domingo, 25 de dezembro de 2016

O Mocinho Encrenqueiro

Título no Brasil: O Mocinho Encrenqueiro
Título Original: The Errand Boy
Ano de Produção: 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jerry Lewis
Roteiro: Jerry Lewis, Bill Richmond
Elenco: Jerry Lewis, Brian Donlevy, Howard McNear, Kathleen Freeman, Renée Taylor, Fritz Feld
  
Sinopse:
O estúdio Paramutual Pictures a cada dia perde mais dinheiro. Para o presidente da companhia o problema é que os gastos estão fora de controle. Apenas uma pessoa comum, que trabalhe em todas os setores do estúdio, conseguirá descobrir onde está exatamente o problema. Assim eles escolhem o office boy Morty S. Tashman (Lewis) para espionar os empregados, embora nem ele saiba o que está fazendo. Começa assim uma série de situações engraçadas envolvendo Morty em todos os lugares do estúdio.

Comentários:
Aqui Jerry Lewis usa um estúdio de cinema (a própria Paramount Pictures onde o filme foi produzido) como cenário para explorar uma série de gags visuais cômicas. O resultado é divertido, embora a produção apresente alguns problemas. O primeiro deles, e o mais sentido, é a falta de Dean Martin no elenco. Por essa época a bem sucedida parceria entre eles já havia sido rompida. Atuando solo, as situações já não são tão engraçadas como no passado. Além disso o sempre presente risco da saturação surge em determinados momentos - afinal de contas na maioria das cenas temos apenas Jerry Lewis e suas palhaçadas em cena. Provavelmente por essa razão também Lewis (que também assina a produção e o roteiro) tenha optado por realizar um filme rápido, ágil, com pouco mais de 80 minutos. Há realmente momentos bem bolados, como a cena em que Lewis fica preso em um elevador com uma multidão ou então quando, usando a trilha sonora musical, faz um "discurso" inflamado contra seus subordinados inexistentes, tal como se fosse o todo poderoso dono do estúdio. No geral a impressão que o filme me passa é que tudo se trata de uma grande homenagem, bem sincera aliás, de Jerry Lewis ao mundo do cinema. Explorando os bastidores, ridicularizando alguns de seus dogmas, ele conseguiu realmente realizar um filme bem divertido, excelente entretenimento, mas longe de ser uma obra memorável de sua filmografia.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Mister Roberts

Título no Brasil: Mister Roberts
Título Original: Mister Roberts
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Ford, Mervyn LeRoy
Roteiro: Frank S. Nugent, Joshua Logan
Elenco: Henry Fonda, Jack Lemmon, James Cagney, William Powell, Nick Adams, Betsy Palmer
  
Sinopse:
Segunda Guerra Mundial. Pacífico Sul. O Tenente 'Doug' Roberts (Fonda) serve em um velho cargueiro da Marinha americana. Ele a cada dia se sente mais frustrado pois sua embarcação não está relacionada diretamente a entrar em combate, se limitando a suprir as mercadorias das tropas aliadas naquela região. Com apenas 62 homens a bordo eles precisam aguentar as manias e ataques de maluquice de seu comandante, o capitão Morton (Cagney) que não parece disposto a facilitar a vida de ninguém. O que mais deseja Doug é ir embora do navio, para ser transferido para um destróier da armada, mas isso, como ele logo descobrirá, não será nada fácil. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Som. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Jack Lemmon).

Comentários:
Baseado numa peça de grande sucesso da Broadway, "Mister Roberts" é uma simpática comédia ambientada na Segunda Guerra dirigida pelo mestre John Ford. É interessante que Ford pouco se aventurou nesse estilo, mas o apelo de levar a famosa e bem sucedida peça teatral falou mais alto e ele aceitou o convite da Warner para dirigir o filme. Inicialmente a produção seria estrelada por Marlon Brando (como Mister Roberts) e Spencer Tracy (como o médico a bordo, Doc), mas por motivos variados eles não foram contratados. O destino tem suas próprias razões e isso foi muito bom, uma vez que a dupla Fonda / Powell funcionou muito bem. Henry Fonda inclusive havia estrelado a peça da Broadway e seria naturalmente, mais do que qualquer outro ator, o nome ideal para a adaptação cinematográfica. Já Lemmon acabou levando o único Oscar do filme, numa interpretação muito divertida do desastrado segundo tenente Frank Thurlowe Pulver, oficial da lavanderia de roupas e da moral da tripulação (imaginem que mistura esquisita!). O roteiro foi escrito por dois diretores, Frank S. Nugent e Joshua Logan, e tem realmente um timing excelente. 

O tenente Roberts (Fonda) passa o tempo todo em uma guerra surda e não declarada para com o esquisito e carreirista capitão do barco, Morton (Cagney) que é um sujeitinho cheios de manias, como a de cultivar uma palmeira no convés do navio, sem que ninguém pudesse nem ao menos tocá-la. Como o filme é baseado numa peça teatral alguns aspectos de palco acabaram passando para a tela, como por exemplo, o desenrolar de toda a estória acontecendo em praticamente apenas um ambiente (o próprio cargueiro decadente chamado de "banheira" por todos os tripulantes). É lá que tudo se desenvolve. Curiosamente Fonda interpreta o bom oficial, amigo de todos, um colega de farda que é acima de tudo um apoio contra os desmandos do capitão, de quem ninguém gosta de verdade. O final, quando o tenente Roberts finalmente consegue sua tão sonhada transferência da embarcação para um navio poderoso da esquadra e o seu destino que o aguarda, é um dos mais tocantes que já vi. Uma lição irônica e ao mesmo tempo realista da vida e da luta que aguardavam todos aqueles militares no maior e mais sangrento conflito armado de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

