quinta-feira, 5 de junho de 2014

Palco de Ilusões

Título no Brasil: Palco de Ilusões
Título Original: Punchline
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David Seltzer
Roteiro: David Seltzer
Elenco: Sally Field, Tom Hanks, John Goodman

Sinopse:
O filme narra a estória de duas pessoas bem diferentes que possuem um objetivo de vida em comum: vencer no concorrido mercado de comediantes de stand-up em Nova Iorque durante os anos 80. Steven Gold (Tom Hanks) é um jovem cujo pai deseja que ele curse uma faculdade de medicina. Ele detesta essa coisa de ser médico e deseja mesmo é se tornar um comediante conhecido. Já Lilah Krytsick (Sally Field) é uma dona de casa, mãe de três filhas, que sonha um dia fazer algo diferente, apesar de não contar com o apoio de seu marido John (John Goodman).

Comentários:
Esse filme surpreendeu muita gente na época de seu lançamento. Contando com a presença de Tom Hanks, especialista em comédias escrachadas dos anos 80, interpretando um comediante de palco, todos esperavam por mais um filme bem divertido e engraçado como os seus demais que tinham feito tanto sucesso. Ao chegar no cinema porém o público acabou encontrando um drama, que apesar do tema que prometia muita graça, tinha também uma grande carga dramática, inclusive com tintas pesadas. O argumento é construído em torno do fracasso de pessoas que vão nutrindo sonhos de um dia serem artistas, mas que por um motivo ou outro, acabam não dando certo na busca desse objetivo. A cena em que Hanks desmorona perante seu público em um clube mequetrefe de Nova Iorque, após ser informado que caçadores de talento da TV estariam lá para lhe conhecer, é de fato muito tocante. De certa forma a produção antecipa os rumos que a carreira de Hanks iria tomar dali em diante, o que culminaria em seus Oscars de melhor ator na década seguinte. Não é um filme para rir, mas sim refletir. Por isso vale tanto a pena ver ou rever sempre que possível.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Três Vezes Amor

Título no Brasil: Três Vezes Amor
Título Original: Definitely, Maybe
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Adam Brooks
Roteiro: Adam Brooks
Elenco: Ryan Reynolds, Abigail Breslin, Rachel Weisz, Elizabeth Banks, Isla Fisher, Kevin Kline

Sinopse:
Will Hayes (Ryan Reynolds) está passando por uma fase particularmente complicada de sua vida. Enfrentando o divórcio, ele resolveu contar para sua filhinha, Maya (Abigail Breslin), como conheceu sua mãe. Para tornar as coisas mais divertidas ele troca o nome de três de suas namoradas do passado para que Maya descubra qual delas é a sua mãe! E assim recorda seu passado de relacionamentos amorosos complicados desde de que chegou a Nova Iorque em 1992.

Comentários:
Uma comédia romântica das mais simpáticas, valorizada pelo bom elenco e pelo roteiro muito bem escrito e desenvolvido. O enredo se desenrola em forma de flashback quando Will (Reynolds) começa a recordar seu passado para sua pequena filha. Assim o espectador é transportado para o começo dos anos 90 quando Will vai até Nova Iorque trabalhar na campanha presidencial de Bill Clinton. No começo as coisas não andam muito bem, mas ele segue em frente com a intenção de se estabelecer profissionalmente para se casar em breve com sua namoradinha da faculdade, Emily (Elizabeth Banks), que ficou no Wisconsin para terminar sua universidade. O problema é que Nova Iorque se revela uma cidade cheia de mulheres interessantes, entre elas a alternativa e espevitada April (Isla Fisher) e a inteligente e charmosa jornalista Summer (Rachel Weisz). Dividido entre essas três mulheres realmente especiais, Will terá que decidir com quem ficará para um relacionamento realmente mais sério e maduro. O grande destaque desse filme fica mesmo por conta do elenco. Nesse aspecto quem brilha de fato são as atrizes (Banks, Weisz e Fisher), todas encantadoras em seus respectivos personagens. É um daqueles filmes que inicialmente você não dá grande importância mas que acaba lhe conquistando pela honestidade de sua proposta. Simples, mas bem cativante no final das contas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de junho de 2014

