sábado, 29 de junho de 2024

Mestres do Ar

Mestres do Ar
Terminei de assistir a série "Mestres do Ar". Em termos gerais a história dessa série acompanha um esquadrão da força aérea dos Estados Unidos que participou dos ataques contra as cidades da Alemanha durante a II Guerra Mundial. Uma esquadrilha de bombardeiros B17 faz as honras da série, tudo baseado em fatos reais. Inclusive os personagens foram baseados em pilotos que realmente lutaram naquela guerra. O enredo não foca em apenas um personagem, mas tem um protagonista central interpretado pelo ator Austin Butler, que interpretou Elvis Presley em recente cinebiografia de sucesso do cantor. Ele está muito bem no papel, mas seu personagem é dado como morto lá pelo meio da série, o que me deixou um tanto surpreso. Felizmente é apenas uma eventualidade. Não vou aqui contar as surpresas da série, mas fique atento que tem mais história envolvendo ele lá pra frente. 

Por falar nisso, tenho que dizer uma verdade por aqui. Embora seja uma série extremamente bem produzida, assinada por ninguém menos do que Steven Spielberg e Tom Hanks, o fato é que há sim uma certa irregularidade entre seus episódios. Alguns são excelentes, outros meramente medianos e alguns realmente deixam muito a desejar. A maior decepção veio no episódio do Dia D que pensei que seria grandioso. Nada disso. A invasão da Normandia, tão importante na história real, é meio que citada de lado, meio por acaso. Achei um grande absurdo. Parece que Spielberg fez isso de propósito por causa do filme "O Resgate do Soldado Ryan", como se não quisesse mais voltar para aquelas cenas, naquelas praias violentas da Normandia. Tudo bem, é uma forma de pensar, mas o gosto de decepção ficou no ar. 

De qualquer forma não se engane. "Mestres do Ar" é certamente uma das melhores coisas para se assistir no momento na rede de streaming, principalmente para quem aprecia filmes antigos, clássicos de guerra, um tipo de filme que andava mesmo fora de moda. Seu jeitão vintage aliás é seu grande mérito. Uma série nova, mas com aquele espírito antigo, daqueles que lutaram aquela que me parece ter sido a última guerra justa lutada em nossa história. Não deixe de conferir. 

Mestres do Ar (Masters of the Air, Estados Unidos, 2024) Direção: Cary Joji Fukunaga, Anna Boden, Ryan Fleck / Roteiro: Donald L. Miller, Morwenna Banks / Elenco: Austin Butler, Callum Turner, Anthony Boyle / Sinopse: A série traz a reconstituição histórica da luta pelo espaço aérea durante a Segunda Guerra Mundial. Um grupo de pilotos dos Estados Unidos, com base na Inglaterra, parte para perigosas missões pelos céus da Alemanha Nazista. O objetivo era destruir as cidades e a infraestrutura do assim chamado III Reich alemão. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

007 - Cassino Royale

Título no Brasil: 007 - Cassino Royale
Título Original: Casino Royale
Ano de Lançamento: 2006
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: MGM
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade
Elenco: Daniel Craig, Mads Mikkelsen, Eva Green, Judi Dench, Jeffrey Wright, Giancarlo Giannini

Sinopse:
James Bond (Craig) se torna agente do serviço secreto inglês. E recebe permissão para matar ao receber o código de espionagem 007. Sua primeira missão passa a ser investigar e espionar um milionário, um banqueiro muito rico que tem envolvimento com financiamento de grupos internacionais de terrorismo. Ele então vai até o Cassino Royale onde deve começar a juntar as peças desse quebra-cabeças do crime organizado. 

Comentários:
É o primeiro em várias aspectos. Foi o primeiro livro escrito por Ian Fleming. E também foi o primeiro filme estrelado pelo novo ator que iria interpretar James Bond, o novato Daniel Craig. Esse filme entretanto não foi o primeiro a adaptar o livro original. Essa história já tinha sido levada ao cinema, mas de maneira completamente errada, no estilo comédia, com David Niven. Aquele filme nem é considerado parte da franquia oficial. Então a MGM comprou os direitos do primeiro livro para finalmente fazer essa nova produção. Ficou muito bom, extremamente bem produzido, só que eu devo dizer uma verdade pessoal, minha opinião sobre o novo ator. Eu nunca consegui gostar de Daniel Craig como Bond, em filme nenhum. Acho ele sem carisma e charme para o personagem. Na maioria das vezes age apenas como um personagem genérico de ação e Bond nunca foi apenas isso. Assim, apesar de ter assistido a essa estreia do Craig no cinema, eu realmente não apreciei. Elogio o filme por sua produção, direção e competência técnica, mas não pela escolha do ator que sempre achei muito equivocada. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte Um

Esse filme teve uma produção muito conturbada e um lançamento ainda mais problemático. Tom Cruise, o verdadeiro dono dessa franquia, brigou com o estúdio Paramount durante as filmagens e a coisa toda ficou ainda mais tensa quando o filme chegou nos cinemas e faturou nas bilheterias a metade do que era esperado. Ao custo de quase 300 milhões de dólares, a Paramount estava esperando uma bilheteria de 1 bilhão. Faturou pouco mais de 500 milhões. Acusações voaram para todos os lados, brigas de bastidores se tornaram generalizadas e durante um tempo correu-se o risco até mesmo de se cancelar a produção da parte 2 do filme. Aliás essa coisa de se dividir um enredo em dois filmes sempre me pareceu muito equivocado mesmo. Não se pode prever bilheteria, ainda mais nos dias de hoje onde filmes lançados nos cinemas podem fracassar sem cerimônia. Basta lembrar do que aconteceu com "Furiosa" da franquia Mad Max. O mais sensato é produzir apenas um filme com começo, meio e fim e torcer para que dê certo. 

Deixando tudo isso de lado, afinal o espectador não está nem aí para esse tipo de coisa, querendo mais é se divertir, devo dizer que esse novo filme da franquia Missão Impossível é bem melhor do que o último que achei genérico demais. Não que esse não seja também, mas pelo menos escreveram uma trama um pouquinho mais bem elaborada, aproveitando o assunto da moda que é a Inteligência Artificial. Eu só não concordo que o personagem de Cruise e sua equipe iriam sobreviver a um inimigo como esse. São espiões e agentes que vivem usando da tecnologia mais avançada. Quando a IA dominasse esse campo, não sobraria mais nada para eles, seriam aniquilados, caso estivéssemos vendo uma história baseada no mundo real. Como esse filme é pura ficção temos que aceitar que eles teriam alguma chance. Tudo bem, coisas de cinema, segue o jogo. 

No quadro geral, olhando o todo, esse novo filme segue basicamente a fórmula dos sete filmes anteriores. Trocando em miúdos, é um filme de ação com longas cenas de... ação, claro! Algumas vezes funciona, são muito bem elaboradas, outras vezes se tornam algo entediante. Aliás esse é um paradoxo e tanto, como podem cenas de ação e velocidade se tornarem assim tão entediantes? Acredito que esse tipo de clichê é tão utilizado que o espectador mais veterano de cinema acaba bocejando mesmo. Enfim, no saldo final, entre mortos e feridos, ainda qualifico como um bom filme. Só não espere por nada espetacular ou original. No próximo talvez melhore um pouco mais, afinal essa parte 2 provavelmente será o último filme da franquia, porque a Paramount não quer mais apostar em Missão Impossível. 

Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte Um (Mission: Impossible - Dead Reckoning Part One, Estados Unidos, 2024) Direção: Christopher McQuarrie / Roteiro: Bruce Geller, Christopher McQuarrie, Erik Jendresen / Elenco: Tom Cruise, Hayley Atwell, Ving Rhames, Simon Pegg, Rebecca Ferguson, Esai Morales / Sinopse: Após o ataque a um submarino nuclear russo em missão secreta, o agente Ethan Hunt (Cruise) descobre que vai enfrentar um novo inimigo que sequer é um ser humano. Trata-se de um programa de inteligência artificial de última geração. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Dickensian

Série que foi exibida no canal BBC. Como o próprio título deixa claro, se trata de mais uma adaptação da obra do escritor Charles Dickens. Como se sabe esse autor se notabilizou não apenas por sua imensa popularidade, como também pela forma como escrevia, mostrando ao lado de uma escrita fina e elegante, o aspecto mais sórdido da sociedade inglesa de seu tempo, com ênfase para os excluídos, os pobres e os miseráveis. Também mostrou a miséria da alma humana em personagens como Ebeneezer Scrooge, um mesquinho que só se importava com dinheiro. Aliás como muito bem resumiu um crítico de literatura, Scrooge só teria um valor em sua vida, o valor do capital, nada mais. Nessa série duas coisas chamam a atenção. Primeiro a boa produção, com refinada reconstituição de época. Segundo, a curta duração de cada episódio (menos de 30 minutos), o que me deixou surpreso já que esse formato seria mais adequado para séries de comédia, ao estilo sitcom.

