer forma toda essa situação acabou levando Elvis inexoravelmente para aquele amanhecer em 16 de agosto de 1977
No final de sua vida Elvis estagnou artisticamente. Não havia mais nenhum traço do grande revolucionário cultural que um dia ele foi. O artista Elvis Presley deliberadamente colocou sua carreira no piloto automático e deitou sobre suas glórias passadas. Felton Jarvis, seu produtor desde os anos 60, tentava de todas as formas levar Elvis à frente, impulsionar mudanças mas tudo ia por água abaixo durante as sessões de gravação. Elvis demonstrava desinteresse em promover mudanças, apatia na escolha do repertório e falta de ânimo em gravar material novo e desafiador. Ao invés disso Elvis começou a apostar apenas no certo e seguro e seguiu gravando suas baladas chorosas e seus countrys tradicionalistas que certamente iriam cair no gosto do sulista americano médio. Rock'n'Roll? Elvis só se lembrava deles para cantar versões medíocres em seus concertos, com a clara finalidade de não deixar as apresentações caírem na monotonia. Certamente essa atitude era decepcionante para quem ostentava o pomposo título de "Rei do Rock". Na visão de Jarvis o cantor Elvis não tinha mais nenhuma motivação em sua trajetória artística e sua função agora era de alguma forma motivá-lo, incentivá-lo, levantar a poeira de sua outrora lustrosa carreira... Infelizmente a animação de Felton Jarvis esbarrava na apatia de Elvis. Ele nem ao menos se dava ao trabalho de ir a um estúdio de gravação profissional, seja em Nashville, seja em Memphis.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 32
"Apesar de tudo temos a autópsia dele afirmando que certamente ele não morreu de uma overdose de drogas. Na verdade foi uma série de fatores, que juntos, causaram sua morte." - e prossegue Esposito - "Não estou dizendo que as drogas não tenham tido uma influência sobre sua morte ou que elas não contribuíram com o colapso de seu coração naquele dia. Tampouco estou dizendo que os remédios o mantinham saudável ou algo assim. Nada disso. Mas você tem que lembrar que ele morreu de uma doença no coração. Sim, ele estava tomando muitas pílulas em seus anos finais mas é errado afirmar que Elvis morreu de uma overdose de drogas. Não houve overdose, o seu coração apenas disse: 'É o bastante'".
Para Joe Esposito muitos fatos que aconteceram acabaram levando o cantor a um estado de depressão cada vez mais presente e forte, o que agravou ainda mais sua saúde, de uma forma geral, e cita exemplos de acontecimentos que de uma forma ou outra atingiam indiretamente Elvis: "Veja, acima de tudo eu quero que as pessoas entendam que Elvis era apenas outro ser humano com talentos dotados de Deus, que ninguém mais no mundo teve. Ele se machucava como você e eu. Ele tinha problemas como todos têm. As pessoas o colocaram em um pedestal. Certa vez Elvis fez uma declaração afirmando que a imagem de um artista e o verdadeiro ser humano atrás dessa fachada eram coisas distintas. É verdade, Elvis não era a imagem que mostrava nos palcos ou nos filmes. Ele se magoava quando o atingiam. Ele possuía sentimentos como todos nós. Ele ficava deprimido quando as pessoas comentavam seu estado físico. Você acha que alguém gostaria de ler uma crítica o humilhando por ter ganho um grande aumento de peso? De repente você vê as manchetes: 'Elvis, gordo e aos 40'. Isso vai machucar alguém, não importa quem seja. Todos nós temos um pouco de orgulho e ego para nós mesmos. Mas esse cara tem que tê-lo no ar, em volta do mundo. Tem que estar nas capas de revistas e isso machuca." Esse aliás é um dos consensos em torno da biografia de Elvis Presley. Tanto para Esposito como para todos os que viveram ao seu lado, tudo o que ocorreu de negativo em relação a Elvis no tocante a sua vida pessoal e profissional, acabou agravando ainda mais a sua já tão presente e crônica depressão.
Um dos mais graves problemas enfrentados por Elvis Presley em seus anos finais foi sua depressão crescente, tão bem retratada por Joe Esposito em seu depoimento. Nos últimos momentos de sua vida as pessoas que viviam ao lado do cantor testemunharam o longo declínio do artista nesse aspecto. Elvis, que nos anos 60 foi uma pessoa extremamente festiva e alegre entre os amigos, a ponto de promover praticamente uma festa por noite quando estava filmando em Hollywood, foi aos poucos se deixando dominar pela melancolia e angústia. Não era raro o cantor simplesmente se isolar do mundo quando estava em Graceland durante seus momentos de ócio. E se isolar não significava apenas não sair mais de sua mansão, mas sim nem ao menos sair mais de seu quarto para fazer suas refeições ao lado de seus amigos e familiares. Elvis, quando mergulhava profundamente em estado depressivo, não queria ver ou se socializar com mais ninguém.
