quinta-feira, 28 de julho de 2016
Um Corpo Que Cai
Na estória um detetive aposentado chamado John 'Scottie' Ferguson (interpretado pelo sempre ótimo James Stewart) aceita a proposta de fazer um último serviço de investigação para um velho amigo. O sujeito é um daqueles homens bem sucedidos casados com mulheres bem mais jovens. Ela ultimamente vem apresentando um comportamento estranho, o que acende o alerta na cabeça do maridão. Todas as tardes ela sai por San Francisco, sem rumo certo, com comportamento fora do normal. Ele contrata assim Scottie para seguir seus passos, descobrir onde ela vai, o que faz e com quem anda nesses momentos...
Traição? Nem tanto. A jovem (na pele de Kim Novak, no auge da juventude e beleza) parece ter desenvolvido algum tipo de obsessão em relação a uma parente distante, sua trisavô, que teria se matado. Ela vai até seu túmulo, visita sua antiga casa, passeia por lugares onde ela viveu e por fim tenta se matar nas águas geladas da baía de San Francisco. Para salvá-la Scottie acaba se aproximando dela, nascendo daí uma paixão avassaladora. Tudo parece seguir numa certa normalidade, porém o que o velho detetive nem desconfia é que tudo o que surge na sua frente não é a realidade, mas um mundo de manipulação, onde ele é apenas um instrumento de ilusão numa teia criminosa.
A tese de Alfred Alfred Hitchcock era justamente essa. A diferença entre o que pensamos ser a realidade e aquilo que realmente é. De um lado o mundo real, concreto. Do outro a fantasia, a imaginação, a mentira. Uma metáfora sobre o próprio cinema no final das contas. O roteiro de "Vertigo" tem várias reviravoltas, algumas delas bem intrigantes e surpreendentes, mas o que mais deixa o espectador surpreso mesmo é ver como uma atriz de talento trivial como Kim Novak conseguiu ter um trabalho de atuação tão bom.
Ela no filme interpreta duas personagens, o seu eu real e a máscara que se apresenta para o velho policial de James Stewart. Uma de suas personalidades tem classe, finesse e por ter um comportamento reservado apresenta um ar misterioso e sedutor que se revela irresistível ao tira aposentado. A outra é uma mulher completamente ordinária (no sentido de ser comum), nada sofisticada, chegando ao ponto de ser simplesmente vulgar. Pura decepção. Uma trabalhadora tentando sobreviver em um emprego meramente medíocre. Certa vez Hitchcock disse que atores eram como gado e deveriam ser tratados como gado. Embora seja uma opinião forte, diria até ofensiva, quando vemos atuações como a de Kim Novak nesse filme acabamos entendendo que apesar de ser um jeito bem heterodoxo de direção a coisa parecia mesmo funcionar perfeitamente...
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Janela Indiscreta
Nessa revisão tardia acabei me surpreendendo pois adorei muito mais rever "Rear Window"! Embora "Um Corpo Que Cai" tenha um roteiro bem mais complexo e coeso, com ótimas tomadas externas e variedade maior de situações e cenários (com um ótimo final), "Janela Indiscreta" nos pega por sua extrema criatividade e originalidade. Para quem nunca viu ou não se lembra o filme conta a estória (simples) de um fotógrafo profissional (interpretado pelo grande James Stewart) que fica preso numa cadeira de rodas em seu apartamento após quebrar sua perna. Sem ter o que fazer para passar o tédio ele começa a espiar com uma câmera seus vizinhos de prédio (em uma maravilhosa recriação em estúdio de um típico condomínio de apartamentos residencial de Nova Iorque). Sim, ele se torna um voyeur da vida alheia!
E assim ele vai conhecendo os tipos mais variados. Há uma senhorita muito solitária e deprimida que passa os seus dias a idealizar o encontro romântico de seus sonhos, o jovem casal em lua de mel, a dançarina bonitona que é cortejada por um batalhão de pretendentes, um estranho casal que dorme na sacada de seu apê, usando uma cesta para descer seu cachorrinho de estimação até o pátio lá embaixo e por fim um velho casal que aparenta toda a saturação de um casamento em frangalhos que vai se arrastando por anos e anos. A esposa está inválida sobre uma cama e seu marido, um vendedor cansado da vida, não parece ter mais paciência para cuidar dela. É a massacrante rotina de uma vida ordinária cobrando seu preço.