O Exorcista

Título no Brasil: O Exorcista
Título Original: The Exorcist
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: William Friedkin
Roteiro: William Peter Blatty
Elenco: Linda Blair, Jason Miller, Max von Sydow, Ellen Burstyn
  
Sinopse:
Regan (Linda Blair) é uma garota normal, como qualquer outra de sua idade, até que poderosas manifestações começam a agir sobre seu corpo e sua alma. Desesperada, a mãe procura ajuda em médicos e psicólogos, mas nada parece surtir algum efeito. A única saída então é buscar por ajuda de uma dupla de padres católicos exorcistas que estão prontos para ajudar, usando para isso rituais milenares de exorcismo. A luta entre o bem o mal está apenas começando. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som.

Comentários:
"O Exorcista" é mais do que um mero filme de terror. É um marco do cinema cuja influência e relevância continua tão forte nos dias de hoje como há mais de quarenta anos quando foi lançado pela primeira vez nas telas. Em termos de perenidade poucos filmes conseguiram ter uma longevidade tão duradoura e presente. De fato, sem receios, pode-se até mesmo dizer que é um dos cinco filmes de terror mais importantes da história e o único até hoje que conseguiu ser indicado ao Oscar de Melhor Filme na Academia. Some-se a isso o fato de ser baseado em um caso real que foi romantizado pelo excelente escritor William Friedkin (que gentilmente aceitou o convite do estúdio para escrever o roteiro) e você terá um clássico realmente imortal. A maquiagem e a direção de fotografia conseguem ser ao mesmo tempo profundamente aterrorizadoras e minimalistas. O roteiro não tem como ponto focal a possessão de uma garotinha como parece tudo à primeira vista, mas sim a crise de fé pela qual passa um padre católico, que começa a internamente a ter profundas dúvidas até mesmo sobre a existência de Deus, resultando em uma crise existencial terrível. Uma obra prima imortal que jamais parece envelhecer. Infelizmente Hollywood sucumbiu à tentação da ganância e promoveu várias sequências - algumas medianas e outras péssimas. Não importa, esse filme original é de fato um dos filmes de terror mais perturbadores de todos os tempos. Uma obra visceral que você jamais conseguirá esquecer após assistir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A Espada e a Cruz

Título no Brasil: A Espada e a Cruz
Título Original: La Spada e La Croce
Ano de Produção: 1958
País: Itália
Estúdio: Valiant Films
Direção: Carlo Ludovico Bragaglia
Roteiro: Ottavio Poggi, Sandro Continenza
Elenco: Yvonne De Carlo, Jorge Mistral, Rossana Podestà, Terence Hill, Philippe Hersent
  
Sinopse:
Quando o imperador romano Tiberius resolve enviar o centurião Caio Marcellus (Jorge Mistral) para descobrir o que estaria acontecendo na Judeia do Século I sob administração de Pôncio Pilatos (Philippe Hersent) ele descobre que há uma nova fé nascendo naquela região. Os seguidores de um galileu chamado Jesus de Nazaré pregam uma nova filosofia de vida baseada no amor e na misericórdia, trazendo uma mensagem nova e inovadora, desconhecida completamente pelos romanos. Cabe a Marcellus então descobrir se aquele homem incomum e seus seguidores poderiam se tornar de algum modo uma ameaça ao poder da Roma Imperial.

Comentários:
Filme italiano que procura mostrar a história de Jesus sob um outro ponto de vista. Ao invés de contar a história do Messias sob a visão de seus seguidores o roteiro procura mostrar tudo sob o olhar dos romanos da época. O protagonista é um centurião chamado Marcellus. Enquanto está na distante Judeia avaliando o governo de Pilatos naquele lugar conturbado por várias rebeliões, ele vai desvendando também as lendas que vão surgindo em torno de Jesus. Dessa forma Marcellus acaba conhecendo vários personagens bíblicos como Maria Madalena (interpretada pela sensual Yvonne De Carlo), uma cortesã pela qual se apaixona. Há também Barrabás, mostrado aqui como um revolucionário judeu que deseja libertar seu povo do domínio romano. Por fim há Jesus. Curiosamente sua face nunca é mostrada durante o filme inteiro. Ele surge apenas de relance, aparecendo glorioso em alguma passagem famosa do evangelho. Numa delas Jesus desafia a multidão a atirar a primeira pedra em Maria Madalena, que está prestes a ser apedrejada por ser uma mulher impura. "Atire a primeira pedra aquele que nunca pecou!" - diz Jesus. Em outro momento ele ressuscita do mundo dos mortos um homem chamado Lázaro, irmão de Maria Madalena. Terence Hill, o famoso Trinity, interpreta esse personagem, o que não deixa de ser muito divertido. O roteiro assim vai avançando, sempre tangenciando a história do carpinteiro Jesus, sem nunca ir diretamente ao ponto central. A produção é apenas razoável e o elenco, embora não seja formado por grandes atores, acaba dando conta do recado. Obviamente que o texto apresenta vários erros históricos em seu enredo, porém mesmo assim o filme "A Espada e a Cruz" acabou se tornando um grande sucesso em seu lançamento. Há uma inegável pressa em apresentar essa complexa história em um filme muito curto em duração, o que acaba prejudicando o resultado final. De qualquer forma, com um pouco de boa vontade e levando-se em conta a época em que o filme foi feito, ainda há coisas interessantes a se conferir. Como curiosidade histórica aliás essa produção está mais do que valendo.

