segunda-feira, 18 de março de 2024

Queimada

Queimada
Muitas pessoas foram surpreendidas quando a autobiografia de Marlon Brando foi lançada e nela o ator considerava esse o seu melhor filme! Ninguém tinha a menor ideia de que ele gostava tanto desse filme, até porque comercialmente não foi uma produção bem sucedida, muito pelo contrário. E essa sensação de exagero por parte do ator fica ainda mais evidenciado quando assistimos a esse filme nos dias de hoje. Está mais para a linguagem do cinema italiano da época do que da forma de se produzir filmes em Hollywood. Há claramente uma sensação, ao assistirmos ao filme, de que estamos vendo uma obra cinematográfica quase amadora, tanto no aspecto de cenários, figurinos, edição e direção de arte de uma forma em geral, como também do próprio roteiro, que me pareceu bem truncado. 

Penso que Brando gostou mais de fazer o filme do que propriamente do que viu na tela. E tiro essa conclusão do próprio texto escrito pelo ator em seu livro. Ele não parece dizer, em momento algum, que foi um grande filme, mas que sim, certamente se lembrou de todas as histórias inusitadas que viveu no set de filmagens. Brando tinha uma relação muito conturbada com esse diretor italiano e quando descobriu que ele tinha várias superstições resolveu brincar no set, o que quase levou esse diretor à loucura. Só lendo sua autobiografia para conferir. De minha parte penso que é apenas um filme regular, bem mediano mesmo. Hoje em dia não seria nada bem recebido pela crítica mundial (como na época também não foi, diga-se de passagem). Vale como curiosidade e nada mais.

Queimada (Burn!, Itália, França, Estados Unidos, 1969) Direção: Gillo Pontecorvo / Roteiro: Franco Solinas, Giorgio Arlorio / Elenco: Marlon Brando, Evaristo Márquez, Renato Salvatori / Sinopse: Em 1844, um mercenário britânico ajuda os escravos revoltados de uma colónia insular das Antilhas a conquistar a independência de Portugal, mas depois regressa para caçar um líder rebelde local e antigo protegido.

Pablo Aluísio. 

3 comentários:

  1. O Marlon Brando, a despeito da sua genialidade como ator, também era um bobão e adorava ser do contra pra dar uma de incompreendido. Coisa de diva.

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  2. Ele tinha mesmo esses arroubos de egocentrismo, era um homem cheio de caprichos pessoais...

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