domingo, 23 de junho de 2024

A Ascensão de Hitler ao Poder

A Ascensão de Hitler ao Poder
A maior tragédia da Alemanha foi que sua democracia não conseguiu parar extremistas fascistas como Adolf Hitler. Pior do que isso, suas próprias instituições democráticas o elevaram ao poder. E houve também muitos erros por parte daqueles políticos que realmente detinham o poder na República de Weimar, que era um regime político realmente democrático, um Estado Democrático de Direito de fato. Paul von Hindenburg era o presidente da Alemanha democrática naquele período. Estava velho e cansado. Ele definitivamente não via Hitler com bons olhos. Na realidade não gostava dele em nenhum aspecto. 

Porém os resultados das eleições do ano anterior havia dado muitas cadeiras no parlamento para o Partido Nazista. Enfraqueceram nesse processo os demais partidos importantes da época, como o Socialdemocrata e o Partido Socialista Alemão. E aí residiu todo o problema. O presidente precisava nomear um novo chanceler e isso deveria ser feito de acordo com a bancada partidária no parlamento. Como o Partido Nazista agora tinha muita representação, Hitler era o nome mais cotado para ser o novo chanceler. E assim, muito pouco feliz com a decisão, Hindenburg nomeou Hitler como chanceler. Foi um erro que custaria muito caro ao povo alemão e ao mundo em geral. 

Hitler odiava a democracia e o Estado Democrático de Direito. Ele só queria mesmo uma oportunidade como aquela para tomar todo o poder para em suas mãos. Não demorou muito e começou a tomar medidas de puro autoritarismo. Suas tropas SA começaram a espancar judeus e outras minorias. E tudo piorou quando Hindenburg morreu. A partir daí não haveria mais ninguém para deter Hitler. Ele tornou todos os partidos da Alemanha ilegais, menos o Partido Nazista. Passou a matar e perseguir os políticos de outros partidos, que tinham formado sua oposição. Professores em universidades, que tinham alertado sobre o perigo dos nazistas no poder, também foram perseguidos, presos e mortos. Hitler nem pensou duas vezes em rasgar a boa constituição alemã. 

Assim a insanidade nazista se alastrou na sociedade. Através de propaganda política massiva, Hitler passou a controlar todos os meios de imprensa. Matou jornalistas e mandou queimar e destruir as sedes dos principais jornais do país. As rádios e o cinema também passaram por forte censura. A partir daquele momento só haveria uma opinião oficial e aceita na Alemanha, a dos próprios Nazistas. Eles escolheram os judeus, os comunistas, os sociais democratas e os liberais como os grandes inimigos do povo alemão. Minorias também deveriam ser eliminados do solo alemão como homossexuais, ciganos, eslavos, negros, doentes mentais e qualquer pessoas que não fosse um ariano, o tipo de ser humano perfeito, alto e loiro, o único admitido dentro do país como pessoas detentoras de direitos civis. Todos os demais deveriam ser executados. Hitler mandou construir o primeiro campo de concentração da Alemanha justamente para prender todos esses seus inimigos políticos. 

Depois disso houve o estranho e nunca devidamente solucionado caso do incêndio do parlamento alemão, o Reichstag. As chamas destruíram em uma noite o prédio, a sede do congresso alemão. Era o sinal mais claro de que Hitler estava destruindo de vez a democracia na Alemanha. Depois daquela noite ele tomou todos os poderes da República em suas mãos. Não haveria mais legislativo e nem poder judiciário independentes. Juízes e advogados que eram contra a ideologia nazista foram mortos. A única vontade que existia era a dele, a do líder supremo, do Fuhrer, como passou a se chamar. Hitler afirmou em discurso que aquele era o Terceiro Reich do Império Alemão que iria durar mil anos! Ele havia se tornado o ditador máximo da Alemanha. A catástrofe e a tragédia estavam prestes a começar por toda a Europa com toda a fúria que a ideologia nazista havia planejado. 

Pablo Aluísio. 

II Guerra Mundial - Tropas SS

Durante a II Guerra Mundial poucas tropas causaram tanto terror e medo como as famigeradas SS. Os soldados que fizeram parte de suas fileiras despertavam medo e repulsa até mesmo dos demais membros do exército alemão. Para muitos oficiais os membros da SS não passavam de fanáticos nazistas, que tinham passado por uma verdadeira lavagem cerebral com o pior que o partido Nazista tinha a oferecer. A SS era conhecida como a "elite racial" do futuro nazista. 

Cabia aos seus membros a segurança da ideologia nazista, a identificação de etnias danosas aos arianos alemães, a liquidação dessas populações e a coleta de inteligência e análise desses grupos. Como estavam profundamente envolvidos na política da solução zero - com a eliminação de judeus e demais etnias inferiores, segundo a visão dos nazistas - a SS teve papel fundamental dentro dos campos de concentração do Reich. A SS foi assim personagem central dentro do holocausto que se seguiu.