É justamente sobre eles que as lentes de Stewart começam a prestar mais a atenção pois durante uma noite chuvosa ele acaba se convencendo que o homem matou sua esposa, a cortou em pedaços e colocou seus restos mortais em várias malas que ele vai tirando de seu apartamento aos poucos, durante as madrugadas! Chocante demais para você? Não para o mestre do suspense... Claro que o assassinato deixa alarmado o personagem de Stewart, mas nem seu velho amigo da guerra acredita em sua versão dos fatos. Para o velho tira seu colega está apenas entediado, inventando estórias em sua própria cabeça! Assim o roteiro joga o tempo todo com a dualidade sobre o que de fato estaria acontecendo... Teria havido realmente um crime ou tudo não passaria de uma maluquice na mente entediada do protagonista? Perceba que com tão pouco em mãos o grande Hitchcock acabou criando uma verdadeira obra prima do suspense, inclusive com toques de fino humor negro! E como se isso tudo ainda não bastasse o filme ainda traz a beleza eterna de Grace Kelly no auge de sua juventude e carisma! Dizem que o velho diretor ficou caidinho por ela - completamente apaixonado! Quem poderia condená-lo? Absolutamente ninguém...
Pablo Aluísio.
terça-feira, 26 de julho de 2016
Sua Majestade, o Aventureiro
Em 1954 porém a imagem de Burt Lancaster ainda não tinha evoluído muito. O que havia sido posto sobre a mesa dos grandes chefões era a de que ele poderia se sair muito bem em aventuras dos sete mares. Assim o ator foi escalado para esse filme sobre um capitão que no Pacífico Sul tentava tirar a sorte grande ao explorar uma ilha remota povoada por nativos ainda bem primitivos. O lugar, cheio de coqueiros, era um manancial de riquezas. O óleo da casca do coco era fartamente usado na época pela indústria recém nascida. Levar aquele óleo para a distante Europa seria a sua salvação. Certamente ele ficaria rico. Só faltava saber como...
O protagonista interpretado por Burt Lancaster porém teria que antes disso vencer uma série de desafios. O principal deles era arranjar uma nova embarcação pois seu último navio havia sido tomado pela própria tripulação em um motim violento. Preso e jogado no mar em um pequeno bote o capitão só conseguiu sobreviver por causa das marés que o levaram até uma paradisíaca ilha em Fiji (um dos cartões postais mais bonitos do planeta, com suas águas límpidas, cristalinas e azuis). E é justamente nesse lugar que o velho capitão vivido por Lancaster começa novos planos de exploração. É claro que sob um ponto de vista atual tudo soará meio indigesto. O homem branco americano de Lancaster nem pensa duas vezes em colocar todos aqueles nativos morenos e primitivos para trabalharem em seu proveito pessoal, quase numa relação de escravismo. E olha que o personagem era visto como um herói naqueles distantes anos 50.
Deixando essas questões puramente ideológicas de lado o fato é que o filme como diversão funciona muito bem. O roteiro é redondinho, bem articulado e só derrapa mesmo na cena final, na conclusão do enredo que soa meio forçado. A ilha de Lancaster acaba virando um barril de pólvora, com disputas internas envolvendo o poder entre os selvagens. Alguns decidem apoiar Lancaster e outros ficam do lado de colonizadores franceses e belgas (que também querem explorar comercialmente a ilha). Qual seria a conclusão óbvia de uma situação assim? Claro que no mínimo uma sangrenta guerra civil, mas o roteiro parece ignorar a natureza humana, tudo terminando em um improvável Happy Ending, com todos de braços dados, felizes e sorridentes. De qualquer forma, levando-se em consideração a época em que o filme foi produzido, até que isso não incomoda muito. Embargue em sua proposta aventuresca e procure se divertir o máximo possível. Agindo assim esse "Sua Majestade o Aventureiro" vai servir bem aos seus objetivos.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 25 de julho de 2016
A Ponte do Rior Kwai
No filme o roteiro parte da mesma premissa, só que a figura de Toosey foi transformado no personagem do Coronel Nicholson (em ótima interpretação do grande Alec Guinness). Oficial britânico orgulhoso e determinado ele resolve enfrentar os abusos do comandante japonês Saito (Sessue Hayakawa), A convenção de Genebra é um tratado internacional que rege as relações entre prisioneiros de guerra e é baseado nesse documento jurídico que Nicholson resolve se apoiar para enfrentar as arbitrariedades de Saito. Claro que isso dá origem a uma série de atritos entre eles, levando Nicholson a pagar caro por suas opiniões, porém com uma fibra absoluta ele resolve não ceder às torturas e pressões que sofre.