Ele entrava em um estado tão enclausurado que chegava inclusive a espantar seus próprios empregados. Muitas vezes o prato de comida era simplesmente deixado na porta de seu quarto. Definitivamente Elvis não queria ver absolutamente ninguém! Vários são os fatores apontados pelos biógrafos que tentam justificar esse lamentável estado de espírito de Elvis nos derradeiros anos de vida. Para alguns o principal motivo de tanta depressão, angústia e tristeza, era o final decepcionante de seu casamento. Nada surpreendeu mais Elvis do que saber que sua amada esposa Priscilla Presley o havia simplesmente traído com seu próprio instrutor de Karatê, Mike Stone. Este fato deixou Elvis extremamente chocado e sem saber o que fazer! Em um primeiro momento e sem raciocinar de forma equilibrada, Elvis tentou resolver tudo ao velho estilo sulista, chegando inclusive a ameaçar de morte sua esposa e seu amante! Mas passado algum tempo desistiu da idéia após ser aconselhado por seu vocalista de apoio e amigo, J.D. Sumner. Esse fato por si só serviu apenas para deixá-lo ainda mais deprimido. Mas não era só em aspectos pessoais que podemos encontrar os vários motivos de Elvis a desenvolver uma depressão cada vez mais acentuada e crescente. Sua carreira também não ajudava. Vários de seus planos foram por água abaixo com o passar do tempo.
Pablo Aluísio.
Para Joe Esposito muitos fatos que aconteceram acabaram levando o cantor a um estado de depressão cada vez mais presente e forte, o que agravou ainda mais sua saúde, de uma forma geral, e cita exemplos de acontecimentos que de uma forma ou outra atingiam indiretamente Elvis: "Veja, acima de tudo eu quero que as pessoas entendam que Elvis era apenas outro ser humano com talentos dotados de Deus, que ninguém mais no mundo teve. Ele se machucava como você e eu. Ele tinha problemas como todos têm. As pessoas o colocaram em um pedestal. Certa vez Elvis fez uma declaração afirmando que a imagem de um artista e o verdadeiro ser humano atrás dessa fachada eram coisas distintas. É verdade, Elvis não era a imagem que mostrava nos palcos ou nos filmes. Ele se magoava quando o atingiam. Ele possuía sentimentos como todos nós. Ele ficava deprimido quando as pessoas comentavam seu estado físico. Você acha que alguém gostaria de ler uma crítica o humilhando por ter ganho um grande aumento de peso? De repente você vê as manchetes: 'Elvis, gordo e aos 40'. Isso vai machucar alguém, não importa quem seja. Todos nós temos um pouco de orgulho e ego para nós mesmos. Mas esse cara tem que tê-lo no ar, em volta do mundo. Tem que estar nas capas de revistas e isso machuca." Esse aliás é um dos consensos em torno da biografia de Elvis Presley. Tanto para Esposito como para todos os que viveram ao seu lado, tudo o que ocorreu de negativo em relação a Elvis no tocante a sua vida pessoal e profissional, acabou agravando ainda mais a sua já tão presente e crônica depressão.
Um dos mais graves problemas enfrentados por Elvis Presley em seus anos finais foi sua depressão crescente, tão bem retratada por Joe Esposito em seu depoimento. Nos últimos momentos de sua vida as pessoas que viviam ao lado do cantor testemunharam o longo declínio do artista nesse aspecto. Elvis, que nos anos 60 foi uma pessoa extremamente festiva e alegre entre os amigos, a ponto de promover praticamente uma festa por noite quando estava filmando em Hollywood, foi aos poucos se deixando dominar pela melancolia e angústia. Não era raro o cantor simplesmente se isolar do mundo quando estava em Graceland durante seus momentos de ócio. E se isolar não significava apenas não sair mais de sua mansão, mas sim nem ao menos sair mais de seu quarto para fazer suas refeições ao lado de seus amigos e familiares. Elvis, quando mergulhava profundamente em estado depressivo, não queria ver ou se socializar com mais ninguém.
Ele entrava em um estado tão enclausurado que chegava inclusive a espantar seus próprios empregados. Muitas vezes o prato de comida era simplesmente deixado na porta de seu quarto. Definitivamente Elvis não queria ver absolutamente ninguém! Vários são os fatores apontados pelos biógrafos que tentam justificar esse lamentável estado de espírito de Elvis nos derradeiros anos de vida. Para alguns o principal motivo de tanta depressão, angústia e tristeza, era o final decepcionante de seu casamento. Nada surpreendeu mais Elvis do que saber que sua amada esposa Priscilla Presley o havia simplesmente traído com seu próprio instrutor de Karatê, Mike Stone. Este fato deixou Elvis extremamente chocado e sem saber o que fazer! Em um primeiro momento e sem raciocinar de forma equilibrada, Elvis tentou resolver tudo ao velho estilo sulista, chegando inclusive a ameaçar de morte sua esposa e seu amante! Mas passado algum tempo desistiu da idéia após ser aconselhado por seu vocalista de apoio e amigo, J.D. Sumner. Esse fato por si só serviu apenas para deixá-lo ainda mais deprimido. Mas não era só em aspectos pessoais que podemos encontrar os vários motivos de Elvis a desenvolver uma depressão cada vez mais acentuada e crescente. Sua carreira também não ajudava. Vários de seus planos foram por água abaixo com o passar do tempo.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 31
Joe Esposito, em recente entrevista, procurou desfazer essa imagem de um Elvis Presley completamente submisso ao tirânico Tom Parker. Perguntado sobre a recusa de Parker para Elvis fazer a refilmagem de "Nasce uma estrela" (com Barba Streisand), um dos símbolos máximos da teoria "Elvis, marionete de Tom", ele explicou: "As pessoas esquecem que Elvis e o Coronel formavam um time. Elvis não era uma pessoa fácil de manipular. Ele era uma pessoa muito obstinada com as coisas. Todos não percebem que quando ele colocava sua mente contra alguma coisa, você não conseguia mais conversar com ele sobre isso. Ele fazia o que queria. Definitivamente não foi o Coronel que recusou o convite para filmar "Nasce uma estrela". Elvis é que não queria mais fazê-lo após uma conversa. Eu estava lá com Elvis, Barbra Streisand, Jon Peters e o Coronel. A idéia era fabulosa, era a chance de Elvis retomar com estilo sua carreira de ator, que muitos considerava morta e enterrada. Mas depois Elvis pensou e percebeu que o diretor iria ser Jon Peters, namorado de Barbra. Ele percebeu com isso que não teria nenhum controle sobre o resultado final. Ele definitivamente não queria Peters na direção do filme, mas alguém com talento e que não fosse tão íntimo assim da atriz principal. Para Elvis isso iria prejudicar o resultado final, porém ele não tinha como falar isso pessoalmente e abertamente para Barbra. Além disso Elvis estava certo que Barbra, de personalidade extremamente forte e dominadora, iria tomar o controle absoluto sobre isso. O ego de Elvis era muito grande, assim como o de Barbra. Elvis achou que iria perder o controle durante as filmagens. Elvis sentiu que iria entrar em algo que não teria controle. Então ele disse a Parker que ele fizesse uma proposta inaceitável, como pedir uma fabulosa soma de dinheiro que não poderia ser bancada pelo estúdio. E assim Parker o fez. Depois Elvis comentou comigo: 'Deixei o Coronel levar a culpa, ele não se importa com isso'. O Coronel errou muitas vezes durante a carreira de Elvis, ele não era perfeito.
Joe Esposito então desmistifica uma das grandes histórias mal contadas da carreira de Elvis. Com isso ele quer deixar claro que não apenas o Coronel dava suas notas desafinadas na carreira do cantor, mas que ele, Elvis Presley, também era o autor de muitas e muitas notas dissonantes produzidas ao longo dos anos... Joe Esposito foi, durante grande parte da carreira de Elvis Presley, uma das pessoas mais próximas a ele. Além de confidente, amigo e ajudante, Esposito também conseguiu um feito que poucos caras da Máfia de Memphis conseguiram: ser também reconhecido como uma pessoa de valor por ninguém menos do que Tom Parker e a esposa de Elvis, Priscilla Presley. Com essa vantagem em especial Esposito transitou livremente pelos dois pólos da carreira do cantor, tanto compartilhando de sua vida pessoal como profissional, aonde chegou a trabalhar por longo tempo com o Coronel, participando inclusive de muitas decisões que foram tomadas ao longo dos anos envolvendo os rumos que Elvis tomaria dali pra frente. Nada mais natural do que considerá-lo como uma das grandes testemunhas oculares do que efetivamente aconteceu com Elvis em seus anos finais. Ele não apenas ouviu dizer ou leu sobra a história de Elvis, ele a vivenciou. Em vista disso qualquer de seus comentários ou observações é extremamente relevante. Para Joe Esposito o grande problema envolvendo Elvis Presley em seus derradeiros anos não se resumia aos aspectos puramente profissionais ou aos caminhos, muitas vezes equivocados, que ele trilhou.