Pablo Aluísio.

Ninotchka

Título no Brasil: Ninotchka
Título Original: Ninotchka
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Ernst Lubitsch
Roteiro: Charles Brackett, Billy Wilder
Elenco: Greta Garbo, Melvyn Douglas, Ina Claire, Bela Lugosi
  
Sinopse:
Três emissários soviéticos são enviados para Paris com a missão de vender joias de uma antiga e rica família russa dos tempos do Czar. Na cidade capitalista acabam se encantando pela beleza do lugar. Para descobrir que está causando o atraso na venda e colocar os três soviéticos na linha o governo comunista envia a agente Nina Ivanovna Yakushova (Garbo), também conhecida como Ninotchka, para acelerar a missão. O problema é que ela também fica deslumbrada com a liberdade da cidade-luz. Pior, acaba se apaixonando por um conde, Leon d'Algout (Melvyn Douglas), um sedutor irresistível. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Greta Garbo) e Melhor Roteiro Original.

Comentários:

Greta Garbo (1905 -1990) segue sendo uma das maiores estrelas da história de Hollywood. Esse foi seu penúltimo filme, pouco antes de abandonar para sempre o cinema, fugindo dos holofotes depois disso, preferindo viver de forma reclusa, longe da imprensa e do público. Curiosamente apesar de ter tido uma carreira com muitos sucessos de bilheteria esse "Ninotchka" acabou se tornando seu filme mais conhecido para as novas gerações. Isso se deve em parte ao fato de que o auge da carreira de Garbo aconteceu durante as décadas de 1920 e 1930, em filmes mudos, muitos deles desaparecidos. Além disso o público atual que tem certa resistência em assistir filmes antigos, em preto e branco, tampouco encararia uma produção muda realizada há quase cem anos. Por essa razão "Ninotchka" acabou virando uma espécie de filme símbolo de sua filmografia, basicamente por ser bem mais acessível do que os anteriores. Até que não é um cartão de visitas ruim ou inoportuno, pois com roteiro do genial Billy Wilder e direção do mestre Ernst Lubitsch, o filme ainda mantém uma certa leveza, por causa de seu fino humor - que não foi bem recebido pelos líderes comunistas da extinta URSS, mostrando que o bom humor nunca foi o forte daquele regime ditatorial. Inclusive no cartaz original os produtores americanos fizeram questão de ressaltar esse lado mais divertido, usando a expressão "Garbo ri!" - já que a atriz sueca nunca havia se notabilizado por esse lado antes. Em suma, um filme de grande importância dentro da história do cinema, mostrando que comédias leves também podem ser um ótimo exemplo de obra prima da sétima arte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Taxi Driver

Título no Brasil: Taxi Driver
Título Original: Taxi Driver
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Robert De Niro, Jodie Foster, Cybill Shepherd, Albert Brooks
  
Sinopse:
Travis Bickle (Robert De Niro) é um veterano da guerra do Vietnã que trabalha como motorista de táxi pelas ruas de uma Nova Iorque decadente, suja, imunda e amoral. Ao se deparar com a vida da adolescente Iris (Jodie Foster) que vive como prostituta pelos becos da grande cidade, acaba gradualmente perdendo o senso da realidade. Corroído pelo caos urbano e pela falta de humanidade no meio em que trabalha ele acaba caminhando a passos largos para a insanidade completa. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Robert De Niro), Melhor Atriz coadjuvante (Jodie Foster) e Melhor Música Original (Bernard Herrmann). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Robert De Niro) e Melhor Roteiro Original (Paul Schrader). Vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Atriz (Jodie Foster) e Melhor Música (Bernard Herrmann).

Comentários:
O filme que mudou para sempre a carreira do ator Robert De Niro. Filho de um pintor do Greenwich Village em New York City, o jovem De Niro só esperava por um grande papel para se destacar definitivamente no cinema. Formado no Actors Studio, a mesma escola de arte dramática onde estudaram Marlon Brando e James Dean, ele foi o grande representante da última e fenomenal geração de atores de Nova Iorque proveniente daquela instituição de ensino. Aqui um ainda jovem De Niro conseguiu desenvolver finalmente todo o seu talento nessa obra prima psicológica e insana do diretor Martin Scorsese, com quem ele faria uma longa e bem produtiva parceria nas telas de cinema. O interessante é que tanto Scorsese como De Niro sempre afirmaram amar a cidade de Nova Iorque, porém fizeram a ela uma estranha "homenagem". Um dos símbolos de NYC, os seus táxis amarelos, se tornam o cenário e o palco para um estranho personagem, o motorista vivido por De Niro. Um sujeito que foi a Vietnã e voltou de lá com sérios problemas psicológicos e traumas que aos poucos vão dominando sua mente, culminando para um clímax insano, violento e explosivo. O "gatilho" para seu enlouquecimento acaba sendo uma estranha relação que desenvolve com uma adolescente prostituta, interpretada com brilhantismo por Jodie Foster (que consegue inclusive ofuscar em determinados momentos o próprio De Niro, algo impensável). Em determinado momento do filme ela o provoca dizendo que ele deveria provar seu amor matando o presidente dos Estados Unidos. Um louco da vida real acabou levando muito à sério o diálogo e realmente fez um atentado ao presidente Ronald Reagan, um fato amplamente explorado pela imprensa na época e que acabou marcando de forma definitiva o filme "Taxi Driver". Esse aspecto macabro e bizarro da história porém deve ser descartado, pois é um fato externo à obra de Scorsese. O que se deve mesmo levar em conta é que essa é uma verdadeira obra prima da sétima arte, um dos melhores filmes da década de 1970 e um marco do estilo realista que estava predominando naqueles agitados e produtivos anos para a indústria de cinema americana. Imperdível para todo cinéfilo que se preze.

