"Apesar de tudo temos a autópsia dele afirmando que certamente ele não morreu de uma overdose de drogas. Na verdade foi uma série de fatores, que juntos, causaram sua morte." - e prossegue Esposito - "Não estou dizendo que as drogas não tenham tido uma influência sobre sua morte ou que elas não contribuíram com o colapso de seu coração naquele dia. Tampouco estou dizendo que os remédios o mantinham saudável ou algo assim. Nada disso. Mas você tem que lembrar que ele morreu de uma doença no coração. Sim, ele estava tomando muitas pílulas em seus anos finais mas é errado afirmar que Elvis morreu de uma overdose de drogas. Não houve overdose, o seu coração apenas disse: 'É o bastante'".
Para Joe Esposito muitos fatos que aconteceram acabaram levando o cantor a um estado de depressão cada vez mais presente e forte, o que agravou ainda mais sua saúde, de uma forma geral, e cita exemplos de acontecimentos que de uma forma ou outra atingiam indiretamente Elvis: "Veja, acima de tudo eu quero que as pessoas entendam que Elvis era apenas outro ser humano com talentos dotados de Deus, que ninguém mais no mundo teve. Ele se machucava como você e eu. Ele tinha problemas como todos têm. As pessoas o colocaram em um pedestal. Certa vez Elvis fez uma declaração afirmando que a imagem de um artista e o verdadeiro ser humano atrás dessa fachada eram coisas distintas. É verdade, Elvis não era a imagem que mostrava nos palcos ou nos filmes. Ele se magoava quando o atingiam. Ele possuía sentimentos como todos nós. Ele ficava deprimido quando as pessoas comentavam seu estado físico. Você acha que alguém gostaria de ler uma crítica o humilhando por ter ganho um grande aumento de peso? De repente você vê as manchetes: 'Elvis, gordo e aos 40'. Isso vai machucar alguém, não importa quem seja. Todos nós temos um pouco de orgulho e ego para nós mesmos. Mas esse cara tem que tê-lo no ar, em volta do mundo. Tem que estar nas capas de revistas e isso machuca." Esse aliás é um dos consensos em torno da biografia de Elvis Presley. Tanto para Esposito como para todos os que viveram ao seu lado, tudo o que ocorreu de negativo em relação a Elvis no tocante a sua vida pessoal e profissional, acabou agravando ainda mais a sua já tão presente e crônica depressão.
Um dos mais graves problemas enfrentados por Elvis Presley em seus anos finais foi sua depressão crescente, tão bem retratada por Joe Esposito em seu depoimento. Nos últimos momentos de sua vida as pessoas que viviam ao lado do cantor testemunharam o longo declínio do artista nesse aspecto. Elvis, que nos anos 60 foi uma pessoa extremamente festiva e alegre entre os amigos, a ponto de promover praticamente uma festa por noite quando estava filmando em Hollywood, foi aos poucos se deixando dominar pela melancolia e angústia. Não era raro o cantor simplesmente se isolar do mundo quando estava em Graceland durante seus momentos de ócio. E se isolar não significava apenas não sair mais de sua mansão, mas sim nem ao menos sair mais de seu quarto para fazer suas refeições ao lado de seus amigos e familiares. Elvis, quando mergulhava profundamente em estado depressivo, não queria ver ou se socializar com mais ninguém.
Ele entrava em um estado tão enclausurado que chegava inclusive a espantar seus próprios empregados. Muitas vezes o prato de comida era simplesmente deixado na porta de seu quarto. Definitivamente Elvis não queria ver absolutamente ninguém! Vários são os fatores apontados pelos biógrafos que tentam justificar esse lamentável estado de espírito de Elvis nos derradeiros anos de vida. Para alguns o principal motivo de tanta depressão, angústia e tristeza, era o final decepcionante de seu casamento. Nada surpreendeu mais Elvis do que saber que sua amada esposa Priscilla Presley o havia simplesmente traído com seu próprio instrutor de Karatê, Mike Stone. Este fato deixou Elvis extremamente chocado e sem saber o que fazer! Em um primeiro momento e sem raciocinar de forma equilibrada, Elvis tentou resolver tudo ao velho estilo sulista, chegando inclusive a ameaçar de morte sua esposa e seu amante! Mas passado algum tempo desistiu da idéia após ser aconselhado por seu vocalista de apoio e amigo, J.D. Sumner. Esse fato por si só serviu apenas para deixá-lo ainda mais deprimido. Mas não era só em aspectos pessoais que podemos encontrar os vários motivos de Elvis a desenvolver uma depressão cada vez mais acentuada e crescente. Sua carreira também não ajudava. Vários de seus planos foram por água abaixo com o passar do tempo.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley
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