sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 18

Rick Stanley, uma das pessoas mais próximas de Elvis em seus últimos dias de vida, acusou, sem meias palavras, alguns médicos do cantor pela sua morte: “Em troca de receitas, quatro ou cinco médicos ganharam caríssimos presentes de Elvis”. A situação foi de certa forma confirmada por Ulisses Jones, uma das primeiras pessoas que estiveram no local da morte de Elvis para tentar salvar sua vida, pois em sua opinião algo foi deliberadamente mexido no banheiro onde Elvis morreu, escondendo evidências do local da sua morte, sumindo com caixas de remédios que estavam no chão e destruindo provas materiais da cena da morte de Elvis.

Em seu depoimento ele afirmou: “Assim que cheguei no local onde Elvis tinha morrido, vi vários frascos de remédios sobre o lavatório e no chão e imaginei, imediatamente, tratar-se de uma OD (overdose de drogas). Como de praxe pedi para que fossem recolhidos e entregues todos os remédios para as autoridades, mas as caixas de remédios nunca foram parar nas mãos dos policiais que estiveram no banheiro em que Elvis morreu. Alguém sumiu com as evidências, com todas as provas que poderiam ajudar a auxiliar no esclarecimento do que realmente aconteceu!” finalizou Ulisses.

Embora Elvis tratasse todos esses potentes medicamentos como simples caixinhas coloridas, eles estavam na realidade o levando a um caminho sem volta. As drogas foram minando seu organismo de forma gradual. Conforme a dependência ia aumentando os efeitos iam se tornando menos eficazes. Para manter a mesma eficácia Elvis tinha que sempre aumentar a dosagem, chegando ao ponto em que ele começou a andar literalmente no fio da navalha. Imagine o stress: ao mesmo tempo em que manipulava suas autoridades médicas, Elvis tinha que levar adiante sua vida, se apresentar quase todos os dias e ainda manter tudo em segredo. Um dia essa rotina iria levar Elvis ao colapso nervoso. E não deu outra. Durante muitos anos o real estado de Elvis era um segredo mantido a sete chaves pela organização Presley. A imagem de Elvis estava intocada e para o público ele era um exemplo, tanto em sua vida profissional como em sua vida pessoal.

Mas as coisas começaram a ficar complicadas quando Elvis começou a transparecer todos os seus problemas nos palcos, durante suas apresentações ao vivo. Quando Elvis começou a tropeçar na frente do público a imprensa começou a ficar de olho nele pra valer! Embora tivesse uma constituição física de um touro, o organismo de Elvis começou a fraquejar, principalmente a partir de 1974. Seus abusos iriam agora cobrar seu preço e expor Elvis e seus problemas na frente de todos. O Rei estava nu! O cantor começou a esquecer sistematicamente as letras, a se mostrar totalmente sem energia e sem interesse pelas apresentações, a fazer monólogos confusos e sem graça, a criar atritos com membros da banda e a interromper os concertos para se recuperar nos bastidores.

Isso quando ele conseguia entrar no palco, pois em algumas ocasiões ele sequer tinha condições de sair do hotel em que estava hospedado para fazer os concertos. Em Baton Rouge, Louisiana, por exemplo, Elvis nem conseguiu se levantar da cama na hora do show, totalmente prostrado, em narcose profunda! Além disso ele nunca mais iria caminhar para uma renovação em seus concertos, fazendo shows muito semelhantes entre si ao longo dos anos, quase sempre com as mesmas canções habituais tocadas repetidamente, ad nauseam. Cada apresentação sofrível de Elvis fomentava cada vez mais boatos. As pessoas saíam perplexas de suas apresentações, se perguntando o que havia acontecido com ele! Por que Elvis estava tão obeso, tão confuso e tão desnorteado?

Pablo Aluísio.

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