Pablo Aluísio.

A Nau dos Insensatos

Título no Brasil: A Nau dos Insensatos
Título Original: Ship of Fools
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Stanley Kramer
Roteiro: Abby Mann, baseado na obra de  Katherine Anne Porter
Elenco: Vivien Leigh, Simone Signoret, Lee Marvin, José Ferrer, Oskar Werner, George Segal, Michael Dunn
  
Sinopse:
Durante uma viagem de navio entre o México e a Alemanha um grupo de tripulantes e passageiros vivem seus próprios dramas pessoais, de relacionamento e até mesmo políticos. Entre os viajantes há desde uma condessa arruinada, passando por uma esnobe viúva americana, até chegando em um frustrado jogador profissional de beisebol, relembrando todos os motivos que provocaram o seu fracasso esportivo nos campos. Ligando todos eles há todos aqueles velhos sentimentos em comum, como solidão, tristeza, amargura e melancolia. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Simone Signoret), Melhor Ator (Oskar Werner), Melhor Ator Coadjuvante (Michael Dunn), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Figurino. Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Ernest Laszlo) e Melhor Direção de Arte (Robert Clatworthy e Joseph Kish).

Comentários:
Esse foi o último filme da carreira de Vivien Leigh. Ela morreria apenas dois anos depois de interpretar a esnobe viúva Mary Treadwell. Foi uma bela despedida do cinema. O roteiro, uma adaptação do romance escrito por Katherine Anne Porter, procurava retratar nas pessoas que viajavam em um cruzeiro transatlântico, a própria sociedade como um todo, com todos os seus problemas, contradições, dramas e tristezas. Assim a força dramática desse enredo vinha justamente de seus personagens. A estória se passa antes da II Guerra Mundial. A Alemanha já está nas mãos dos nazistas, mas eles ainda não começaram suas perseguições aos judeus e nem suas invasões aos países vizinhos. Há muitos alemães viajando no navio e como é óbvio a delicada situação política de seu país acaba virando a tônica de vários diálogos. Entre os passageiros há inclusive um senhor judeu, Julius Lowenthal (Heinz Rühmann), que sofre todos os tipos de segregação social. Mesmo assim ele não acredita que haverá uma perseguição real na cidades alemãs. Em um momento ele solta uma pensamento que seria tristemente irônico. Ao falar sobre o nazismo ele pergunta: "Há mais de um milhão de judeus na Alemanha! O que Hitler fará com eles? Matará a todos?!". Mal sabia o tamanho da loucura do III Reich que estava por vir. Além dele outros personagens se destacam. Vivien Leigh interpreta uma solitária viúva americana muito esnobe e arrogante, mas igualmente amargurada. 

Após a morte de seu marido, um diplomata, ela passa a realizar essas viagens para despistar a solidão pessoal em que vive. Amarga e desiludida, ela sofre ao perceber que a juventude e a beleza se foram para sempre. Lee Marvin, por outro lado, é um ex-jogador de beisebol rude e bêbado que parece sempre disposto a criar alguma confusão. É curioso perceber como Marvin se saiu bem nesse papel bem dramático, algo que era bem raro em sua filmografia. Ele, que havia se especializado em interpretar vilões em filmes de western, surpreende e não fica abaixo do restante do elenco. Um dos personagens mais bem construídos e humanos é a de Simone Signoret. Ela dá vida para a Condessa, uma mulher em desgraça que acaba se apaixonando pelo médico do navio após pedir a ele alguma medicação para que conseguisse finalmente dormir. O Dr. Wilhelm Schumann (Oskar Werner), fruto de sua afeição, é um homem frustrado, desiludido com seu casamento sem amor, se resumindo a muitas obrigações que para ele já não possuem muito sentido. Sofrendo de problemas do coração, percebendo que está no fim de sua vida, ele tenta se agarrar a esse relacionamento improvável. Curiosamente um anão, Karl Glocken (Michael Dunn), acaba sendo o narrador da estória, chegando ao ponto até mesmo de dialogar com a própria plateia durante o filme. Um toque muito interessante dado pelo cineasta Stanley Kramer, que mostra muito talento para desenvolver todos os personagens do roteiro sem que em nenhum momento deixe tudo ficar chato ou arrastado (e olha que o filme tem quase duas horas e meia de duração). Então é isso, "A Nau dos Insensatos" é no fundo uma grande metáfora sobre a própria humanidade, com todos os seus problemas. Um filme acima de tudo muito humano, que vale a pena conhecer.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Operação França 2

Título no Brasil: Operação França 2
Título Original: French Connection II
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Frankenheimer
Roteiro: Alexander Jacobs, Robert Dillon
Elenco: Gene Hackman, Fernando Rey, Bernard Fresson
  
Sinopse:
Após ser caçado em Nova Iorque pelo policial Popeye Doyle (Gene Hackman), o traficante internacional de drogas Alain Charnier (Fernando Rey) consegue fugir de volta para seu país natal, a França. Inconformado por estar solto, Popeye resolve ir para a Europa para colocar as mãos no criminoso, algo que não será nada fácil já que ele não poderá agir com autonomia em uma país estrangeiro e nem contar com a boa vontade dos policiais franceses. Filme indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Gene Hackman).