O grande problema sobre Elvis era estritamente pessoal. Para Esposito chegou um ponto em que ninguém mais poderia ajudá-lo, apenas Elvis poderia se salvar das armadilhas em que havia se enroscado. Questionado hoje, muitos anos após a morte do cantor, se a família ou os amigos poderiam ter salvo a vida de Elvis, o internando em uma clínica de reabilitação para viciados em drogas, por exemplo, numa verdadeira intervenção pessoal sobre ele, Esposito dá sua conclusão sobre o assunto: "Bem, naqueles tempos não pensávamos sequer nessa possibilidade. Fazer uma intervenção em Elvis?! Naquele tempo você não poderia fazer isso. Estamos falando de muitos anos atrás. Estamos falando de um tempo em que apenas seu pai teria os meios legais de fazer algo desse tipo. Certamente Vernon tentou de algum modo, penso inclusive que ele deveria ter sido um pouco mais firme e incisivo sobre essa questão, mas na realidade ninguém tinha controle sobre Elvis e não podíamos fazer nada nesse sentido. Teríamos sido presos e jogados na cadeia por rapto, para falar a verdade. Hoje, esse tipo de coisa é bem mais comum, de qualquer forma nunca ouvi falar em fazer algo desse tipo em alguém tão famoso quanto Elvis".
Para Esposito a grande questão envolvendo Elvis em seus anos finais passa necessariamente por seu uso e abuso de remédios, algo que o limitava, que o inibia a tentar novos caminhos e promover mudanças artísticas no que vinha apresentando em seus momentos finais. Como alguém iria promover algum tipo de mudança significativa se toda sua atenção era desviada para tantos problemas pessoais?! Não havia brecha para que Elvis pensasse seriamente sobre nada, no que diz respeito aos erros e acertos que Tom Parker ia promovendo ao longo do tempo. Com a palavra Esposito: "Certamente havia um sério problema. Ele certamente não engolia tantas pílulas quanto o que vemos em livros e revistas. Mas havia um sério problema envolvido certamente. Elvis tinha uma forte constituição física e era o tipo de pessoa que tomaria algumas pílulas para dormir, só que elas não fariam o mesmo efeito após um certo tempo. Então certamente, duas horas mais tarde, ele tomaria mais algumas. E ele fazia isso com todos os remédios que ingeria. Tomando um monte deles ele acabou imune aos seus efeitos. Para promover os mesmos efeitos ele teria que necessariamente aumentar as doses gradativamente e isso virava um círculo vicioso. Daqui a
pouco a mesma quantidade já não faria mais efeito e então ele aumentaria mais ainda as doses uma segunda vez e assim sucessivamente...
Pablo Aluísio.
Joe Esposito então desmistifica uma das grandes histórias mal contadas da carreira de Elvis. Com isso ele quer deixar claro que não apenas o Coronel dava suas notas desafinadas na carreira do cantor, mas que ele, Elvis Presley, também era o autor de muitas e muitas notas dissonantes produzidas ao longo dos anos... Joe Esposito foi, durante grande parte da carreira de Elvis Presley, uma das pessoas mais próximas a ele. Além de confidente, amigo e ajudante, Esposito também conseguiu um feito que poucos caras da Máfia de Memphis conseguiram: ser também reconhecido como uma pessoa de valor por ninguém menos do que Tom Parker e a esposa de Elvis, Priscilla Presley. Com essa vantagem em especial Esposito transitou livremente pelos dois pólos da carreira do cantor, tanto compartilhando de sua vida pessoal como profissional, aonde chegou a trabalhar por longo tempo com o Coronel, participando inclusive de muitas decisões que foram tomadas ao longo dos anos envolvendo os rumos que Elvis tomaria dali pra frente. Nada mais natural do que considerá-lo como uma das grandes testemunhas oculares do que efetivamente aconteceu com Elvis em seus anos finais. Ele não apenas ouviu dizer ou leu sobra a história de Elvis, ele a vivenciou. Em vista disso qualquer de seus comentários ou observações é extremamente relevante. Para Joe Esposito o grande problema envolvendo Elvis Presley em seus derradeiros anos não se resumia aos aspectos puramente profissionais ou aos caminhos, muitas vezes equivocados, que ele trilhou.
O grande problema sobre Elvis era estritamente pessoal. Para Esposito chegou um ponto em que ninguém mais poderia ajudá-lo, apenas Elvis poderia se salvar das armadilhas em que havia se enroscado. Questionado hoje, muitos anos após a morte do cantor, se a família ou os amigos poderiam ter salvo a vida de Elvis, o internando em uma clínica de reabilitação para viciados em drogas, por exemplo, numa verdadeira intervenção pessoal sobre ele, Esposito dá sua conclusão sobre o assunto: "Bem, naqueles tempos não pensávamos sequer nessa possibilidade. Fazer uma intervenção em Elvis?! Naquele tempo você não poderia fazer isso. Estamos falando de muitos anos atrás. Estamos falando de um tempo em que apenas seu pai teria os meios legais de fazer algo desse tipo. Certamente Vernon tentou de algum modo, penso inclusive que ele deveria ter sido um pouco mais firme e incisivo sobre essa questão, mas na realidade ninguém tinha controle sobre Elvis e não podíamos fazer nada nesse sentido. Teríamos sido presos e jogados na cadeia por rapto, para falar a verdade. Hoje, esse tipo de coisa é bem mais comum, de qualquer forma nunca ouvi falar em fazer algo desse tipo em alguém tão famoso quanto Elvis".