O Terminal

Título no Brasil: O Terminal
Título Original: The Terminal
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG, Amblin Entertainment
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Andrew Niccol, Sacha Gervasi
Elenco: Tom Hanks, Catherine Zeta-Jones, Chi McBride

Sinopse:
Viktor Navorski (Tom Hanks) é um cidadão da República da Krakozhia que se vê numa situação inesperada. Assim que chega no aeroporto de Nova Iorque descobre que seus documentos não possuem mais validade pois um golpe militar em seu país derrubou o governo que emitiu seu passaporte. Sem poder sair ou entrar nos Estados Unidos ele acaba confinado numa pequena area do próprio terminal da cidade americana.

Comentários:
Nesse filme o diretor Steven Spielberg quis realizar algo bem diferente em sua filmografia mas infelizmente o tiro saiu pela culatra. Não que falte talento a Spielberg, cineasta que considero um dos maiores da história do cinema, o que falta a ele especificadamente no caso dessa produção é uma história para contar. O enredo de "O Terminal" daria no máximo para render um bom média-metragem ou até mesmo um curta bem inspirado. Como longa não deu, pois o argumento se esgota rapidamente, em no máximo trinta minutos de filme. Depois disso não há mais nada de interessante para se contar e o tudo se arrasta da forma mais enfadonha possível. Se há algo de bom a se destacar nesse filme é o carisma absurdo de Tom Hanks. Qualquer outro ator levaria mais da metade do público a simplesmente se levantar no meio da projeção e ir embora, por puro tédio, mas Hanks é um profissional tão carismático que consegue segurar firme essa bola furada com pitadas de heroísmo até o fim da melancólica projeção! Catherine Zeta-Jones, por exemplo, pode ser uma atriz interessante e bonita, mas não diz a que veio. Em suma, um dos mais fracos filmes da carreira de Steven Spielberg que já anda inclusive muito esquecido. Pois é, até os gênios da sétima arte pisam na bola de vez em quando.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Apartamento 143

Título no Brasil: Apartamento 143
Título Original: Emergo
Ano de Produção: 2011
País: Espanha
Estúdio: Nostromo Pictures
Direção: Carles Torrens
Roteiro: Rodrigo Cortés
Elenco: Kai Lennox, Gia Mantegna, Michael O'Keefe

Sinopse:
Após a morte de sua esposa um pai de família se vê abalado ao presenciar várias manifestações fora do normal. Portas batendo, objetos se mexendo sozinhos e sombras pela noite aterrorizam ele, seu pequeno filho e sua jovem filha adolescente. Para descobrir o que se passa um grupo de especialistas de atividades extra sensoriais são chamados ao apartamento 143 para investigar a origem desses estranhos fenômenos.

Comentários:
Mockumentary espanhol falado em inglês que pega carona com sucessos recentes como a franquia "Atividade Paranormal". Assim você já sabe de antemão o que irá encontrar pela frente - cenas paradas, momentos de ansiedade e tensão e por fim o susto final! A maior diferença é que o roteiro procura dar uma explicação mais racional aos acontecimentos, pelo menos na voz dos pesquisadores que acabam concluindo que todas as atividades paranormais que se manifestam no local não passam de uma manifestação física do poder parapsicocinético da garota adolescente que está passando por uma fase complicada na vida após a morte de sua mãe. Na boa essa fórmula está desgastada. Aqui há poucos sustos realmente memoráveis e o clima não soa muito adequado por ter várias cenas passadas durante o dia (fazer filme de assombração na luz do dia não dá, não é mesmo?). Depois de um começo relativamente à sombra de "Atividade Paranormal" o filme ainda dá uma guinada em direção a coisas como "O Último Exorcismo" mas aí já é tarde demais. O congo da falta de originalidade já havia batido. O cinema espanhol pode fazer melhor, principalmente em relação a fitas de terror.

Pablo Aluísio.