No começo da produção o produtor Sam Spiegel queria que uma maquete fosse usada para reproduzir a famosa ponte do Rio Kwai, mas o diretor David Lean, extremamente perfeccionista, recusou a sugestão. Assim uma ponte real, tal como a que realmente existiu, foi erguida de verdade a um custo recorde na época de 250 mil dólares. E tudo para depois ser destruída na apoteótica cena final quando ela finalmente é dinamitada por ingleses. O tempo mostrou que Lean estava totalmente certo em suas decisões já que a cena ainda hoje surpreende e o faz simplesmente por ser real, com um trem de verdade despencando nas águas do Rio Kwai.
Um fato histórico interessante é que a construção da ponte real durante a II Guerra Mundial foi mais trágica do que os acontecimentos vistos no filme. No total morreram 12 mil prisioneiros de guerra em sua construção. Ela levou não dois meses para ser erguida, como vemos no filme, mas oito meses. As doenças tropicais mataram muitos homens, além da conhecida brutalidade do exército japonês. Um verdadeiro inferno na Terra que foi recriado com raro brilhantismo por David Lean, um diretor que sempre mereceu ser chamado de mestre da sétima arte. É certamente um dos filmes clássicos de guerra mais imperdíveis da história. Por essa razão se ainda não viu, não deixe de completar essa lacuna em sua cultura cinematográfica.
Pablo Aluísio.
Mister Roberts
Esse filme "Mister Roberts" foi realizado dez anos após o fim da guerra. Nesse tempo já havia uma certa tranquilidade em tratar aquele conflito, onde muitos americanos morreram, de uma forma mais bem humorada, sem tanto heroísmo como era comum em filmes do gênero na época. Assim as câmeras de Ford se concentram na história de marinheiros que poderiam ser tudo, menos heróis de guerra ao velho estilo. Enquanto seus companheiros de farda lutavam em grandes e decisivas batalhas épicas contra as forças japonesas a tripulação desse velho cargueiro caindo aos pedaços (chamado de "banheira" por seus próprios marinheiros) se limitava a transportar papel higiênico, frutas e utensílios para as tropas que lutavam no front.
Essa aliás passa a ser a grande frustração do Tenente Doug Roberts (Henry Fonda). Ele se alistou para ser um herói, não para transportar papel higiênico. Pior do que isso é estar sob o comando de um louco varrido, o Capitão Morton (James Cagney), um oficial que só pensa em subir na carreira, tratando mal todos os seus subordinados, com uma estranha obsessão por uma palmeira que ele mantém a bordo do navio, longe do alcance de todos os seus homens. Essa obsessão maluca dá origem a uma das melhores (e mais divertidas) cenas do filme quando Doug em um ato de revolta joga a planta no mar! O que pode parecer um ato sem maiores consequências acaba virando o fim do mundo para seu capitão!
"Mister Roberts" foi a adaptação para o cinema de uma peça de teatro da Broadway que fez muito sucesso na década de 1940. Isso também trouxe certas características teatrais ao filme, principalmente em relação aos diálogos e a própria forma da dramaturgia do roteiro pois tudo se passa dentro do navio, sem muitas cenas externas. Melhor para Jack Lemmon que levou o Oscar. Percebam como ele manteve a postura teatral em sua atuação. Esse foi o segredo do prêmio que acabou levando para casa. No fim de tudo o grande interesse em assistir "Mister Roberts" é conferir como um grupo de atores não acostumados ao gênero comédia (com exceção do próprio Lemmon, é claro), dirigido por um diretor de épicos do velho oeste (John Ford) conseguiu realizar um filme tão bom e divertido como esse. Quem diria que tantos veteranos dramáticos teriam tanto êxito assim em uma produção como "Mister Roberts"...
Pablo Aluísio.
domingo, 24 de julho de 2016
A Feiticeira
A crítica malhou impiedosamente e o público deixou os cinemas vazios. Hoje, por uma ironia do destino, a Rede Globo está exibindo o filme na Sessão da Tarde. Pois bem, na época de lançamento do filme foi dito que ele seria ao estilo Sessão da Tarde, o que acabou se confirmando. Embora conte também em seu elenco com um dos comediantes mais insuportáveis de todos os tempos (o sem graça Will Ferrell) o filme tem pelo menos um presente para os cinéfilos de plantão: a presença da sempre exuberante Shirley MacLaine. Mito do cinema clássico não merecia ter um abacaxi desses listado em sua maravilhosa filmografia. Mostra que infelizmente nem as deusas da sétima arte estão livres de pagar grandes micos na carreira.
