terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 40

Joe Esposito continua a relembrar os acontecimentos: "Então finalmente os paramédicos chegaram. Logo perceberam que Elvis tinha que ser levado às pressas ao hospital. Seus sinais de vida eram mínimos. Charlie Hodge e eu ajudamos os paramédicos a levantar o pesado corpo de Elvis. O colocamos numa maca e descemos as escadas, duas pessoas de cada lado. A confusão era enorme, pessoas chorando, gritando por Elvis. O colocamos na ambulância e fomos com ele ao hospital. Estávamos apreensivos, no caminho não conseguíamos pensar em nada, falar em nada. O Dr. Nick chegou bem a tempo e entrou na ambulância. O caminho em direção ao hospital pareceu durar uma eternidade. Eles o retiraram rapidamente quando chegamos ao centro de emergência. Fomos então escoltados por um oficial para fora do local onde iriam tentar ressuscitar Elvis. Aquilo parecia não ter mais fim, porém só durou trinta minutos. Finalmente os médicos reuniram todos, os familiares e amigos que tinham chegado junto com Elvis, numa sala do lado e comunicaram que ele havia falecido e que não haveria mais nada do que se pudesse fazer!"

Esposito relembra aquela hora terrível, quando finalmente todos souberam que não havia mais esperanças para Elvis pois ele estava clinicamente morto: "Numa hora dessas você fica rezando para que tudo fique bem mas sabe que acabou. Ele estava morto há um bom tempo. Não foi como se ele ainda estivesse quente ou algo assim. Ele estava frio e o tremor da morte já se manifestava. Mas você sempre tem aquela pequena centelha de esperança, mas infelizmente eu já sabia que ele estava morto. Nós ficamos pálidos, rezando para que tudo ficasse bem. Não posso dizer a você o que se passava na minha mente naquele momento. Realmente é algo difícil até mesmo para relembrar. Eu não sabia o que fazer. Após saber de sua morte fiquei desorientado. Então eu disse: 'Esta é a apresentação final de Elvis, vamos nos certificar de que seja feito direito. Não sei de onde tirei essa força. Voltei a Graceland e falei com seu pai sobre a organização do funeral de Elvis. Apenas entrei na organização do seu funeral e me certifiquei de que tudo seria feito de forma certa, com a segurança e outras coisas, para que tudo fosse muito respeitoso. É complicado dizer isso agora mas acho que se Linda ainda estivesse com Elvis as coisas teriam sido diferentes. Ginger simplesmente não sabia. Ela era muito jovem e imatura. Não sabia muito sobre a vida. Acho que Linda teria notado sua falta bem antes de Ginger e teria ido atrás de Elvis e assim teríamos salvo sua vida. Mas Linda não estava lá. Ginger adormeceu e Elvis muito provavelmente ficou horas sem socorro. Quando chegamos já era tarde demais."

Elvis Aaron Presley foi declarado oficialmente morto às 15:30 hs do dia 16 de agosto de 1977. Talvez quem melhor tenha feito um balanço final da morte de Elvis tenha sido sua ex esposa Priscilla Presley em seu livro autobiográfico: "A morte de Elvis tornou-me muito mais consciente de minha própria mortalidade e das pessoas que eu amava. Compreendi que era melhor começar a partilhar mais com as pessoas com quem me importava, cada momento que tinha com minha filha ou meus pais se tornou mais precioso. Aprendi com Elvis, muitas vezes – lamentavelmente – com seus erros. Aprendi que ter muitas pessoas ao redor pode minar suas energias. Aprendi o preço de tentar fazer todos felizes. Elvis dava presentes a alguns e deixava outros ciumentos, freqüentemente criando rivalidades e ansiedades no grupo. Aprendi a confrontar as pessoas e os problemas – duas coisas que Elvis sempre evitara."

Fazendo uma avaliação sobre os problemas que levaram Elvis para seu triste fim, sua esposa, ainda procurando por explicações, concluiu: "Aprendi a assumir o controle da minha vida. Elvis era tão jovem quando se tornara um astro que nunca fora capaz de manipular o poder e o dinheiro que acompanhavam a fama. Sob muitos aspectos, ele foi uma vítima, destruído pelas próprias pessoas que atendiam a todos os seus desejos e necessidades. Foi também uma vítima de sua imagem. O público queria que ele fosse perfeito, enquanto a imprensa implacavelmente exagerava os seus defeitos. Nunca teve a oportunidade de ser humano, de crescer para se tornar um adulto amadurecido, experimentar o mundo além de seu casulo artificial. Quando Elvis Presley morreu, um pouco de nossas próprias vidas nos foi tirado, de todos que conheciam e amavam Elvis Presley, que partilharam suas Músicas e filmes, que acompanharam sua carreira. Sua paixão era divertir os amigos e os fãs. O público era seu verdadeiro amor. E o amor que Elvis e eu partilhamos foi profundo e permanente. Elvis foi uma alma gentil, que emocionou e proporcionou felicidade a milhões de pessoas no mundo inteiro e continua a ser respeitado por seus semelhantes. Ele era um homem, um homem muito especial..."

Pablo Aluísio.

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