O Filho de Deus

Título no Brasil: O Filho de Deus
Título Original: Son of God
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Christopher Spencer
Roteiro: Richard Bedser, Christopher Spencer
Elenco: Diogo Morgado, Amber Rose Revah, Sebastian Knapp

Sinopse:
O filme narra a história de Jesus de Nazaré (Diogo Morgado), jovem judeu que mudou os rumos da história da humanidade, pois afirmava ser o filho de Deus, o Messias enviado para redimir os pecados do mundo. Pregando ao lado de doze apóstolos ele disseminou sua mensagem de paz e amor ao próximo por onde passou. Sua popularidade e carisma acabou despertando a inveja dos poderosos do Templo que sob a aprovação do governador romano da Judéia, Pilatos, o mandaram para a morte na cruz no calvário.

Comentários:
Antes de mais nada é bom salientar que não adianta você ir assistir a esse filme pensando em encontrar algo extremamente fiel aos evangelhos. Sim, no geral o roteiro é bem respeitoso, porém há pequenos detalhes que vão incomodar os mais tradicionalistas. Além disso é notório que certas partes importantes da vida de Cristo foram amenizadas ou ignoradas, enquanto outras são mal aproveitadas. Na realidade é um filme que me soou até despretensioso do ponto de vista puramente cinematográfico. Não há maiores ousadias autorais ou tentativas de provar qualquer tese teológica como estamos acostumados a ver em filmes sobre Jesus. O diretor, apesar de pequenas licenças poéticas, nunca ousa ir muito além disso. Apesar desse aspecto o filme teve uma certa repercussão negativa, principalmente em seu lançamento na Europa, algo que sinceramente achei um pouco fora de tom, desproporcional até. O ator que faz Cristo não chega nem perto dos bons atores que já interpretaram o papel no passado mas também não chega a prejudicar o resultado final. A produção não é de encher os olhos e os efeitos digitais que recriam cenários da época - como o templo de Jerusalém - não são lá muito bem feitos. Apesar de tudo isso vale ainda a pena assistir, nem que seja para o conferir pura e simplesmente. Diria que é um filme até mesmo didático sob um certo ponto de vista. Dessa maneira até vale a indicação para os mais jovens que não são tão versados assim nas escrituras ou se mostram desinteressados em religião. Fica como um mero convite para um primeiro contato, para quem sabe depois eles possam se aprofundar melhor - e com a devida seriedade - na maior história de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de junho de 2014

Reino Escondido

Título no Brasil: Reino Escondido
Título Original: Epic
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox Animation
Direção: Chris Wedge
Roteiro: James V. Hart, William Joyce
Elenco: Amanda Seyfried, Colin Farrell, Beyoncé Knowles, Josh Hutcherson, Beyoncé Knowles

Sinopse:
Mary Katherine (Amanda Seyfried) é uma garota comum que vai morar com seu pai, um cientista maluco que acredita na existência de uma civilização perdida de pequeninos seres na floresta perto de onde mora. Para sua surpresa ela se vê no meio desses pequenos seres ao esbarrar com uma rainha da natureza que está sendo perseguida por malignas entidades do mal e da poluição. Filme indicado ao Annie Awards, o Oscar da Animação, em cinco categorias.

Comentários:
Animação ecológica dos estúdios Fox que custou uma fortuna de 100 milhões de dólares! Foi uma aposta ousada já que não havia nenhum personagem famoso envolvido e o estúdio teria que vender pela primeira vez a ideia desse universo novo para a garotada. A sorte do estúdio é que vivemos a era de ouro do mundo da animação e assim o retorno foi praticamente garantido. Não resta dúvida que é uma produção simpática, muito bem realizada do ponto de vista técnico e com uma boa mensagem ensinando às crianças o valor da preservação da natureza e do meio ambiente. Em um tempo em que se fazem tantas animações sem nenhuma boa intenção por trás, essa aqui pelo menos ensina e traz uma lição importante para os pequeninos. Com visual colorido, personagens simpáticos e muita aventura é uma animação bastante indicada para a garotada entre 10 a 12 anos. Eles certamente vão gostar bastante do resultado final.