O comando da SS estava nas mãos de Heinrich Himmler, braço direito de Hitler. O curioso é que Himmler logo pensou em transformar os membros da SS em um estado dentro do próprio estado alemão. Eles tinham seu próprio código de ética, seus próprios lemas e realizavam rituais singulares dentro do QG da tropa em um castelo que Himmler logo transformou em santuário. Os membros da SS zelavam pela pureza racial e pela profunda lealdade ao seu líder máximo, Hitler. Isso lhes deu uma fama de fanáticos e homens determinados a realizar qualquer missão, independente de sua finalidade. Tais homens com esse tipo de pensamento se tornaram máquinas eficientes de matar, realizando missões que para os demais membros das forças armadas da Alemanha eram eticamente desprezíveis como matar crianças, mulheres, velhos e pessoas indefesas.

O lema máximo das tropas SS era: "Minha honra é a lealdade". Eles usavam fardamento distinto dos demais membros das armas alemãs e tinham uma caveira como insígnia de reconhecimento. Com o fim da guerra a e derrota nazista muitos de seus membros fugiram, tentaram cruzar o oceano em direção à América do Sul, pois muitos deles cometeram terríveis crimes de guerra. Hoje em dia a SS é vista como um exemplo perfeito de como a ideologia política e partidária pode prejudicar completamente os objetivos de uma força militar, por mais bem treinada que seja. Quando a ideologia do partido se sobrepõe aos interesses de uma nação os mais altos valores de um exército se perdem completamente. Além disso os membros da SS se tornaram infames na história pelos horríveis crimes contra a humanidade que cometeram. Muitos foram condenados à morte após o fim da guerra, em julgamentos que tentaram pelo menos trazer justiça às vítimas desses psicopatas fardados. Infelizmente milhões morreram sob sua guarda em um momento terrível da II Guerra Mundial, o Holocausto, algo que jamais poderá se repetir pela brutalidade que foi cometida contra pessoas indefesas e inocentes.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de junho de 2024

O Faraó do Êxodo?

O Faraó do Êxodo?
A Bíblia narra no velho testamento a história de Moisés e sua luta contra o Faraó para a libertação do povo hebreu que vivia como escravo no Egito Antigo. Essa narrativa não explicava e nem trazia o nome do Faraó envolvido em todo aquele período histórico. Qual teria sido então, dentre os mais de 120 faraós que comandaram o império do Egito Antigo, aquele que teria vivenciado todos aqueles acontecimentos marcantes como as pragas e a abertura do Mar Vermelho? Do ponto de vista da História e da Arqueologia essa é uma pergunta com muitos problemas a se resolver. Isso porque até hoje não se conseguiu comprovar sequer a existência de Moisés, nem tampouco de um deslocamento massivo de pessoas pelo deserto na época descrita pela Bíblia. E se nem a história do Êxodo parece verdadeira, como poderia ser crível descobrir sobre a real identidade do Faraó citado nos textos bíblicos?

A única fonte histórica sobre a existência de Moisés é a Bíblia. Esses textos referentes a essa história são datados de mais ou menos 500 anos antes de Cristo. Só que a história de Moisés, se aconteceu de fato, teria sido há mais de 3 mil anos no passado! Então há mesmo uma grande diferença entre o tempo em que a história se passa e o tempo em que esses textos foram escritos. Há mais de 2 mil anos de diferença separando os dois períodos. Então a primeira conclusão é de que os escribas que escreveram os textos do Êxodo não o vivenciaram. Não são testemunhas oculares. Tampouco foi Moisés quem escreveu aqueles textos como reza a mais antiga tradição do Judaísmo. 

De qualquer forma, partindo da suposição de que a história foi real (algo que a História ainda não conseguiu comprovar, temos que salientar isso), o Faraó do Egito Antigo que teria vivenciado tudo aquilo só poderia ter sido um, segundo os especialistas. Ele seria o grande Ramsés II (ou Ramessés II). Esse foi muito provavelmente o maior Faraó da História, o grande construtor e conquistador. Embora hoje em dia muitos historiadores concordem que ele também foi o primeiro a usar a propaganda política em larga escala em prol de seu próprio nome e poder, exagerando muitas vezes seus méritos e conquistas reais, o fato é que esse Faraó realmente foi um líder marcante na história antiga. 