Comentários:
Depois de quatro anos do lançamento do filme original a Twentieth Century Fox resolveu produzir sua continuação. Algumas mudanças se fizeram necessárias. Saiu o diretor William Friedkin e entrou em seu lugar John Frankenheimer, um veterano de filmes de ação. Também deixou o elenco o ótimo ator Roy Scheider, Em compensação ficaram Gene Hackman como o policial de Nova Iorque Popeye Doyle e Fernando Rey como o traficante Alain Charnier. O cenário também foi mudado. Saíram as ruas decadentes de uma Nova Iorque suja e poluída e entraram os cenários mais sofisticados da ensolarada Marseille, na costa francesa. Esse segundo filme claramente investe mais na ação e na tensão causada pela caçada a Charnier. Isso não significa que não tenha ótimas cenas, ideais para Gene Hackman atuar bem, como naquela em que ele é sequestrado por traficantes e sofre uma sessão de tortura, onde fartas doses de heroína pura lhe são injetadas à força nas veias, tudo para que ele se torne um viciado, tal como àqueles que caça pelas ruas. Fernando Rey, que sempre considerei um ótimo ator, completamente subestimado em sua carreira, tem maiores chances de desenvolver seu personagem, um criminoso frio e psicopata. Em geral é um bom filme policial, embora o primeiro seja realmente melhor. Mesmo assim é essencial para quem gostou de "French Connection" pois aqui temos o desfecho da trama que se iniciou em 1971. Sem conferir "Operação França 2" você ficará pelo meio do caminho, sem uma definição da estória que acompanhou no filme original. Assim deixo a dica dessa sequência. Mais um bom momento do sempre talentoso Gene Hackman.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Operação França

Título no Brasil: Operação França
Título Original: The French Connection
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: William Friedkin
Roteiro: Ernest Tidyman, Robin Moore
Elenco: Gene Hackman, Roy Scheider, Fernando Rey
  
Sinopse:
O policial Jimmy "Popeye" Doyle (Hackman) resolve investigar ao lado do parceiro, Buddy Russo (Roy Scheider), um bandido pé de chinelo que começa a frequentar lugares caros de Nova Iorque. Para Doyle isso só poderia significar uma coisa: ele estaria envolvido com alguma operação criminosa onde muito dinheiro estaria na jogada. Seus instintos, que parecem nunca falhar, acabam mesmo levando ele a um traficante internacional de drogas, conhecido como Alain Charnier (Rey). Esse seria o verdadeiro elo de ligação entre um grande carregamento de heroína importada diretamente de traficantes franceses para seus comparsas em Nova Iorque.

Comentários:

Na década de 1970 o cinema americano abraçou o realismo das ruas. Não haveria mais espaço para galãs refinados ou estórias fantasiosas. O principal ingrediente para os grandes cineastas viria do dia a dia, do cotidiano sufocante das grandes cidades e sua criminalidade sempre em expansão. Assim o diretor William Friedkin (conhecido por causa de sua obra prima do terror, "O Exorcista") acabou realizando um de seus filmes mais lembrados, "The French Connection". Obviamente que revisto hoje em dia o filme já não causa mais tanto impacto, fruto do passar dos anos e dele ter sido muito copiado em centenas de filmes policiais que viriam após seu lançamento. Mesmo assim sua originalidade, principalmente em investir em personagens mais realistas, como os dois policiais protagonistas, fizeram com que ele se tornasse um grande sucesso de público e crítica em seu lançamento. O roteiro explora Popeye (Hackman) e seu parceiro (Scheider), como se fossem policiais reais, de péssimos hábitos, muitas vezes atravessando a linha dos regulamentos e da mesmo da lei. O tira de Hackman, por exemplo, não se preocupa em usar a violência física ou a intimidação para obter informações. Nem tampouco está preocupado em seguir à risca as normas. Ele apenas deseja colocar atrás das grades todos os criminosos que cruzam seu caminho como o sofisticado Charnier, que por fora mais parece um homem culto, amante das artes, mas que na realidade é um traficante violento e brutal com seus inimigos. O cenário dessa caçada é formado pelas próprias ruas de uma Nova Iorque em plena decadência urbana, com seus lugares sujos, repletos de prostitutas e bandidos de todos os tipos. Diante de tantos méritos cinematográficos não é de se espantar que o filme tenha sido o grande vencedor do Oscar naquele ano. Entre outros levou para casa a cobiçada estatueta de Melhor Filme, Ator (Hackman, de forma bem merecida) e Direção (mostrando que William Friedkin era um cineasta talentoso, não se resumindo apenas à garotinha possuída pelo demônio em "O Exorcista"). Assim deixo a dica desse clássico dos anos 70. Um filme policial realista, com excelente roteiro e direção. O melhor de dois mundos em apenas uma produção.

Pablo Aluísio.

A Ponte do Rio Kwai

Título no Brasil: A Ponte do Rio Kwai
Título Original: The Bridge on the River Kwai
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Horizon Pictures
Direção: David Lean
Roteiro: Carl Foreman, Michael Wilson
Elenco: William Holden, Alec Guinness, Jack Hawkins, Sessue Hayakawa, James Donald

Sinopse:
Com roteiro baseado na novela histórica de Pierre Boulle, o filme "A Ponte do Rio Kwai" conta a história de um grupo de militares ingleses e americanos, feitos prisioneiros pelos japoneses durante a II Guerra Mundial que são forçados a construir uma ponte no Rio Kwai.

Comentários:
Esse é sempre lembrado como um dos maiores filmes de guerra já feitos. E com razão. "A Ponte do Rio Kwai" é um filme maravilhoso que captou muito bem a mentalidade dos ingleses durante a guerra. E são levados a construírem uma ponte estratégia e aceitam o desafio com disciplina, empenho e eficácia, tudo para demonstrar aos japoneses o seu valor como soldados e principalmente como homens de verdade. A música tema assobiada é até hoje facilmente reconhecível, mas o mérito maior vai não apenas ao elenco maravilhoso, mas também ao cineasta David Lean, um mestte da sétima arte. Ele foi sem dúvida um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos. Deixo aqui meus respeitos e meus aplausos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A Tortura da Suspeita

Título no Brasil: A Tortura da Suspeita
Título Original: The Naked Edge
Ano de Produção: 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Michael Anderson
Roteiro: Joseph Stefano, Max Ehrlich
Elenco: Gary Cooper, Deborah Kerr, Peter Cushing, Eric Portman
  
Sinopse:
George Radcliffe (Gary Cooper) se torna a única testemunha de um assassinato na empresa em que trabalha. Durante uma noite seu patrão é morto com uma facada. Além disso o criminoso foge com mais de 60 mil libras. Para George o autor do assassinato é Donald Heath (Ray McAnally), também funcionário da empresa. Ele é preso, julgado e condenado com a ajuda do testemunho de George. O dinheiro roubado porém desaparece. Pouco tempo depois desse crime a sorte muda para George. De simples empregado ele consegue montar sua própria empresa que cresce a cada ano. Em pouco tempo se torna um homem rico e bem sucedido. Sua esposa Martha (Deborah Kerr) começa a desconfiar que George teria algo a ver com o crime, principalmente após receber uma carta denunciando sua participação na noite da morte de seu patrão. Além disso fica a dúvida: como conseguiu se tornar um homem rico da noite para o dia? Seria George inocente ou culpado pelas acusações?

Comentários:
Thriller de suspense que se notabiliza por dois aspectos. O primeiro é que foi o último filme da carreira do grande ator Gary Cooper. Ele viria a falecer no mesmo ano de lançamento dessa sua última produção. O segundo vem do fato do filme ter sido produzido pela companhia de Marlon Brando, uma empresa que ele havia fundado para a realização de filmes que fugissem um pouco do lado mais comercial de Hollywood. O ator chamou sua nova companhia cinematográfica de Pennebaker Productions e colocou seu próprio pai como presidente. Por essa razão nos créditos desse filme você encontrará a indicação de Marlon Brando Sr como produtor. No geral é um bom filme de suspense que segue em certos momentos o estilo do gênio Alfred Hitchcock. O diretor Michael Anderson deixa isso bem claro em vários momentos, seja nas tomadas ousadas de câmera, seja no uso de uma trilha sonora bem marcante (que em determinados pontos me fez lembrar até mesmo do clássico "Psicose"). O enredo se aproveita de uma linha básica, as suspeitas de Martha (Kerr) em relação ao seu marido George (Cooper). Ele testemunha em um caso de assassinato ocorrido em sua empresa onde uma pequena fortuna foi roubada. O dinheiro desapareceu. 

Algum tempo depois o próprio George, que era apenas um empregado, surge endinheirado o suficiente para fundar sua própria companhia. Tudo muito suspeito. Para piorar ele começa a apresentar um comportamento suspeito, meio paranoico, com o passado que ressurge para lhe atormentar. Em determinado ponto a própria Martha começa a temer por sua vida pois George deixa claro que não deixará nada atrapalhar seu recém conquistado sucesso empresarial. Seria George o verdadeiro assassino ou apenas um bom homem envolvido numa rede de coincidências que o incriminariam pelo crime? Teria ele mandado com seu testemunho no tribunal um homem inocente para a prisão perpétua por um crime cometido por ele mesmo? Como conseguiu ficar rico tão rapidamente após o crime e o roubo do dinheiro na empresa em que trabalhava? As respostas a todas essas perguntas só surgem na última cena, deixando o espectador o tempo todo tentando decifrar o enigma. Tudo muito bem realizado e montado. O roteiro manipula o tempo todo a situação, ora dando margem para suspeitarmos mesmo do personagem de Cooper, ora nos convencendo a deixarmos de lado esse tipo de suspeita. Curiosamente no final, quando os créditos finais já foram exibidos, um pedido dos realizadores do filme pede aos que já assistiram que não contem a identidade real do assassino para ninguém. Um conselho mais do que adequado para que a surpresa não seja estragada. Em suma, "A Tortura da Suspeita" foi uma bela despedida do mito Gary Cooper ao cinema, bem à altura de sua importância. 

Pablo Aluísio.

Os Rifles de Batasi

Em pleno declínio do sistema colonial inglês, numa distante colônia africana, um pequeno regimento do exército britânico acaba ficando sitiado bem no meio de uma enorme e incontrolável revolta popular. O povo daquela nação sai às ruas pedindo independência, deixando cercados um pequeno grupo de oficiais ingleses. Para piorar ainda mais uma situação que já parecia bastante crítica membros do próprio pelotão, africanos recrutados pelos britânicos, também resolvem aderir ao movimento popular, promovendo um verdadeiro motim dentro do quartel. Apenas o Sargento Major Lauderdale (Richard Attenborough) e seus homens resolvem resistir. O plano é tomar o paiol de armas da corporação para evitar que caia nas mãos dos revoltosos, algo que exigirá muita coragem e bravura dos militares à serviço de sua majestade, a Rainha da Inglaterra.

Há duas leituras possíveis desse bom filme de guerra. A primeira é que seria uma homenagem aos membros de um quartel sitiado por uma revolução popular numa colônia africana. A outra seria que usando de fino humor negro tipicamente inglês se estaria na verdade criticando aquela ocupação colonial. O roteiro é tão bem escrito que embora antagônicas as duas visões acabam sendo complementares no caso desse filme. O personagem interpretado pelo ator Richard Attenborough (que depois se tornaria um consagrado diretor) é um exemplo disso. Pomposo, exagerado, quase patético em suas convicções e modo de agir, ele acaba se tornando o grande "herói" dessa resistência. Ao se ver cercado por revolucionários africanos não aceita se submeter, mantendo erguida a bandeira inglesa até o fim. E por falar em final, o desfecho dessa produção guarda algumas surpresas, caindo em um tom inesperadamente cômico. Em suma, belo filme inglês, retratando de uma forma bem inteligente a mentalidade e as contradições do sistema colonial europeu que predominou em relação às suas dominações na África selvagem durante o século XIX.

Os Rifles de Batasi (Guns at Batas, Inglaterra, 1964) Direção: John Guillermin / Roteiro: Robert Holles, baseado na novela escrita por Robert Holles / Elenco: Richard Attenborough, Jack Hawkins, Flora Robson, Mia Farrow / Sinopse: Pequeno regimento de oficiais ingleses fica cercado após a eclosão de uma grande revolta popular em um país africano durante o período colonial. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Revelação Feminina (Mia Farrow). Também vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Britânico (Richard Attenborough).

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de dezembro de 2016

10 Curiosidades - Anjos da Noite: Guerras de Sangue

10 Curiosidades - Anjos da Noite: Guerras de Sangue 

1. Está estreando em todo o Brasil hoje o novo filme da franquia Underworld. Nesse universo vampiros e lycons (lobisomens) disputam uma guerra violenta em um mundo repleto de monstros e seres mitológicos.

2. Inicialmente a atriz Kate Beckinsale não demonstrou muito interesse em voltar para a série. A personagem da vampira Selene já não lhe despertava mais o mesmo entusiasmo de antes. O estúdio Lakeshore porém lhe ofereceu um cachê irrecusável. Assim Kate acabou fechando contrato não apenas para a realização desse filme, mas também de um próximo, a sexta aventura Underworld.

3. Esse é o filme mais caro da franquia, com cenas rodadas em Praga na República Checa. O filme tinha data de previsão de estreia para junho de 2016, mas diversos atrasos atrapalharam o cronograma previsto.

4. O grande rival desse novo Underworld nas telas de cinema do mundo será o novo filme de outra franquia popular de terror, Resident Evil. É a primeira vez que filmes dessas séries batem de frente nas bilheterias, estreando no mesmo mês.

5. O elenco conta com cinco atores da série de grande sucesso "Game of Thronnes" entre eles Charles Dance (Thomas) que interpretou Tywin Lannister, Tobias Menzies (Marius) que interpretou Edmure Tully, James Faulkner que interpreta Randyll Tarly e Lara Pulver (Semira) que atuou como Lady Elissa Forrestor.

6. A direção foi entregue para a cineasta Anna Foerster. Esse será seu primeiro grande filme nas telas de cinema, pois antes ela se concentrava em dirigir séries de TV como "Outlander" e "Madam Secretary".

7. O roteirista Cory Goodman trabalhou em outros filmes de universos parecidos como "Padre" e "O Último Caçador de Bruxas".

8. A atriz Kate Beckinsale tem procurado diversificar sua carreira. Recentemente esteve no filme de suspense "O Quarto dos Esquecidos" (que ainda está em cartaz no Brasil) e no drama de época "Amor & Amizade" onde interpreta Lady Susan Vernon, uma viúva interesseira, personagem escrito pela romancista consagrada Jane Austin.

9. A crítica, como era de se esperar, recebeu esse novo filme com reservas. Não houve grandes elogios, mas tampouco as resenhas foram destruidoras. É um considerado um filme mediano dentro de seu gênero.

10. O filme custou 60 milhões de dólares e já recuperou seu investimento nas salas de cinema dos Estados Unidos e Europa.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Filmes no Cinema - Edição V

Ok, hora de conferir as estreias da semana. Como acontece sempre temos um filme de ponta no circuito comercial que serve de cavalo de batalha para os demais. Nessa semana esse papel cabe ao novo filme de Brad Pitt, "Aliados". Em breve vou publicar uma resenha aqui sobre essa produção dirigida por Robert Zemeckis. O enredo mistura II Guerra Mundial, espionagem e Casablanca! Ei, não seria uma espécie de remake do clássico de Humphrey Bogart? Calma, ainda é cedo para chegar a esse tipo de conclusão. De qualquer maneira esse filme é um dos obrigatórios dessa semana, não apenas pelo tema vintage, mas também pelos nomes envolvidos.

Outro lançamento comercial da semana com potencial de gerar bastante bilheteria é "John Wick - Um Novo Dia Para Matar", filme de ação estrelado por Keanu Reeves e Laurence Fishburne. Vou logo adiantando que não gostei do primeiro filme (essa é a sequência), uma vez que esses filmes seguem uma linha bem exagerada mesmo, não é apenas um filme de ação como tantos outros. É ação impossível que beira o nonsense. Até o poster promocional vai por essa linha, com centenas de armas apontadas para a cabeça de Reeves! Pelo visto hoje em dia o que não for exagerado ao extremo corre o risco de ser ignorado pelo público jovem nos cinemas. Sinal dos tempos.