Pablo Aluísio.

O Escafandro e a Borboleta

Título no Brasil: O Escafandro e a Borboleta
Título Original: Le Scaphandre et le Papillon
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Pathé Renn Productions, France 3 Cinéma
Direção: Julian Schnabel
Roteiro: Ronald Harwood, Jean-Dominique Bauby
Elenco: Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze

Sinopse:
Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) está no auge da sua carreira profissional. Bem sucedido, rico, no topo de sua profissão (ele é editor da revista Elle, uma das mais importantes do mundo da moda) tudo acaba mudando tragicamente quando sofre um derrame cerebral enquanto dirige seu carro. A partir daí ele perderá todos os movimentos de seu corpo, sendo que a única parte de seu organismo que ainda responde aos seus comandos é seu olho esquerdo. Ele então usa isso para se comunicar com as pessoas ao redor e acaba dando asas à sua imaginação e mente. Filme baseado em fatos reais. Filme indicado a quatro Oscars. Vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Direção (Julian Schnabel). Premiado no BAFTA Awards na categoria Melhor Roteiro Adaptado. Vencedor na categoria Melhor Direção no Cannes Film Festival.

Comentários:
Um drama que deixa marcas no espectador. Mesmo após passar um certo tempo você ainda vai se lembrar dessa história que foi baseada em fatos reais. Mostra, entre outras coisas, que todos temos que agradecer por nossa saúde e nossa vida. Depois de assistir a esse filme certamente você não será mais o mesmo e vai parar de reclamar tanto de sua vida. O ditado popular "Saúde e Paz, o resto a gente corre atrás" nunca fará tanto sentido para você depois de conferir essa película. Antes de tudo o que temos aqui é uma bela lição de vida, uma amostra de como nossa vida pode ser frágil e mudar em questão de segundos. Agora o mais louvável na forma como essa história é contada é a extrema sensibilidade que tudo é mostrado ao espectador. O personagem principal é um sujeito bem sucedido (financeiramente), que tem um carrão esporte último tipo, tão auto suficiente que não se importa muito com sua própria humanidade. Após sofrer o derrame tudo muda e ele se torna um ser humano bem melhor, mais consciente do que é realmente importante. Em suma, um filme que fará você se emocionar, chorar e refletir sobre sua própria vida - e isso é o mais importante que a sétima arte pode fazer por qualquer pessoa. Sem dúvida um belo filme para assistir e nunca mais esquecer.

Pablo Aluísio

Tróia

Título no Brasil: Tróia
Título Original: Troy
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Wolfgang Petersen
Roteiro: David Benioff
Elenco: Brad Pitt, Eric Bana, Orlando Bloom, Peter O'Toole

Sinopse:
Baseado na obra de Homero o filme conta a história da lendária guerra de Tróia que supostamente ocorreu no ano de 1193 a.C. Um evento banal envolvendo questões familiares deu origem a um intenso conflito armado entre as poderosas cidades estados de Messênia e Tróia. Liderando os exércitos invasores surge o valente e heróico Aquiles (Brad Pitt). Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Figurino.

Comentários:
Alguns filmes épicos tinham tudo para se tornarem clássicos modernos da sétima arte, o problema é que muitas vezes os produtores optam por realizar blockbusters vazios que visam apenas satisfazer os desejos de uma platéia jovem e pouco interessada em história. Ao invés de contar tudo da forma mais crível possível se opta por enredos fantasiosos e baseados em cenas de ação gratuitas. Esse "Tróia" vai por esse caminho. O cineasta Wolfgang Petersen perdeu o controle sobre o filme e os executivos da Warner impuseram sua visão de realizar um filme feito meramente para alcançar grandes bilheterias na temporada mais competitiva do cinema americano. Ao custo de 175 milhões de dólares, "Tróia" tem tudo que a indústria americana tem de melhor a oferecer em aspectos puramente técnicos, principalmente em seus ótimos efeitos digitais, figurinos luxuosos e cenas de impacto visual. A única coisa que não tem é um bom roteiro que logo se perde em bobagens históricas. Brad Pitt, que sempre considerei um bom ator está particularmente medíocre no papel de  Aquiles e como todo o restante do elenco é fraco (alguém vai esperar alguma coisa de Orlando Bloom?) o filme deixa aquela sensação de pastel de vento. Não alimenta e nem enriquece, só engorda.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Os Infiltrados