Ramsés II governou o Egito Antigo com mãos de ferro, como aliás todos os Reis desse antigo império. Ele mandou reformar os grandes templos, mandou erguer grandes estátuas de si mesmo e conseguiu vencer no campo de batalha os grandes inimigos do Egito, como os hititas. Tudo nesse Faraó era superlativo. Ele teve mais de 100 filhos com mais de 50 mulheres diferentes que faziam parte de seu harém. Governou por mais 60 anos, tendo vivido 90 anos em uma época em que a média de idade dos homens mal passava dos 35 anos. Foi realmente um monarca que marcou aquele tempo. Seu longo reinado durou de 1279 a 1213 a.C.

Só que nada do que foi escrito sobre Ramsés nas paredes dos antigos templos do Egito dizem respeito a Moisés, que na história da Bíblia teria que ser de sua família, mesmo sendo um parente adotivo. Nenhum papiro, nenhum texto do Egito Antigo cita Moisés, nem as pragas, nem a fuga dos hebreus rumo à Terra Prometida. Nada. Os registros do Egito não mencionam ninguém como Moisés. E para piorar ainda tudo, a história de Moisés é muito semelhante ao texto de Sargão da Acádia, uma lenda muito mais antiga, de outros povos da antiguidade. Teriam os escribas apenas plagiado a mitologia de outras culturas? Para os historiadores, arqueólogos e pesquisadores, essa parece ser a conclusão mais correta. Assim Moisés nunca teria existido de fato, sendo apenas um personagem de ficção. Já Ramsés II realmente existiu. E quem tiver dúvidas pode inclusive se encontrar com ele cara a cara, pois sua múmia (muito bem preservada, por sinal) está exposta em lugar de destaque no fabuloso museu do Cairo, no Egito. 

Pablo Aluísio. 

O Legionário Romano

O Legionário Romano
Roma dominou o mundo antigo. Não havia nenhum outro povo ou civilização que se igualasse aos romanos em termos de conquistas territoriais. Esse segredo de vitórias militares também vinha do sucesso do Legionário Romano. Além de ser um guerreiro profissional, o que nem sempre acontecia em outras civilizações da antiguidade, o soldado Romano ainda era bem equipado, passando por um treinamento puxado, que criava mesmo grandes militares, prontos para qualquer tipo de combate. E não podemos nos esquecer também que os romanos levavam a guerra muito à sério, estudando as táticas dos inimigos, incorporando ao seu próprio exército o que aprenderam no campo de batalha contra outros povos. 

Ser parte de uma Legião Romana era um grande orgulho para qualquer família de Roma. Só que a vida era breve e dura. A expectativa de vida desses militares mal chegava nos 30 anos de idade. Algo fácil de entender. Essas guerras eram brutais, face a face, viver ou morrer no campo de batalha. Os que conseguissem viver até os 40 anos eram presenteados pelo Império Romano com uma gleba de terra para que eles pudessem viver seus últimos anos de vida cultivando ao lado de suas famílias. Para um romano de origem pobre esse era a maior fortuna que poderia almejar em sua curta vida. 

A dureza vinha no dia a dia das campanhas militares sem fim, muitas vezes em terras inóspitas, enfrentando bárbaros com sede de sangue. Apenas os oficiais montavam em cavalos. As longas viagens, as longas distâncias, eram percorridas à pé pelos legionários. Sempre andando em dupla, lado a lado, formando grandes fileiras de legionários. Essa maneira de ir a todas as províncias romanas levou os imperadores a construírem grandes estradas, algumas delas ainda hoje existentes na Europa. Era uma maneira de deslocar as tropas com mais dinamismo e eficiência. 

Além de participar de guerras, os legionários também atuavam como força de ocupação em terras estrangeiras, executando inimigos do Estado romano. Qualquer um que viesse a ser considerado um rebelde ou terrorista contra Roma era executado da forma mais cruel, em uma cruz de madeira. Foi assim que Jesus de Nazaré foi executado, pois pela visão romana ele estava pregando uma rebelião contra o império, afirmando ser o "Filho de Deus", um título que só era cabível e aceito para Reis e Monarcas. Era o que os romanos chamavam de "Lestat", um insurgente, um inimigo do Império. Alguns até defendem que Jesus teria sobrevivido à sua crucificação, mas isso era altamente improvável, pois os Legionários eram assassinos profissionais e jamais deixariam um condenado como Jesus sobreviver aos tormentos de uma tortura como aquela. 

Hoje em dia existem vários artefatos históricos dos legionários que foram encontrados em escavações arqueológicas por todo o império. Desde sapatos, espadas, elmos, capacetes, passando por escudos e armaduras. Até mesmo restos mortais de legionários também foram encontrados, inclusive alguns com sinais de terríveis mortes, como a do jovem soldado romano encontrado nas florestas da Alemanha. Seu crânio foi escavado tendo ainda uma grande lança dos bárbaros germânicos atravessando sua cabeça. 

