Norte da África. Segunda Guerra Mundial. As tropas do eixo comandadas pelo brilhante general Erwin von Rommel (James Mason) tentam destruir os últimos batalhões de resistência aliada entrincheirados em Tobruk. O capitão inglês 'Tammy' MacRoberts (Richard Burton) é enviado para o campo de batalha para liderar um regimento australiano que tem como missão deter o avanço dos tanques do Afrika Korps alemão. Disciplinador e austero com seus comandados, ele logo se torna uma figura de destaque no meio do histórico conflito. Conseguirá ser bem sucedido em seu plano de defesa? Para quem gosta de filmes sobre a II Guerra Mundial esse "Ratos do Deserto" é um prato cheio. O roteiro explora uma das mais famosas e sangrentas batalhas de toda a guerra, a luta pelo controle do norte da África, uma região hostil, complicada, onde uma luta feroz entre alemães e ingleses se desenvolve. Eles travam uma queda de braço que entrou para a história. O capítulo de enfrentamento entre alemães e ingleses nas areias do deserto no norte da África certamente é um dos momentos mais estudados e lembrados de toda a guerra. Choque de titãs!
O elenco conta com dois grandes atores. James Mason está excelente como Rommel. Sua atuação não é apenas grandiosa no que diz respeito ao estilo do general mas também fisicamente, pois ele está muito parecido com o militar alemão. Richard Burton também se destaca em seu papel. Seu personagem encontra um dilema pessoal quando encontra um velho professor de sua adolescência lutando como um mero soldado raso em seu pelotão. Os diálogos que travam mostram bem como o roteiro é bem escrito, caprichado mesmo. Outro destaque é o talento demonstrado por Robert Wise, um grande cineasta. Ele procura ser realista mas também abre espaço para cenas que são visualmente impressionantes como a dos soldados caminhando em direção ao horizonte, enquanto olham para as explosões que os esperam, se refletindo nas nuvens do céu. Esse momento tem um grande impacto para o espectador pois vemos a fragilidade daqueles homens em frente a um conflito de dimensões épicas. Outra cena tecnicamente perfeita acontece quando Rommel ordena um ataque bem no meio de uma tempestade no deserto. Ele pretende literalmente camuflar seus tanques no meio do caos causado pela areia. Em conclusão podemos dizer que "Ratos do Deserto" merece o status de ser considerado um dos melhores filmes de guerra já feitos pelo cinema americano. É um filme realmente excepcional em todos os aspectos.
Ratos do Deserto (The Desert Rats, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Robert Wise / Roteiro: Richard Murphy / Elenco: Richard Burton, James Mason, Robert Newton / Sinopse: O filme resgata a acirrada batalha travada entre ingleses e alemães no norte da África durante a segunda guerra mundial.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirRatos do Deserto
Pablo Aluísio.
Ratos do Deserto é uma primazia da sétima arte. Sem dúvida, um dos maiores filmes sobre a Segunda Guerra da história do cinema. Robert Wise dá aula de como dirigir um filme de guerra sem cair na pieguice da propaganda aliada, sem falar na dupla de atores (e que atores!) que encabeçam o filme. Burton e Mason são dois monstros sagrados do cinema, da velha escola inglesa de astros. Um filmaço.
ResponderExcluirPerfeito Telmo,
ResponderExcluirÉ um filme de guerra que podemos qualificar tranquilamente como um clássico do cinema. Usando esse termo no melhor sentido possível.
Pablo. Antes que alguém me entenda mal, quando eu escrevi: "sem cair na pieguice da propaganda aliada", não quis com isso defender o nazismo, longe disso. Estava me referindo aqueles filmes americanos sobre o conflito - muitos até produzidos durante a Segunda Guerra - e que eram usados como propaganda de guerra. Muitos atores na época se revoltaram contra isso.
ResponderExcluirClaro, claro... nem pensei nisso.
ResponderExcluirDurante o conflito Hollywood entrou no esforço de guerra e muitos filmes eram mesmo propagandas dos aliados. Até o mestre John Ford entrou nessa campanha. Sua observação foi bem interessante sobre isso.