Para quem gosta de filmes mais alternativos, do gênero drama, indico "Lion - Uma Jornada Para Casa", a história de um garoto indiano que se perde dos pais. No elenco o grande chamariz é a estrela Nicole Kidman. O que será que deu nela para atuar em filmes como esse, tão fora da rota do cinemão americano? Já no documentário "Eu Não Sou Seu Negro", o ator Samuel L. Jackson narra a odisseia que o livro "Remember This House" percorreu desde que foi escrito. Tendo como tema as mortes de líderes do movimento negro americano, esse manuscrito ficou anos perdido, sendo reencontrado apenas após várias décadas. Um filme, digamos, curioso. Só será exibido em poucas salas pelo Brasil. Especialmente indicado para quem estiver em busca de um cinema de causa, ativista, principalmente em relação às minorias.

E para fechar a semana aqui vão algumas dicas de filmes para os admiradores de cinema cult em geral: "A Cura", produção alemã, que mostra um executivo em tratamento com águas milagrosas nos Alpes suícos; "Um Homem Chamado Ove" sobre um aposentado sueco mau humorado que vê seus dias passando de forma lenta e entediante; "Eu, Olga Hepnarová", drama polonês e tcheco sobre a vida de uma homossexual reprimida por sua sociedade e finalmente a animação de arte "A Tartaruga Vermelha", sobre um homem naufragado e uma incomum visitante da natureza que vem para lhe ajudar. Bucólico e ecológico, uma graça de filme. Vale o ingresso.

Pablo Aluísio.

Filmes da Semana - Edição VII

Filmes da TV Aberta: Semana (22/01 a 27/01) - Temos uma semana interessante em relação ao filmes na TV aberta. Praticamente todo dia terá pelo menos um bom filme sendo exibido. Então vamos lá. No domingo será exibido Anjos da Vida - Mais Bravos que o Mar (2006). Esse é um filme que assisti no cinema e de que gostei, apesar de ser de uma fase mais decadente do ator Kevin Costner. Ao lado de Ashton Kutcher ele interpreta um veterano de equipes de resgate que precisa passar sua experiência para os mais jovens. Tem boas cenas de ação. Na madrugada desse mesmo dia outras duas fitas que vale a pena conferir: A Caça (2012) com o excelente Mads Mikkelsen e Vício Frenético (2010), um dos últimos filmes do Nicolas Cage de que realmente gostei. Com um bom elenco de apoio (Eva Mendes e Val Kilmer) o filme mostra um policial tendo que superar inúmeros problemas pessoais.

Na segunda, em plena Sessão da Tarde, será exibido Entrando Numa Fria Maior Ainda (2004), uma comédia horrível mostrando um grupo de atores veteranos decadentes (Robert de Niro, Dustin Hoffman e Barbra Streisand) tentando ganhar alguns trocados com o que restou de suas carreiras. Como são artistas talentosos o sentimento é de pura melancolia por eles terem que pagar esse mico! Pior é servir de coadjuvante para o obtuso e idiota (no mau sentido mesmo) Ben Stiller! Uma lástima. As coisas melhoram um pouco à noite pois Tela Quente exibirá Thor: O Mundo Sombrio (2013). Esse é indicado para quem gosta de adaptações de quadrinhos para o cinema. Os cinéfilos também não terão do que reclamar já que o elenco é bom, contando com Anthony Hopkins e Natalie Portman. Bom, é um trabalho para se viver.

Durante a semana, a terça será o menos interessante dos dias. Apenas a aventura juvenil As Crônicas de Spiderwick (2008) chama um pouco a atenção. É um filme fraco, mas tem o Nick Nolte no elenco pelo menos. Na quarta teremos a exibição de dois filmes que valem a espiada. O primeiro é Contagem Regressiva (2013) com Paul Walker. Sem favor algum, esse é um dos melhores trabalhos dele, que infelizmente segue pouco conhecido. No filme ele interpreta um pai que precisa proteger seu filho recém-nascido, prematuro, durante a chegada do terrível furacão Katrina. Ele fica praticamente sozinho no hospital, lutando pela vida do bebê. Muito bom! Recomendo. Nessa mesma madrugada será exibido Glória (1999). O filme é estrelado pela estrela Sharon Stone. Ela interpreta uma mulher condenada por um crime que não cometeu. Um filme dos anos 90 que andava há um bom tempo sumido. Boa oportunidade para conferir.

Na quinta outro filme dos anos 90: Risco Duplo (1999). O tema também é parecido com o anterior, lidando com prisões, traições e conspirações. No elenco um nome de peso: Tommy Lee Jones. E é justamente ele que surge no dia seguinte, de novo, com um filme na Sessão da Tarde: MIB - Homens de Preto 3 (2012). Muita gente considera essa franquia uma grande bobagem e de fato estão com a razão. Esse aliás é o grande atrativo dessa adaptação de uma revista em quadrinhos bem obscura e desconhecida. Por fim teremos o grande filme da semana sendo exibido na madrugada de sexta para sábado. Se trata de Cães de Aluguel do diretor Quentin Tarantino. Esse foi seu primeiro grande filme de repercussão, o que de fato deu origem a sua carreira cultuada. No enredo quatro criminosos são encurralados pela polícia e agora precisam descobrir qual deles teria sido o traidor. Um grande filme, valorizado pela violência estilizada que é a marca registrada do cineasta. No elenco só feras: Harvey Keitel, Tim Roth, Michael Madsen, Chris Penn e Steve Buscemi! Simplesmente imperdível.

Pablo Aluísio.