terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 26

Elvis ficou sem saber o que fazer. Saber aspectos da vida de Priscilla com Mike Stone lhe deixou destruído por dentro. Sua auto-estima e amor próprio desabaram. Elvis não conseguia mais sair do quarto, sempre se martirizando e imaginando em sua mente confusa a cena de Lisa deitada no chão, presenciando talvez cenas íntimas de Priscilla e seu amante. Nem com alta medicação o cantor conseguia mais dormir, ele não estava só se sentindo o mais traído dos homens, mas também o mais infeliz e humilhado. O pior era que ele estava no meio de uma agenda apertada de shows.

Como iria encarar o público estando totalmente destruído por dentro? A verdade é que Elvis nunca se recuperou da traição de sua esposa Priscilla. Ele poderia imaginar muitas coisas, mas não que sua mulher fosse lhe trair com o instrutor de caratê! Isso realmente o machucou, de verdade e depois desse acontecimento Elvis não mais se recuperou. Todos os autores concordam em uma coisa: depois da traição de Priscilla, Elvis entrou em um processo acelerado de auto destruição! Em pouco tempo ele aumentou consideravelmente seu consumo de drogas, perdeu o interesse por aspectos pessoais e finalmente perdeu interesse pela vida. Sua angústia e desgosto eram tamanhos que Elvis não se importava mais, simplesmente isso, ele não se importava mais.

Red West que testemunhou a longa queda do cantor em seus anos finais relembra: "Elvis estava destruído por dentro. As mudanças que sofreu em sua personalidade, por causa da traição de Priscilla, eram visíveis por todos ao seu lado. Quer um exemplo? Elvis foi uma das pessoas mais vaidosas que conheci na minha vida. Isso não era um defeito mas sim uma qualidade dele. Estava sempre impecável, muito bem arrumado, com o cabelo impecavelmente cuidado, procurava sempre se manter em forma, conferir as últimas novidades na moda masculina e tal. Ele sempre procurava passar uma grande imagem para seu público!"

Para Red havia uma explicação para sua queda: "Depois que Priscilla o traiu Elvis perdeu o interesse. Ele deixou de se cuidar, deixou de ligar para seu aumento de peso, começou a repetir roupas em suas aparições em público (coisa que nunca faria nos anos 60, por exemplo), nem ligava mais para seu estimado cabelo. Até seus discos não lhe chamavam mais atenção. Em seus dois últimos anos cheguei a presenciar Elvis nem mais ouvindo seus novos lançamentos que eram enviados pelo Coronel Parker. Elvis nem tinha mais interesse em ouvir seu próprio trabalho! Os discos novos dele chegavam em Graceland e ficavam lá, jogados em um canto qualquer! Elvis havia perdido não apenas o interesse pelo seu trabalho, mas também o interesse pela vida! Cansei de encontrá-lo totalmente deprimido em cima da cama, sem energia para nada, totalmente apático, essa situação era de uma tristeza profunda!"

Rick Stanley, que também conviveu lado a lado com Elvis em seus últimos anos, completa: "As pessoas devem entender que Elvis estava sofrendo muito no final de sua vida. Havia o problema com Priscilla, que o deixou despedaçado, havia outras pessoas que o traíram, havia problemas em sua carreira. E havia também as drogas para acabar com a sua saúde e sua vida. Muitas vezes eu era o encarregado de levar a pequena maleta de Elvis com seus remédios. Penso que tinha Demerol comigo suficiente para dopar um bairro inteiro de Memphis! Quando Elvis morreu não foi uma grande surpresa para as pessoas que viviam ao seu lado. Penso que Elvis já estava morto por dentro há muito tempo! Uma noite ele me chamou ao seu quarto e confidenciou que estava sentindo-se muito só e que tinha a premonição de que algo muito importante iria acontecer com ele em pouco tempo. Pude perceber as lágrimas descendo em seu rosto nessa noite. Elvis estava querendo me falar algo, mas na época não consegui compreender o que era. Eu era jovem e estúpido e não captei a verdadeira mensagem que Elvis estava me passando naquele momento. Hoje tenho a convicção de que se tratou de uma despedida por parte dele. Às vezes a vida se torna um fardo pesado demais para se carregar sozinho".

Pablo Aluísio.

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