domingo, 11 de dezembro de 2005

Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 22

A mistura de tantas drogas de uma só vez era um enorme risco e Elvis certamente arriscava sua vida todos os dias ao fazer uso de tantos medicamentos ao mesmo tempo. Elvis tinha plena consciência dos riscos que corria todos os dias, mas não se importava mais. O que realmente tinha importância para ele nessa fase final de sua vida era realmente ir a nocaute todas as manhãs e só acordar no final da tarde para fazer mais uma apresentação. Sua vida realmente se resumia nisso: fazer shows, ir para o hotel e desabar sob efeitos de drogas. Rick Stanley relembra: "Quando saía da cama havia uma grande quantidade de drogas excitantes. De um estado de torpor Elvis saltava rapidamente para um quadro de extrema agitação, após tomar as drogas! Ele ficava totalmente fora de ordem, ficava totalmente elétrico, matraqueando e falando sem parar, então seu médico tinha que novamente lhe aplicar algo para que ele voltasse ao normal."

O médico sempre ficava observando Elvis para ver como ele reagiria as doses que tomava pela manhã, se ele ficasse muito agitado não demorava muito e eles lhe aplicavam logo Valium ou qualquer coisa parecida e nesse vai e vem ele ficava 24 horas por dia medicado e muitas vezes perdia a noção das coisas, perdia a noção de tempo e espaço". Essa rotina, muitas vezes, fazia com que Elvis ficasse sem saber nem onde estava e nem onde se apresentava. Houve ocasiões em que ele entrou no palco sem nem ao menos saber em que cidade ou Estado estava! Não raras vezes se virava para Rick Stanley após o concerto e perguntava: "Onde estou?"

Depois de sofrer o primeiro ataque, seu médico particular se retirava do quarto. Então um terceiro assistente vindo diretamente da cozinha do hotel trazia sua última refeição antes de ir dormir: Três enormes chessburguers, dois ou três dos famosos sanduíches de banana, quatro a cinco bananas Splits, muita fritura e bacon, três a quatro refrigerantes, muitos doces e sorvetes... enfim, uma dieta nada saudável, um verdadeiro desastre nutricional para a saúde de qualquer pessoa. Não era por outro motivo que ele estava muitos quilos à frente de seu peso normal. Tudo era fruto da gulodice desenfreada do cantor, que nem mais se importava com sua aparência anormal e pesada no palco. Em relação à sua imagem pessoal, Elvis parecia não mais se importar. Ele estava gordo?! E daí?! Para o antigo símbolo de beleza masculina isso parecia não mais incomodar. Como muitos americanos de sua idade que nunca se cuidaram, Elvis era uma paródia triste da antiga imagem impecável que tanto impacto causou no passado. Considerado nos anos 50 um dos homens mais bonitos do mundo, Elvis agora só podia se lamentar e se entristecer ao se deparar consigo mesmo em frente ao espelho: pálido, gordo e envelhecido

Os anos de símbolo sexual há muito ficaram para trás. O que importava agora era se empapuçar de comida, até como uma forma de aliviar sua angústia e sua depressão cada vez mais crescente. A obesidade descontrolada de Elvis se tornava cada vez mais um sério problema para as organizações Presley, como bem relembra Rick Stanley: "A saúde de Elvis estava praticamente arruinada por seu estilo de vida. Elvis tinha hábitos alimentares realmente ruins. Todo mundo estava sempre tentando fazê-lo perder peso, mas era preciso ter cuidado ao fazer esse tipo de sugestão ou ele ficava furioso. Então sugeriram indiretamente, como, por exemplo, assegurando-se de que ele estava ao alcance do ouvido quando diziam a alguém coisas do tipo como: 'Eu tenho um amigo que perdeu um monte de peso comendo iogurte'. Então podia ser que mais tarde Elvis começasse a tomar iogurte. Ele arranjou aquelas pequenas vasilhas de iogurte com frutas, mas não adiantou porque ele comia 20 de uma vez e continuava comendo tanto quanto antes! A mesma coisa aconteceu com pêssegos. Red West lhe disse que pêssegos ajudava as pessoas a perderem peso rapidamente. A partir desse dia Elvis teve uma loucura passageira por pêssegos e comia esse tipo de fruta dia e noite. Mas não adiantou nada por causa de sua fome descontrolada. Ele comia uma dúzia de pêssegos de uma só vez e cuspia os caroços por toda parte, em todos os lugares. Algumas vezes ele os jogava no assoalho. Passou dos 113 quilos. Houve ocasiões em que tivemos que conseguir cintas de Saran Wrap, gigantescas mesmo, e apertar seu estômago! Aquilo tornava quase impossível a respiração. Na última parte de sua vida ele não estava realmente acertando muitas notas. Apenas as tartamudeava, indo através dos movimentos!".

Pablo Aluísio.

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