Título no Brasil: Os Infiltrados
Título Original: The Departed
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: William Monahan, Alan Mak
Elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg, Martin Sheen, Vera Farmiga, Alec Baldwin

Sinopse:
Na violenta Boston há uma guerra surda entre o departamento de polícia local e os membros de uma gangue de traficantes de drogas de origem irlandesa! Para descobrir o que se passa no mundo do crime os policiais infiltram um de seus homens entre os criminosos. Curiosamente ao mesmo tempo a gangue também resolve implantar um de seus homens dentre os tiras. Está formada a guerra de informações. Filme vencedor do Oscar de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Edição e Direção. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Direção.

Comentários:
É um dos filmes que menos gosto de Martin Scorsese. Olhando para produções como esse noto um certo desvirtuamento no estilo do cineasta. Ao longo dos anos ele foi ficando cada vez mais intenso, para não dizer exagerado. Nesse processo perdeu grande parte de sua classe. O elenco é fenomenal, com destaque para a presença de Jack Nicholson, mas no geral o filme não conseguiu funcionar plenamente, pelo menos em minha forma de ver. Há um uso excessivo de cenas violentas e algumas de extremo mau gosto que me fazem questionar o que estaria se passando na cabeça do velho Scorsese. Claro que nada disso fará grande diferença pois "The Departed" foi sucesso de crítica e público. É mais um fruto da parceria do diretor com o ator Leonardo DiCaprio que, coitado, segue sua sina de ir atrás do Oscar de todas as formas sem conseguir nada. Nesse aqui as coisas foram ainda piores, o agente de Leo fez grande promoção para o ator na Academia - o que de fato era merecido pois ele está bem no filme - mas ele sequer conseguiu ser indicado! Até o velho Jack foi esquecido - provavelmente por causa da pouca participação de seu personagem na trama em geral. Ao invés disso os membros da Academia resolveram premiar o medíocre Mark Wahlberg com uma indicação de Melhor Ator Coadjuvante. Sinceramente? Sua indicação me pareceu ser uma piadinha de humor negro dos membros votantes do Oscar...

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Thor - O Mundo Sombrio

Título no Brasil: Thor - O Mundo Sombrio
Título Original: Thor - The Dark World
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Alan Taylor
Roteiro: Christopher Yost, Christopher Markus
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Anthony Hopkins, Tom Hiddleston, Stellan Skarsgård, Christopher Eccleston 

Sinopse:
Após os eventos do primeiro filme, Thor (Chris Hemsworth) precisa trazer novamente paz para os nove reinos. Seu irmão Loki (Tom Hiddleston) vai para a prisão e Odin (Anthony Hopkins) decide que fará de Thor o seu próximo Rei. O que todos não percebem é que a agora pacificada Askart está prestes a ser invadida por poderosas forças do mal, entidades milenares que desejam levar todo o universo de volta para a era das sombras.