Para Esposito a grande questão envolvendo Elvis em seus anos finais passa necessariamente por seu uso e abuso de remédios, algo que o limitava, que o inibia a tentar novos caminhos e promover mudanças artísticas no que vinha apresentando em seus momentos finais. Como alguém iria promover algum tipo de mudança significativa se toda sua atenção era desviada para tantos problemas pessoais?! Não havia brecha para que Elvis pensasse seriamente sobre nada, no que diz respeito aos erros e acertos que Tom Parker ia promovendo ao longo do tempo. Com a palavra Esposito: "Certamente havia um sério problema. Ele certamente não engolia tantas pílulas quanto o que vemos em livros e revistas. Mas havia um sério problema envolvido certamente. Elvis tinha uma forte constituição física e era o tipo de pessoa que tomaria algumas pílulas para dormir, só que elas não fariam o mesmo efeito após um certo tempo. Então certamente, duas horas mais tarde, ele tomaria mais algumas. E ele fazia isso com todos os remédios que ingeria. Tomando um monte deles ele acabou imune aos seus efeitos. Para promover os mesmos efeitos ele teria que necessariamente aumentar as doses gradativamente e isso virava um círculo vicioso. Daqui a
pouco a mesma quantidade já não faria mais efeito e então ele aumentaria mais ainda as doses uma segunda vez e assim sucessivamente...
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 30
No novo país, sem emprego e sem perspectivas, Andreas finalmente conseguiu arranjar uma instituição que o aceitasse. Foi assim, tirando novos documentos, alegando que os originais havia sido furtados, que Andreas forjou uma nova documentação e começou a sua nova vida na América, logo no lugar ideal onde ganharia finalmente a legitimação que seu novo personagem tanto necessitava: o exército. É justamente nesse ponto que os primeiros registros oficiais trazem um pouco da história do novo Tom Parker, recém chegado na América. O importante a se frisar sobre toda essa teoria é de que ela vem para reforçar ainda mais as verdadeiras razões que levaram Parker a tomar várias e várias decisões prejudiciais à carreira de Elvis Presley. Se tudo o que foi levantado por Alanna Nash realmente for verdadeiro então finalmente podemos compreender porque Elvis nunca fez shows fora dos EUA, porque ele foi tão desperdiçado como artista e porque nunca trilhou novos e gloriosos caminhos quando já era um verdadeiro mito. A pergunta seguinte agora se refere ao próprio Elvis: Qual foi afinal o tamanho de sua própria culpa? De que forma sua personalidade vulnerável e inconstante contribuiu decisivamente para que as coisas chegassem no ponto em que chegou?
Em sua autobiografia Priscilla Presley chama a atenção dos leitores para uma peculiaridade do modo de agir de Elvis ao longo dos anos. Ela traz à tona o fato de Elvis sempre abaixar a cabeça para Tom Parker, não importando quais fossem suas decisões. Priscilla lembra que Elvis sempre se portou como o líder absoluto dentro de seu grupo de amigos, mandando e demandando em todos, porém na presença de Parker Elvis ficava visivelmente diminuído e sem forças para enfrentá-lo. Com o longo dos anos e sua crescente dependência de drogas a situação só fez piorar, até que chegou o ponto em que Elvis simplesmente desistiu de se importar com sua carreira e sua própria vida. Elvis tinha uma personalidade sujeita a desenvolver vícios. Ele sempre procurava evitar os problemas de sua vida, pensando seriamente que se não os enfrentasse, eles desapareceriam!
Para alguém que sempre fugiu assim nada mais incentivador do que procurar a fuga no uso de drogas. Perceba que conforme sua vida ia entrando num beco sem saída (traição de Priscilla, queda na sua popularidade etc) ele gradativamente ia também aumentando seu consumo de drogas perigosas. Como ele próprio disse ao seu meio irmão: "Prefiro estar inconsciente do que desgraçado". Isso demonstra bem que ele próprio tinha plena consciência do que acontecia em sua vida! Fugir para não enfrentar os problemas... O fato de ter se tornado uma celebridade cedo demais também contribuiu para que ele vivesse dentro de uma bolha de alienação, muitas vezes se considerando um ser completamente iluminado e acima dos demais mortais (tanto que chegou ao ponto de querer curar as pessoas com as mãos!!!).