Como se trata de uma série dramática seria mais interessante ter a duração padrão para esse tipo de programa (40 a 45 minutos). Enfim, embora curta, a qualidade não foi prejudicada. No enredo somos apresentados aos personagens. Scrooge é o primeiro a chamar a atenção. Ele é um velho miserável que não está disposto a abrir concessões. Em plena noite de natal segue firme e forte para cobrar a dívida de um comerciante prestes a ver sua ruína comercial. Na outra linha narrativa vemos dois herdeiros recebendo a parte que lhes cabe da herança de um rico industrial do ramo de bebidas. O rapaz é praticamente deserdado, ficando com apenas dez por cento dos bens. Já sua irmã leva o grande quinhão. Isso obviamente acaba criando uma rivalidade que logo se mostrará perigoso para ela. Por fim uma jovem fica inesperadamente curada na noite de natal. Teria sido um milagre? Enfim, se você aprecia a literaruta de Dickens, não deixe de conhecer essa série britânica de muito bom gosto. 

Dickensian (Inglaterra, 2015) Direção: Harry Bradbeer, entre outros / Roteiro: Tony Jordan, baseado na obra imortal de Charles Dickens / Elenco: Joseph Quinn, Tuppence Middleton, Peter Firth / Sinopse: Série exibida no canal BBC, consistindo em adaptações de famosos personagens da obra do conhecido escritor inglês. São 20 episódios explorando esse rico universo cultural, contando com diversos diretores que se revezam nos episódios da série.

Pablo Aluísio.

Madonna: Rebel Heart Tour

Título no Brasil: Madonna: Rebel Heart Tour
Título Original: Madonna: Rebel Heart Tour
Ano de Lançamento: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Boy Toy Films
Direção: Nathan Rissman, Danny Tull
Roteiro: Madonna
Elenco: Madonna, Jessica Chastain, Kupono Aweau

Sinopse:
Documentário musical que registra os shows da cantora Madonna ao redor do mundo, passando por países como Estados Unidos, Inglaterra, França e México. Um retrato no palco da artista conhecida como a Rainha do Pop.

Comentários:
Com a recente vinda de Madonna ao Rio de Janeiro, naquele grande show realizado nas areias de Copacabana, o interesse na artista reacendeu. E os canais de streaming correram para colocar outros especiais dela na programação. Esse filme que foi lançado em DVD nos Estados Unidos e Europa foi exibido recentemente no canal Bis. Traz os melhores momentos da Madonna na turnê Rebel Heart Tour. Como sempre não se trata apenas de um show de uma popstar. O formato está mais para os grandes musicais da Broadway. A Madonna nunca deixou esse lado de bailarina dela. Afinal era o seu plano original de carreira. Então prepare-se para ver muita dança em coreografias bem elaboradas. Gostei de tudo e pude perceber que ela usou nessa turnê um figurino mais bem trabalhado do que nesse último show no Rio. Inclusive e aqui vai uma opinião bem pessoal, achei ela bem bonita nessas apresentações. Acertaram na maquiagem e demais acessórios. E também estava em plena forma, dançando e se divertindo como nunca. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 25 de junho de 2024

Blueback: Uma Amizade Profunda

Título no Brasil: Blueback: Uma Amizade Profunda 
Título Original: Blueback
Ano de Lançamento: 2022
País: Austrália
Estúdio: Arenamedia
Direção: Robert Connolly
Roteiro: Robert Connolly, Tim Winton
Elenco: Mia Wasikowska, Ariel Donoghue, Elizabeth Alexander

Sinopse:
Abby (Mia Wasikowska) foi criada mergulhando na bela costa da Austrália. Sua mãe, uma ecologista militante, acaba desenvolvendo demência na velhice. Com isso Abby retorna para a mesma região, agora já adulta, para ajudar sua mãe e também tentar impedir que a fauna marinha local seja devastada por interesses da indústria pesqueira local. 

Comentários:
Ao longo da minha vida eu já assisti todo tipo de filme sobre pets. Aliás filmes sobre a amizade entre cães e homens formam um filão especialmente produtivo no cinema. Só que um filme sobre a amizade entre uma garota e um peixe, eu nunca tinha visto antes! Nunca havia assistido nada parecido. Até porque peixes são animais que não demonstram qualquer tipo de laço emocional com os seres humanos. E a despeito de tudo isso, esse roteiro funciona. O drama em torno do relacionamento, nem sempre pacífico, entra mãe e filha é o que move de verdade o interesse nessa narrativa. E some-se a isso as belas cenas aquáticas, de mergulho, entre os belos corais australianos. É o que eu gosto de classificar como um filme agradável, bonito de se assistir. Não apenas pela beleza natural onde ele foi filmado, na costa australiana, mas também pela boa história que conta, em duas linhas narrativas paralelas, uma no passado e outra no presente. E a atriz Mia Wasikowska justifica qualquer filme. Além de ser uma bela mulher, é uma atriz muito talentosa. 

Pablo Aluísio.

Na Corda Bamba

Título no Brasil: Na Corda Bamba
Título Original: Sling Blade
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Billy Bob Thornton
Roteiro: Billy Bob Thornton
Elenco: Billy Bob Thornton, Robert Duvall, John Ritter

Sinopse:
Karl Childers (Billy Bob Thornton), um homem com transtornos mentais, cometeu um crime terrível em seu passado. Ele matou sua mãe e sua irmã mais jovem. Depois de muitos anos preso, após cumprir sua pena, ganha a liberdade. E volta para a mesma cidade onde morou, passando a ser hostilizado pelos moradores, tentando recomeçar a vida de alguma maneira. 

Comentários:
Esse filme foi muito elogiado. Inclusive acabou vencendo o Oscar de melhor roteiro adaptado para Billy Bob Thornton, que também ganhou uma indicação na categoria de melhor ator. O filme é todo dele (escreveu o roteiro, dirigiu o filme e atuou como protagonista). É uma daquelas produções que debatem sobre a ressocialização de condenados a justiça por crimes hediondos. Teriam eles alguma possibilidade de recomeçar suas vidas, tentando se ajustar à sociedade? A mensagem do filme prega que sim. Só que nem sempre esse tipo de coisa depende apenas do condenado. Há outros fatores em risco. E nessa boa história ele tenta mesmo recomeçar, faz até amizade com um garoto da região, mas claro que isso também deixa apavorados os moradores, afinal ele poderia cometer outro crime. Enfim, um bom filme que levanta questões importantes. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de junho de 2024

O Emissário de MacKintosh

Título no Brasil: O Emissário de MacKintosh
Título Original: The MacKintosh Man
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Huston
Roteiro: Walter Hill, Desmond Bagley
Elenco: Paul Newman, Dominique Sanda, James Mason, 
Peter Vaughan, Harry Andrews

Sinopse:
Nesse filme o ator Paul Newman interpreta um ladrão de joias. Sua especialidade são os diamantes. E ele usa o serviço postal da Inglaterra como palco de seus crimes. Tudo corre bem até ser preso pela Scotland Yard. Julgado e condenado, é enviado para uma prisão de segurança máxima. Só que na realidade ele não é apenas um simples criminoso. 

Comentários:
Esse filme me fez pensar em como seria interessante ver Paul Newman no papel de James Bond. Isso porque na terça parte final do filme descobrimos que seu personagem não era apenas um ladrão comum, mas sim um agente secreto. Pois é, o espectador é enganado em boa parte do filme, pensando que ele seria apenas um larápio sofisticado de pedras preciosas. O curioso é que o filme funciona muito bem exatamente nesses momentos em que pensamos estar assistindo a um filme de roubo e depois a um filme de prisão. Depois, em uma reviravolta e tanto, somos jogados em um filme ao melhor estilo Bond. Eu gostei do filme de uma maneira em geral, mas penso que o final já não funcionou muito bem. E tudo fica ainda pior na última cena do filme quando o personagem de Paul Newman toma uma decisão inusitada. OK, entendi as intenções do roteiro. E basicamente isso existe mesmo no livro original, não haveria como mudar, entretanto é um daqueles desfechos que não me agradou muito. O filme é muito bem realizado, ótimo produção, diria até elegante, mas tem essa derrapada final. De qualquer maneira sai com a certeza de que Paul Newman teria sido um ótimo James Bond. Pena que isso jamais aconteceu. 

Pablo Aluísio.

A Fuga de Tarzan

Título no Brasil: A Fuga de Tarzan
Título Original: Tarzan Escapes
Ano de Produção: 1936
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Richard Thorpe
Roteiro: Cyril Hume
Elenco:  Johnny Weissmuller, Maureen O'Sullivan, John Buckler, Benita Hume, William Henry, Herbert Mundin

Sinopse:
Filme baseado na obra do escritor Edgar Rice Burroughs. Nesse filme uma expedição de europeus tenta localzar Jane, para resgatá-la de volta à civilização do homem branco. Pior para Tarzan que chega a ser enjaulado como uma fera selvagem, mas que logo escapa para trazer justiça pelas próprias mãos.

Comentários:
Esse foi o terceiro filme de Tarzan trazendo o ator e atleta olímpico Johnny Weissmuller como o Rei das Selvas. O filme anterior "A companheira de Tarzan" tinha um roteiro mais sentimental, focando no relacionamento de Tarzan e Jane. Esse aqui apostou em seguir outra direção, valorizando a aventura e as cenas de ação. Essas foram tantas que  Johnny Weissmuller acabou se machucando em uma das tomadas, ao cair de um cipó. Ele ficou três semanas se recuperando, o que fez com que a MGM suspendesse as filmagens até ele voltar a estar pronto. Outro aspecto que chama a atenção nesse filme é que finalmente se chegou na versão final e definitiva do "grito de Tarzan", uma mixagem entre a voz real de Johnny Weissmuller misturado com sons de animais selvagens. Tão perfeito ficou esse trabalho que até hoje o mesmo grito é utilizado em filmes, desenhos e séries sobre o personagem Tarzan. Nem com toda a tecnologia atual se conseguiu produzir nada melhor do que esse famoso e ícônico áudio. No mais o filme é perfeito em sua proposta de trazer ação e aventura para os fãs de Tarzan. É até hoje considerado um dos melhores já feitos para o cinema. 

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de junho de 2024

A Ascensão de Hitler ao Poder

A Ascensão de Hitler ao Poder
A maior tragédia da Alemanha foi que sua democracia não conseguiu parar extremistas fascistas como Adolf Hitler. Pior do que isso, suas próprias instituições democráticas o elevaram ao poder. E houve também muitos erros por parte daqueles políticos que realmente detinham o poder na República de Weimar, que era um regime político realmente democrático, um Estado Democrático de Direito de fato. Paul von Hindenburg era o presidente da Alemanha democrática naquele período. Estava velho e cansado. Ele definitivamente não via Hitler com bons olhos. Na realidade não gostava dele em nenhum aspecto. 

Porém os resultados das eleições do ano anterior havia dado muitas cadeiras no parlamento para o Partido Nazista. Enfraqueceram nesse processo os demais partidos importantes da época, como o Socialdemocrata e o Partido Socialista Alemão. E aí residiu todo o problema. O presidente precisava nomear um novo chanceler e isso deveria ser feito de acordo com a bancada partidária no parlamento. Como o Partido Nazista agora tinha muita representação, Hitler era o nome mais cotado para ser o novo chanceler. E assim, muito pouco feliz com a decisão, Hindenburg nomeou Hitler como chanceler. Foi um erro que custaria muito caro ao povo alemão e ao mundo em geral. 

Hitler odiava a democracia e o Estado Democrático de Direito. Ele só queria mesmo uma oportunidade como aquela para tomar todo o poder para em suas mãos. Não demorou muito e começou a tomar medidas de puro autoritarismo. Suas tropas SA começaram a espancar judeus e outras minorias. E tudo piorou quando Hindenburg morreu. A partir daí não haveria mais ninguém para deter Hitler. Ele tornou todos os partidos da Alemanha ilegais, menos o Partido Nazista. Passou a matar e perseguir os políticos de outros partidos, que tinham formado sua oposição. Professores em universidades, que tinham alertado sobre o perigo dos nazistas no poder, também foram perseguidos, presos e mortos. Hitler nem pensou duas vezes em rasgar a boa constituição alemã. 

Assim a insanidade nazista se alastrou na sociedade. Através de propaganda política massiva, Hitler passou a controlar todos os meios de imprensa. Matou jornalistas e mandou queimar e destruir as sedes dos principais jornais do país. As rádios e o cinema também passaram por forte censura. A partir daquele momento só haveria uma opinião oficial e aceita na Alemanha, a dos próprios Nazistas. Eles escolheram os judeus, os comunistas, os sociais democratas e os liberais como os grandes inimigos do povo alemão. Minorias também deveriam ser eliminados do solo alemão como homossexuais, ciganos, eslavos, negros, doentes mentais e qualquer pessoas que não fosse um ariano, o tipo de ser humano perfeito, alto e loiro, o único admitido dentro do país como pessoas detentoras de direitos civis. Todos os demais deveriam ser executados. Hitler mandou construir o primeiro campo de concentração da Alemanha justamente para prender todos esses seus inimigos políticos. 

Depois disso houve o estranho e nunca devidamente solucionado caso do incêndio do parlamento alemão, o Reichstag. As chamas destruíram em uma noite o prédio, a sede do congresso alemão. Era o sinal mais claro de que Hitler estava destruindo de vez a democracia na Alemanha. Depois daquela noite ele tomou todos os poderes da República em suas mãos. Não haveria mais legislativo e nem poder judiciário independentes. Juízes e advogados que eram contra a ideologia nazista foram mortos. A única vontade que existia era a dele, a do líder supremo, do Fuhrer, como passou a se chamar. Hitler afirmou em discurso que aquele era o Terceiro Reich do Império Alemão que iria durar mil anos! Ele havia se tornado o ditador máximo da Alemanha. A catástrofe e a tragédia estavam prestes a começar por toda a Europa com toda a fúria que a ideologia nazista havia planejado. 

Pablo Aluísio. 

II Guerra Mundial - Tropas SS

Durante a II Guerra Mundial poucas tropas causaram tanto terror e medo como as famigeradas SS. Os soldados que fizeram parte de suas fileiras despertavam medo e repulsa até mesmo dos demais membros do exército alemão. Para muitos oficiais os membros da SS não passavam de fanáticos nazistas, que tinham passado por uma verdadeira lavagem cerebral com o pior que o partido Nazista tinha a oferecer. A SS era conhecida como a "elite racial" do futuro nazista. 

Cabia aos seus membros a segurança da ideologia nazista, a identificação de etnias danosas aos arianos alemães, a liquidação dessas populações e a coleta de inteligência e análise desses grupos. Como estavam profundamente envolvidos na política da solução zero - com a eliminação de judeus e demais etnias inferiores, segundo a visão dos nazistas - a SS teve papel fundamental dentro dos campos de concentração do Reich. A SS foi assim personagem central dentro do holocausto que se seguiu.

O comando da SS estava nas mãos de Heinrich Himmler, braço direito de Hitler. O curioso é que Himmler logo pensou em transformar os membros da SS em um estado dentro do próprio estado alemão. Eles tinham seu próprio código de ética, seus próprios lemas e realizavam rituais singulares dentro do QG da tropa em um castelo que Himmler logo transformou em santuário. Os membros da SS zelavam pela pureza racial e pela profunda lealdade ao seu líder máximo, Hitler. Isso lhes deu uma fama de fanáticos e homens determinados a realizar qualquer missão, independente de sua finalidade. Tais homens com esse tipo de pensamento se tornaram máquinas eficientes de matar, realizando missões que para os demais membros das forças armadas da Alemanha eram eticamente desprezíveis como matar crianças, mulheres, velhos e pessoas indefesas.

O lema máximo das tropas SS era: "Minha honra é a lealdade". Eles usavam fardamento distinto dos demais membros das armas alemãs e tinham uma caveira como insígnia de reconhecimento. Com o fim da guerra a e derrota nazista muitos de seus membros fugiram, tentaram cruzar o oceano em direção à América do Sul, pois muitos deles cometeram terríveis crimes de guerra. Hoje em dia a SS é vista como um exemplo perfeito de como a ideologia política e partidária pode prejudicar completamente os objetivos de uma força militar, por mais bem treinada que seja. Quando a ideologia do partido se sobrepõe aos interesses de uma nação os mais altos valores de um exército se perdem completamente. Além disso os membros da SS se tornaram infames na história pelos horríveis crimes contra a humanidade que cometeram. Muitos foram condenados à morte após o fim da guerra, em julgamentos que tentaram pelo menos trazer justiça às vítimas desses psicopatas fardados. Infelizmente milhões morreram sob sua guarda em um momento terrível da II Guerra Mundial, o Holocausto, algo que jamais poderá se repetir pela brutalidade que foi cometida contra pessoas indefesas e inocentes.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de junho de 2024

O Faraó do Êxodo?

O Faraó do Êxodo?
A Bíblia narra no velho testamento a história de Moisés e sua luta contra o Faraó para a libertação do povo hebreu que vivia como escravo no Egito Antigo. Essa narrativa não explicava e nem trazia o nome do Faraó envolvido em todo aquele período histórico. Qual teria sido então, dentre os mais de 120 faraós que comandaram o império do Egito Antigo, aquele que teria vivenciado todos aqueles acontecimentos marcantes como as pragas e a abertura do Mar Vermelho? Do ponto de vista da História e da Arqueologia essa é uma pergunta com muitos problemas a se resolver. Isso porque até hoje não se conseguiu comprovar sequer a existência de Moisés, nem tampouco de um deslocamento massivo de pessoas pelo deserto na época descrita pela Bíblia. E se nem a história do Êxodo parece verdadeira, como poderia ser crível descobrir sobre a real identidade do Faraó citado nos textos bíblicos?

A única fonte histórica sobre a existência de Moisés é a Bíblia. Esses textos referentes a essa história são datados de mais ou menos 500 anos antes de Cristo. Só que a história de Moisés, se aconteceu de fato, teria sido há mais de 3 mil anos no passado! Então há mesmo uma grande diferença entre o tempo em que a história se passa e o tempo em que esses textos foram escritos. Há mais de 2 mil anos de diferença separando os dois períodos. Então a primeira conclusão é de que os escribas que escreveram os textos do Êxodo não o vivenciaram. Não são testemunhas oculares. Tampouco foi Moisés quem escreveu aqueles textos como reza a mais antiga tradição do Judaísmo. 

De qualquer forma, partindo da suposição de que a história foi real (algo que a História ainda não conseguiu comprovar, temos que salientar isso), o Faraó do Egito Antigo que teria vivenciado tudo aquilo só poderia ter sido um, segundo os especialistas. Ele seria o grande Ramsés II (ou Ramessés II). Esse foi muito provavelmente o maior Faraó da História, o grande construtor e conquistador. Embora hoje em dia muitos historiadores concordem que ele também foi o primeiro a usar a propaganda política em larga escala em prol de seu próprio nome e poder, exagerando muitas vezes seus méritos e conquistas reais, o fato é que esse Faraó realmente foi um líder marcante na história antiga. 

Ramsés II governou o Egito Antigo com mãos de ferro, como aliás todos os Reis desse antigo império. Ele mandou reformar os grandes templos, mandou erguer grandes estátuas de si mesmo e conseguiu vencer no campo de batalha os grandes inimigos do Egito, como os hititas. Tudo nesse Faraó era superlativo. Ele teve mais de 100 filhos com mais de 50 mulheres diferentes que faziam parte de seu harém. Governou por mais 60 anos, tendo vivido 90 anos em uma época em que a média de idade dos homens mal passava dos 35 anos. Foi realmente um monarca que marcou aquele tempo. Seu longo reinado durou de 1279 a 1213 a.C.

Só que nada do que foi escrito sobre Ramsés nas paredes dos antigos templos do Egito dizem respeito a Moisés, que na história da Bíblia teria que ser de sua família, mesmo sendo um parente adotivo. Nenhum papiro, nenhum texto do Egito Antigo cita Moisés, nem as pragas, nem a fuga dos hebreus rumo à Terra Prometida. Nada. Os registros do Egito não mencionam ninguém como Moisés. E para piorar ainda tudo, a história de Moisés é muito semelhante ao texto de Sargão da Acádia, uma lenda muito mais antiga, de outros povos da antiguidade. Teriam os escribas apenas plagiado a mitologia de outras culturas? Para os historiadores, arqueólogos e pesquisadores, essa parece ser a conclusão mais correta. Assim Moisés nunca teria existido de fato, sendo apenas um personagem de ficção. Já Ramsés II realmente existiu. E quem tiver dúvidas pode inclusive se encontrar com ele cara a cara, pois sua múmia (muito bem preservada, por sinal) está exposta em lugar de destaque no fabuloso museu do Cairo, no Egito. 

Pablo Aluísio. 

O Legionário Romano

O Legionário Romano
Roma dominou o mundo antigo. Não havia nenhum outro povo ou civilização que se igualasse aos romanos em termos de conquistas territoriais. Esse segredo de vitórias militares também vinha do sucesso do Legionário Romano. Além de ser um guerreiro profissional, o que nem sempre acontecia em outras civilizações da antiguidade, o soldado Romano ainda era bem equipado, passando por um treinamento puxado, que criava mesmo grandes militares, prontos para qualquer tipo de combate. E não podemos nos esquecer também que os romanos levavam a guerra muito à sério, estudando as táticas dos inimigos, incorporando ao seu próprio exército o que aprenderam no campo de batalha contra outros povos. 

Ser parte de uma Legião Romana era um grande orgulho para qualquer família de Roma. Só que a vida era breve e dura. A expectativa de vida desses militares mal chegava nos 30 anos de idade. Algo fácil de entender. Essas guerras eram brutais, face a face, viver ou morrer no campo de batalha. Os que conseguissem viver até os 40 anos eram presenteados pelo Império Romano com uma gleba de terra para que eles pudessem viver seus últimos anos de vida cultivando ao lado de suas famílias. Para um romano de origem pobre esse era a maior fortuna que poderia almejar em sua curta vida. 

A dureza vinha no dia a dia das campanhas militares sem fim, muitas vezes em terras inóspitas, enfrentando bárbaros com sede de sangue. Apenas os oficiais montavam em cavalos. As longas viagens, as longas distâncias, eram percorridas à pé pelos legionários. Sempre andando em dupla, lado a lado, formando grandes fileiras de legionários. Essa maneira de ir a todas as províncias romanas levou os imperadores a construírem grandes estradas, algumas delas ainda hoje existentes na Europa. Era uma maneira de deslocar as tropas com mais dinamismo e eficiência. 

Além de participar de guerras, os legionários também atuavam como força de ocupação em terras estrangeiras, executando inimigos do Estado romano. Qualquer um que viesse a ser considerado um rebelde ou terrorista contra Roma era executado da forma mais cruel, em uma cruz de madeira. Foi assim que Jesus de Nazaré foi executado, pois pela visão romana ele estava pregando uma rebelião contra o império, afirmando ser o "Filho de Deus", um título que só era cabível e aceito para Reis e Monarcas. Era o que os romanos chamavam de "Lestat", um insurgente, um inimigo do Império. Alguns até defendem que Jesus teria sobrevivido à sua crucificação, mas isso era altamente improvável, pois os Legionários eram assassinos profissionais e jamais deixariam um condenado como Jesus sobreviver aos tormentos de uma tortura como aquela. 

Hoje em dia existem vários artefatos históricos dos legionários que foram encontrados em escavações arqueológicas por todo o império. Desde sapatos, espadas, elmos, capacetes, passando por escudos e armaduras. Até mesmo restos mortais de legionários também foram encontrados, inclusive alguns com sinais de terríveis mortes, como a do jovem soldado romano encontrado nas florestas da Alemanha. Seu crânio foi escavado tendo ainda uma grande lança dos bárbaros germânicos atravessando sua cabeça. 

Enfim, esses homens lutavam e morriam por seu império e seu imperador. E centenas de milhares nunca retornaram para Roma. Foram mortos e enterrados nos campos de batalha, geralmente lutando contra os povos bárbaros que estavam invadindo o império por todos os lados. Seus esforços não foram em vão pois Roma se tornou o maior império do mundo antigo. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 21 de junho de 2024

O Que é Isso, Companheiro?

Título no Brasil: O Que é Isso, Companheiro?
Título Original: O Que é Isso, Companheiro?
Ano de Lançamento:1997
País: Brasil, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures 
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Fernando Gabeira, Leopoldo Serran
Elenco: Alan Arkin, Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Cláudia Abreu, Luiz Fernando Guimarães, Matheus Nachtergaele

Sinopse:
Filme que resgata uma história real. Durante os anos de chumbo da ditadura brasileira um grupo de jovens esquerdistas, que lutavam contra a brutalidade do regime, decide colocar em prática um plano mais do que ousado: Sequestrar o embaixador dos Estados Unidos no Brasil. Uma maneira de mostrar força diante do regime ditatorial que havia se implantado no país. 

Comentários:
A Ditadura militar brasileira de 1964 foi um dos maiores erros da nossa história. Um retrocesso gigantesco. Jovens foram mortos, houve muita tortura estatal e violação de direitos humanos. Um verdadeiro horror. Criminosos em série matando em nome de um falso patriotismo. Dito isso, devemos também ver erros e excessos entre os que lutaram contra ela. Nesse filme vemos um sequestro de um diplomata promovido por jovens esquerdistas. Embora eles alegassem que era por uma boa causa, nunca deixaria um sequestro de ser pura e simplesmente um crime! De qualquer maneira, deixando o lado da ideologia de lado, devo dizer igualmente que esse filme é muito bem realizado, profissional mesmo. Eu não vou aqui falar mal dos filmes brasileiros feitos nas décadas anteriores, mas todos concordam que a partir dos anos 90 o cinema nacional deu um salto de qualidade realmente admirável. E esse filme, uma produção entre Brasil e Estados Unidos, comprovava exatamente isso. Com excelente reconstituição de época e um elenco afiado, esse é uma boa obra cinematográfica para entender tudo o que aconteceu naqueles conturbados anos na história do Brasil. E de bônus o espectador ainda verá uma bela obra cinematográfica, tecnicamente perfeita. 

Pablo Aluísio.

Predestinado

Título no Brasil: Predestinado
Título Original: Predestinado
Ano de Lançamento: 2022
País: Brasil 
Estúdio: Imagem Filmes
Direção: Gustavo Fernández
Roteiro: Jaqueline Vargas
Elenco: Danton Mello, Juliana Paes, Alexandre Borges, Marcos Caruso, Marco Ricca, James Faulkner

Sinopse:
No interior de Minas Gerais um homem simples chamado Zé Arigó começa a fazer cirurgias de todos os tipos de doenças em pessoas pobres. Ele dizia receber o espírito de um médico alemão morto na Primeira Guerra Mundial chamado Dr. Fritz. Suas atividades acabaram caindo na mira da justiça brasileira por serem completamente fora das previsões legais. 

Comentários:
Outro filme nacional sobre um famoso nome do espiritismo. Pois é, filmes espíritas estão se tornando um filão do cinema brasileiro. Nada contra, cada pessoa que siga a religião que mais lhe convier. Entretanto não há como negar que esse Zé Arigó, que dizia receber o espírito da alma de um médico alemão chamado Dr. Fritz, era uma figura no mínimo controversa. Ele fazia "cirurgias" nas pessoas com facas e garfos enferrujados! Cortava as pessoas... acabou sendo preso por charlatanismo, curandeirismo e exercício ilegal da medicina. E eu concordo com esse tipo de decisão judicial. O que esse sujeito fazia não tinha o menor cabimento. Liberdade religiosa também tem limites. Não pode sair "operando" todo mundo, cortando olhos e órgãos assim sem nenhum critério. O pior de filmes assim, doutrinários de uma determinada religião, é que eles colocam na tela como se tudo fosse fato consumado, que sim havia Dr. Fritz e tudo mais. Quando toma esse tipo de posição eu já não gosto. Por essa razão não recomendaria esse filme. O roteiro tinha que ser mais imparcial. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

O Protetor: Capítulo Final

Título no Brasil: O Protetor: Capítulo Final
Título Original: The Equalizer 3
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Richard Wenk, Michael Sloan
Elenco: Denzel Washington, Dakota Fanning, Eugenio Mastrandrea, David Denman, Remo Girone

Sinopse:
Robert McCall (Denzel Washington) é um ex-agente americano viajando na Itália para um último acerto de contas com um grupo do crime organizado. As coisas não saem exatamente como ele planejava e ele sai muito ferido da operação. Resgatado e ajudado por um veterano médico, ele se vê numa pequena cidade do interior da Itália. E descobre que os moradores locais estão sendo extorquidos por um grupo criminoso liderado por um jovem gângster. É hora de agir novamente. 

Comentários:
Esse filme fecha a trilogia do Protetor. O ator Denzel Washington afirmou recentemente que não tinha mais interesse em fazer filmes de ação. Foi como afirmar, mesmo que indiretamente, que não voltaria a fazer mais um filme dessa franquia. Nessa fase final de sua carreira ele pretende fazer mais filmes como "A Tragédia de Macbeth" e "Um Limite Entre Nós", que são filmes que o desafiam mais como profissional de arte dramática. De qualquer forma vamos ser justos. Todos os filmes dessa trilogia são bons. Não existe nenhum que seja realmente ruim. Esse terceiro é menos violento, desenvolve melhor os personagens e tem uma trama até amena se compararmos com os demais. O fato da história se passar na Itália ajuda muito, a bela fotografia aproveitando a beleza daquelas pequenas cidades italianas torna o filme mais bonito de se assistir. Além disso Denzel parece muito à vontade no papel. Ele não parece tenso e nem se esforça muito como nos dois primeiros filmes. Está mais relaxado e isso ajuda na caracterização de seu personagem, um herói de ação sim, mas com grande coração, que aprecia os pequenos prazeres da vida. Há uma certa leveza no ar. No final gostei desse que certamente será o último. Valeu a pena acompanhar as aventuras desse personagem. 

Pablo Aluísio.

Crimes em Hollywood

Título no Brasil: Crimes em Hollywood
Título Original: Last Looks
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Head Gear Films
Direção: Tim Kirkby
Roteiro: Howard Michael Gould
Elenco: Charlie Hunnam, Mel Gibson, Lucy Fry, Rupert Friend, Morena Baccarin, Clancy Brown

Sinopse:
Charlie Waldo (Charlie Hunnam), já longe das confusões e do mundo das investigações policiais, praticamente aposentado, vivendo em um trailer em uma região remota, acaba sendo recrutado novamente para um último serviço.  Ele precisa inocentar Alastair Pinch (Gibson), um astro de cinema que está sendo acusado de um crime de homicídio. Assim Charlie precisa desvendar o crime, encontrando o verdadeiro culpado antes que seja tarde demais. 

Comentários:
Apesar das boas intenções do roteiro, achei o filme até bem fraco. É aquele tipo de filme que nunca parece emplacar, ficando sempre no quase (chegando lá!). A tentativa também de mostrar os bastidores de Hollywood me soaram bem desperdiçada. Poderiam ter explorado melhor esse aspecto. Mas isso obviamente não viria em um filme com esse tipo de estilo, pois na maioria das vezes o que importa é mostrar as cenas de luta e ação. E nem nesses momentos fiquei particularmente empolgado. Pelo contrário, achei tudo bem rotineiro, sem imaginação, sem criatividade. No final essa produção é mais uma tentativa de emplacar o ator Charlie Hunnam (da série Sons of Anarchy) no cinema. Ate agora ele não conseguiu fazer essa transição das séries para os filmes na tela grande. É algo mais complicado de se realizar do que se possa pensar. No final das contas a melhor coisa desse filme em termos de elenco acaba sendo mesmo o bom e velho Mel Gibson. Ele faz um ator canastrão, cheio de afetações de estrela egocêntrica. Ficou muito bom e divertido. No fundo ele é a única coisa realmente boa desse filme.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Abigail

Título no Brasil: Abigail
Título Original: Abigail
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos, Irlanda
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
Roteiro: Stephen Shields, Guy Busick
Elenco: Melissa Barrera, Dan Stevens, Alisha Weir

Sinopse:
Um grupo de sequestradores leva uma menina de 12 anos como refém para uma velha mansão nos arredores de Londres. Ela se chama Abigail e inicialmente parece ser muito frágil e assustada. Só que isso não condiz com a verdade dos fatos! Eles exigem milhões de dólares ao pai pela vida da garotinha. Só que se dão mal pois a menina na verdade é... uma vampira! 

Comentários:
Depois do sucesso do filme M3GAN parece que temos um novo filão de filmes mostrando garotinhas de 12 anos que na verdade são máquinas assassinas! E vejo muitas semelhanças entre esses dois filmes. O maior diferencial é que o primeiro é um filme de ficção, estilo mais Sci-Fi, enquanto esse novo é um filme de terror. E a história é até muito boa. Com boa produção, afinal o filme foi feito pela Sony, esse terror investe em um começo de trama com suspense e capricho, pois se tenta desenvolver bem os personagens, trazendo aspectos de sua vida pessoal. Afinal o espectador precisa criar algum vínculo com todos eles. Depois que começa a matança o filme como um todo perde um pouco de interesse. Esse negócio de vampiros explodindo em bolhas de sangue não existe na mitologia clássica dos vampiros, é puro truque para criar um banho de sangue na tela. Penso que um pouco mais de sutileza iria cair muito bem nesse roteiro, mas não é o que acontece, infelizmente. De uma maneira ou outra o filme não chega a ser ruim. Para uma produção de terror produzida para ser exibida em cinemas de shopping até que está de bom tamanho. Vale o ingresso. 

Pablo Aluísio.