Comentários:
E a Marvel segue sua trilha de grandes sucessos de bilheteria. Agora é a vez da sequência do personagem Thor, uma adaptação da velha mitologia viking para os dias de hoje pelas mãos do talentoso Stan Lee. Certamente é um tipo de filme que exige uma produção mais requintada do que a dos demais personagens Marvel, isso em razão do fato de Thor viver a maior parte do tempo em seu próprio universo, Askart, e isso significar obviamente ter uma direção de arte própria, com figurinos luxuosos e tudo mais. Assim como aconteceu com a sequência do Capitão América, essa segunda aventura de Thor se mostrou mais bem realizada e com roteiro muito mais redondinho do que o primeiro filme da franquia. Os atores do  filme original retornaram e a trama flui com mais naturalidade. Além disso, como convém a todo bom filme de super-herói, esse aqui conta com vilões bem interessantes, bacanas mesmo, entre eles o tal de Malekith (Christopher Eccleston), que deseja levar o universo de volta às sombras eternas. Chris Hemsworth continua o mesmo bombadão de sempre, um ator não muito expressivo, mas que pelo menos não compromete. Já Natalie Portman não me convenceu muito. Surge abatida, envelhecida (e o problema não é do seu personagem). Parece que a Portman é daquelas mulheres que não se dão muito bem com a maternidade, perdendo um pouco de sua beleza estética após terem filhos. Isso até seria normal, pena que ela própria não parece lá muito empolgada pelo material. Provavelmente retornou ao seu papel apenas por causa do cachê milionário, até porque convenhamos esse tipo de personagem não deve significar muito para ela, principalmente depois de se consagrar em cena no filme "Cisne Negro". Mas isso é de menor importância pois no final "Thor - The Dark World" cumpre aquilo que prometeu, diversão escapista para fãs de personagens em quadrinhos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Contatos Imediatos do Terceiro Grau

Título no Brasil: Contatos Imediatos do Terceiro Grau
Título Original: Close Encounters of the Third Kind
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures      
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Spielberg
Elenco: Richard Dreyfuss, François Truffaut, Teri Garr

Sinopse:
Roy Neary (Richard Dreyfuss) é um pacato homem comum que se vê imerso numa situação extraordinária. Ele acaba criando uma obsessão por seres de outro planeta, algo que vai minando sua vida pessoal e familiar. Mas Roy pensa estar indo pelo caminho certo. Sua busca o levará a uma situação jamais imaginada. Filme indicado a nove prêmios da Academia, inclusive Melhor Direção, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Direção de Arte. Vencedor do Oscar de Melhor Fotografia (Vilmos Zsigmond). Vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Direção (Steven Spielberg) e Melhor Trilha Sonora (John Williams).

Comentários:
Um dos mais marcantes filmes da carreira de Steven Spielberg. O interessante é que tudo nasceu de um roteiro que ele havia escrito há muitos anos mas que não conseguia financiamento pois era um enredo de ficção que exigia um orçamento bastante generoso. O sucesso de seu filme anterior, o blockbuster "Tubarão", acabou lhe abrindo as portas para tocar em frente essa produção. Em certo sentido o enredo é uma homenagem ao filme "O Dia em que a Terra Parou" pois Spielberg sempre havia achado genial a forma como os extraterrestres tinham sido enfocados nesse clássico Sci-fi. Ao invés de monstros invasores, sedentos para dominar o planeta, eles eram retratados como fazendo parte de uma civilização superior que procurava entrar em contato com a humanidade para criar uma aliança de cooperação e fraternidade. O roteiro de "Close Encounters of the Third Kind" segue pelo mesmo caminho. Outro ponto muito positivo é que Spielberg não banaliza o encontro com os seres de outros planetas. Ele, ao contrário disso, cria todo um clima de suspense e ansiedade até o clímax que até hoje é lembrado. Na época Spielberg queria o que havia de melhor para a cena final e conseguiu, pois mesmo tendo se passado tantos anos a sequência ainda hoje impressiona pela qualidade técnica de seus ótimos efeitos especiais. Some-se a isso a brilhante trilha incidenal de John Williams. Um clássico moderno, sem a menor sombra de dúvida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Sabrina

Título no Brasil: Sabrina
Título Original: Sabrina
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Samuel A. Taylor
Elenco: Harrison Ford, Julia Ormond, Greg Kinnear

Sinopse:
Sabrina Fairchild (Julia Ormond) é uma jovem que há anos mora na rica propriedade da família Larrabee. Ela nunca chamou muita atenção em sua adolescência. Depois que retorna de uma longa viagem acaba surpreendendo a todos, por ter se transformado numa mulher elegante, bonita e sofisticada. Sua presença logo chama a atenção dos irmãos Larrabee, de David (Greg Kinnear), um playboy inconsequente e de Linus (Ford), o responsável irmão mais velho que toca os negócios da família em frente. Quem conquistará o coração da bela Sabrina?