A Feiticeira (Bewitched, Estados Unidos, 2005) Direção: Nora Ephron / Roteiro: Nora Ephron, Delia Ephron / Elenco: Nicole Kidman, Will Ferrell, Shirley MacLaine / Sinopse: Jack Wyatt (Ferrell) é um ator fracassado que decide jogar todas as suas fichas na produção de uma nova versão da conhecida série "A Feiticeira". O que ele nem desconfia é que a atriz que contrata tem um poder real, sendo uma verdadeira feiticeira.
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de julho de 2016
O Exorcista
Pablo Aluísio.
Nascido em 4 de Julho
Seguramente esse filme explora um dos aspectos mais tristes na vida de um veterano que retorna ao lar aleijado. Ele que era um atleta, que tinha um verdadeiro sonho americano pela frente, acaba encontrando apenas um futuro sombrio, um verdadeiro pesadelo. Depois que a ficha cai o que sobra é o alcoolismo, a desilusão e em muitos casos até mesmo o suicídio, pois muitos desses jovens não suportam o peso que agora precisam carregar pelo resto de suas vidas. O diferencial de Ron Kovic foi que ele resolveu adotar uma postura ativa e militante, transformando sua vida numa eterna busca pelo fim de guerras injustificadas como foi a Guerra do Vietnã. Ele acabou assim se tornando um dos mais conhecidos pacifistas veteranos, sempre na mídia denunciando tudo o que estava acontecendo. Já indo para o campo puramente cinematográfico temos aqui aquela que talvez seja a melhor atuação da carreira de Tom Cruise. Ele deixou o estigma de galã de lado para interpretar Kovic com uma dedicação fora dos padrões. Por essa época Cruise ainda lutava para ser reconhecido pela academia, procurando ganhar seu próprio Oscar, algo que até agora não aconteceu. Indicado três vezes ao prêmio (sendo uma delas por esse filme), Cruise foi deixando o cinema mais artístico de lado para se esbaldar em filmes puramente comerciais como "Missão Impossível". Pena, acredito que ele teria sido premiado mais cedo ou mais tarde se continuasse a investir em produções como essa.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Taxi Driver
Algumas dessas produções de começo de carreira até que são bem interessantes como "Festa de Casamento" de 1969, mas apenas com "Taxi Driver" é que Robert De Niro se tornou realmente grande em termos de atuação e talento. Claro que ninguém pode ignorar suas boas atuações em "A Última Batalha de um Jogador", "Caminhos Perigosos" e "O Poderoso Chefão II", mas o fato é que apenas com essa obra prima de Martin Scorsese o jovem De Niro conseguiu provar que poderia levar um filme sozinho em frente, causar impacto apenas com seu trabalho, sem ser apenas parte de uma engrenagem bem maior. O tema é a insanidade. A loucura de se viver em um mundo caótico. O personagem de De Niro no filme sabe muito bem o que é isso. Veterano no Vietnã ele volta para os Estados Unidos vivo, mas com muitos problemas psicológicos a superar. De volta a uma vidinha banal e maçante, vivendo como motorista de táxi pelas ruas da grande e infecta cidade, eles aos poucos vai perdendo a sanidade por causa do mundo ao seu redor. Todos os valores parecem que estão mortos e enterrados. Ninguém mais se importa com eles ou os respeita. A cidade de Nova Iorque assim surge como uma selva ou uma lata de lixo. Jodie Foster acaba sendo o alvo de suas mais intensas pretensões de tentar construir uma vida normal, mas há problemas. Ela é uma garota menor de idade e... prostituta. Ele não consegue lidar direito com seus sentimentos. E nem ela parece se importar com eles. Pior do que isso, ela não faz o tipo garotinha indefesa, pelo contrário, é cheio de personalidade, mesmo que construída nas ruas imundas da grande maçã (que aliás é uma boa alegoria para o roteiro do filme). Hoje em dia muitos ainda lembram de De Niro completamente enlouquecido, com as mãos cheias de sangue, cabelo moicano ao estilo punk, com olhar de quem já deixou a sanidade para trás após promover atos de barbárie e violência. Ele no fundo é apenas fruto da loucura ao seu redor. O próprio Martin Scorsese (um gênio do cinema em minha opinião), explicou que quando realizou o filme também estava insano, não pela violência da guerra ou das ruas, mas sim pelo vício em cocaína que o acompanharia por anos a fio. Pois é, no fundo, dentro desse mundo surtado de "Taxi Driver" o único que parecia ter alguma ligação com o mundo normal era justamente, quem diria, o próprio Robert De Niro...
Pablo Aluísio.
Conan, O Bárbaro
Ninguém iria mesmo contratar um ator shakesperiano para encarnar Conan, mas sim um monte de músculos que soubesse usar uma espada. Se pudesse declamar algumas frases básicas também seria bem-vindo. O ator nunca havia ouvido falar de Conan até aquele momento até que o produtor lhe deu uma pilha de revistas em quadrinhos. Pesquisando Arnold também descobriu que Conan era popular entre os jovens que curtiam aquele tipo de literatura e comics ao estilo Pulp Fiction. O que pesou porém para ele foi o fato de assinar um contrato de longa duração com a empresa de Dina de Laurentiis no incrível valor de 10 milhões de dólares! Em compensação ele teria que se comprometer a fazer quatro filmes com o bárbaro (no final ele faria dois e um derivado chamado "Os Guerreiros de Fogo"). O resultado foi o melhor do que esperado. Em certo sentido o filme chegava até mesmo a superar o material original. Arnold Schwarzenegger que era praticamente um desconhecido colocou seu nome entre os mais promissores em termos de bilheteria. Logo após ele faria um clássico sci-fi chamado "O Exterminador do Futuro" e a partir daí não haveria mais obstáculos para sua subido ao topo de Hollywood.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de julho de 2016
Deuses do Egito
Pablo Aluísio:.
quarta-feira, 20 de julho de 2016
Guia de Episódios - Sons of Anarchy
Episódios Comentados:
Sons of Anarchy 6.05 - The Mad King
Na sexta temporada a principal preocupação de Jackson 'Jax' Teller (Charlie Hunnam) é livrar SAMCRO do esquema de tráfico de armas que eles mantém com o IRA, grupo terrorista irlandês. Não é um acordo criminoso fácil de romper como bem tem sido demonstrado nos últimos episódios. Há uma clara resistência dos irlandeses em romper o trato, até porque foi firmado com o antigo presidente dos Sons, Clay (Ron Perlman), que está na cadeia. Esse episódio tem uma hora de duração e é considerado um dos mais importantes para quem vem acompanhado "Sons of Anarchy". O cerco vai se fechando contra o grupo que se vê acuado de todos os lados, pelos irlandeses, pela polícia e o xerife local, pelo FBI e finalmente pelo grupo negro liderado por Pope. Aliás quando Jax propõe um acordo entre a gangue afro-americana e os irlandeses isso soa quase como uma ofensa para eles, pois os membros do IRA são extremamente racistas e não admitem firmar um acordo de distribuição de armas traficadas nos Estados Unidos com um grupo formado basicamente por negros. Há uma cena nesse episódio que me incomodou bastante quando Gemma (Katey Sagal) vai visitar Clay na cadeia. Quem acompanha a série desde o seu começo bem sabe de antemão que todas as sequências rodadas na prisão costumam ser bem barra pesada, extremamente violentas, mas aqui exageraram um pouco no tom. Enfim, um episódio imperdível da série, com alto teor explosivo, onde tudo parece ir literalmente pelos ares. / Sons of Anarchy - The Mad King (EUA, 2013) Direção: Gwyneth Horder-Payton / Roteiro: Kurt Sutter, Chris Collins/ Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Mark Boone Junior.
Sons of Anarchy 6.06 - Salvage
Mais um episódio de longa duração da série "Sons of Anarchy". Não sei exatamente a razão, mas os dois últimos episódios tiveram 1 hora de duração, o que considero excessivo em termos de séries. O ideal é de 40 a 45 minutos, no máximo. No episódio anterior tudo acabou indo pelos ares. A sede do clube foi destruída por uma bomba implantada sorrateiramente. Há muito tempo Jackson 'Jax' Teller (Charlie Hunnam) tenta tirar o clube do negócio de armas contrabandeadas com o IRA, mas é complicado romper com um sócio que é uma das mais perigosas organizações terroristas da Europa. Assim, antes de romper definitivamente o IRA resolve mandar um recado, explodindo a sede de SAMCRO. Após o susto Jax resolve viajar com seus companheiros para uma reunião geral de todas as filiais do grupo e lá se decide que eles realmente vão deixar o contrabando de armas, custe o que custar. Para que o episódio tenha um pouco mais de ação e diversão os roteiristas colocaram dois tiras corruptos tentando extorquir os membros de SAMCRO pelas estradas. Claro que algo assim jamais daria certo. Nessa sequência em particular há uma ótima cena envolvendo 'Juice' Ortiz (Theo Rossi) quando ele pula de sua motocicleta em direção ao furgão do grupo de apoio. Outro elemento chave desse episódio vem quando o IRA exige que Clay (Ron Perlman), mesmo preso, comande todas as operações envolvendo transporte, armazenamento e a venda das armas na Califórnia. Como Jax vai operacionalizar algo assim? Bem, vamos assistir os próximos episódios para descobrir. / Sons of Anarchy 6.06 - Salvage (EUA, 2013) Direção: Adam Arkin / Roteiro: Kurt Sutter, Mike Daniels/ Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Mark Boone Junior, Theo Rossi, Ron Perlman.
