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terça-feira, 13 de outubro de 2020

No Vale da Violência

A primeira coisa que notei quando esse faroeste começou, foi o fato dele ter sido produzido pela companhia Blumhouse Productions. Essa empresa é especializada na produção de filmes de terror. Pelo visto estão ampliando o leque de gêneros, apostando agora no bom e velho western. Bom saber disso. Pois bem, "No Vale da Violência" tem várias referências dos filmes clássicos, principalmente aos das décadas de 1960 e 1970. O roteiro aposta novamente na figura do estranho sem nome (alguém aí lembrou de Clint Eastwood?), aquele sujeito sem passado e sem nome que chega numa cidadezinha do velho oeste. Acompanhado apenas pelo seu cão, o forasteiro interpretado por Ethan Hawke chega nesse lugar desolado. A maioria da população foi embora após o fim do carimbo de prata e tudo o que ficou para trás se resume em uma cidadela decadente e abandonada. Após entrar no saloon o desconhecido acaba topando por mero acaso com o valentão da cidade, um homem violento chamado Gilly (James Ransone). Ele é filho do xerife e se acha o rei do gatilho, mas no fundo não passa mesmo de um imbecil. Ao provocar o recém chegado forasteiro acontece o que todos já esperavam, ele leva uma tremenda surra na rua principal da cidade.

O xerife do lugar, pai do sujeito que apanha até dizer chega, é interpretado por John Travolta. Com perna de pau (pois ele perdeu a sua durante a guerra civil), o velho e cansado homem da lei é até um sujeito polido. Ele logo descobre que o cavaleiro desconhecido provavelmente seja um militar do exército americano por causa de seu rifle e outros instrumentos que carrega em sua sela de cavalo. Por isso evita maiores confusões. Assim o personagem de Ethan Hawke simplesmente aceita a sugestão de ir embora da cidade, sem problemas. Tudo estaria acertado se o filho do xerife (sempre agindo como um perfeito estúpido) não fosse atrás do pistoleiro no meio do deserto, dando origem a um verdadeiro banho de sangue na cidade. "No Vale da Violência" é um bom filme de western. Há elementos em seu roteiro que certamente vão agradar aos fãs do estilo. Minha única crítica mais consistente a esse filme vem da escolha do protagonista. O ator Ethan Hawke não me pareceu muito adequado a esse papel. Ele tem um estilo de interpretação mais fragilizado, mais sutil, ele próprio não tem o aspecto físico que um pistoleiro como esse exige. Melhor se sai Travolta, com seu xerife durão, mas justo. No final a diversão se torna garantida, principalmente quando todos resolvem acertar suas contas pelas ruas daquele lugar esquecido por Deus. Está bem recomendado se você gosta de filmes de faroeste.

No Vale da Violência (In a Valley of Violence, Estados Unidos, 2016) Direção: Ti West / Roteiro: Ti West / Elenco: Ethan Hawke, John Travolta, Taissa Farmiga, James Ransone / Sinopse: Um forasteiro chega numa velha cidade do oeste americano e acaba entrando em atrito com o filho do xerife, dando origem a uma rixa sanguinária e brutal.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 24 de junho de 2014

O Sacramento

Título no Brasil: O Sacramento
Título Original: The Sacrament
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Arcade Pictures
Direção: Ti West
Roteiro: Ti West
Elenco: Joe Swanberg, AJ Bowen, Kentucker Audley

Sinopse:
Um grupo de jornalistas decide fazer uma reportagem sobre uma seita de evangélicos liderados por um pastor carismático chamado de "O Pai" que vive em um lugar isolado da América do Sul, no meio da selva, longe da civilização e da tecnologia do homem moderno. A comunidade parece ser um projeto de sucesso, mas debaixo de toda aquela felicidade ensaiada se esconde algo muito sinistro. Filme baseado em fatos reais.

Comentários:
Quem conhece história e leu a sinopse desse filme saberá de antemão que ele é baseado em um caso real, acontecido na Guiana durante os anos 1970. Um pastor messiânico chamado Jim Jones (1931 - 1978) decidiu levar toda a sua congregação para as selvas da América Latina. Lá fundou uma comunidade denominada Jonestown. Todos os membros de sua igreja venderam seus bens, casas e carros e deram o dinheiro para Jones. Ele então criou essa comunidade evangélica isolada do mundo exterior. O que parecia ser o paraíso na Terra (pelo menos na visão dos membros da seita) logo virou uma cilada, uma armadilha mortal. Jones promoveu um suicídio coletivo com todos os que moravam lá, crianças, jovens e idosos. O roteiro desse filme mostra praticamente a mesma história, com pequenas mudanças em certos detalhes. A linguagem escolhida foi a de falso documentário, como se o espectador estivesse vendo imagens reais captadas pelas câmeras dos jornalistas. O resultado é muito bom, acima da média nesse tipo de filme. Serve como denúncia e também como aviso, pois fanatismo religioso é de fato algo muito perigoso, um caminho que leva facilmente o fiel não para o céu, mas para o inferno.

Pablo Aluísio.