Comentários:
Remake do clássico de Billy Wilder que contava com um elenco excepcional formado por Humphrey Bogart, Audrey Hepburn e William Holden. E aqui, o que temos? Uma pálida sombra do filme original. Para começar não haveria mais como repetir o charme da produção de 1954, nem reviver a época de ouro em que se passa o enredo do primeiro filme. Essa tentativa de modernizar aquela estória de amor soa completamente desnecessária, forçada, pouco convincente. Além disso temos que chamar a atenção para o óbvio, pois Julia Ormond nunca chegará aos pés de Audrey Hepburn e nem Harrison Ford tem o estilo cool de Humphrey Bogart. De Greg Kinnear então nem se fala. Alguém ousaria comparar ele com William Holden? Sydney Pollack é um excelente cineasta, nisso não restam dúvidas, porém esse tipo de roteiro exige uma certa ironia e classe que ele não tem e que sobrava em Billy Wilder. Assim o que fica de bom mesmo é apenas a produção, realmente classe A, a trilha sonora (o filme foi indicado ao Oscar por melhor canção original) e a nostalgia do filme original. Todo o resto só prova que remakes, de uma forma em geral, são mesmo pura perda de tempo.

Pablo Aluísio.

A.I. Inteligência Artificial

Título no Brasil: A.I. Inteligência Artificial
Título Original: Artificial Intelligence: AI
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Spielberg, Ian Watson e Stanley Kubrick
Elenco: Haley Joel Osment, Jude Law, William Hurt, Frances O'Connor

Sinopse:
Em um mundo futurista, uma família decide comprar um androide em forma de garoto, de última tecnologia, com inteligência artificial, para suprir a ausência de um ente querido. Vendido como um super brinquedo a campanha promocional garante que esses “Super brinquedos Duram o Verão Inteiro”. O problema é que ele dura mais do que o esperado e depois é jogado literalmente fora em um depósito de lixo onde começará uma verdadeira aventura em busca de sua verdadeira humanidade.

Comentários:
Baseado no conto "Supertoys Last All Summer Long" de Brian Aldiss, o filme era um projeto muito pessoal do grande gênio do cinema, Stanley Kubrick. Para quem havia revolucionado o cinema de ficção nas décadas de 60 e 70, as expectativas criadas em torno do filme eram as melhores possíveis. Infelizmente o diretor morreu antes de ver concluído aquele que ele considerava ser potencialmente seu melhor momento no cinema. Depois de sua morte, até como uma forma de homenagear Kubrick, Steven Spielberg resolveu levar em frente o roteiro que havia sido escrito por ele. O resultado é por demais interessante, embora passe muito longe de ser considerado um clássico Sci-fi. Há ecos no argumento que nos lembram imediatamente de "Blade Runner", com seres artificiais que sonham um dia se tornarem humanos, de corpo e alma. A visão pessimista do futuro também se faz presente, em um mundo cheio de tecnologia mas socialmente caótico e violento. Cheio de excelentes efeitos digitais, "Artificial Intelligence: AI" é em suma uma bonita homenagem de Spielberg para seu mestre.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Milagre em Sta. Anna

Título no Brasil: Milagre em Sta. Anna
Título Original: Miracle at St. Anna
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Studios
Direção: Spike Lee
Roteiro: James McBride
Elenco: Derek Luke, Michael Ealy, Laz Alonso

Sinopse:
Durante a Segunda Guerra Mundial um grupo de soldados americanos negros precisam sobreviver a um mortal cerco de tropas nazistas na ocupação da Itália. Lá descobrem a fragilidade dos civis no meio do fogo cruzado e procuram ajudar eles a sobreviverem ao terrível front. Filme baseado em fatos reais. Filme indicado a seis prêmios no Black Reel Awards.