Sua alienação e sua necessidade crescente de viver em um hedonismo sem fim trouxe sérias conseqüências: a primeira sentida em sua vida profissional e a segunda no aspecto pessoal. Como artista ele deixou sua carreira afundar em vários buracos negros ao longo da vida (filmes, Las Vegas, etc) e na vida pessoal a história se repete: traído pela esposa, roubado por seus próprios empregados, manipulado a exaustão por seu empresário... enfim, com tantas coisas em desordem só sobrou mesmo a fuga nas pílulas que o mantinham inconsciente e alheio ao mundo ao seu redor. Elvis, de certa forma, fugiu da vida e quando isso acontece, geralmente a vida é que deixa quem não a quer mais. Ora, esse era justamente o cenário perfeito para o Coronel Tom Parker tomar o completo controle e se alguém deve ser culpado será justamente seu empresário dominador, manipulador e coercitivo. Mas será mesmo?
Pablo Aluísio.
Em sua autobiografia Priscilla Presley chama a atenção dos leitores para uma peculiaridade do modo de agir de Elvis ao longo dos anos. Ela traz à tona o fato de Elvis sempre abaixar a cabeça para Tom Parker, não importando quais fossem suas decisões. Priscilla lembra que Elvis sempre se portou como o líder absoluto dentro de seu grupo de amigos, mandando e demandando em todos, porém na presença de Parker Elvis ficava visivelmente diminuído e sem forças para enfrentá-lo. Com o longo dos anos e sua crescente dependência de drogas a situação só fez piorar, até que chegou o ponto em que Elvis simplesmente desistiu de se importar com sua carreira e sua própria vida. Elvis tinha uma personalidade sujeita a desenvolver vícios. Ele sempre procurava evitar os problemas de sua vida, pensando seriamente que se não os enfrentasse, eles desapareceriam!
Para alguém que sempre fugiu assim nada mais incentivador do que procurar a fuga no uso de drogas. Perceba que conforme sua vida ia entrando num beco sem saída (traição de Priscilla, queda na sua popularidade etc) ele gradativamente ia também aumentando seu consumo de drogas perigosas. Como ele próprio disse ao seu meio irmão: "Prefiro estar inconsciente do que desgraçado". Isso demonstra bem que ele próprio tinha plena consciência do que acontecia em sua vida! Fugir para não enfrentar os problemas... O fato de ter se tornado uma celebridade cedo demais também contribuiu para que ele vivesse dentro de uma bolha de alienação, muitas vezes se considerando um ser completamente iluminado e acima dos demais mortais (tanto que chegou ao ponto de querer curar as pessoas com as mãos!!!).
Sua alienação e sua necessidade crescente de viver em um hedonismo sem fim trouxe sérias conseqüências: a primeira sentida em sua vida profissional e a segunda no aspecto pessoal. Como artista ele deixou sua carreira afundar em vários buracos negros ao longo da vida (filmes, Las Vegas, etc) e na vida pessoal a história se repete: traído pela esposa, roubado por seus próprios empregados, manipulado a exaustão por seu empresário... enfim, com tantas coisas em desordem só sobrou mesmo a fuga nas pílulas que o mantinham inconsciente e alheio ao mundo ao seu redor. Elvis, de certa forma, fugiu da vida e quando isso acontece, geralmente a vida é que deixa quem não a quer mais. Ora, esse era justamente o cenário perfeito para o Coronel Tom Parker tomar o completo controle e se alguém deve ser culpado será justamente seu empresário dominador, manipulador e coercitivo. Mas será mesmo?
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 29
Para entender completamente as razões de Tom Parker, o empresário de Elvis, é preciso voltar na história. Primeira metade do século XX. Costa de Nova Iorque. A estátua da Liberdade saúda mais um navio de imigrantes que chegava na América. A terra da oportunidade dava as boas-vindas para mais um grande grupo de europeus que, espremidos na classe econômica, em navios extremamente lotados, chegavam com o coração cheio de sonhos e ambições à afamada "Terra dos sonhos". Embora fosse inverno e ele sentisse muito frio no convés do navio que viajava, o jovem holandês Andreas (nome real do homem que assumiria a falsa identidade de Tom Parker nos Estados Unidos anos depois), apenas mais um entre tantos imigrantes do velho mundo, estava feliz e mais do que tudo, aliviado. Feliz porque finalmente chegava ao seu destino, a tão sonhada América. Aliviado, porque deixava atrás de si, na Holanda, um fato que iria atormentá-lo até o final de seus dias. Porém para Andreas, naquele exato momento, o que importava era contemplar todos os arranha céus da nova cidade, linda, exuberante, esplêndida que agora seus olhos viam, Nova Iorque era um sonho, era o novo horizonte que se abria em sua vida.
