segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Lolita

Esse filme original dos anos 60 é muito superior ao fraco remake que foi produzido algumas décadas depois. A fotografia em preto e branco é um dos trunfos do filme que por si só já é muito bem dirigido pelo mestre Stanley Kubrick, aqui em um de seus filmes mais convencionais. Se bem que o uso do termo convencional nem pode ser usado impunemente em um filme com tema tão explosivo e polêmico como esse. Como sabemos o roteiro foi baseado no livro escrito por Vladimir Nabokov. Mesmo na época do lançamento original do livro, ainda dentro dos muros da literatura, o escritor precisou lidar com uma avalanche de críticas pesadas por causa da história de seu romance sui generis.

E o que justificava tanta polêmica? Ora, Lolita contava a história pouco aceita socialmente de um tórrido interesse de um homem bem mais velho por uma adolescente, a ninfeta Lolita. Nabokov não pintou seus personagens de culpa, arrependimentos ou pecado. Ao contrário disso ele procurou mostrar aquele desejo do velho homem como algo natural mesmo, da natureza humana. E talvez isso tenha gerado tantos problemas para ele. Kubrick, em seu filme, também segue pelo mesmo caminho. Para interpretar a Lolita ele acertou em cheio ao escolher a jovem Sue Lyon. Além de linda a atriz era talentosa e esperta, ou seja, era de certa forma a própria personificação da Lolita de Vladimir Nabokov. Para uma adaptação cinematográfica não poderia haver escolha melhor.

Lolita (Lolita, Estados Unidos, Inglaterra, 1962) Direção: Stanley Kubrick / Roteiro: Stanley Kubrick, baseado na obra de Vladimir Nabokov / Elenco: James Mason, Sue Lyon, Shelley Winters, Gary Cockrell / Sinopse: Homem bem mais velho, já coroa, cai de amores e sedução por uma jovem adolescente, uma ninfeta chamada Lolita. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado.

Pablo Aluísio.

4 comentários:

  1. Em um passado muito recente a pedofilia não somente era tolerada, como admirada e ate incentivada. As crianças penavam nas mãos de adultos tarados e sem noção de humanidade. Não faz muito anos eu vi homens velhos falando em pegar meninas pre adolescentes, ou ate crianças, como se fosse normal. Havia ate um aforismo: "fez sombra e pesou mais de 30 quilos..."

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  2. Na arte ainda é possível tratar do tema, já no mundo real não...

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  3. Off Topic:
    Pablo, acabei de ver no YouTube, o Elvis no filme Girs, Girls, Girls cantado com uma voz muito macia Song Of The Shrimp e me toquei de uma coisa. Não é do Elvis roqueiro selvagem, nem do Elvis cantor de opera, que eu gosto mais, mas sim desse Elvis dos filmes de Hollywood, cantado com essa
    voz doce, alternando numa mesma música graves suaves e agudos quase em falsetes e com uma noção de ritimo absurdamente cativante. Quem fala mal desses filmes não tem a mínima ideia do bem que eles fizeram para popularizar o cantor Elvis Presley e sua voz única.
    Esse dos filmes da Sessão da Tarde é o meu Elvis favorito, sem sombra de duvida.

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