segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 23

Elvis também utilizava uma grande quantidade de remédios para emagrecer, mas em seus últimos anos eles não faziam mais efeito fazendo com que ele muitas vezes passasse uma péssima imagem durante os concertos. Um colunista de San Diego chegou ao ponto de chamá-lo de "glutão ao vivo" em sua coluna diária. Mas isso não o impediu de comer cada vez mais. Outro problema surgia por causa da comilança sem limites de Elvis. Com a palavra Rick Stanley: "Tínhamos de vigiar Elvis 24 horas por dia no final de sua vida! O simples ato de se alimentar agora significava risco. Ele simplesmente poderia apagar no meio das refeições e então era preciso socorrê-lo imediatamente pois caso contrário ele poderia morrer sufocado com a comida obstruindo sua garganta! Algumas vezes Elvis ficava tão fora de si durante uma refeição que sentava e parecia apalermado e era preciso vigiá-lo porque ele podia deixar um pedaço de hambúrguer preso na garganta. Em mais de uma ocasião eu o encontrei em choque em cima da cama, e tive de enfiar a mão em sua garganta e puxar coisas para fora! Pressionar seu peito. E era muito triste, você sabe. Quero dizer, este cara é apenas alguns anos mais velho do que eu, e eu o estou suspendendo e colocando meu braço em volta dele, perguntando: 'Patrão, você está bem? Tem certeza? Beba alguma água! Essa era uma situação muito triste sabe! De repente estávamos segurando Elvis nos braços perguntando: 'Chefe, tudo bem? Está respirando normalmente agora?' Era como uma criança bem pequena! Era uma situação muito triste mesmo!".

Em razão disso Elvis passou a se alimentar em seu próprio quarto onde poderia ser mais facilmente vigiado por seus capangas. Tudo era devorado na cama mesmo, pois uma pequena mesinha era colocada por sua companheira (que poderia ser sua namorada oficial ou qualquer outra garota de estoque que estivesse à disposição naquele momento). Enquanto ia se alimentando Elvis mandava ligar a enorme TV que ficava à sua frente. Brincando com o prato, se distraindo com algo que passava na tela, a comida acabava esfriando e Elvis pedia que outra quente lhe fosse servida. Isso era o pior de tudo, pois Elvis acabava comendo três a quatro vezes mais do que uma pessoa normal. Barriga cheia, Elvis se preparava para finalmente ir repousar seu espírito.

Em pouco tempo ele começava a sentir os efeitos do primeiro ataque e pedia que a comida fosse retirada de sua cama, pois caso contrário ele poderia apagar e desmaiar em cima da refeição. Isso já acontecera antes. Uma vez Linda o deixou por alguns minutos e quando voltou o encontrou com a cara enfiada dentro de um prato de sopa. Alarmada ela levantou rapidamente o rosto de Elvis e o salvou de literalmente morrer afogado em um prato de sopa! Para evitar que isso novamente acontecesse Elvis imediatamente mandava retirar a comida de sua frente quando ele percebia que iria apagar a qualquer momento. Então seus assistentes levavam a mesinha e o resto da comida embora e Elvis se aconchegava em seu leito para finalmente apagar.

Para Elvis sentir-se bem em sua cama king size era necessária uma dose extra de travesseiros e almofadas. O cantor gostava de dormir de lado, com uma almofada entre as pernas, posição que aliviava suas dores nas costas, problema que tinha se agravado nos últimos anos em intensidade após seu aumento de peso. Enquanto ele não perdia sua consciência, sua companhia feminina lia para ele algum trecho da bíblia ou alguma coleção de pensamentos de seus livros espirituais e esotéricos. Em pouco tempo os remédios agiam sobre seu sistema nervoso e Elvis logo adormecia. Adormecer é um eufemismo, na realidade Elvis apagava totalmente, de forma imediata. Em poucos segundos ele entrava em um sono profundo por causa das potentes drogas que havia ingerido momentos antes. Mas estava longe de ser um sono normal, como o das pessoas comuns. Era um sono artificial, induzido por remédios poderosos. Os efeitos só duravam quatro horas e quando Elvis começava a despertar era hora do segundo ataque. O principal objetivo dessa segunda rodada de coquetel químico era completar o serviço do primeiro ataque, ou seja, colocar Elvis em nocaute até a manhã do dia seguinte, pois caso contrário ele acordaria antes do tempo necessário para se recuperar totalmente.

Pablo Aluísio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário