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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

O Imperador do Norte

Título no Brasil: O Imperador do Norte
Título Original: Emperor of the North Pole
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Christopher Knopf, Jack London
Elenco: Lee Marvin, Ernest Borgnine, Keith Carradine, Charles Tyner, Malcolm Atterbury, Simon Oakland

Sinopse:
Durante a grande depressão econômica dos Estados Unidos na década de 1930, um guarda ferroviário está decidido a não deixar nenhum "vagabundo" viajar de graça no trem onde trabalha. Para isso ele está disposto a usar de tudo, inclusive de violência letal. Então surge um homem que vive nas estradas de ferro disposto a mostrar a ele que há quem o desafie naquele mundo de violência extrema. 

Comentários:
Filme muito bom que explora um dos capítulos menos comentados da grande depressão. Naqueles tempos muitos homens pobres e desempregados ganhavam suas vidas nas estradas de ferro. Eles viajavam de cidade em cidade de forma clandestina nos trens que passavam. E havia guardas ferroviários especializados em colocar todas essas pessoas para fora dos trens, o que causava uma grande tensão entre esses dois grupos. Quem interpreta o guarda violento e obstinado nesse filme é Ernest Borgnine. Ele dá vida a esse sujeito simplesmente rude, brutal e asqueroso. Logo no começo do filme mata um pobre homem que pulou para dentro do trem em movimento. Diante de toda essa violência acaba surgindo seu rival nas estradas de ferro, um tipo durão interpretado por Lee Marvin. Ele está decidido a pegar o guarda ferroviário por causa de sua truculência. Auto intitulado como o "O vagabundo número 1 da América" ele parte para o confronte com o trem em movimento! Completa o trio principal de personagens um viajante mais jovem, mas cheio de marra, que gosta de exagerar seus próprios feitos. Esse personagem ganha vida com o ator Keith Carradine. Então é isso. Um filme muito bom, mostrando um lado da depressão americana que poucos conhecem. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Comboio

Título no Brasil: Comboio
Título Original: Convoy
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Sam Peckinpah
Roteiro: Bill Norton
Elenco: Kris Kristofferson, Ernest Borgnine, Ali MacGraw, Burt Young, Madge Sinclair, Franklyn Ajaye

Sinopse:
Um motorista de caminhão, rebelde e turrão, decide liderar um movimento de paralização das estradas no sul dos Estados Unidos contra um xerife corrupto. A sua força de liderança desperta diversos problemas, levando autoridades policiais a um verdadeiro enfrentamento contra ele e seus colegas de profissão. 

Comentários:
Quando se trata de "Comboio" eu me lembro imediatamente das inúmeras reprises do filme na antiga Sessão da Tarde dos anos 80. Era quase impossível não esbarrar em uma exibição do filme naquela época. No Brasil, por essa razão, o filme ficou por demais conhecido. Nos Estados Unidos a recepção não foi tão boa. A crítica norte-americana não deixou de tecer críticas ao roteiro, que de certa maneira era bem fraco mesmo. Curiosamente eu gosto bastante da atuação do cantor country Kris Kristofferson. Tudo bem, ele realmente não teve uma carreira das mais consistentes no cinema, mas inegavelmente fez bons filmes que até hoje são lembrados. Ja para o diretor Sam Peckinpah, esse filme não foi uma boa experiência. Tão respeitado pelos críticos, acabou sendo acusado de ter feito seu filme mais fraco em anos, o que não deixava de ser uma verdade. De qualquer forma deixo a dica, para rever ou conhecer pela primeira vez essa película. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

O Abismo Negro

Título no Brasil: O Abismo Negro
Título Original: The Black Hole
Ano de Lançamento: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Productions
Direção: Gary Nelson
Roteiro: Jeb Rosebrook
Elenco: Maximilian Schell, Anthony Perkins, Ernest Borgnine, Roddy McDowall, Robert Forster

Sinopse:
Uma nave exploratória da Terra, a USS Palomino, descobre um buraco negro com uma nave perdida, a USS Cygnus, fora de seu horizonte de eventos. Então, uma equipe de astronautas é enviada para investigar o que estaria acontecendo.