Sons of Anarchy 6.09 - John 8:32
Já sendo exibida a sétima (e última) temporada nos Estados Unidos, mas ainda estou na reta final da sexta. "Sons of Anarchy" é aquele tipo de série com história sequencial que exige dedicação extra do espectador, ainda mais agora que os episódios em média estão com duração de uma hora (algo que sinceramente falando considero excessivo). Como se vem desenrolado desde as últimas duas temporadas o presidente de SAMCRO Jackson 'Jax' Teller (Charlie Hunnam) está tentando tirar seu grupo do contrabando de armas irlandesas para o seu país. Não é algo fácil. Ameaças e atentados estão em seu caminho. Para piorar sua própria vida pessoal parece caminhar para uma encruzilhada. Nesse episódio em particular Jax descobre que sua esposa, a médica Tara Knowles (Maggie Siff) planeja ir embora com os seus filhos, tudo para fugir do mundo da criminalidade onde ele vive. Para enrolar ainda mais o meio de campo, Jax descobre tudo após colocar uma arma na cabeça da advogada de sua mulher, um modo nada sutil de obter informações. E o seu grande rival, 'Clay' Morrow (Ron Perlman), continua conspirando contra sua liderança, mesmo estando atrás das grades. Aqui ele literalmente surta durante um ato religioso na prisão, tudo para ser levado até a enfermaria onde receberá um celular para entrar em contato com seus parceiros lá fora. Um outro acontecimento digno de nota vem quando Gemma (Katey Sagal) decide confessar que realmente planejou a morte do próprio marido no passado para ficar com Clay. Pelo visto SAMCRO virou mesmo um ninho de víboras. / Sons of Anarchy 6.09 - John 8:32 (EUA, 2013) Direção: Guy Ferland / Roteiro: Kurt Sutter, Kem Nunn/ Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Ron Perlman, Mark Boone Junior.
Sons of Anarchy 6.11 - Aon Rud Persanta
Antepenúltimo episódio da temporada. Olhando para trás vejo que fui longe em se tratando de "Filhos da Anarquia". Essa série chegou ao final em 2014, na sétima temporada, mas como estou sempre atrasado, ainda sigo tentando chegar ao final da sexta. "Sons of Anarchy" foi excepcional em suas três primeiras temporadas. Havia toda uma rivalidade entre os dois personagens principais, Jackson 'Jax' Teller (Charlie Hunnam) e Clarence 'Clay' Morrow (Ron Perlman) pelo controle de SAMCRO. Depois disso, como acontece com muitas séries que viram vítimas de seu próprio sucesso, os roteiros começaram a saturar. Depois que Jax venceu a disputa interna e Clay foi preso nada de muito interessante aconteceu... pelo menos até esse episódio. Aqui temos finalmente um fato marcante. Se ainda não assistiu a série pare de ler por aqui pois lá vem spoiler pela frente... Pois bem, nesse episódio Clay é finalmente morto por Jax, após ele o libertar da prisão durante o ataque ao comboio que o trazia preso. A morte de Clay foi bem decepcionante. Ele não lutou pela vida e nem enfrentou Jax. Apenas aceitou seu destino. Será que depois de tudo o que aconteceu na série algo assim seria realmente convincente? Acredito que não! Os roteiristas erraram a mão. E agora para onde ir? Provavelmente para lugar nenhum. "Sons of Anarchy" deveria ter sido encerrado por aqui, já que alguns dos núcleos dramáticos mais importantes da série já foram finalizados. Porém a Fox achou por bem esticar um pouco mais, dando uma nova temporada para "Sons" - temporada essa que tenho sérias dúvidas se encararei... Ah e antes que me esqueça: esse episódio foi dirigido pelo ator Peter Weller, sim ele mesmo, o RoboCop da franquia original dos anos 80. / Sons of Anarchy 6.11 - Aon Rud Persanta (EUA, 2013) Direção: Peter Weller / Roteiro: Kurt Sutter, Chris Collins / Elenco: Charlie Hunnam, Ron Perlman, Katey Sagal, Mark Boone Junior .
Sons of Anarchy 6.12 - You Are My Sunshine
Penúltimo episódio da sexta temporada. Como eu já havia escrito antes a série vem se arrastando já há algum tempo. Deveria terminar por aqui, mas o canal FX ainda conseguiu emplacar uma sétima temporada. Saturou, essa é a verdade. Vou até o fim dessa sexta apenas para fechar um ciclo, mas provavelmente não assistirei a temporada final. Pois bem, como já estamos acompanhando há tempos (e coloca tempo nisso), a esposa de Jax (Charlie Hunnam), Tara Knowles (Maggie Siff), resolveu fazer um acordo de delação com a promotoria. Ela entregaria todos os crimes de SAMCRO em troca de sua própria liberdade ao lado dos filhos. Entrando no serviço de proteção às testemunhas ela conseguiria finalmente sair do mundo do crime que havia entrado ao se envolver com Jax e os Sons Of Anarchy. Uma tentativa de recomeçar a vida do zero. Jax por sua vez também tenta se livrar dos problemas em que se envolveu por todos esses anos, tentando aproximar os irlandeses (traficantes de armas) com os negros (compradores, ligados às gangues criminosas da Califórnia). Com isso ele tiraria o motoclube desse tipo de tráfico considerado um sério crime nos Estados Unidos, geralmente punido com penas bem pesadas, sempre em regime fechado. É a tal coisa, os roteiristas já não sabem mais o que criar. Espero que no último episódio todos sejam delatados e presos. Assim se fechará definitivamente o ciclo da série, abrindo espaço até mesmo a uma mensagem final positiva, afinal pelo menos em programas como esse o crime deve ser punido até como exemplo. A mensagem de que o crime não compensa não pode ser deixada de lado. / Sons of Anarchy 6.12 - You Are My Sunshine (EUA, 2014) Direção: Paris Barclay / Roteiro: Kurt Sutter, Kem Nunn / Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Mark Boone Junior.
Sons of Anarchy 6.13 - A Mother's Work
Esse é o episódio final da sexta temporada. Eu já tinha largado mão de acompanhar a série, mas resolvi fechar a temporada. Esse episódio tem 80 minutos de duração, é um especial na verdade, e vale muito a pena. Como vimos no anterior a esposa de Jax (Charlie Hunnam), Tara (Maggie Siff), resolveu entregar todo o motoclube para as autoridades em troca de proteção. Além da imunidade ela entraria no serviço de proteção às testemunhas, algo bem usado na justiça americana. Uma espécie de delação premiada do direito americano. Assim o episódio começa a toda, com Jax destruído emocionalmente por essa traição. Ele precisa encontrar a esposa caso contrário todo mundo vai rodar. Antes porém dela dar o passo final os dois se reencontram em um parque. Tara expõe seus sentimentos e Jax fica arrasado. Ela não deseja o mesmo destino dele para seus filhos, não quer que eles sejam criminosos. Muito justo. Em um ato de arrependimento e até mesmo altruísmo ele, Jax, resolve se entregar para a promotoria. Antes que isso aconteça porém a matrona Gemma (Katey Sagal) resolve acertar as contas com a nora com extrema brutalidade. Tudo após fumar um baseado. Atenção spoiler a seguir: O que mais me impressionou nesse episódio foi o assassinato de Tara por Gemma, algo que eu jamais esperava acontecer! Pior do que isso, foi uma das cenas mais marcantes da série, com uma das mortes mais violentas e brutais dentro todas que já vi em "Sons Of Anarchy". Com esse desfecho surpreendente ficou complicado agora não acompanhar a sétima temporada, a final! É justamente o que farei. / Sons of Anarchy 6.13 - A Mother's Work (EUA, 2013) Direção: Kurt Sutter / Roteiro: Kurt Sutter / Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Mark Boone Junior.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de julho de 2016
Brigada 49
Título Original: Ladder 49
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Jay Russell
Roteiro: Lewis Colick
Elenco: Joaquin Phoenix, John Travolta, Jacinda Barrett
Sinopse:
Jack Morrison (Phoenix) é um jovem bombeiro que precisa lidar com a sua conturbada vida pessoal, pois é casado com uma mulher problemática, e sua nova profissão, salvando vidas em situações excepcionalmente perigosas. Sob a supervisão do Capitão Mike Kennedy (Travolta) ele precisa colocar tudo em sua vida nos eixos. Filme indicado ao BMI Film & TV Awards.
