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terça-feira, 9 de agosto de 2022

O Rebelde

Título no Brasil: O Rebelde
Título Original: The Rebel
Ano de Produção: 1959 - 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: American Broadcasting Company (ABC)
Direção: Irvin Kershner, Bernard L. Kowalski
Roteiro: Andrew J. Fenady, Nick Adams
Elenco: Nick Adams, Ross Sturlin, Chuck Hamilton

Sinopse:
Johnny Yuma (Nick Adams) é um bravo jovem, ex-soldado do Exército Confederado, à deriva através de uma existência aparentemente sem sentido na década de 1860, no velho oeste. A guerra civil chegou ao final e ele ainda não encontrou seu lugar no mundo. Para sobreviver começa a trabalhar como segurança de caravanas contra ataques de tribos selvagens hostis e cowboy de aluguel para fazendeiros da região. Seu grande sonho é um dia comprar um rancho para criar gado e viver dele até o fim de seus dias.

Comentários:
O ator Nick Adams (1931 - 1968) ficou mais famoso em Hollywood por suas amizades do que propriamente por seu talento dramático. Ele inicialmente fez parte da turminha de Jimmy Dean nos anos 1950 e após sua morte ficou muito próximo e amigo de outro mito, só que dessa vez da música, o rei do rock Elvis Presley. Para esse último serviu não apenas de colega de profissão mas também como guia orientador de atuação, uma vez que Elvis não tinha nenhuma experiência como ator e precisava de alguém que lhe desse dicas de como atuar bem. Dentro de sua carreira o auge para Nick Adams veio quando foi indicado ao Oscar por sua atuação em "O Crime é Homicídio". Depois disso infelizmente as ofertas foram ficando cada vez mais raras e para não ficar sem trabalho Adams resolveu aderir à televisão. O problema é que havia uma mentalidade preconceituosa entre astros de cinema daquela época que dizia que quando um ator ia para a TV ele estava acabado no cinema. Nick também pensava assim e sentia-se frustrado por ter que aparecer em um seriado de faroeste transmitido pela ABC no horário vespertino (visando obviamente ganhar a audiência do público mais jovem). 

De fato ele até chegou a se empolgar durante um certo período, colaborando na criação e nos roteiros dos episódios, mas isso era pouco para suas ambições profissionais. Uma bobagem sem tamanho mas que retratava a forma de pensar dos atores daquele tempo. O seriado fez sucesso, tanto que ficou três temporadas no ar, mas em 1961 Adams achou que era de voltar para o cinema. Seu retorno porém não deu certo e o ator ficou sem a série e nem bons filmes para estrelar (para se ter uma ideia chegou até mesmo a aparecer em produções trash de terror para sobreviver). Talvez a queda tenha sido demais para ele e sete anos depois o ator seria encontrado morto por uma overdose de drogas em seu apartamento. Um triste fim para esse cowboy das matinês que embalou e levou diversão para a garotada no começo dos anos 1960 nos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O Inferno é Para os Heróis

O ator Steve McQueen foi um dos grandes ídolos do cinema de ação das décadas de 1960 e 1970. Ele morreu relativamente jovem, por um câncer agressivo causado por exposição ao amianto, justamente no período de sua vida em que prestou serviço militar. Curiosamente foi como soldado que ele conseguiu seus primeiros papéis no cinema. Afinal de contas ele ficava muito bem nesse tipo de personagem, justamente por ter sido um militar na vida real. De certa maneira nem precisava interpretar tanto, nem fazer pesquisa sobre seus personagens. O laboratório de interpretação havia sido sua própria vida antes de ir para o cinema. Era a arte imitando a vida. Aqui temos um filme de guerra estrelado por ele, uma produção que de certa maneira caiu no esquecimento depois de tantos anos de seu lançamento original, isso apesar de sua boa qualidade cinematográfica. O cenário onde se passa a ação desse filme é a Europa devastada pela Segunda Guerra Mundial. No front de guerra, um pequeno grupo de soldados americanos é deixado para trás pelo exército, com a missão de  manter uma posição estratégica. 

O problema é que o pequeno pelotão está em menor número frente ao inimigo. Para tanto precisam convencer as tropas alemãs de que são bem mais numerosos do que realmente são. A linha de combate é ampla e cobre um grande território, mas os americanos se mostram firmes em defender sua posição. O roteiro explora muito bem a crueza do chamado combate corpo a corpo. Há boas cenas envolvendo um grupo avançado cujo objetivo é destruir uma casamata fortemente armada e defendida pelas tropas nazistas. Um dos aspectos que mais chamam a atenção em "O Inferno é Para os Heróis" é sua crueza e até mesmo frieza. O diretor Don Siegel optou por uma linha mais realista, deixando de lado toda a patriotada que caracterizou muitos filmes de guerra no apogeu de Hollywood. O clima é de leve desesperança, melancolia até, em um mundo destruído, em ruínas. O personagem de Steve McQueen passa longe de ser um herói romântico ou algo parecido. Para impactar ainda mais nesse aspecto o filme tem uma fotografia preto e branco bem mais escura do que o normal, enfatizando o clima de opressão e conflito que impera em toda a fita.

Outro ponto de destaque vem no elenco de apoio. Bobby Darin, cantor popular na época, principalmente cantando doces baladas românticas ao estilo de Frank Sinatra, encara um papel completamente diferente em sua carreira e não faz feio em cena. Já Nick Adams, da turma de James Dean e grande amigo pessoal de Elvis Presley, tem um pequeno papel, mas que no final se mostra bem relevante. Por fim James Coburn, com toda a sua competência habitual, acrescenta bastante ao filme interpretando um coronel durão. Era exatamente o tipo de papel que caía como uma luva em seu repertório de atuação. Enfim, se você gosta de bons filmes sobre a Segunda Guerra, "O Inferno É Para os Heróis" pode se tornar uma ótima pedida para o fim de semana.

O Inferno é Para os Heróis (Hell Is for Heroes, Estados Unidos, 1962) Direção: Don Siegel / Roteiro: Richard Carr, Robert Pirosh / Elenco: Steve McQueen, Bobby Darin, James Coburn, Nick Adams, Bob Newhart, Fess Parker / Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial um pequeno grupo de soldados americanos tenta manter de todas as formas sua linha de defesa contra as tropas alemãs, mesmo estando em menor número do que os soldados do III Reich.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 21 de julho de 2017

A Última Carroça

Título no Brasil: A Última Carroça
Título Original: The Last Wagon
Ano de Produção: 1956
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Delmer Daves
Roteiro: James Edward Grant, Delmer Daves
Elenco: Richard Widmark, Nick Adams, Felicia Farr, Susan Kohner, Stephanie Griffin, George Mathews

Sinopse:
Durante a colonização do velho oeste americano, um grupo de pioneiros são atacados por selvagens das tribos Apaches que vivem na região. Eles conseguem sobreviver, mas ficam perdidos no meio do deserto. Sua única chance aparece quando um homem branco chamado Todd (Richard Widmark), que viveu entre os comanches, surge para ajudá-los a sair dali com vida.

Comentários:
Bom faroeste, bem valorizado por ter um elenco muito bom e um roteiro eficiente, que não perde tempo com bobagens. O diretor Delmer Daves era um especialista em fitas de western e aqui resolveu não perder muito tempo, usando como estrutura de roteiro um enredo ágil, rápido, mas muito bem escrito. O filme é estrelado pelo ator Richard Widmark que interpreta um personagem bem dúbio, que ora pode ser a salvação de toda aquela gente, ora pode se tornar sua ruína final. Ele é conhecido como Comanche Todd, pois apesar de ser branco, sempre conviveu com as tribos comanches do deserto do Arizona. Ele é procurado pela lei, pela morte de três homens, em situações que nunca ficaram muito bem esclarecidas. Assim os colonos aceitam sua ajuda, mas ficam sempre com um pé atrás, pois ele pode guiar a caravana para um lugar seguro ou levá-los para uma emboscada, onde serão mortos pelos guerreiros apaches. O roteiro joga o tempo todo com essa situação de suspense, trazendo no final ótimo resultado em termos de suspense e roteiro. Como escrevi, um bom filme, muito bem orquestrado por causa de seu inteligente argumento.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Mister Roberts

Título no Brasil: Mister Roberts
Título Original: Mister Roberts
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Ford, Mervyn LeRoy
Roteiro: Frank S. Nugent, Joshua Logan
Elenco: Henry Fonda, Jack Lemmon, James Cagney, William Powell, Nick Adams, Betsy Palmer
  
Sinopse:
Segunda Guerra Mundial. Pacífico Sul. O Tenente 'Doug' Roberts (Fonda) serve em um velho cargueiro da Marinha americana. Ele a cada dia se sente mais frustrado pois sua embarcação não está relacionada diretamente a entrar em combate, se limitando a suprir as mercadorias das tropas aliadas naquela região. Com apenas 62 homens a bordo eles precisam aguentar as manias e ataques de maluquice de seu comandante, o capitão Morton (Cagney) que não parece disposto a facilitar a vida de ninguém. O que mais deseja Doug é ir embora do navio, para ser transferido para um destróier da armada, mas isso, como ele logo descobrirá, não será nada fácil. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Som. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Jack Lemmon).