Comentários:
Um dos mais diferenciados filmes assinados por Spike Lee. Aqui ele deixa sua Nova Iorque para ir até a Europa em plena Segunda Guerra Mundial. O cineasta quis mostrar o trabalho desenvolvido por um pelotão de soldados americanos negros no conflito e o marcante evento que ocorreu com eles durante aquela luta do outro lado do mundo. O interessante é salientar que embora estivessem lutando contra a ideologia racista da Alemanha Nazista, muitos militares americanos tinham uma mentalidade também racista, principalmente em relação aos negros. Alguns oficiais de alta patente acreditavam que os negros não eram bons combatentes e por isso eram designados para funções subalternas, como carregamento de equipamentos e mantimentos ou como auxiliares de cozinha e coisas do tipo. Outro fato histórico curioso também digno de se citar é que essa mentalidade não sobreviveria a guerras que aconteceriam depois, como a Guerra do Vietnã, onde a maioria dos soldados americanos eram negros! Assim Spike Lee usa o filme como instrumento de combate contra essa mentalidade obtusa. Felizmente não parece tão obcecado com a questão racial como em outros filmes seus. Aqui ele se contém e mantém um bom nível, se limitando muitas vezes a contar uma boa história. Certamente vale a pena conhecer esse retrato pouco conhecido da II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de maio de 2014

O Poderoso Chefão II

Título no Brasil: O Poderoso Chefão II
Título Original: The Godfather Part II
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Francis Ford Coppola, Mario Puzo
Elenco: Al Pacino, Robert De Niro, Robert Duvall, Diane Keaton, John Cazale, Lee Strasberg 

Sinopse:
Nova Iorque. Década de 1920. Vito Corleone (Robert De Niro) é um imigrante italiano que tenta subir na vida na grande metrópole americana. Vindo de baixo, acaba sendo alvo de criminosos que querem extorquir e se aproveitar de seu pequeno negócio. Sem outra alternativa resolve reagir contra as injustiças, nascendo daí uma das mais poderosas famílias mafiosas dos Estados Unidos. 

Na outra linha narrativa, Michael Corleone (Al Pacino) começa a se envolver cada vez mais nas atividades ilícitas de seu clã, ao tentar ampliar os negócios dos Corleones através de Nevada e de Cuba, prestes a passar por uma grande revolução comunista. Filme indicado a onze prêmios da academia, sendo vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção (Francis Ford Coppola), Melhor Roteiro (Francis Ford Coppola, Mario Puzo), Melhor Ator Coadjuvante (Robert De Niro), Melhor Direção de Arte e Melhor Música. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria Melhor Ator (Al Pacino).

Comentários:
Considerado por grande parte da crítica americana como o melhor filme da saga "The Godfather", o que não deixa de ser curioso pois quando o projeto da produção foi anunciado nos anos 70 muitos criticaram a proposta, afinal de contas o primeiro filme foi considerado um clássico absoluto, uma obra de arte completa. Fazer uma continuação era visto como algo indigno. Para surpresa de toda essa gente o fato é que "The Godfather Part II" se mostrou um filme não apenas à altura do primeiro, mas também em certos aspectos bem superior. O roteiro, brilhantemente escrito por Francis Ford Coppola e Mario Puzo, não apenas se limitou a levar em frente o enredo do filme original, mas também desenvolveu de forma genial o passado de Vito Corleone, aqui interpretado de forma irrepreensível por Robert De Niro. 

Assim não são poucos os que acham que na realidade se trata de dois (grandes) filmes em apenas um só! O espectador acaba conhecendo as origens da família Corleone, mostrando que na realidade Don Vito era apenas um imigrante italiano tentando vencer na América honestamente e que precisou trilhar o caminho da violência para proteger seus entes queridos. Na outra linha narrativa o espectador também começa a ver a transformação de Michael Corleone (Pacino). Criado para se tornar o orgulho da família, afastado do lado criminoso de suas atividades, ele acaba ficando no meio do fogo cruzado por diversas circunstâncias que lhe fogem das mãos. Seu destino então se torna traçado a partir desses acontecimentos. Não restam dúvidas, o filme é de fato uma obra prima da sétima arte, um dos melhores da história do cinema americano. Simplesmente maravilhoso.

Pablo Aluísio.