Drácula no Mundo da Minissaia

Título no Brasil: Drácula no Mundo da Minissaia
Título Original: Dracula A.D. 1972
Ano de Lançamento: 1972
País: Reino Unido
Estúdio: Hammer Films
Direção: Alan Gibson
Roteiro: Don Houghton
Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Stephanie Beacham

Sinopse:
Depois de uma noite agitada, onde eles passaram por muita curtição, um grupo de jovens hippies decide realizar um culto macabro numa velha igreja abandonada. O que começa como brincadeira acaba virando uma tragédia, pois eles invocam o espírito de Drácula que retorna das trevas para promover mais uma noite de sangue e terror entre aquela mocada sem noção! Roteiro baseado no famoso personagem criado por Bram Stoker, 

Comentários:
O título nacional é patético! Ficaria muito melhor se tivessem traduzido ao pé da letra o título original americano. Drácula 1972 DC não ficaria nada mal em nossa língua. De qualquer forma o filme é bom! A ideia fica bem óbvia desde o começo. Trazer Drácula para o mundo atual. O que aconteceria se Drácula encontrasse aqueles jovens da geração hippie? Esse tipo de argumento até poderia virar uma comédia com George Hamilton no papel de vampiro, mas não é o que temos por aqui. O filme se leva à sério e acerta nessa postura. Apesar do título nacional ruim, da falta de tecnologia para efeitos especiais e do fato inegável de que ficou datado, o saldo final é positivo. A Hammer sabia mesmo fazer filmes de terror, mesmo quando não tinha orçamento para produções mais luxuosas, como havia produzido no passado. Ainda assim o filme funciona. Um aspecto interessante é que como a história do filme se passa em 1972 não havia mais como trazer o caçador de vampiros Van Helsing dos filmes originais. Bom, nada que os roteiristas ingleses não dessem um jeito! Enfim, gostei. Tinha tudo para ser muito ruim, mas ficou um filme bom, bem nostálgico de um tempo no cinema que não existe mais. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Os Covardes não Vivem

Título no Brasil: Os Covardes não Vivem
Título Original: The Half-Breed
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Stuart Gilmore, Edward Ludwig
Roteiro: Harold Shumate, Richard Wormser
Elenco: Robert Young, Janis Carter, Jack Buetel

Sinopse:
Depois de vários anos a guerra civil americana finalmente chega ao seu final. Os confederados estão vencidos e falidos. Para isso começa uma verdadeira corrida em busca da fortuna perdida. O bandoleiro Frank Crawford (Reed Hadley) vê uma oportunidade de ficar rico nas terras dominadas pelos Apaches. Há uma reserva de ouro na região ocupado por essa nação. O problema é tirar todos os nativos de lá. Para isso ele acaba promovendo uma guerra entre os guerreiros e o exército americano. Dan Craig (Robert Young), um pistoleiro rápido no gatilho e jogador nas horas vagas, descobre os planos de Frank, dando origem a um verdadeiro duelo mortal entre eles.

Comentários:
Com o sucesso cada vez maior de filmes de faroeste os estúdios americanos aceleraram as produções, que começaram a serem feitas em ritmo industrial. Esse "The Half-Breed" foi a aposta da RKO em faturar bem com um filme relativamente barato, sem grandes estrelas no elenco e filmado no RKO Encino Ranch, um rancho comprado pelo estúdio para realizar westerns sem muitos gastos - ao invés de ir até o Colorado ou Arizona para realizar seus filmes tudo era filmado ali perto mesmo, nos arredores de Burbank, uma cidade satélite da grande Los Angeles. Figurinos, cenários e elenco coadjuvante eram assim aproveitados em vários filmes feitos de forma rápida e lucrativa. Tanta pressa às vezes causava stress nos diretores. Nesse em especial o cineasta Stuart Gilmore pediu demissão por causa dos apertados cronogramas de filmagens. Em seu lugar o estúdio escalou Edward Ludwig para terminar o filme (cerca de 20% do que faltava das cenas). O resultado é um western bangue bangue que apesar de toda a pressa satisfaz plenamente o cinéfilo admirador do estilo, provando que em Hollywood nos anos 50 nem sempre a pressa era inimiga da qualidade ou da perfeição. Vale a pena conhecer.  

Pablo Aluísio.

Quando a Mulher se Atreve

Título no Brasil: Quando a Mulher se Atreve
Título Original: In Old Oklahoma
Ano de Lançamento: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures 
Direção: Albert S. Rogell
Roteiro: Thomson Burtis, Ethel Hill
Elenco: John Wayne, Martha Scott, Albert Dekker

Sinopse:
Em 1906, nas terras indígenas de Oklahoma, um cowboy chamado Daniel F. Somers (John Wayne) luta pelos seus direitos de arrendamento de um rancho contra um ganancioso empresário que deseja suas terras, pois há petróleo em seu subsolo. Enquanto a disputa se desenvolve, uma linda professora rouba os corações de ambos os inimigos.

Comentários:
Era para ser mais um faroeste de rotina na carreira de John Wayne, mas houve algumas mudanças interessantes. A produção decidiu filmar tudo no deserto de Utah, ao invés da Califórnia onde seus filmes anteriores tinham sido feitos. Isso trouxe uma bela fotografia ao filme como um todo. Era uma região diferente, com belas paisagens. Outras surpresas viriam. Os críticos gostaram do filme e teceram elogios e o filme acabou sendo indicado ao Oscar em duas categorias. Eram indicações bem inustiadas em se tratando de um western. Foi indicado na categoria de melhor som, pois se usou um equipamento de captação novo na época e melhor música. Acabou sendo um caso raro de filme de faroeste indicado por sua trilha sonora. Quem poderia imaginar?

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

A Primeira Página

A Primeira Página
Nessa última semana assisti a mais um filme do mestre Billy Wilder. Não tem jeito, esse foi um diretor e roteirista realmente diferenciado. Wilder transitava em seus filmes nos mais diferentes tipos de humor. Tanto escrevia diálogos mais refinados, como também apostava no tipo de humor mais popular. Aqui ele voltou a trabalhar com essa ótima dupla de atores que juntos fizeram muitos filmes de humor memoráveis em Hollywood nos seus bons tempos. Assim temos nessa produção Jack Lemmon e Walter Matthau juntos no elenco, sob a talentosa direção de Wilder. Realmente um trio desses torna qualquer filme obrigatório!

Na história Lemmon interpreta um jornalista veterano que cansou da profissão. Ele agora quer mais é se casar e ir embora com sua noiva para viver uma nova vida. O tio dela é um ricaço, dono de agências de publicidade e marketing e Lemmon quer mais é largar essa coisa de jornalismo para ter uma vida menos estressante. Só que o editor do jornal onde ele trabalha, interpretado pelo sempre ótimo Matthau, não está disposto a perder seu melhor jornalista. Assim arma um esquema para que ele continue trabalhando em seu Diário, um dos mais vendidos da cidade. 

E a oportunidade certa chega na execução de um homem que matou um policial. Ele vai ser enforcado no dia seguinte. A mídia fica em polvorosa. E Lemmon cai na armadilha, já que apesar de dizer que odeia jornalismo, ele na realidade ama essa profissão. A história do filme inteiro se passa na noite anterior da execução desse criminoso. A sala de imprensa vira assim o palco ideal para Wilder desenvolver sua veia cômica. O resultado, nem preciso dizer, é realmente ótimo! É a tal coisa, quanto mais filmes novos assisto, mais gosto dos filmes do passado. Era realmente outro nível!

A Primeira Página (The Front Page, Estados Unidos, 1974) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Billy Wilder, Ben Hecht, Charles MacArthur / Elenco: Jack Lemmon, Walter Matthau, Susan Sarandon / Sinopse: Jornalista veterano quer mesmo é largar a profissão, se casar, mudar para outra cidade e arranjar uma mamata em um emprego fácil. Só que seu editor tem outros planos, o colocando no meio do olho do furacão de um frenesi da imprensa em volta da execução de um condenado à morte. 

Pablo Aluísio.

Conspiração Do Silêncio

Construído em cima do roteiro espetacular de Millard Kaufman, o clássico "Conspiração do Silêncio" (Bad Day at Black Rock - 1955) é um filme acima da média e de valores e gêneros agregados, como: western, suspense e drama. O elenco é estelar e encabeçado por nada menos que Spencer Tracy, Robert Ryan, Ernest Borgnine e Lee Marvin. Cabe ao próprio Tracy a tarefa de roubar as cenas (ou quase todas) no papel de John MacReed, um ex-combatente da Segunda Guerra e deficiente físico (ele não tem um dos braços). O longa começa com MacReed desembarcando de trem, na árida, calorenta e praticamente inóspita cidade de Black Rock. Reed, chega com apenas uma mala e uma missão: entregar a um nipo-americano de nome Komako, a Medalha de Mérito que pertenceu a seu filho, morto em batalha na guerra.

