domingo, 4 de outubro de 2020

Maverick

Adaptação para o cinema de uma antiga série de TV que fez muito sucesso na década de 1960. Aqui Mel Gibson se apropriou do personagem que foi consagrado por James Garner, para atuar ao lado de Jodie Foster nesse remake. Ele esbanja humor e simpatia em um western que definitivamente não se leva à sério. E é justamente essa a razão do filme ter recebido uma saraivada de críticas negativas em seu lançamento. Embora a série que lhe deu origem fosse também assumidamente bem humorada, seu tom de comédia não era tão acentuado como aqui nessa produção. E nesse época Mel Gibson era um dos atores mais populares do cinema americano. Ele era conhecido por seus filmes de ação. Ninguém estava esperando um western com toques de humor. 

De fato “Maverick” nas mãos de Mel Gibson virou quase uma paródia, com aquela infinidade de sequências inverossímeis e piadas, muitas delas fora de hora. Faltou o timing certo. O que parece ter acontecido de fato foi uma tentativa do diretor Richard Donner em acrescentar ao filme aquele estilo mais alucinado da série “Máquina Mortífera”. Mel Gibson, por exemplo, repete seus maneirismos da famosa franquia. Atribuo também a má recepção ao fato dos fãs de filmes de western estarem esperando por algum filme que fosse o verdadeiro redentor do gênero, algo que definitivamente “Maverick” passa longe de ser. Esse é o tipo de roteiro que o espectador tem que criar um certo vínculo, embarcar em sua proposta, tomar uma atitude de cumplicidade pois caso contrário tudo vai por água abaixo.

Por outro lado, Mel Gibson e Jodie Foster pareceram estar se divertindo como nunca nas filmagens. Eles se tornaram grandes amigos no set de filmagens, algo que permanece até os dias atuais. Basta lembrar que em premiações como o Oscar ou o Globo de Ouro, eles quase sempre estão juntos. Esse "Maverick" também foi uma interessante experiência para a carreira dos dois. Mel Gibson nunca havia atuado em um faroeste antes. O mesmo podia se dizer de Jodie Foster. Para ela em especial, foi algo muito inusitado, com todo aquele figurino pesado, aqueles grandes vestidos. Interpretar uma mulher de uma época em que as mulheres não tinham o espaço dos dias de hoje, foi para a feminista Foster algo novo, curioso até. No saldo final “Maverick” até que diverte bem. Não é uma obra que vá satisfazer a todos os fãs de Western, principalmente aos mais tradicionalistas, os que gostam dos antigos filmes de John Wayne, mas pode virar um passatempo interessante se não se esperar muito dele. A produção é classe A, com ótimo design de produção. Figurinos, cenários, tudo feito com extremo capricho e bom gosto. Além disso o roteiro abriu espaço para homenagear o Maverick original, ou melhor dizendo, o ator James Garner. Foi um belo reconhecimento para esse veterano das telas de cinema e televisão.

Maverick (Maverick, Estados Unidos, 1994) Direção: Richard Donner / Roteiro: Roy Huggins, William Goldman / Elenco: Mel Gibson, Jodie Foster, James Garner / Sinopse: Maverick (Mel Gibson) é um pistoleiro tão bom com a mira quanto com as cartas. Participando de um torneio de pôquer dos mais competitivos e violentos, ele acaba conhecendo a bonita Annabelle (Jodie Foster), uma garota esperta e inteligente que tentará lhe passar a perna no jogo e no amor. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor figurino (April Ferry).

Pablo Aluísio.

7 comentários:

  1. Ah Pablo: nao se deve insultar os Judeus, principalmente se você depende de Hollywood.
    Nessa época o Mel Gibson estava tão por cima da carne seca, que eu me lembro de uma reportagem em que atrizes diziam que adoravam quando ele, sem a menor cerimonia, ou educação básica, arrotava nas suas caras, em qualquer lugar que estivesse.
    Como as coisas estão diferentes hoje em dia.

    ResponderExcluir
  2. Ele caiu em desgraça depois que ofendeu os judeus. Caiu do cavalo. Algo previsível, já que todos os estúdios pertencem a produtores judeus em Hollywood. Hoje em dia ele só aparece em filmes que ele próprio produz. Nos anos 90 era outra história. Ele era campeão de bilheteria, astro do primeiro time. Depois da glória, a queda.

    ResponderExcluir
  3. Assisti em videocassete. Achei bacaninha. Nunca mais revi, também não tive mais vontade de ver novamente.

    ResponderExcluir
  4. Nos tempos das locadoras VHS, Lord Erick...

    ResponderExcluir
  5. Eu cheguei a assistir algumas reprises da serie Maverick com o James Garner e era bem serio. Estava mais para Wyatt Earp do que essa comedia quase pastelão que você resenhou acima.

    ResponderExcluir
  6. A série original tinha um certo humor, mas nada parecido com esse filme que é bem acentuada nesse aspecto. O James Garner tinha uma certa fama de galhofeiro.

    ResponderExcluir