Comentários:
Baseado numa peça de grande sucesso da Broadway, "Mister Roberts" é uma simpática comédia ambientada na Segunda Guerra dirigida pelo mestre John Ford. É interessante que Ford pouco se aventurou nesse estilo, mas o apelo de levar a famosa e bem sucedida peça teatral falou mais alto e ele aceitou o convite da Warner para dirigir o filme. Inicialmente a produção seria estrelada por Marlon Brando (como Mister Roberts) e Spencer Tracy (como o médico a bordo, Doc), mas por motivos variados eles não foram contratados. O destino tem suas próprias razões e isso foi muito bom, uma vez que a dupla Fonda / Powell funcionou muito bem. Henry Fonda inclusive havia estrelado a peça da Broadway e seria naturalmente, mais do que qualquer outro ator, o nome ideal para a adaptação cinematográfica. Já Lemmon acabou levando o único Oscar do filme, numa interpretação muito divertida do desastrado segundo tenente Frank Thurlowe Pulver, oficial da lavanderia de roupas e da moral da tripulação (imaginem que mistura esquisita!). O roteiro foi escrito por dois diretores, Frank S. Nugent e Joshua Logan, e tem realmente um timing excelente. 

O tenente Roberts (Fonda) passa o tempo todo em uma guerra surda e não declarada para com o esquisito e carreirista capitão do barco, Morton (Cagney) que é um sujeitinho cheios de manias, como a de cultivar uma palmeira no convés do navio, sem que ninguém pudesse nem ao menos tocá-la. Como o filme é baseado numa peça teatral alguns aspectos de palco acabaram passando para a tela, como por exemplo, o desenrolar de toda a estória acontecendo em praticamente apenas um ambiente (o próprio cargueiro decadente chamado de "banheira" por todos os tripulantes). É lá que tudo se desenvolve. Curiosamente Fonda interpreta o bom oficial, amigo de todos, um colega de farda que é acima de tudo um apoio contra os desmandos do capitão, de quem ninguém gosta de verdade. O final, quando o tenente Roberts finalmente consegue sua tão sonhada transferência da embarcação para um navio poderoso da esquadra e o seu destino que o aguarda, é um dos mais tocantes que já vi. Uma lição irônica e ao mesmo tempo realista da vida e da luta que aguardavam todos aqueles militares no maior e mais sangrento conflito armado de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de março de 2009

Elvis Presley - Elvis e Nick Adams

Elvis Presley era Gay? Logo nos primeiros dias de sucesso Elvis, por se vestir de maneira muito sui generis, teve que arcar com insinuações e boatos de que na verdade seria gay. Afinal de contas nenhum homem dançava como ele nos conservadores anos 1950! Um homem rebolar naqueles tempos era algo inaceitável para muitos. Não raro Elvis era xingado por algum namorado enciumado quando descia do palco, isso foi algo que ele teve que conviver desde os primeiros dias na estrada. Elvis com o tempo passou a ignorar os gritos de "Bicha, bicha" para evitar maiores problemas. Por muito tempo as acusações de que Elvis era gay não passaram disso, meros xingamentos provenientes de pessoas que não gostavam dele, nem de seu estilo escandaloso e nem de sua dança diferente. O Rock era o inimigo e Elvis o seu alvo preferido. Quando se tornou um grande mito popular e foi para Hollywood os boatos voltaram a ganhar força. Apesar de parecer uma comunidade muito sofisticada, a capital do cinema também tinha hábitos de cidadezinhas do interior, inclusive fofocas infundadas.

Como se sabe Elvis foi um grande fã de James Dean. Era apaixonado por seus filmes e seu estilo de vida. Assim que pintou em Hollywood Elvis fez questão de conhecer todos os membros da antiga turminha de atores e atrizes que formavam os amigos mais próximos de Dean. O problema é que assim como James Dean praticamente todos ao seu redor ou eram gays ou bissexuais. Sal Mineo e Nick Adams, por exemplo, eram notoriamente conhecidos por seus casos homossexuais dentro e fora dos estúdios. Embora para o grande público nada disso fosse revelado dentro da comunidade de Hollywood esse segredo era bem conhecido. Ao ver Elvis tão próximo da turma gay de Dean as fofocas começaram a pipocar em todas as festas, encontros e eventos sociais do meio cinematográfico. Afinal de contas viver cercado desse pessoal não ajudaria muito na convicção de que Elvis era um autêntico macho viril. Se a grande maioria deles era gay o que Elvis estaria fazendo no meio daquela turma?

Embora Elvis tenha colecionado namoradas naqueles anos os boatos sempre persistiram. Afinal ele bem poderia ser como o seu próprio ídolo James Dean que era bissexual, saindo com homens, se apaixonando por mulheres, tudo ao mesmo tempo agora. A questão é que Presley ficou muito próximo de Nick Adams e todos sabiam que Nick era gay. No fundo Elvis queria alguém com experiência em arte dramática para lhe ajudar nos filmes pois ele nunca havia atuado antes em sua vida, era algo novo. Como nunca havia também estudado para ser ator, ele começou a usar Nick para lhe ajudar nisso. Assim quando estava filmando Elvis precisou da presença constante de Adams ao seu lado. Ao levar o amigo para sua mansão em Los Angeles a boataria só inflamou.

A verdade pura e simples é que Elvis era de fato um heterossexual convicto, a tal ponto inclusive de eliminar qualquer outra pessoa com traços gays de sua convivência pessoal. Ele entrou na turma de James Dean mas aquelas pessoas não era subordinadas a ele em nada e nem tinham satisfações a dar. Certamente eram gays e não estavam nem aí para o que pensavam deles. Em se tratando de Máfia de Memphis porém Elvis era intransigente. Qualquer novo membro que demonstrasse qualquer sinal de homossexualidade era logo afastado do grupo. Hoje em dia ele até correria o sério risco de ser chamado de homofóbico dentro dos padrões morais do politicamente correto que impera. Sem dúvida era um aspecto dúbio em sua personalidade. Em Hollywood Elvis se mostrava bem tolerante com as pessoas ao seu redor, mas em Memphis as coisas mudavam de tom.

Nick Adams morreu muito jovem, em 1968, pois sua carreira foi decaindo cada vez mais até o ponto em que ficou estagnada. Nick foi para o mundo da TV (considerado um meio menor para quem já tinha sido um ator de cinema) e acabou se entregado ao vício em drogas pesadas. Elvis tentou ajudar. mas ninguém pode salvar uma pessoa de si mesma. De uma forma ou outra ele continuou sendo amigo de Adams até o fim de sua vida. Não raro ao saber que o colega estava filmando em algum estúdio vizinho ia até lá para um aperto de mãos ou uma conversa agradável sobre os velhos tempos. Existem vários fotos de Elvis com Nick Adams, inclusive no set de filmagens da série "The Rebel", com o ator ainda caracterizado como seu personagem.

A partir dos anos 70 ninguém mais falava da amizade próxima de Elvis e Nick Adams, nem para tentar macular de alguma forma a masculinidade de Presley. Era algo esquecido e que ficara para trás. Afinal o astro de Memphis namorou centenas de mulheres elegantes e bonitas ao longo de sua vida. Ninguém tinha mais dúvidas sobre sua opção sexual. A pergunta se Elvis era gay voltou à tona novamente por causa de um livro escandaloso escrito pela  madrasta do cantor após sua morte. Dee Stanley havia se casado com Vernon Presley após a morte de sua esposa Gladys, e conviveu muitos anos com Elvis. O Rei do Rock não gostava dela por motivos óbvios e isso criou uma tensão entre eles.

Algumas biografias afirmam que Dee tentou inclusive ter um romance com Elvis bem debaixo do nariz de Vernon e que o cantor a despachou de forma veemente. Aliás ficou bastante escandalizado com sua falta de discrição dentro de sua família. Verdade ou não, parece que Dee se vingou de Elvis nas páginas de seu livro ao afirmar que literalmente pegou Elvis na cama com Nick Adams nos tempos de Hollywood. Ela sem querer abriu a porta do quarto de Presley e os flagrou na mesma cama em situação bastante suspeita! Infelizmente todos os envolvidos nisso estão mortos, Elvis, Adams e Dee (falecida ano passado em Nashville). Os fãs de Elvis na época do lançamento do livro obviamente ficaram furiosos com as afirmações de que Elvis teria experimentado alguma atividade homossexual em seus tempos de membro da ex-turminha de James Dean, mas ela jamais voltou atrás em suas afirmações. No final das contas fica o dito pelo não dito. Particularmente não acredito em sua versão dos fatos. De uma maneira ou outra essa questão sobre a verdadeira sexualidade de Elvis não deixa de ser um dos aspectos mais curiosos de sua biografia ao qual cada um deverá tirar sua própria conclusão.

Pablo Aluísio.