terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Gavião do Mar

Título no Brasil: O Gavião do Mar
Título Original: The Sea Hawk
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Howard Koch, Seton I. Miller
Elenco: Errol Flynn, Brenda Marshall, Claude Rains, Flora Robson
  
Sinopse:
1585. Duas grandes nações lutam entre si para dominarem os mares. A Espanha prepara o lançamento de uma grande armada, com navios de longo alcance, fortemente armados. A Inglaterra precisa de tempo antes de produzir sua própria frota. A rainha Elizabeth I tem inclusive dúvidas se isso seria uma boa solução para as tensões com a Espanha. Enquanto não constrói seus próprios navios de guerra ela se utiliza de corsários, piratas clandestinamente apoiados pela coroa. Chamados de "Gaviões do Mar" eles pilham embarcações estrangeiras em busca de ouro e riquezas que estão vindo do novo mundo, das Américas recém descobertas. Entre esses capitães se destaca Geoffrey Thorpe (Errol Flynn) que está disposto a uma grande aventura nos mares da América Central. O plano é roubar o ouro que os espanhóis estão prestes a levar para seu país. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhor Direção de Arte, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora.

Comentários:
Outra excelente parceria entre o astro maior da Warner na época, Errol Flynn, e o diretor Michael Curtiz. O roteiro não poderia ser mais adequado para Flynn pois ele próprio tinha muita experiência em viagens ao redor do mundo (na juventude tinha sido marinheiro por longo tempo). Assim se mostrou a escolha perfeita para viver esse corsário inglês que roubava e pilhava navios da Espanha de Felipe I. Na surdina contava com o apoio da própria coroa inglesa, pois não poderia haver uma ajuda oficial por parte da rainha Elizabeth I, haja vista que os corsários em geral não passavam de piratas. Em pleno auge da exploração colonial espanhola, os navios viajavam pelos sete mares abarrotados de ouro das civilizações Inca, Maia e Azteca. Como nesse período histórico a Inglaterra ainda não contava com uma marinha real forte o suficiente para vencer a armada ibérica, começou a contratar o serviço de mercenários dos mares, os corsários, que faziam todo o trabalho sujo, roubando essas riquezas que já tinham sido roubadas dos nativos da América. Era uma espécie de ironia do destino. O filme é tecnicamente perfeito. A Warner construiu imensos cenários em seus estúdios reproduzindo as antigas naus da época em que o enredo se passa. Tudo é extremamente minucioso nesse aspecto. As cenas de ação, com ataques e batalhas navais, são excepcionalmente bem realizadas. Curtiz era realmente um artesão no que diz respeito a esse gênero de aventuras nos mares. 

Por essa razão o filme conta com pelo menos duas sequências inesquecíveis. A primeira acontece quando o navio comandado pelo capitão Thorpe (Flynn) resolve enfrentar um navio da frota de Felipe I. Após uma intensa troca de tiros de canhões finalmente os piratas comandados por Flynn invadem o navio inimigo. Ótima sequência que não envelheceu em absolutamente nada (mesmo tendo sido feito há mais de 70 anos!). Um primor de competência técnica. A outra cena que chama bastante atenção ocorre quando o personagem interpretado por Errol Flynn começa a se livrar da pesada pena de galés que lhe foi imposta pela coroa espanhola, quando criminosos eram acorrentados nos porões das naus para servirem como remadores. Essa sequência inclusive tem uma semelhança incrível com "Ben-Hur", com uma situação extremamente semelhante. A única nota de desgravo que teria a escrever em relação a esse filme seria sobre o fato do roteiro ter deixado de lado a grande guerra que se travaria nos mares entre Espanha e Inglaterra. Os acontecimentos que vemos acontecem na véspera disso acontecer. Tudo bem, isso se deve em parte também ao fato dos roteiristas terem priorizado mais a estória pessoal do capitão Thorpe e não propriamente tudo o que aconteceu entre as duas grandes nações naquele período tão conturbado. Mesmo com essa observação não há realmente o que reclamar em termos de qualidade e excelência cinematográfica, pois "Gavião dos Mares" é de fato uma maravilha da sétima arte, sendo muito provavelmente a melhor aventura dos sete mares já feita até hoje! Um marco da história do cinema clássico americano.

Pablo Aluísio.

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