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quarta-feira, 7 de julho de 2021

O Lenhador

Há salvação para um pedófilo? Existiria redenção para um molestador de crianças? Perguntas pesadas que o roteiro desse ótimo filme tenta responder. O personagem principal, interpretado por um empenhado Kevin Bacon, é um sujeito que passou 12 anos preso por seus crimes, justamente esses de ordem sexual contra crianças. De volta à sociedade, após cumprir sua pena, ele tenta recomeçar a vida. Vai ser complicado, ainda mais depois que ele retorna para sua cidade natal, onde praticamente todos os moradores conhecem seu passado. E ele vai vivendo, um dia de cada vez, tentando reconquistar a confiança de seus parentes, conhecidos e moradores da cidade. Só que é complicado. Sempre que chega perto de alguma escola ou local com crianças todos ficam desconfiados e constrangidos com sua presença. Uma questão que nunca parece ser esquecida pelos que vivem ali naquela região.

O filme é um drama pesado que apresenta um roteiro muito bem escrito. Não poderia ser diferente por causa do tema delicado que desenvolve. Não poderia adotar inteiramente a posição de seu protagonista e nem tampouco o condenar de maneira sumária. Sobra o meio termo, demonstrando bem que existe o aspecto legal e o moral. No aspecto legal, após cumprir os anos de prisão, ele nada mais deve para o sistema judiciário. Porém do aspecto moral, por causa da natureza de seus crimes, ele estaria condenado para todo o sempre na mente das pessoas. Assista ao filme e entenda essa questão tão importante e relevante.

O Lenhador (The Woodsman, Estados Unidos, 2004) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Steven Fechter, Nicole Kassell / Elenco: Kevin Bacon, Kyra Sedgwick, David Alan Grier, Benjamin Bratt / Sinopse: Um molestador de crianças retorna à sua cidade natal depois de 12 anos na prisão e tenta começar uma nova vida. E ele parece disposto a tudo para reconquistar a confiança das pessoas, apesar dos crimes terríveis que cometeu em seu passado.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Pronta Para Amar

O filme foi vendido na época de seu lançamento de forma equivocado. Parecia um romance ou até mesmo uma comédia romântica, porém se trata de um roteiro que conta uma história triste e dramática. A protagonista é uma jovem profissional chamada Marley Corbett (Kate Hudson), As coisas vão bem em sua vida, ela tem um bom emprego e está apaixonada pelo homem que ela acredita ser o amor de sua vida, só que tudo acaba ruindo de repente quando ela é diagnosticada com um câncer agressivo de intestino.

A diretora Nicole Kassell até tentou tratar esse tema tão pesado de forma mais leve, trazendo uma suavidade na própria personagem de Kate Hudson, só que vamos convir que não há como ter um enredo desses em um filme e ser tudo flores e risos. Por falar na Kate Hudson ela está muito bem no papel. Chegou até mesmo a engordar para trazer mais veracidade ao seu desempenho. A intenção era reproduzir o natural inchaço do corpo quando se é submetido à quimioterapia. O resto do elenco traz duas outras excelentes atrizes, Kathy Bates e Whoopi Goldberg. Por fim não custa elogiar o cenário de New Orleans, uma das cidades mais ricas do ponto de vista cultural dos Estados Unidos. Então é isso, um filme que se propunha a ser leve e alto astral, mas que não conseguiu esse objetivo justamente por causa do tema pesado que trata.

Pronta Para Amar (A Little Bit of Heaven, EUA, 2011) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Gren Wells / Elenco: Kate Hudson, Kathy Bates, Whoopi Goldberg, Peter Dinklage, Gael García Bernal / Sinopse: Marley Corbett (Kate Hudson) é uma jovem profissional que no momento mais feliz de sua vida descobre que tem uma doença incurável, um câncer no intestino que lhe dará poucos meses de vida  A partir daí ela começa a repensar sua vida e seus relacionamentos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pronta Para Amar

Esse filme tem embalagem de comédia romântica, marketing de comédia romântica e jeito de comédia romântica mas na realidade não é nada disso! É o que chamavam antigamente de "filme de doença", ou seja, o espectador vai acompanhando a personagem principal a partir da descoberta da doença fatal (no caso aqui um câncer de intestino) passando pelo desenrolar do difícil tratamento até chegar ao desfecho de tudo (que tenta ser agradável, leve, mas convenhamos disso não tem nada). Eu não recomendaria esse tipo de produção para pessoas que perderam entes queridos recentemente pois é possível que venham a se identificar com a situação mostrada nas telas. Reviver algo assim nem sempre é recomendado. Principalmente para quem passou por esse tipo de coisa há pouco tempo. Além disso algumas situações de vida (ou da morte) não devem ser tratadas como algo leve, soft, pop, tentando criar um clima de falsa felicidade para mostrar uma situação que em si deve ser tratada e mostrada com a devida seriedade.

E os pontos positivos? Sim, há partes que valem a pena no filme. Um das coisas bacanas aqui é o elenco, cheio de atores e atrizes que gosto bastante. Além da Kate Hudson, que não compromete mas que também não surpreende (ela parece ter colocado sua carreira definitivamente em controle remoto), temos ainda Kathy Bates, muito bem em sua caracterização de "mãezona" e uma improvável Whoopi Goldberg em um papel nada comum. Outro ponto positivo é o fato do filme ter sido feito em New Orleans, uma das cidades mais peculiares dos EUA. A grande maioria das grandes cidades americanas não possuem identidade própria, são praticamente todas iguais, com cultura plastificada. Não é o caso de New Orleans que tem uma rica cultura musical, herdada dos colonizadores franceses que estiveram por lá. Além disso impossível ignorar o talento de tantos grandes músicos negros que nasceram na famosa cidade. É o berço do jazz e do soul - precisa dizer mais alguma coisa? A música e a cultura de lá ajudaram muito na suavização da trama. Como é um filme que trata de um tema muito sensível achei adequado que uma mulher exercesse a direção. Aqui a diretora Nicole Kassell tenta a todo custo amenizar o máximo possível a questão, tendo sucesso algumas vezes e outras não. Enfim é isso, "Pronta Para Amar" deveria se chamar realmente de "Pronta Para Morrer" pois é justamente disso do que se trata. Recomendo com restrições por causa do tema e do baixo astral.

Pronta Para Amar (A Little Bit of Heaven, Estadps Unidos, 2011) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Gren Wells / Elenco: Kate Hudson, Kathy Bates, Peter Dinklage, Gael García Bernal / Sinopse: Jovem profissional (Kate Hudson) descobre que tem uma doença incurável. A partir daí repensa sua vida e seus relacionamentos.

Pablo Aluísio.