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quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Persuasão

Título no Brasil: Persuasão
Título Original: Persuasion
Ano de Lançamento: 1995
País: Reino Unido
Estúdio: BBC Films
Direção: Roger Michell
Roteiro: Roger Michell
Elenco: Amanda Root, Ciarán Hinds, Susan Fleetwood, Corin Redgrave, Fiona Shaw, John Woodvine

Sinopse:
A história do filme se passa na Inglaterra do século 19, oito anos depois que Anne Elliot foi persuadida por outros a rejeitar a proposta de casamento do capitão Wentworth. A persuasão segue os dois à medida que eles se reencontram, enquanto personagens coadjuvantes ameaçam interferir em seus sentimentos.

Comentários:
Filme com muita classe e elegância, como convém ao cinema britânico desde sempre. Não fez muito sucesso na época de seu lançamento original porque temos que entender que esse tipo de filme vitoriano atinge mesmo uma pequena parcela do público, principalmente aqui no Brasil. Também não foi dos livros mais lidos da Jane Austin, embora obviamente seja bem conhecido entre seus leitores mais tradicionais. É uma história que no fundo é bem romântica, muito embora a Austin sempre colocasse pitadas de fina ironia e bom humor em todas as suas histórias, mesmo as mais romanticamente efusivas. Um fato curioso é que em 2022 foi lançado uma nova adaptação para o cinema, com uma produção bem melhor. Não é para menos, pois essa fita aqui, embora tenha sido lançado em VHS no Brasil durante os anos 90, foi realmente produzida para ser exibida originalmente no canal BBC de Londres. De qualquer maneira deixo a recomendação sem receios. 

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de outubro de 2022

O Duque

Na década de 1960 um histórico quadro retratando o Duque de Wellington foi roubado de um museu em Londres. Inicialmente a Scotland Yard pensou se tratar de um bem elaborado plano de roubo, coisa de profissionais. Algo vindo de ladrões profissionais de alta arte. O caso teve grande repercussão na Inglaterra. Principalmente pelo valor histórico da pintura em si. Só que algumas semanas depois, os policiais e a sociedade inglesa foram surpreendidas quando um velhinho chegou ao museu para devolver a tal obra. Uma história muito inusitada. O sujeito era um senhor idoso, espirituoso, boa praça. Um tipo daqueles que gostam de conversar sobre os velhos tempos. Obviamente, ele foi levado a julgamento, mas acontece que através dos jornais, o seu carisma foi conquistando os ingleses em geral. 

Ele sempre tinha uma resposta espirituosa sobre todas as questões que lhe eram feitas. Essa história real rendeu um filme muito interessante. O cinema inglês é muito caracterizado e conhecido por esse tipo de humor, bem ao estilo dos britânicos. É o humor que nasce da fina ironia de certas situações da vida que não eram para ser engraçadas. O protagonista desse filme não era da nobreza, mas sim da classe trabalhadora. Entretanto também tinha seu próprio estilo de ser. Sua história fora do comum acabou virando esse bom filme inglês. Um fato que surpreendeu os ingleses na época e que irá surpreender quem assistir ao filme nos dias de hoje.

O Duque (The Duke, Inglaterra, 2020) Direção: Roger Michell / Roteiro: Richard Berg / Elenco: Jim Broadbent, Helen Mirren, Heather Craney, Stephen Rashbrook / Sinopse: Um famoso quadro pintado por Goya, retratando o duque de Wellington, figura histórica da Inglaterra, é roubado causando grande comoção dentro da sociedade inglesa. E quando foi revelado o autor do crime, todos foram surpreendidos novamente.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Fora de Controle

O que achei muito fraco nesse filme foi sua trama. Basicamente temos dois personagens centrais. Gavin Banek (Ben Affleck) é um jovem advogado que precisa chegar urgentemente no tribunal para entregar uma procuração. Doyle Gibson (Samuel L. Jackson) também precisa chegar rapidamente em uma audiência judicial, caso contrário perderá a guarda dos filhos. No meio do caminho ocorre um acidente. Tanto Banek como Gibson saem prejudicados. Eles perdem a oportunidade de chegarem no tribunal. Um culpa o outro pelas consequências. Uma guerra então é declarada entre ambos.

E é isso. Complicado entender como um roteiro tão básico e também inverossímil contou com uma produção milionária como essa. As coisas simplesmente não funcionam, o filme não convence e nem diz a que veio. Ben Affleck continua o mesmo. Como ator ele é inegavelmente fraquíssimo. Parece ter apenas uma expressão facial no filme inteiro. Dramaticidade zero.  Samuel L. Jackson também não está bem. Ele não é um ator ruim, mas tem tendência a cair em um tipo de caricatura de homem nervoso, soltando palavrões em série, que depois de um tempo irrita. Então é isso. Um filme que foi prejudicado por não ter uma boa estória para contar.

Fora de Controle (Changing Lanes, Estados Unidos, 2002) Direção: Roger Michell / Roteiro: Chap Taylor / Elenco: Ben Affleck, Samuel L. Jackson, Kim Staunton / Sinopse: Após um acidente de trânsito banal, dois homens, o advogado Gavin Banek (Ben Affleck) e o pai de família Doyle Gibson (Samuel L. Jackson), chegam atrasados em compromissos importantes com a justiça. A partir daí eles começam uma guerra particular.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Minha Prima Raquel

Esse filme é um remake de um antigo clássico romântico lançado em 1952 e que tinha no elenco Olivia de Havilland e Richard Burton. A trama se passa na era vitoriana quando dois primos muito próximos são separados quando um deles é diagnosticado com tuberculose. Em busca de um lugar com clima mais ameno ele vai para uma região distante onde acaba conhecendo Rachel Ashley (Rachel Weisz), também sua prima de um outro ramo da família. Não demora muito e eles se casam, mas pelas cartas que envia ao seu primo as coisas não seguem muito bem. Em pouco tempo chega a notícia de sua morte. O primo sobrevivente,  Philip (Sam Claflin), se convence que ele foi morto pela esposa, que estaia de olho em seus bens, mas será que essa suspeita teria base na realidade? Uma vez que ele não tem provas sobre isso...

