segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 10

O Rei apenas ficava curtindo a cena em seus aposentos, rindo e se divertindo com o jeito impaciente e ansioso de seu produtor. Mas entre uma risada e outra uma “loucura” apareceu na cabeça de Elvis. Lá em cima o cantor havia tido uma idéia assustadora. Elvis começou a espalhar seu arsenal de armas pelo chão do quarto e chamou os caras da máfia de Memphis. “Tive uma idéia, uma grande idéia, não há como dar errado!” - dizia Elvis empolgado! “Vamos exterminar os traficantes de Memphis hoje à noite!” Todos ficaram completamente atônicos com o que Elvis acabara de dizer! Como é que é!? Os caras da máfia de Memphis olhavam uns para os outros sem acreditar no que Elvis dizia!

“Esses caras estão por aí, a polícia há anos querem pegá-los, Rick está com problemas. Vamos pegá-los hoje. Faremos uma emboscada, depois volto para Graceland para gravar o disco. Será um álibi perfeito! Vamos explodir os miolos deles, onde está aquele meu distintivo?” Enquanto Elvis buscava sua insígnia de agente federal, todos ficavam pasmos! Era demais! Como é que todos iriam sair dessa?! Ninguém ali era um assassino!!! Elvis estava completamente fora de si, tagarelando e falando asneiras, uma atrás da outra! Joe percebeu que Elvis estava agindo daquela forma por causa dos remédios tomados por ele, como estimulantes e antidepressivos. Ao misturar tudo Elvis ficou elétrico, tendo idéias malucas, totalmente fora de propósito.

O Dr Nick foi chamado às pressas para Graceland, antes que Elvis pudesse fazer uma besteira. Quando o Dr Nick chegou na mansão percebeu a situação completamente caótica: lá embaixo o grupo de Elvis e a RCA esperando o cantor descer para gravar seu disco e lá em cima Elvis tentando convencer a máfia de Memphis a limpar as ruas dos traficantes de drogas. Era surreal! Logo o médico lhe aplicou uma injeção para tranqüilizá-lo e fazer com que voltasse ao normal. “Diabos, vamos lá pessoal, vamos limpar a cidade!” - ainda disse Elvis em um último apelo. Porém aos poucos, após tomar uma nova medicação, ele foi se acalmando e recuperando a razão.

 O relógio chegava perto da meia noite quando finalmente Elvis desceu as escadas de seu quarto, devagar, lentamente, um degrau por vez...bem lentamente. Quando todos esperavam que a dose de confusões havia se esgotado, Elvis aprontou mais uma! Quando entrou no recinto todos levaram um susto. Elvis trazia à mão uma metralhadora privativa do exército israelense. Visivelmente alterado pelo abuso de drogas Elvis sentou-se e chamou os rapazes da banda para dar uma olhadinha na “belezinha” que ele havia acabado de comprar. Chegou ao ponto de apontar para o caríssimo equipamento da RCA e dizer ironicamente: “Não é um equipamento de milhares de dólares? Poderia fazê-lo em pedaços quando quisesse!”.

Felton Jarvis ficou totalmente assustado e não se atreveu a pedir a Elvis que ele começasse os trabalhos. O cantor olhou ao redor e percebeu que suas vocalistas estavam estarrecidas. “Não se preocupem queridas, é só uma arma. Uma lindeza, não é mesmo?... Acho que vou usar essas caixas de som como alvo... o que acham? Seria uma boa idéia? Vamos lá... digam o que acham...”. Ninguém sabia direito o que fazer: rir ou não? Ficar assustado ou não? Demonstrar nervosismo? Elvis levantou-se, apontou a metralhadora para as caixas e riu... “Esses caras da RCA gostariam disso, não é?...Não vou lhes dar esse gostinho”.

Finalmente Elvis entregou a metralhadora para Hambúrguer James dizendo: “Guarde-a com cuidado” e piscando o olho finalizou: “Podemos precisar dela mais tarde, hein?... Depois dispensou todos avisando: “Talvez só grave algo amanhã, hoje não estou com vontade de gravar nada, estou com dor de garganta...” Todo mundo sabia que era mentira, no fundo todos queriam mesmo que Elvis saísse dali, no estado em que ele estava podia ser perigoso... Felton quase teve um enfarte, pois cada dia que o equipamento ficava ocioso causava um tremendo prejuízo para a gravadora. No dia seguinte os músicos ficaram novamente o dia todo tomando banho de piscina e desfrutando da boa comida de Graceland,

Enquanto Elvis ficava lá em cima dormindo mais uma vez. Felton Jarvis ligou para a RCA em Nova Iorque, ele tinha chegado à conclusão de que as sessões em Graceland seriam um desastre completo, um grande desperdício de trabalho, tempo e dinheiro. Já tinha acontecido de tudo naquela semana, garotas iam e vinham, puxa-sacos assalariadas por todos os lados, músicos de calção de banho o dia inteiro, Elvis armado até os dentes (inclusive já tinha até mesmo planejado uma missão ao melhor estilo Charles Bronson em “Desejo de matar” para liquidar os traficantes de drogas em Memphis) mas... gravar que era bom, nada. Por um valete real Elvis mandou avisar seu produtor que naquela noite ele iria descer finalmente para gravar as canções. “Palavra de escoteiro!” mandou frisar o astro! Felton respirou aliviado, mas será que isso iria acontecer mesmo?...

Pablo Aluísio.

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