Cinebiografia do atleta americano Jim Thorpe (Burt Lancaster) que ganhou  várias medalhas de ouro durante as olimpíadas de 1912. Algumas  particularidades faziam de Thorpe um esportista diferenciado. A primeira  delas é que era indígena, nativo americano, o que o diferenciava e  muito dos outros atletas americanos da época. Os pais de Jim fizeram  todo o esforço possível para que ele continuasse seus estudos até o fim e  foi justamente no meio acadêmico que Thorpe encontrou sua verdadeira  vocação: os esportes. Nos EUA há grande tradição em universidades que  dão bolsa integral a bons esportistas e foi assim que Jim foi subindo em  sua carreira. Outro fato bem marcante na trajetória dele é que ao  contrário dos demais atletas, Jim Thorpe não se limitava a apenas uma  modalidade esportiva, pelo contrário, praticava todos os esportes que  apareciam pela frente: atletismo, beisebol, futebol americano, saldo,  hipismo, arco e flecha e mais uma série de outras categorias, se saindo  bem em todas elas para surpresa geral. Não é à toa que venceu suas  medalhas olimpícas no pentatlo e no decatlo. que agregam vários esportes  numa só competição. Era considerado um atleta completo em sua era.Com uma biografia tão rica assim não era de se exigir muito mais do filme. Realmente o roteiro expõe de forma bem didática toda a biografia do atleta, mostrando desde sua entrada em uma instituição de ensino do governo americano dirigido especialmente para as populações indígenas, passando pelas olimpíadas, sua bem sucedida passagem pelo time New York Giants até finalmente mostrar sua decadência pessoal e esportiva. Para quem já assistiu filmes como "Touro Indomável" fica bem fácil acompanhar a ascensão e queda de ídolos esportistas como esse. Suas biografias no fundo mostram que o esporte tanto pode redimir tais pessoas como também acentuar a queda de suas vidas pessoais. Thorpe infelizmente decaiu vítima do ostracismo e do alcoolismo. Burt Lancaster não decepciona em sua interpretação de Jim, o fazendo com garra e convicção, porém fica a sensação desagradável de ver um ator branco interpretando um personagem índio. Em plena época do Star System realmente nenhum grande estúdio de Hollywood iria investir numa produção estrelada por um nativo americano. A mentalidade da época ainda era bem atrasada e nada politicamente correta. De qualquer forma esse trabalho de Michael Curtiz (diretor de Casablanca) merece ser redescoberto. É uma obra de certa forma ufanista e que apenas toca de leve nos problemas pessoais do atleta mas que mesmo assim cumpre bem seus objetivos, imortalizando o nome de Jim Thorpe também na história do cinema.
O Homem de Bronze (Jim Thorpe, All-American, Estados Unidos, 1951) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Douglas Morrow, Everett Freeman / Elenco: Burt Lancaster, Charles Bickford, Steve Cochran, Phyllis Thaxter / Sinopse: Cinebiografia do atleta americano Jum Thorpe (Burt Lancaster) que ganhou várias medalhas de ouro durante as olimpíadas de 1912, se destacando também como jogador de Beisebol, Futebol Americano e mais de uma dezena de modalidades esportivas.
Pablo Aluísio.