Eu gosto de chamar esse tipo de narrativa de "trama Dom Casmurro", isso porque assim como aconteceu no famoso livro de Machado de Assis nunca ficamos sabendo da culpabilidade ou não da personagem principal. A Rachel dessa história em muito se assemelha a personagem Capitu de Machado de Assis. Ao longo de toda a estória você nunca saberá com certeza se ela é uma boa moça (isso levando-se em conta seu modo de ser e personalidade que aparenta ter) ou se ela é na realidade uma viúva negra, uma mulher sem escrúpulos, disposta a matar seu próprio marido para ficar com sua herança! O filme tem uma bela fotografia e aquela ambientação que já bem conhecemos, tudo remetendo ao charme da era vitoriana, com seus belos figurinos e cenários. Com um desenvolvimento bem próprio, mais ao estilo europeu de fazer cinema, essa nova versão não decepciona, mas também não inova em quase nada. Um velho problema que parece se repetir em todos os tipos de remakes cinematográficos.

Minha Prima Raquel (My Cousin Rachel, Inglaterra, Estados Unidos, 2017) Direção: Roger Michell / Roteiro: Roger Michell / Elenco: Rachel Weisz, Sam Claflin, Holliday Grainger / Sinopse: Baseado na novela romântica escrita por Daphne Du Maurier, esse filme conta a história da enigmática Rachel (Welsz), que tanto pode ser uma viúva em luto, como também uma assassina fria e inescrupulosa. O primo de seu falecido marido não consegue chegar a uma conclusão sobre isso. Pior, ele aos poucos começa a se apaixonar perdidamente por Rachel e seus encantos femininos. Filme premiado no Golden Trailer Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de abril de 2013

Um Final de Semana em Hyde Park

Geralmente quando ouvimos falar em grandes nomes da história ignoramos o fato de que, apesar de suas posições, eles eram acima de tudo pessoas, seres humanos, assim como você e eu. Na escola aprendemos que Franklin Delano Roosevelt (1882 – 1945) foi o presidente americano que salvou seu país da grande depressão e que enfrentou o nazismo na Alemanha ao lado dos aliados durante a II Guerra Mundial. Os livros de história porém ignoram o homem Roosevelt, se agarrando mais ao mito histórico. Uma boa amostra do lado mais humano desse líder americano pode ser encontrado nesse excelente “Um Final de Semana em Hyde Park”. O filme se concentra no fim de semana em que Roosevelt recebeu em sua casa de campo o Rei inglês George VI (Samuel West) e sua jovem esposa. Esse monarca inglês inclusive já foi tema de um outro belo filme recente, “O Discurso do Rei”. Aqui temos o choque cultural que nasce do formalismo tipicamente britânico com o jeito bem despojado dos norte-americanos. Roosevelt, que adorava uma estória picante e piadas marotas recebeu um nervoso e tímido rei britânico que estava ali em essência para pedir ajuda aos EUA na guerra que se avizinhava na Europa. Hitler e a Alemanha estavam prestes a declarar guerra à Inglaterra. O encontro, como se vê, teve repercussões históricas que marcaram todo o século XX, mas no filme tudo é retratado com uma leveza cativante.

O encontro é narrado por uma prima de Rooosevelt, Daisy (Laura Linney), através de escritos que foram encontrados em seus pertences pessoais após sua morte. Essa intimidade que o texto do roteiro dá ao espectador é uma das melhores coisas de Hyde Park. Nos sentimos realmente dentro da intimidade do presidente. Apesar de ter sido saudado como um dos melhores presidentes da história dos EUA, sua vida pessoal era no mínimo caótica. Mantinha um casamento de fachada com sua esposa, Eleanor (que era lésbica), ao mesmo tempo em que mantinha várias amantes, entre elas sua secretaria particular e sua própria prima, Daisy, personagem central na trama do filme. É muito curioso acompanhar Roosevelt nesse fim de semana pois ao mesmo tempo em que tem que lidar com o Rei inglês tem também que apagar os incêndios que seus vários casos extraconjugais causam em sua vida privada. Bill Murray como Roosevelt está fantástico (quem diria?) e disponibiliza uma das melhores atuações de sua carreira. O elenco de apoio  também é todo bom, incluindo ai  Laura Linney como Daisy, uma moça ao mesmo tempo deslumbrada, tímida e perturbada com a personalidade emocional instável de seu primo presidente. Enfim, aqui temos uma aula de historia que não se aprende na escola, um retrato de um dos homens mais importantes do século passado que a despeito de seus grandes feitos surge mais humano do nunca.

Um Final de Semana em Hyde Park (Hyde Park on Hudson, Estados Unidos, 2012) Direção: Roger Michell / Roteiro: Richard Nelson baseado nos escritos deixados por Daisy Roosevelt / Elenco: Bill Murray, Laura Linney, Olivia Williams, Olivia Colman, Elizabeth Marvel, Samuel West, Eleanor Bron, Blake Ritson / Sinopse: O Presidente americano Franklin Roosevelt (Bill Murray) resolve convidar o Rei Inglês George VI para passar o fim de semana na casa de sua mãe em Hyde Park. Na pauta da conversa o apoio que a Inglaterra precisa dos EUA na iminente guerra na Europa contra as forças nazistas de Hitler.

Pablo Aluísio.