Para MacReed, encontrar Komako e devolver-lhe a medalha era uma questão de honra, pois o filho do japonês havia morrido para salvar a sua vida. Mas o que o forasteiro não contava, era com o clima extremamente hostil e criminoso dos habitantes da pequena cidade. Liderados pelo brutamontes, Reno Smith (Robert Ryan) e seu braço direito, Coley Trimble (Ernest Borgnine) a turba de capangas faz de tudo para atrapalhar o ex-combatente em sua busca. O filme vai crescendo em tensão na medida em que MacReed vai ficando mais perto da verdade. Numa cena fantástica e rara para os filmes de Hollywood na época, Reed enfrenta Coley Trimble num bar aplicando-lhe golpes de Jiu-Jitsu. Uma homenagem ao filho japonês de Komako. A busca por Komako se arrasta, e o calor seco e insuportável da cidadezinha se contrapõe ao gelo e a insanidade de Reno e seus capangas. A inquietação crescente de MacReed confronta-se com a violência surda e muda de uma cidade que não ouve e também não lhe dá uma resposta sequer. O silêncio monstruoso dos habitantes é intransponível. É a piscina lamacenta que Reed tem que atravessar para tentar lavar a sua alma agradecida.

O tempo vai passando e o binômio que rege o filme, silêncio-segredo, dá lugar as vicissitudes de um roteiro primoroso que aos poucos vai transformando, o até então desacreditado, Reed num organismo furioso e vingativo empurrando-o para um inexorável confronto, violento e explosivo com Reno e a bandidagem da cidade. O filme, pouco conhecido no Brasil, é uma jóia rara e, com toda a certeza, o maior papel da carreira do excepcional Spencer Tracy e um dos melhores dirigidos pelo ótimo John Sturges. Foi também o primeiro filme da Metro a ser rodado no formato Widescreen. A dupla, Tracy e Sturges, voltaria a fazer sucesso no clássico "O Velho e o Mar" (1958). Outra curiosidade é que o primeiro filme da série Rambo. "Rambo, Programado para Matar" (1982), teve como inspiração, o roteiro de Conspiração do Silêncio. Nota 10

Conspiração do Silêncio (Bad Day at Black Rock, EUA, 1955) Direção: John Sturges / Roteiro: Millard Kaufman, Don McGuire / Elenco: Spencer Tracy, Robert Ryan, Anne Francis, Dean Jagger, Ernest Borgnine, Lee Marvin / Sinopse: Jonh MacReed (Spencer Tracy) é um veterano da II Guerra Mundial que vai até uma distante cidade chamada Black Rock para entregar a medalha do mérito a um pai cujo filho foi morto em combate.

Telmo Vilela Jr.

domingo, 16 de junho de 2024

O Exército Vermelho em Berlim

O Exército Vermelho em Berlim
O final da Segunda Guerra Mundial chegou quando os soldados soviéticos entraram dentro de Berlim, a cidade que era o coração do III Reich de Hitler. Os russos vieram caminhando lá do front oriental, onde destruíram os exércitos da Alemanha, até a capital daquele império que deveria durar 1000 anos - pelo menos na mente deteriorada dos líderes nazistas. O plano dos soviéticos era destruir tudo, não sobrar pedra sobre pedra! A ordem de Stálin era clara: Acabem com a Alemanha! Façam os alemães sofrerem como o povo russo sofreu com a invasão nazista na mãe Rússia!

E a ordem foi cumprida. Para surpresa dos militares vermelhos o que eles encontraram ao entrar em Berlim eram tropas de meninos e garotos que tentavam defender a cidade onde Hitler se escondia. Depois de milhões de mortos não havia mais homens adultos para lutar essa definitiva e última batalha. E os russos não tiveram pena daqueles garotos da Alemanha. Passaram por cima deles com seus tanques sujos de lama. 

Um aspecto interessante é que Hitler só decidiu dar um fim em sua própria vida quando os soviéticos chegaram literalmente na esquina de seu bunker. Hitler há tempos vivia escondido naquele verdadeiro buraco de cimento e aço. Ele estava sofrendo de Mal de Parkinson, estava com a saúde devastada e sabia que se o exército vermelho colocasse as mãos nele as coisas iriam ficar mais do que feias. 

Assim decidiu dar pílulas de cianureto para sua esposa Eva Braun e para sua cadela querida, a Blonde. Depois disso sentou-se ao sofá, com o corpo da mulher morta ao seu lado, mirou a pistola contra sua cabeça e deu um tiro fatal. Havia deixado ordens para que um major do exército alemão jogasse seu corpo numa vala de bomba e o incinerasse com querosene. E assim foi feito. Hitler, o ditador idolatrado pelas multidões, terminou em um buraco, sendo destruído pelas chamas. 

Pouco tempo depois os poucos soldados da Alemanha que ainda lutavam se renderem de forma incondicional. Na frente deles havia milhares de militares soviéticos furiosos e com gosto de sangue. A Alemanha havia sido derrotada mais uma vez. A derrota da Primeira Guerra se repetia. Era o fim da loucura do nazismo. O exército vermelho colocou a bandeira da União Soviética em cima dos prédios da cidade e do portão de Brandemburgo! Nada poderia ser mais simbólico da vitória dos comunistas! O Exército vermelho havia conquistado a maior vitória de sua existência. Em Moscou, Stálin abriu uma garrafa de champanhe para celebrar a vitória esmagadora. A Segunda Guerra Mundial havia chegado ao seu final na Europa. 

Pablo Aluísio. 

Os Diários de Himmler

Ele foi um dos mais nefastos nazistas da história. Considerado o braço direito de Hitler acabou criando as tropas SS, que ficaram conhecidas pela brutalidade com que tratava os judeus nos campos de concentração. Durante muito tempo surgiram historiadores "revisionistas" que procuraram amenizar a culpa de líderes nazistas como Himmler no Holocausto. Pois bem uma série de textos escritos pelo próprio em seu diário foram divulgados recentemente pelo arquivo militar russo.

Em um dos trechos Heinrich Himmler escreveu: "O povo judeu está sendo exterminado. Para os membros do partido isso deve ser considerado como algo claro, pois sempre esteve em nossos planos. De fato estamos exterminando o povo judeu, resolvendo um pequeno assunto em nossa pauta". Depois elogiando o trabalho daqueles que atuavam diretamente no holocausto Himmler ponderou: "Estamos realizando essa difícil tarefa em amor ao nosso povo. E não temos qualquer problema com isso, pois nossa alma e nosso caráter estão intactos".

Essas eram notas escritas por Himmler para serem usadas em seu discurso aos membros da SS situados na Polônia, onde havia os maiores campos de concentração do regime nazista. A forma como Himmler expõe o tema deixa transparecer que era algo que todos sabiam. Ele não demonstra em seus escritos nenhum sentimento de remorso ou tristeza pelo que estava acontecendo, longe disso, para Himmler a destruição de todos os povos não arianos era apenas uma questão objetiva, que deveria ser colocada em prática.

Esses diários referentes aos anos de 1938, 1943 e 1944 foram capturados por forças do exército russo no final da guerra. Muitos trechos descrevem a presença do líder nazista em almoços comemorativos realizados dentro dos próprios campos de concentração de Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen. Enquanto milhões de seres humanos eram mortos nas câmaras de gás e depois queimados em fornos industriais, Himmler desfrutava de elegantes banquetes ao lado de outros membros do partido nazista como Joseph Goebbels. Esse infame nazista foi capturado pelos ingleses no dia 21 de maio de 1945 quando o III Reich já estava em ruínas. Antes de ser julgado e condenado à morte em Nuremberg ele se matou com uma cápsula de cianureto em sua cela na prisão. Morreu como sempre viveu, sendo um nazista covarde! 

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de junho de 2024

B-17: A Fortaleza Voadora

B-17: A Fortaleza Voadora
Recentemente tivemos as celebrações do Dia D, a operação militar que virou o jogo na II Guerra Mundial. Tudo muito bom e adequado, inclusive com homenagens aos (poucos) veteranos que ainda estão vivos. Só que eu senti também uma menor presença de documentários de guerra que trouxessem maiores detalhes dessas mesmas batalhas, inclusive as que foram travadas nos céus da Europa. 

Inclusive estou assistindo a uma série muito boa no momento chamada "Mestres do Ar" que mostra o trabalho de militares americanos e ingleses que voavam no famoso bombardeiro de longo alcance B-17. Essa máquina de guerra foi extremamente importante na luta contra a Alemanha nazista. Hitler havia dito em um discurso ao povo alemão que jamais uma bomba aliada iria explodir em uma cidade alemã. Claro que era um mentiroso. Não demorou muito e uma bomba caiu em uma grande cidade da Alemanha e essa bomba foi jogada justamente por esse avião. 