O passado ficava para trás e o que realmente importava era pôr seus pés no novo país em que chegara, os Estados Unidos da América, e recomeçar sua vida do zero absoluto. Nascer de novo, se reinventar de uma forma radical. E foi assim, com todos esses sentimentos contraditórios, mas convergentes, que ele finalmente começou o seu próprio sonho americano, ou como dizia o lema sempre repetido pelos outros imigrantes durante a travessia do Atlântico Norte: "Vamos fazer juntos a América"! Ele estava decidido. A partir do momento em que finalmente pisasse nesse novo país ele iria deixar tudo para trás, inclusive sua própria identidade pessoal real. Daquele ponto em diante Andreas Cornelis van Kuijk, nascido na Holanda, deixava de existir. Assim que chegou no novo continente ele resolveu criar um outro nome para si, um novo local de nascimento, uma nova vida enfim. Desse ponto em diante Andreas deixava oficialmente de existir e nascia Thomas Andrew Parker, nascido em West Virginia, americano da gema, sulista, ciente de todas as tradições, enfim, o personagem criado por ele seria o supra-sumo do que ele próprio pensava ser o verdadeiro cidadão norte-americano. Tudo mentira, mas que iria lhe servir muito bem por décadas e décadas.
A pergunta vital nessa história é: por que razão Andreas tinha tanta necessidade e pressa de enterrar seu passado e viver a partir daí uma mentira que iria durar até o fim de seus dias? Por que, ao contrário dos demais imigrantes, sempre zelosos por sua própria cultura, Andreas nunca mais quis saber de voltar à sua terra natal e reencontrar seus próprios familiares? Que fato tão obscuro escondia sua história passada para que ele chegasse ao ponto de simplesmente riscar sua própria vida passada na Europa antes de chegar nos EUA? O que afinal aconteceu com Andreas antes dele embarcar naquele navio que o levou a América? Por que afinal ele nunca mais sequer cogitou colocar os pés novamente no velho continente?! Segundo Alanna Nash em seu livro "The Colonel: The Extraordinary Story of Colonel Tom Parker and Elvis Presley" Andreas (ou como todos o conhecemos, Tom Parker) na realidade não estava apenas imigrando para a América naquela data, mas sim fugindo da polícia holandesa, pois ele estava seriamente encrencado no espancamento, seguido de morte, de uma mulher e todos os indícios da investigação apontavam que ele, Tom Parker, havia assassinado a vítima.
Então, desesperado e com medo de ser preso pelo resto de seus dias, Parker simplesmente pegou o primeiro navio que encontrou e fugiu às pressas para o novo mundo, sem praticamente saber nada sobre o novo país em que chegava. É isso, Andreas Cornelis van Kuijk (que depois inventaria o personagem Tom Parker) na realidade nada mais era do que um homicida em fuga quando chegou ao novo destino! O que mais choca nessa tese é o fato de saber que foi justamente essa pessoa a responsável pelos rumos da carreira de um garoto sulista que iria ser conhecido nos quatro cantos do mundo muitos anos depois: Elvis Presley. Quando chegou na América, segundo Nash, a primeira providência de Andreas tomou foi simplesmente apagar todas as pistas que pudessem levar alguém a identificá-lo. Quem, senão um criminoso procurado, faria uma coisa dessas? E por uma dessas ironias do destino ele acabou encontrando por mero acaso com esse garoto pobre do Tennessee que parecia ter muito talento para explorar.
Para Elvis a raposa Andreas se apresentou como Tom Parker e como todos o conheciam assim, a farsa colou completamente. Parker assim assumiu o controle sobre a carreira de Elvis. Ele afinal de contas poderia fazer quase tudo nesse ramo de gerenciar sua carreira menos... viajar para o exterior, pois corria o sério risco de ser descoberto pelas autoridades americanas quando tentasse tirar seu passaporte. Afinal toda a sua documentação era forjada e falsificada. Não iria passar de jeito nenhum pelo departamento responsável do governo americano. Seria facilmente desmascarado, com risco de ser deportado e preso quando chegasse em algum aeroporto holandês. Assim Parker tomou sua decisão de jamais viajar para o exterior e isso significava que Elvis também não viajaria nunca para fora, afinal de contas se havia um medo maior do que ser preso para Parker era perder o controle absoluto sobre Elvis. No exterior o cantor poderia ser seduzido por grandes agências internacionais. Assim era melhor não ir para fora, nem ele e nem Elvis também. Dessa forma se tornou bem claro porque Elvis, artista mundialmente conhecido, jamais fez concertos fora dos Estados Unidos, a não ser poucas apresentações no Canadá nos distantes anos 1950. Como era pertinho, praticamente na fronteira, Parker não se sentiu ameaçado por essa rápida e rara excursão fora dos Estados Unidos. Fora isso, nada de colocar os sapatos de camurça azul em terras estrangeiras. Tom Parker, ou melhor dizendo, Andreas, não queria correr riscos maiores em ir para a cadeia e perder o controle sobre Elvis. Seria o fim de sua vida, literalmente.
Pablo Aluísio.