Comentários:
Assisti ainda nos tempos do VHS. A recordação, embora um pouco apagada pelo tempo, é a de que gostei do filme. Essa produção foi realizada três anos após os atentados de 11 de setembro quando os bombeiros ganharam definitivamente a pecha de heróis. Eles obviamente já eram vistos assim pela sociedade, mas depois daquele trágico ataque terrorista ficaram ainda mais consagrados dentro do imaginário popular. O filme também faz parte de uma boa fase nas carreiras tanto de Travolta como de Phoenix. O primeiro ainda não tinha engordado e perdido de certo modo o prazer pelo cinema (a morte de um de seus filhos parece ter sido devastador nesse aspecto). O outro ainda era uma grata revelação do cinema americano (e de fato Phoenix se tornaria no mínimo um dos atores mais interessantes nos anos que viriam). O roteiro explora tanto o aspecto pessoal de seus personagens (suas vidas pessoais, relacionamentos, etc) como cenas de ação explorando o combate a incêndios e tragédias. Bem balanceado, é realmente um bom programa para uma tarde sem nada melhor para ver. Recomendaria sem receios, até porque os bombeiros merecem sempre a homenagem, principalmente partindo de bons filmes como esse. Confira se por acaso ainda não assistiu. Vai valer a pena.
Pablo Aluísio.
James Dean
Título Original: James Dean
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Studios
Direção: Mark Rydell
Roteiro: Israel Horovitz
Elenco: James Franco, Valentina Cervi, Michael Moriarty
Sinopse:
Nos anos 1950 um jovem ator chamado James Dean (James Franco) começa a se tornar sensação em Hollywood. Com jeito rebelde e fora dos padrões ele estrela três filmes de grande sucesso de público e crítica (Vidas Amargas, Juventude Transviada e Assim Caminha a Humanidade). O que Dean nem desconfiaria é que sua vida seria breve. Em poucas semanas ele morreria de um terrível acidente na estrada de Salinas. Filme baseado em fatos reais. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Telefilme ou Minissérie (James Franco).
Comentários:
Nunca achei grande coisa. Certamente a história de James Dean é bem interessante e daria um belo filme, mas não da forma como tudo aqui foi realizado. Os erros começam pelo ator principal. James Franco não tem cacife para interpretar Dean. Há uma distância muito grande entre sua imagem pública e o mito de James Dean. Além disso ele exagera nos maneirismos e isso estraga em parte sua atuação. Toda caracterização que abraça o cartunesco, o burlesco, cai no vazio. O roteiro também não me agradou muito porque tudo surge de forma muito corrida. Talvez pelo fato de eu ter lido biografias de Dean, onde tudo acontece no seu devido tempo, com detalhes e minúcias, tenha criado em minha mente algo que não correspondeu ao filme. Isso geralmente acontece quando a literatura é adaptada para o cinema. Mesmo assim temos que admitir que em vários aspectos o filme realmente deixa a desejar, seja na produção (tudo bem, é um telefilme, mas era de se esperar um pouco mais de capricho), seja no elenco, figurinos e reconstituição de época, histórica. Sabe aquele tipo de produção que você nunca consegue imergir completamente porque algo soa falso, sem veracidade? Pois é justamente disso que estou escrevendo. O mito James Dean certamente merecia coisa melhor.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de julho de 2016
Caninos Brancos
Título Original: White Fang
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Randal Kleiser
Roteiro: David Fallon, Jeanne Rosenberg, Nick Thiel
Elenco: Ethan Hawke, James Remar, Klaus Maria Brandauer, Seymour Cassel
Sinopse:
Jack Conroy (Ethan Hawke) sonha em ficar rico e para isso resolve subir às montanhas geladas do Alasca em busca de locais onde possa achar ouro. No caminho acaba se tornando amigo de um lobo selvagem que parece se afeiçoar a ele. Jack resolve chamar o novo amigo de "Caninos Brancos". Juntos viverão muitas aventuras no meio da neve e do clima hostil da região.
Comentários:
Produção Disney levemente inspirada em um filme antigo estrelado por Clark Gable chamado "O Grito da Selva". O que temos aqui é um filme muito agradável, com enredo louvando a amizade entre homem e animal que lutam juntos para sobreviver em um lugar onde a natureza se faz presente de forma hostil e severa. Ethan Hawke, que anos depois iria cultivar uma imagem cult aqui se mostra um bom ator de aventuras. Seu companheiro de cena, o tal lobo "Caninos Brancos" rouba o show, mostrando uma postura quase humana. Curiosamente, como sempre acontece em filmes assim com animais, o personagem animal na realidade é "interpretado" por vários lobos diferentes, cada um com sua especialidade (alguns em saltar, outros em correr e por aí vai). Bom entretenimento com o padrão de qualidade Walt Disney para a garotada em geral.
Pablo Aluísio.