Seu maior segredo era que a Fortaleza Voadora era uma aeronave de médio porte com grande capacidade de autonomia, ou seja, viajava grandes distâncias. Era o avião ideal para voar atrás das linhas inimigas para destruir as cidades da Alemanha, sua infraestrutura industrial, quebrando ao meio a alma do povo alemão. Até porque voavam em bandos, em esquadrilhas com até 30 bombardeiros. Ter essas máquinas de guerra chegando numa cidade durante a Segunda Guerra era um terror. Seus ataques destruíram muitas cidades da Alemanha. Poucas eram as edificações que ficavam de pé depois de uma ataque de longo alcance. 

Igualmente foi alto o número de baixas entre os aviadores. Esse bombardeiro era muito visado pelas baterias antiaéreas do exército alemão que defendia as cidades do III Reich. Milhares de militares morreram. As coisas só melhoraram depois quando passaram a ser escoltados po caças Msstang que enfrentavam os caças alemães da Luftwaffe. 

E se você gosta de cinema há excelentes filmes e séries sobre as tripulações desse avião de guerra. Um dos melhores que assisti se chama Memphis Belle, mostrando a história real de uma tripulação que conseguiu a proeza de realizar 25 missões atacando a Alemanha. Esse era um número a se alcançar pois caso a tripulação conseguisse chegar a 25 missões era dispensada com honras militares para voltar aos Estados Unidos. Era o prêmio máximo para quem conseguisse chegar tão longe na luta contra o nazismo na Europa. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Dia dos Namorados Macabro 3D

Título no Brasil: Dia dos Namorados Macabro 3D
Título Original: My Bloody Valentine
Ano de Lançamento: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Patrick Lussier
Roteiro: Todd Farmer, Zane Smith
Elenco: Jensen Ackles, Jaime King, Kerr Smith

Sinopse:
Novas mortes começam a acontecer nas mesmas minas em que um serial killer atuou nos anos 80. A pequena cidade mineradora fica em pânico e os policiais locais não conseguem descobrir a identidade desse novo assassino. Pior do que isso, muitos moradores desconfiam até mesmo dos policiais. Afinal no passado muitos deles estiveram envolvidos com os crimes. 

Comentários:
Outra filme novo de terror de uma velha franquia. Veja bem, o filme original (de que gosto muito) é de 1981. Então depois de muitos anos Hollywood resolveu fazer uma sequência com jeitão de remake. É uma sequência porque a história parte do final do filme anterior. É praticamente um remake porque a história é muito parecida. A única diferença é que no primeiro filme tínhamos o assassino original, aqui tudo se desenrola na base do copycat - pessoas que apenas imitam os assassinos do passado. E para deixar o filme ainda mais "modernoso" lançaram em 3D nos cinemas. Não adiantou muito. O primeiro filme funcionava porque era um slasher dos anos 80. Simples assim. Não adianta gourmetizar esse tipo de produção. Tem que ser sujo, visceral e sanguinário, caso contrário não funciona. É o que aconteceu nesse filme tardio. O que funcionava no primeiro filme não foi repetido por aqui. Quiseram fazer um terror para passar em cinema de shopping. Assim não dá, não ficou bom, apesar de que ainda dá para assistir se você não for um purista. Eu vi com olhos de acomodação. Talvez por isso funcionou um pouquinho melhor no meu caso. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

A Primeira Profecia

Título no Brasil: A Primeira Profecia
Título Original: The First Omen
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Studios
Direção: Arkasha Stevenson
Roteiro: Tim Smith, Arkasha Stevenson
Elenco: Nell Tiger Free, Charles Dance, Bill Nighy, Sônia Braga, Tawfeek Barhom, Maria Caballero

Sinopse:
Uma jovem noviça viaja até um convento onde pretende fazer seus votos definitivos para se tornar uma freira. Só que o lugar tem um clima sinistro e sombrio. Nas mesmas instalações funciona um orfanato e uma garota órfã pode estar na mira de um grupo de fanáticos religiosos que cultuam Satã e o lado negro da fé cristã. 

Comentários:
Mais um filme de origens. Nos Estados Unidos existe uma expressão para denominar esse tipo de filme. Eles chamam de Prequel, que em nossa língua portuguesa fica meio esquisito. De qualquer forma nessa filme se conta as origens do personagem Damien, o menino da franquia original "A Profecia". E aí vejo o principal problema desse filme. Vamos concordar que "A Profecia" é o que podemos chamar de uma velha franquia de terror, algo que começou há muitas décadas. Os jovens de hoje nem conhecem esses filmes. É coisa de cinéfilo veterano. Por essa razão o filme não teve uma grande bilheteria. Não deu prejuízo, mas também não foi um grande sucesso. Dito isso quero dizer que apesar de tudo eu gostei do filme. Afinal eu sou um cinéfilo velho que viu no passado todos os filmes da Profecia. O diretor quis fazer um filme com jeitão de filme velho também, inclusive na fotografia. Uma boa decisão. No saldo geral é um bom filme de terror, acima da média do que se faz por aí. Além do mais, temos que reconhecer que essa mitologia do anticristo sempre chama a atenção. Por isso não ficaria surpreso se novos filmes viessem por aí, nos próximos anos. É uma possibilidade bem plausível. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Os Mercenários 4

Título no Brasil: Os Mercenários 4
Título Original: Expend4bles
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Scott Waugh
Roteiro: Kurt Wimmer, Tad Daggerhart
Elenco: Sylvester Stallone, Jason Statham, Andy Garcia, Megan Fox, Dolph Lundgren, 50 Cent

Sinopse:
O grupo de mercenários é contratado para atuar em um país do Oriente Médio onde uma ditadura brutal ameaça um pequeno país. E pela primeira vez os mercenários vão enfrentar uma grande perda pois o seu líder parece ter sido eliminado enquanto pilotava seu avião em uma operação militar de alto risco. 

Comentários:
Eu nem vou criticar muito esse filme porque ele enfrentou diversos problemas de produção. A pior delas foi o afastamento de Stallone das filmagens. Assim que começaram os trabalhos o ator foi diagnosticado com um grave problema na coluna. Seria necessária a realização de uma cirurgia. Dessa forma o estúdio correu para reescrever o roteiro, sendo que dessa vez o personagem de Stallone ficaria sumido da história por praticamente todo o filme. Isso, claro, prejudicou o resultado final. O filme ficou sem seu maior astro. Jason Statham deve que segurar a onda sozinho. E até que não se saiu mal. O filme tem competentes cenas de ação, muitas delas realizadas dentro de um grande navio cargueiro. Ficou interessante. O elenco de apoio é o menos variado da franquia. Para falar a verdade todos aqueles veteranos dos filmes anteriores estão fora. Sobrou a bela Megan Fox, que só tem beleza e o Andy Garcia interpretando o vilão. Penso que essa franquia chegou em um beco sem saída e nem acredito que haverá um quinto filme. Ser astro de filmes de ação perto dos 80 anos vai ficando cada vez mais complicado para Stallone. O ser humano tem seus limites. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de junho de 2024

Guerra Civil

Título no Brasil: Guerra Civil
Título Original: Civil War
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: A24
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Wagner Moura, Kirsten Dunst, Cailee Spaeny, Nick Offerman, Jefferson White, Justin James Boykin

Sinopse:
Os Estados Unidos estão em guerra, mas não contra uma nação estrangeira inimiga, mas sim contra os próprios estados de sua federação. Texas, Califórnia, Flórida e outras entidades federativas entram em guerra contra a União. E nesse caos um pequeno grupo de jornalistas independentes decide viajar até a capital do país para registrar a queda do presidente, uma jornada que não vai ser nada fácil dentro de uma nação que está se auto destruindo. 

Comentários:
Imagine um filme estrelado por um ator brasileiro chegando no primeiro lugar das bilheterias nos Estados Unidos em seu mês de estreia! Pois foi justamente isso que aconteceu com esse "Guerra Civil" que tem como um dos seus principais protagonistas um jornalista sagaz interpretado pelo brasileiro Wagner Moura! Esse filme inclusive foi uma das maiores bilheterias do ano! Um filme que me agradou bastante. O tema por si só já é por demais interessante, ainda mais no momento atual da política norte-americana. Entretanto é bom frisar que esse não é um filme de ação como pode parecer à primeira vista. Seu estilo está mais para um road movie que se passa em uma nação destruída pela guerra civil. Há cenas de batalhas entre as forças envolvidas na guerra, mas esse não é o foco principal da história. O enredo gira mesmo em torno desses jornalistas, procurando um sentido para continuar sua viagem até o centro do poder político que está prestes a ser destruído. Interessante notar que apesar de algumas cenas bem violentas, o filme não choca pela violência em si, mas pela anarquia política que se instala na maior democracia do mundo. Acredito inclusive que novos filmes virão, afinal tem mesmo jeito de primeiro filme de uma longa franquia. Vamos aguardar, esperando pelo melhor. 

Pablo Aluísio.