O passado ficava para trás e o que realmente importava era pôr seus pés no novo país em que chegara, os Estados Unidos da América, e recomeçar sua vida do zero absoluto. Nascer de novo, se reinventar de uma forma radical. E foi assim, com todos esses sentimentos contraditórios, mas convergentes, que ele finalmente começou o seu próprio sonho americano, ou como dizia o lema sempre repetido pelos outros imigrantes durante a travessia do Atlântico Norte: "Vamos fazer juntos a América"! Ele estava decidido. A partir do momento em que finalmente pisasse nesse novo país ele iria deixar tudo para trás, inclusive sua própria identidade pessoal real. Daquele ponto em diante Andreas Cornelis van Kuijk, nascido na Holanda, deixava de existir. Assim que chegou no novo continente ele resolveu criar um outro nome para si, um novo local de nascimento, uma nova vida enfim. Desse ponto em diante Andreas deixava oficialmente de existir e nascia Thomas Andrew Parker, nascido em West Virginia, americano da gema, sulista, ciente de todas as tradições, enfim, o personagem criado por ele seria o supra-sumo do que ele próprio pensava ser o verdadeiro cidadão norte-americano. Tudo mentira, mas que iria lhe servir muito bem por décadas e décadas.
A pergunta vital nessa história é: por que razão Andreas tinha tanta necessidade e pressa de enterrar seu passado e viver a partir daí uma mentira que iria durar até o fim de seus dias? Por que, ao contrário dos demais imigrantes, sempre zelosos por sua própria cultura, Andreas nunca mais quis saber de voltar à sua terra natal e reencontrar seus próprios familiares? Que fato tão obscuro escondia sua história passada para que ele chegasse ao ponto de simplesmente riscar sua própria vida passada na Europa antes de chegar nos EUA? O que afinal aconteceu com Andreas antes dele embarcar naquele navio que o levou a América? Por que afinal ele nunca mais sequer cogitou colocar os pés novamente no velho continente?! Segundo Alanna Nash em seu livro "The Colonel: The Extraordinary Story of Colonel Tom Parker and Elvis Presley" Andreas (ou como todos o conhecemos, Tom Parker) na realidade não estava apenas imigrando para a América naquela data, mas sim fugindo da polícia holandesa, pois ele estava seriamente encrencado no espancamento, seguido de morte, de uma mulher e todos os indícios da investigação apontavam que ele, Tom Parker, havia assassinado a vítima.
Então, desesperado e com medo de ser preso pelo resto de seus dias, Parker simplesmente pegou o primeiro navio que encontrou e fugiu às pressas para o novo mundo, sem praticamente saber nada sobre o novo país em que chegava. É isso, Andreas Cornelis van Kuijk (que depois inventaria o personagem Tom Parker) na realidade nada mais era do que um homicida em fuga quando chegou ao novo destino! O que mais choca nessa tese é o fato de saber que foi justamente essa pessoa a responsável pelos rumos da carreira de um garoto sulista que iria ser conhecido nos quatro cantos do mundo muitos anos depois: Elvis Presley. Quando chegou na América, segundo Nash, a primeira providência de Andreas tomou foi simplesmente apagar todas as pistas que pudessem levar alguém a identificá-lo. Quem, senão um criminoso procurado, faria uma coisa dessas? E por uma dessas ironias do destino ele acabou encontrando por mero acaso com esse garoto pobre do Tennessee que parecia ter muito talento para explorar.
Para Elvis a raposa Andreas se apresentou como Tom Parker e como todos o conheciam assim, a farsa colou completamente. Parker assim assumiu o controle sobre a carreira de Elvis. Ele afinal de contas poderia fazer quase tudo nesse ramo de gerenciar sua carreira menos... viajar para o exterior, pois corria o sério risco de ser descoberto pelas autoridades americanas quando tentasse tirar seu passaporte. Afinal toda a sua documentação era forjada e falsificada. Não iria passar de jeito nenhum pelo departamento responsável do governo americano. Seria facilmente desmascarado, com risco de ser deportado e preso quando chegasse em algum aeroporto holandês. Assim Parker tomou sua decisão de jamais viajar para o exterior e isso significava que Elvis também não viajaria nunca para fora, afinal de contas se havia um medo maior do que ser preso para Parker era perder o controle absoluto sobre Elvis. No exterior o cantor poderia ser seduzido por grandes agências internacionais. Assim era melhor não ir para fora, nem ele e nem Elvis também. Dessa forma se tornou bem claro porque Elvis, artista mundialmente conhecido, jamais fez concertos fora dos Estados Unidos, a não ser poucas apresentações no Canadá nos distantes anos 1950. Como era pertinho, praticamente na fronteira, Parker não se sentiu ameaçado por essa rápida e rara excursão fora dos Estados Unidos. Fora isso, nada de colocar os sapatos de camurça azul em terras estrangeiras. Tom Parker, ou melhor dizendo, Andreas, não queria correr riscos maiores em ir para a cadeia e perder o controle sobre Elvis. Seria o fim de sua vida, literalmente.
Pablo Aluísio.
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