Comentários:
Um filme infanto juvenil produzido pela Disney para a garotada dos anos 70. Nada muito especial. O roteiro bebe diretamente das antigas produções de ficção científica dos anos 50. Só que, claro, tudo atualizado para não ficar muito datado para a geração da discoteca. Tem uma direção de arte bonita que me fez lembrar, inclusive dessas antigas produções de matinê. Só que na tentativa de ser nostálgico, o filme acaba ficando meio repetitivo. O roteiro, assim se mostra extremamente fraco e sem direção. Ainda assim, é um produto Disney. Como tal, tem o seu nível de qualidade. Hoje em dia é bem complicado de achar. Virou um item raro. Peça de colecionador. Foi lançado no Brasil em VHS, na época, durante os anos 80.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Jesus de Nazaré

Franco Zeffirelli nunca foi um diretor de moderação. Ao contrário disso ele sempre foi um cineasta que ia ao limite. Assim quando foi contratado para dirigir uma versão da história de Jesus Cristo para as telas, não quis saber de economias. Ele queria mesmo, como afirmou em entrevistas na época, dirigir o filme definitivo sobre a história de Jesus. Para tanto contou com um orçamento milionário, uma produção envolvendo produtores britânicos e italianos e um elenco numeroso e fenomenal, com vários astros do cinema em papéis coadjuvantes. Muito dinheiro foi investido e o primeiro corte do diretor resultou em um filme com mais de quatro horas de duração. Inviável lançar algo tão longo nos cinemas da época.

Diante disso o estúdio decidiu fazer duas versões do filme. Uma editada com pouco mais de 2 horas de duração para o cinema e uma versão bem longa que seria exibida na TV em formato de minissérie. Franco Zeffirelli não gostou muito, entretanto ele não tinha mais controle sobre sua própria criação. O resultado é um filme muito bom, com ótimas cenas e uma fidelidade tão grande com a imagem do Jesus das pinturas e quadros da renascença que o ator escolhido para viver Jesus era uma réplica fiel daquele Jesus mais conhecido, com olhos azuis e nariz alongado, algo que é discutido por historiadores de maneira em geral. De qualquer forma essa é uma questão secundária, pois "Jesus de Nazaré" segue sendo um dos filmes mais amados por cristãos de todo o mundo. Sinal de que o trabalho foi realmente extremamente bem feito.

Jesus de Nazaré (Jesus of Nazareth, Inglaterra, Itália, 1977) Direção: Franco Zeffirelli / Roteiro: Franco Zeffirelli, Anthony Burgess, Suso Cecchi D'Amico, baseados nos evangelhos do novo testamento / Elenco: Robert Powell, Olivia Hussey, Laurence Olivier, Ernest Borgnine, Claudia Cardinale, James Earl Jones, James Mason, Donald Pleasence, Christopher Plummer, Anthony Quinn, Rod Steiger, Peter Ustinov, Michael York / Sinopse: O filme conta a história de Jesus, judeu nascido na Galiléia que passou a difundir uma mensagem de paz e amor entre os homens durante o século I.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Feras Humanas

Título no Brasil: Feras Humanas
Título Original: The Bounty Hunter
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: André De Toth
Roteiro: Winston Miller
Elenco: Randolph Scott, Dolores Dorn, Ernest Borgnine, Marie Windsor, Howard Petrie, Harry Antrim,

Sinopse:
Após um violento roubo de trem, um agente detetive da famosa agência Pinkerton começa a caçar três criminosos que participaram do famoso assalto. O problema é que a identidade deles ainda é um mistério. Com a ajuda de um caçador de recompensas, o trio é localizado em uma cidade remota. O mais complicado porém é juntar provas suficientes para incriminar a todos, além disso não será uma tarefa fácil colocar os facínoras atrás das grades pois eles certamente não vão se entregar por livre e espontânea vontade.

Comentários:
Se você é fã de filmes de western, muito dificilmente se decepcionará com qualquer filme realizado por Randolph Scott em sua carreira cinematográfica. O ator mantinha um padrão de qualidade regular em seus filmes e isso sempre foi garantia de boa diversão, aliada a um charme nostálgico irresistível nos dias de hoje. Esse "The Bounty Hunter" foi rodado pelo ator na Warner, contando com um elenco de apoio muito interessante, a começar pela mocinha relutante Marie Windsor. O roteiro é dos melhores e joga com reviravoltas e situações de suspense e tensão. O diretor André De Toth era amigo pessoal de Scott, tanto que o ator o contrataria depois para dirigir mais algumas de suas produções futuras. O resultado desse trabalho entre amigos é dos melhores. Além das inevitáveis cenas de heroísmo e duelos, ainda temos de antemão a presença de personagens femininas fortes e relevantes dentro da trama, algo que para a década de 1950 era até bem incomum. Assim pode assistir sem qualquer medo de não gostar, uma vez que "Feras Humanas" é um filme classe A do eterno cowboy Randolph Scott. Garantia de diversão para os fãs de velhos faroestes.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de janeiro de 2021

O Destino do Poseidon

Título no Brasil: O Destino do Poseidon
Título Original: The Poseidon Adventure
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Ronald Neame
Roteiro: Paul Gallico, Stirling Silliphant
Elenco:  Gene Hackman, Ernest Borgnine, Shelley Winters, Roddy McDowall, Pamela Sue Martin, Red Buttons

Sinopse:
Um grande navio de passageiros, o Poseidon, é levado ao limite por seu novo proprietário. Atingido por um enorme maremoto em alto-mar, o navio acaba virando de cabeça para baixo, com todos os tripulantes e passageiros a bordo. Depois da tragédia o corajoso reverendo Scott (Hackman) passa então a levar um grupo de sobreviventes em uma jornada pelas entranhas do navio na tentativa de achar uma saída para fora da embarcação prestes a afundar.

Comentários:
Sinceramente perdi as contas de quantas vezes eu assisti a esse filme durante os anos 80. Esse marcante exemplar do chamado "cinema-catástrofe" era figurinha fácil na programação da Rede Globo naquela década. E em um tempo em que não existia o filme do Titanic, esse "O Destino do Poseidon" era considerado um dos melhores filmes sobre o afundamento de um grande Transatlântico. E as semelhanças não eram gratuitas. De certa maneira o enorme Poseidon era mesmo o Titanic. A mesma história, só que passada em uma época diferente. Os especialistas em efeitos especiais tiveram um trabalho e tanto para recriar na tela um navio imenso virando de ponta cabeça, enquanto seus sobreviventes tentavam sair vivos daquele enorme desastre. E nem faltava o construtor arrogante dizendo que "Nem Deus poderia afundar o Poseidon!" (mesma frase atribuída ao dono da empresa ao qual pertencia o Titanic da história real). E para finalizar não poderíamos deixar de citar o numeroso elenco de veteranos do cinema. Dentro do script padrão do cinema-catástrofe dos anos 70 isso fazia parte da fórmula. Tinha sido assim com "Aeroporto", "Inferno na Torre" e outros filmes desse nicho. Não deixava de ser divertido ver todos aqueles astros e estrelas do passado, agora bem mais envelhecidos, sendo tragados por mais uma tragédia no cinema. Era sinônimo também de gordas bilheterias. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Canção Original ("The Morning After") e Melhores Efeitos Especiais (L.B. Abbott).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Blueberry - Desejo de Vingança

Título no Brasil: Blueberry - Desejo de Vingança
Título Original: Blueberry
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: Jan Kounen
Roteiro: Matthieu Le Naour, Alexandre Coquelle
Elenco: Vincent Cassel, Michael Madsen, Juliette Lewis, Temuera Morrison, Ernest Borgnine, Djimon Hounsou

Sinopse:
Quando jovem, Mike Blueberry (Vincent Cassel) foi abandonado pela família, sendo entregue a um tio abusivo e brutal. Depois de uma briga, ele é deixado para morrer no deserto mas acaba sendo salvo por nativos americanos. Isso cria um vínculo sentimental entre eles e os índios da região. Os anos passam e finalmente Blueberry se torna um agente federal. Sua tranquilidade como homem da lei é quebrada com a chegada de um perigoso assassino e pistoleiro. Esse está atrás de um tesouro enterrado numa mina de ouro abandonada em terras pertencentes a uma tribo local, algo que o xerife Blueberry não deixará acontecer pois as montanhas onde a mina é localizada são consideradas sagradas para os nativos que lá vivem.

Comentários:
Mais um western moderno que tenta revitalizar o gênero. O resultado é até interessante, mas obviamente fica muito abaixo da qualidade dos antigos clássicos. Um dos pontos mais positivos é o elenco. Gosto de todo o trio de atores principais desse filme. Vincent Cassel, por exemplo, que interpreta Mike Blueberry, tem um tipo bem ideal para fazer personagens do velho oeste. Um sujeito marcado pela rudeza e dureza do western selvagem. Seu oponente não se sai pior. Michael Madsen ao longo da carreira se especializou em interpretar pequenos escroques das ruas de Nova Iorque, membros do chamado baixo clero da Máfia italiana. Esse foi seu tipo de personagem mais comum em vários filmes anteriores de sua carreira, mas aqui acaba se destacando como um pistoleiro rude e cruel. Quem diria. Já Juliette Lewis não me surpreendeu tanto assim. Ela criou uma persona nas telas que sempre chama atenção. Suas personagens femininas são garotas fronteiriças entre a sanidade e a insanidade, entre a razão e a loucura. Sua intensidade e paixão quando faz esse tipo de papel acaba salvando ela em cena. "Blueberry - Desejo de Vingança" passou muito discretamente no Brasil e por anos foi reprisado no canal a cabo HBO. Não é um western indispensável que vá fazer falta em sua coleção, mas vale a pena ser conhecido e assistido pelo menos uma vez, pois mostra que o faroeste sobrevive, mesmo que em produções menores como essa.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Estação Polar Zebra

Um interessante produto da guerra fria. Assim podemos definir essa produção “Estação Polar Zebra”. O filme foi um dos últimos grandes sucessos da carreira do ator Rock Hudson. Ele havia trocado de agente após longos anos. Harry Wilson o havia descoberto, transformado em um astro, mas depois de algum tempo deixou de promover adequadamente seu cliente. Com a carreira devagar, quase parando, Rock resolveu mudar tudo. Despediu Wilson, saiu da Universal, seu estúdio desde o começo de sua carreira e se tornou um ator freelancer. Ele já não era o astro campeão de bilheteria de antes e teve que correr atrás do papel. Se apresentou pessoalmente ao diretor John Sturges e pediu para fazer o filme. “Eu adoraria fazer Estação Polar Zebra” – disse abrindo o jogo. Após Sean Connery desistir do filme por ser muito parecido com seu papel na série James Bond (tudo que tinha a ver com guerra fria era logo descartado por Connery nessa época) Rock finalmente foi escalado para interpretar o comandante James Ferraday.

A produção foi realizada pela MGM, um estúdio lendário em Hollywood, mas que curiosamente Rock nunca tinha trabalhado antes, mesmo após todos aqueles anos de carreira. “Estação Polar Zebra” acabou fazendo sucesso de bilheteria reerguendo temporariamente a carreira de Rock. O filme não foi apenas importante para ele no aspecto puramente profissional, mas também no lado pessoal. Ele começou um relacionamento com o diretor de publicidade do filme, iniciando um longo affair que duraria anos (os dois chegaram inclusive a vir ao Brasil durante o carnaval de 1975, onde se divertiram como nunca). Na premiere aconteceu um fato curioso. Quando estava desfilando pelo tapete vermelho, Rock ouviu uma ofensa homofóbica dirigida contra ele vinda do público.

O ator ficou em choque pois seu homossexualismo ainda era um segredo muito bem guardado. Depois dessa experiência desagradável desistiu de comparecer pessoalmente nas estreias de seus filmes. Outro aspecto positivo foi que a crítica de uma maneira em geral gostou do que viu. O tom mais sério e concentrado da produção, procurando ser realista e pé no chão, mesmo se tratando de uma aventura passada quase toda dentro de um submarino nuclear americano, conquistou até mesmo os mais ferrenhos críticos americanos.  De fato “Estação Polar Zebra” acabou se tornando o último grande êxito comercial e de crítica da carreira de Rock Hudson. Era o fim de uma era.
 
Estação Polar Zebra (Ice Station Zebra, Estados Unidos, 1968) Direção: John Sturges / Roteiro: Douglas Heyes, baseado no livro de Alistair MacLean / Elenco: Rock Hudson, Ernest Borgnine, Patrick McGoohan / Sinopse: Comandante de um submarino nuclear americano tem que lidar com uma séria crise no ciclo polar ártico. Liderando uma perigosa missão que vai até os confins gelados do planeta, ele terá que ser bem sucedido para evitar um grave incidente diplomático com os soviéticos.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de dezembro de 2019

A Um Passo da Eternidade

O soldado Robert E. Lee Prewitt (Montgomery Clift) é transferido para uma base militar no Havaí após ter alguns problemas com oficiais no quartel onde servia. Lá ele fica sob o comando do Sargento Milton Warden (Burt Lancaster). Prewitt tem fama de bom boxeador, mas não quer voltar aos ringues. Como o Comandante do grupo é fã do esporte ele tenta convencer o soldado a lutar de qualquer jeito ao lhe impor uma rígida disciplina militar. Seu objetivo é forçar Previtt a lutar na competição militar, mas ele resiste bravamente. Nesse ínterim, o Sargento Milton decide começar um caso extraconjugal com a bela Karen Holmes (Deborah Kerr); O problema é que ela é a esposa de seu Capitão!

"A Um Passo da Eternidade" é um dos clássicos mais famosos da história do cinema americano. O que o distingue dos demais filmes de guerra da época é que o roteiro do filme procura desenvolver o máximo possível o aspecto mais humano dos personagens em cena. O papel de Clift é um exemplo. Ele é um novato que sofre todos os tipos de humilhações dentro da base. Mesmo assim resiste ás provocações para demonstrar seu ponto de vista. Ao se envolver com a dançarina de cabaré Lorene Burke (Donna Reed) ele procura acima de tudo uma redenção em sua vida, algo que valha a pena lutar. O enredo gira em torno dele, mas o filme não se resume a isso pois tem como pano de fundo o grande ataque japonês ao porto americano de Pearl Harbor, fato que ocasionou a entrada dos EUA na II Guerra Mundial. O argumento assim tenta dar um rosto e uma história para os milhares de militares americanos que estavam no Havaí nesse grande bombardeio das forças do império japonês.

Baseado no romance best-seller de James Jones, "A Um Passo da Eternidade" é, em essência, um filme sobre relacionamentos humanos, paixões, rivalidades nas vésperas de um dos maiores acontecimentos da história norte-americana. Além do filme em si ser um marco, a produção ficou conhecida também por várias histórias de bastidores. Uma das mais conhecidas envolveu o cantor Frank Sinatra. Na época ele estava em um péssimo momento na carreira. Após ter um problema vocal suas vendas despencaram e assim Sinatra ficou sem muitas alternativas. Ao descobrir que a Columbia faria "A um Passo da Eternidade" resolveu lutar pelo papel de Angelo Maggio, um soldado boa praça que é vítima de um guarda sádico (interpretado pelo sempre ótimo Ernest Borgnine). O drama para Sinatra começou quando o diretor Fred Zinnemann o recusou para o filme. Segundo afirmam alguns livros o chefão mafioso Sam Giancana, atendendo a um pedido desesperado de Sinatra, colocou Zinnemann contra a parede para que ele escalasse o cantor em decadência. O fato acabou sendo utilizado em "O Poderoso Chefão" em uma cena em que um cantor italiano pede ajuda a Don Vito Corleone para que ele fosse escalado para um filme importante.  A cena é impactante quando uma cabeça de cavalo decepada é colocada ao lado da cama de um cineasta famoso.

De qualquer modo, seja lá como entrou no filme, o fato é que Sinatra conseguiu voltar ao auge. Ele venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação e o filme acabou se tornando o grande premiado de seu ano, levando para casa ainda mais sete prêmios. Uma consagração praticamente completa na mais prestigiada premiação do cinema mundial. Burt Lancaster também foi indicado ao Oscar de melhor ator, mas não venceu. Havia um certo preconceito contra ele, por ser um astro de filmes de ação e aventura na época. Já Montgomery Clift foi completamente esquecido em mais uma daquelas famosas injustiças da Academia. A consolação para Lancaster veio pelo fato de ter feito a cena mais famosa de sua carreira, quando beija Deborah Kerr na beira da praia. Um momento considerado extremamente ousado para a época, com sensualidade à flor da pele.

A Um Passo da Eternidade (From Here to Eternity, Estados Unidos, 1953) Direção: Fred Zinnemann / Roteiro: Daniel Taradash baseado no romance de James Jones / Elenco: Burt Lancaster, Montgomery Clift, Deborah Kerr, Frank Sinatra, Donna Reed, Ernest Borgnine, Philip Ober / Sinopse: Nas vésperas do ataque japonês à base de Pearl Harbor, fato que levou os Estados Unidos a entrarem na II Guerra Mundial, um grupo de soldados vivem seus dramas pessoais em um regimento do Havaí. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção (Fred Zinnemann), Melhor Roteiro (Daniel Taradash), Melhor Ator Coadjuvante (Frank Sinatra), Melhor Atriz Coadjuvante (Donna Reed), Melhor Fotografia em Preto e Branco (Burnett Guffey), Melhor Som (John P. Livadary) e Melhor Edição (William A. Lyon). Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção (Fred Zinnemann) e Melhor Ator Coadjuvante (Frank Sinatra),  

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Crime e Paixão

Título no Brasil: Crime e Paixão
Título Original: Hustle
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Steve Shagan
Elenco: Burt Reynolds, Catherine Deneuve, Ernest Borgnine, Ben Johnson, Paul Winfield, Eileen Brennan

Sinopse:
Após a morte suspeita de uma bela e jovem garota de Los Angeles, o departamento de polícia da cidade escala um detetive para investigar o caso. Oficialmente o caso aponta para um suposto suídidio, mas será que isso realmente aconteceu? O que ele descobre acaba deixando todos surpresos.

Comentários:
Durante os anos 70 a carreira do ator Burt Reynolds no cinema foi uma sucessão de filmes de sucesso. Ele parecia se tornar o "astro da década" com seu estilo mais machão, com bigode e camisa aberta. Hoje em dia esse tipo de imagem soa até bem brega, mas naquela década do disco fazia muito sucesso, principalmente entre as mulheres. No fim da vida (ele faleceu em 2018) sua história se tornou um pouco trágica. Ele fez plásticas mal sucedidas, que deformaram seu rosto e o antigo astro entrou numa maré baixa, fazendo filmes bem ruins. Esqueça esse final melancólico de trajetória pessoal e procure curtir esse "Crime e Paixão". Certo, ficou um pouco datado pelo tempo, mas o curioso é que até funciona bem hoje em dia como diversão nostálgica. Burt Reynolds estava tão em alta que até o estúdio Paramount decidiu importar uma estrela da Europa para contracenar com ele. Usando vestidos generosos em decotes, a linda Catherine Deneuve é sem dúvida uma das boas razões para rever essa produção.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Homens das Terras Bravas

Depois de trabalhar em “Os Brutos Também Amam” o ator Alan Ladd poderia ter se aposentado do gênero, afinal esse foi um dos mais marcantes filmes de western da história do cinema americano. Depois de fazer algo tão maravilhoso assim ele realmente não precisava mesmo fazer mais nada. Porém para a alegria de seu vasto fã clube o ator resolveu seguir em frente estrelando outros faroestes, mantendo-se fiel ao estilo até o fim de sua carreira. Entre os bons westerns que estrelou esse “Homens das Terras Bravas” é dos mais interessantes. O filme começa com os personagens interpretados por Alan Ladd e Ernest Borgnine presos na famosa prisão de Yuma (sempre citada em filmes de faroeste, basta lembrar do clássico de Glenn Ford). O personagem de Ladd é um engenheiro de minas que foi condenado por ter supostamente roubado uma pepita de ouro numa mina em que trabalhava. Ele alega inocência e diz que tudo foi armação do xerife da cidade que não gostava dele. Já Ernest Borgnine está preso por assassinato. Homem rude, não aceitou levar desaforos para casa. Depois de cumprirem suas penas são finalmente colocados em liberdade.

Peter Van Hoek, vulgo 'The Dutchman' (Alan Ladd) decide voltar então para a cidade onde foi preso. Alega que gosta do local mas na verdade ele tem um plano a seguir em sua mente. Inocente ou não, ele agora quer ir para a desforra e monta um grupo para assaltar a mesma mina em que foi acusado de roubo anos atrás. Para isso conta com a preciosa ajuda de John 'Mac' McBain (Ernest Borgnine), pois afinal já o conhecia da prisão. Completando o trio um especialista em dinamites também entra nos planos do roubo da mina. A idéia é colocar as mãos no ouro, vendê-lo a um homem poderoso da região e saír da cidade o mais rapidamente possível. O problema é que as coisas não saem exatamente conforme foram planejadas.

Filmes sobre roubos sempre mantém o interesse do espectador. Esse aqui se aproveita bem dessa situação. Há o planejamento inicial, a execução do plano e os problemas e adversidades que vão surgindo conforme eles colocam tudo em ação. O personagem de Alan Ladd tem também um atrativo a mais. No começo o espectador é levado a crer em sua inocência, afinal ele jura ser inocente de todas as acusações. Mas conforme o filme avança essa certeza dá lugar a dúvidas sobre seu real caráter. Ladd quase sempre interpretou papéis de homens íntegros, virtuosos nas telas e ver o ator em um personagem assim se torna muito interessante. No final das contas temos aqui uma excelente fusão de gêneros (western e aventura) que certamente não vai decepcionar nem o fã de Alan Ladd e nem muito menos os amantes do gênero. Está bem recomendado.

Homens das Terras Bravas (The Badlanders, EUA, 1958) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Richard Collins, baseado na novela de W.R. Burnett / Elenco: Alan Ladd, Ernest Borgnine, Katy Jurado / Sinopse: Após sair da prisão por um crime que jura não ter cometido um engenheiro de minas (Alan Ladd) e um comparsa (Ernest Borgnine) decidem roubar o ouro de uma mina na região seguindo um elaborado plano de ação.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

O Revólver de um Desconhecido

Título no Brasil: O Revólver de um Desconhecido
Título Original: Chuka
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Gordon Douglas
Roteiro: Richard Jessup
Elenco: Rod Taylor, Ernest Borgnine, John Mills, Luciana Paluzzi, Louis Hayward
   
Sinopse:
Um destacamento da cavalaria americana chega em um forte destruído por nativos rebeldes. Todos os militares estão mortos e as mulheres desaparecidas. No local é encontrado o revólver de uma marca que nunca fez parte do arsenal usado pelo exército americano. Ditando seu relatório o Coronel do pelotão começa a contar em flashback tudo o que aconteceu naquela tragédia terrível para as forças armadas de sua nação.

Comentários:
Ótimo western que traz um roteiro muito bem escrito que procura, acima de tudo, desenvolver com capricho todos os personagens da trama. Entre eles o mais interessante é justamente o pistoleiro Chuka (Rod Taylor). Após viajar pelo deserto ele chega casualmente em um distante e isolado forte da quarta cavalaria americana. Lá conhece todos os tipos de militares, dos bons aos maus, a começar pelo próprio comandante, o Coronel Stuart Valois (John Mills) que foi designado para aquele posto distante justamente por causa de seu temperamento inadequado, agravado pelo alcoolismo. Seu imediato, o Major Benson (Louis Hayward), não é melhor, pois acaba se tornando um oficial desmoralizado por cometer atos bárbaros contra o inimigo, inclusive abusos sexuais frequentes contra índias capturadas. O único membro daquela tropa que parece ter algum respeito por sua farda é justamente o Sargento Otto Hahnsbach (Ernest Borgnine). Ele mantém uma fidelidade canina em relação ao seu Coronel, mesmo estando a tropa à beira de um motim. Se dentro do forte as coisas não andam bem, fora dos portões a situação é ainda mais grave pois uma aldeia inteira se prepara para invadir o posto militar avançado. Famintos e desesperados só restam aos índios destruir as forças de ocupação do homem branco para roubar armas e alimentos. Excelente enredo aliado a uma ótima direção do cineasta Gordon Douglas tornam esse faroeste americano um maravilhoso exemplo do que de melhor era produzido na época no gênero. Um pequeno clássico que merece ser redescoberto.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de março de 2018

Contra Espionagem

Título no Brasil: Contra Espionagem
Título Original: Man on a String
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: André De Toth
Roteiro: Boris Morros, Charles Samuels
Elenco: Ernest Borgnine, Kerwin Mathews, Colleen Dewhurst
  
Sinopse:
Boris Mitrov (Ernest Borgnine) é um imigrante russo nos Estados Unidos que conseguiu realizar o sonho americano. Produtor bem sucedido, ele se dá muito bem na capital mundial do cinema, Hollywood. Logo se torna um homem rico dentro da indústria cinematográfica. Por causa de sua origem começa a se envolver com outros russos que também vão aos Estados Unidos, alguns deles notórios espiões soviéticos. Isso faz com que o governo americano o leve a uma escolha crucial: ele poderá decidir entre se tornar um agente duplo dos americanos ou então ir para a cadeia, acusado de espionagem. 

Comentários:
Ernest Borgnine era aquele tipo de ator que colocava seu coração e alma em todos os filmes de que participava. Nesse "Man on a String" ele encarna um sujeito comum que é levado para o mundo da espionagem por causa da paranóia que reinava durante a guerra fria. Ao contrário de um James Bond, que dava toda a pinta de ser um agente secreto, ele aparentava ser um homem comum, acima de qualquer suspeita. Isso é curioso porque os agentes do mundo real são assim mesmo, nada parecidos com Bond, até porque se passar por uma pessoa normal já era a metade do trabalho de um verdadeiro membro do serviço secreto. Seu personagem é um russo que tem a pretensão de trazer seu pai e seus irmãos para virem morar ao seu lado nos Estados Unidos. Ele vive muito bem em uma bela casa de Los Angeles, bem longe da realidade de miséria em que vivia no mundo soviético. Ele acredita no sonho americano. Por ser russo porém ele acaba sendo vigiado dia e noite pelo serviço secreto americano e em pouco tempo é aliciado para virar um agente duplo para os Estados Unidos. Um bom filme, bem escrito, com um roteiro que privilegia a seriedade e o suspense, tudo bem longe da fanfarronice que iria se abater sobre os futuros filmes estrelados por 007. O fato de ter supostamente sido inspirado em fatos reais ajuda ainda mais em seu resultado final.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Fuga de Nova York

Título no Brasil: Fuga de Nova York
Título Original: Escape from New York
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar
Direção: John Carpenter
Roteiro: John Carpenter, Nick Castle
Elenco: Kurt Russell, Lee Van Cleef, Ernest Borgnine

Sinopse:
No futuro, o crime está fora de controle e Nova York é uma prisão de segurança máxima. Não há mais lei e nem ordem. E é justamente nesse local sem limites onde apenas o forte sobrevive que cai o avião do presidente dos Estados Unidos. Para resgatar o líder máximo da nação é enviado o condenado e veterano de guerra Snake Plissken (Kurt Russell). Indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Filme de Ficção, Melhor Diretor, Figurino e Maquiagem.

Comentários:
Esse é um pequeno clássico de ação e ficção muitas vezes reprisado na televisão aberta brasileira. Também é considerado um dos mais representativos filmes da carreira do diretor John Carpenter. Sempre considerei esse cineasta muito subestimado em todos os sentidos. Carpenter conseguia realizar bons filmes com praticamente nada. Os orçamentos eram restritos e os estúdios nem sempre acreditavam em suas ideias pouco convencionais. Aqui ele escreveu um roteiro sem limites à imaginação. O mundo é no futuro um lugar sujo e sem regras e até os supostos heróis de suas tramas são sujeitos casca grossa e no limite entre o certo e o errado. Que o diga o personagem Snake Plissken (Kurt Russell) ou, como ficou conhecido no Brasil, Cobra Plissken! Assim o que temos aqui é uma fita muito bem realizada, com muita adrenalina e ideias criativas e bem originais. Russell com tapa olho entrou definitivamente na cultura pop e até hoje é lembrado. O elenco de apoio também é dos melhores, com vários veteranos das telas. Alguns anos depois teve uma continuação chamada "Fuga de Los Angeles" que apesar dos bons efeitos digitais era muito inferior a esse. Em suma, pancadaria com estilo e sabor de nostalgia. Vale a pena rever.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Marty

Com um roteiro sensacional nas mãos, o diretor americano Delbert Mann (Vidas Separadas), deu vida à "Marty", produção de baixo orçamento e que acabou arrebatando 4 Oscars, entre eles o de melhor filme. Marty conta a história de um açougueiro italiano, simples, honesto e bonachão (Ernest Borgnine) que vive para o trabalho e para sua mãe com quem mora numa simples e ampla casa. Apesar de todas as qualidades morais, Marty é questionado e pressionado por todos, até pela mãe - uma italiana tradicional que luta pelo casamento e pela preservação da família como instituição básica da sociedade - pelo fato de ainda não ter se casado, já que está com (pasme) 34 anos. No fundo, Marty tem vergonha de si mesmo, com baixa de auto-estima, se martiriza por não ter um emprego de mais "status" social, além de ser gordo, tímido, inseguro e feio. Destituído de atributos físicos mais atraentes e marcado por um passado azarado com as mulheres, o açougueiro bondoso e atencioso vai, cada vez mais, recolhendo-se silenciosamente em casa e se isolando do mundo lá fora. Vendo-se pressionado de forma implacável diariamente pela mãe para se casar, Marty passa a frequentar, mesmo contra a vontade, uma espécie de clube de dança onde a paquera frenética domina o ambiente barulhento e enfumaçado.

Acontece que numa determinada noite no tal clube, Marty conhece Clara (Betsy Blair - ex mulher de Gene Kelly), jovem sofrida com a dor de ter sido abandonada pelo namorado que a achava um bagulho. Com sua enorme bondade, Marty ampara a moça em seu sofrimento de abandono e aos poucos vai percebendo que uma força (quase) divina faz com que o casal se conheça, se aproxime e compartilhe os mesmos problemas de timidez, baixa auto-estima e insegurança. Marty agora luta contra o preconceito de todos pelo fato de sua nova namorada ser feia. O longa é uma primazia de fotografia em preto e branco e direção onde o diretor Delbert Mann conduz uma narrativa, focada na solidão de Marty e em elementos quase revolucionários, não lineares e que quebra certos paradigmas. Marty nos coloca diante de valores rígidos da década de 50, onde era quase inadmissível um homem levar uma vida de solteiro mais longeva e feliz, sem a interferência danosa de toda uma sociedade e até da própria família. Convenhamos, uma realidade bem diferente dos dias de hoje, pouco mais de 60 anos depois do filme. Marty abocanhou 4 Oscars: Melhor filme - Melhor diretor (Delbert Mann)  - Melhor ator (Ernest Borgnine)  - Melhor roteiro adaptado.

Marty (Marty, Estados Unidos, 1955) Direção: Delbert Mann / Roteiro: Paddy Chayefsky / Elenco: Ernest Borgnine, Betsy Blair, Esther Minciotti, Karen Steele / Sinopse: O filme narra a vida de Marty Piletti (Ernest Borgnine), um bom homem que acaba sofrendo preconceito por nunca ter se casado, se culpando por causa de sua condição social. Pressionado por todos, ele acaba conhecendo Clara (Betsy Blair) que pode se tornar finalmente o grande amor de sua vida. Filme premiado pelo Globo de Ouro e BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Borgnine).

Telmo Vilela Jr.

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Meu Ódio Será Sua Herança

No final da década de 1960, quando as cortinas do gênero western pareciam se fechar para sempre, uma leva de excelentes filmes foram surgindo nas telas de cinema, revitalizando o faroeste, dado por muitos como algo ultrapassado, que os grandes estúdios de Hollywood já não tinham mais interesse. Um desses novos clássicos que vieram para não deixar que algo assim acontecesse foi esse "Meu Ódio Será Sua Herança" que foi recebido, desde as primeiras exibições, como um vento de renovação no estilo. A crítica obviamente adorou e o filme chegou a concorrer em duas categorias no Oscar, melhor roteiro adaptado e melhor música, para o sempre excelente maestro Jerry Fielding. Merecia até mais indicações em categorias mais prestigiadas.

Esse filme também é um dos mais importantes e representativos da carreira do mestre Sam Peckinpah. Muito se fala até hoje em dia na questão da violência retratada nos filmes. Pois bem, Sam Peckinpah foi um mestre em mostrar cenas violentas como verdadeiras obras de arte. Até hoje ele é considerado uma espécie de criador da chamada violência estilizada, onde cada momento, cada fotograma era especialmente trabalhado para trazer o máximo em termos de impacto visual para o espectador. Assim o filme usava a violência não como apelação, mas sim como ferramenta de narrativa. Enfim, temos aqui um clássico do western, com a assinatura do grande Sam Peckinpah.

Meu Ódio Será Sua Herança (The Wild Bunch, Estados Unidos, 1969) Estúdio: Warner Bros / Direção: Sam Peckinpah / Roteiro: Walon Green, Sam Peckinpah / Elenco: William Holden, Ernest Borgnine, Robert Ryan, Edmond O'Brien, Warren Oates / Sinopse: Uma quadrilha de envelhecidos criminosos, de foras-da-lei do passado. planeja um último grande roubo enquanto o tradicional oeste americano está desaparecendo ao seu redor.

Pablo Aluísio.