Enfim, esses homens lutavam e morriam por seu império e seu imperador. E centenas de milhares nunca retornaram para Roma. Foram mortos e enterrados nos campos de batalha, geralmente lutando contra os povos bárbaros que estavam invadindo o império por todos os lados. Seus esforços não foram em vão pois Roma se tornou o maior império do mundo antigo. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 21 de junho de 2024

O Que é Isso, Companheiro?

Título no Brasil: O Que é Isso, Companheiro?
Título Original: O Que é Isso, Companheiro?
Ano de Lançamento:1997
País: Brasil, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures 
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Fernando Gabeira, Leopoldo Serran
Elenco: Alan Arkin, Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Cláudia Abreu, Luiz Fernando Guimarães, Matheus Nachtergaele

Sinopse:
Filme que resgata uma história real. Durante os anos de chumbo da ditadura brasileira um grupo de jovens esquerdistas, que lutavam contra a brutalidade do regime, decide colocar em prática um plano mais do que ousado: Sequestrar o embaixador dos Estados Unidos no Brasil. Uma maneira de mostrar força diante do regime ditatorial que havia se implantado no país. 

Comentários:
A Ditadura militar brasileira de 1964 foi um dos maiores erros da nossa história. Um retrocesso gigantesco. Jovens foram mortos, houve muita tortura estatal e violação de direitos humanos. Um verdadeiro horror. Criminosos em série matando em nome de um falso patriotismo. Dito isso, devemos também ver erros e excessos entre os que lutaram contra ela. Nesse filme vemos um sequestro de um diplomata promovido por jovens esquerdistas. Embora eles alegassem que era por uma boa causa, nunca deixaria um sequestro de ser pura e simplesmente um crime! De qualquer maneira, deixando o lado da ideologia de lado, devo dizer igualmente que esse filme é muito bem realizado, profissional mesmo. Eu não vou aqui falar mal dos filmes brasileiros feitos nas décadas anteriores, mas todos concordam que a partir dos anos 90 o cinema nacional deu um salto de qualidade realmente admirável. E esse filme, uma produção entre Brasil e Estados Unidos, comprovava exatamente isso. Com excelente reconstituição de época e um elenco afiado, esse é uma boa obra cinematográfica para entender tudo o que aconteceu naqueles conturbados anos na história do Brasil. E de bônus o espectador ainda verá uma bela obra cinematográfica, tecnicamente perfeita. 

Pablo Aluísio.

Predestinado

Título no Brasil: Predestinado
Título Original: Predestinado
Ano de Lançamento: 2022
País: Brasil 
Estúdio: Imagem Filmes
Direção: Gustavo Fernández
Roteiro: Jaqueline Vargas
Elenco: Danton Mello, Juliana Paes, Alexandre Borges, Marcos Caruso, Marco Ricca, James Faulkner

Sinopse:
No interior de Minas Gerais um homem simples chamado Zé Arigó começa a fazer cirurgias de todos os tipos de doenças em pessoas pobres. Ele dizia receber o espírito de um médico alemão morto na Primeira Guerra Mundial chamado Dr. Fritz. Suas atividades acabaram caindo na mira da justiça brasileira por serem completamente fora das previsões legais. 

Comentários:
Outro filme nacional sobre um famoso nome do espiritismo. Pois é, filmes espíritas estão se tornando um filão do cinema brasileiro. Nada contra, cada pessoa que siga a religião que mais lhe convier. Entretanto não há como negar que esse Zé Arigó, que dizia receber o espírito da alma de um médico alemão chamado Dr. Fritz, era uma figura no mínimo controversa. Ele fazia "cirurgias" nas pessoas com facas e garfos enferrujados! Cortava as pessoas... acabou sendo preso por charlatanismo, curandeirismo e exercício ilegal da medicina. E eu concordo com esse tipo de decisão judicial. O que esse sujeito fazia não tinha o menor cabimento. Liberdade religiosa também tem limites. Não pode sair "operando" todo mundo, cortando olhos e órgãos assim sem nenhum critério. O pior de filmes assim, doutrinários de uma determinada religião, é que eles colocam na tela como se tudo fosse fato consumado, que sim havia Dr. Fritz e tudo mais. Quando toma esse tipo de posição eu já não gosto. Por essa razão não recomendaria esse filme. O roteiro tinha que ser mais imparcial. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

O Protetor: Capítulo Final

Título no Brasil: O Protetor: Capítulo Final
Título Original: The Equalizer 3
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Richard Wenk, Michael Sloan
Elenco: Denzel Washington, Dakota Fanning, Eugenio Mastrandrea, David Denman, Remo Girone

Sinopse:
Robert McCall (Denzel Washington) é um ex-agente americano viajando na Itália para um último acerto de contas com um grupo do crime organizado. As coisas não saem exatamente como ele planejava e ele sai muito ferido da operação. Resgatado e ajudado por um veterano médico, ele se vê numa pequena cidade do interior da Itália. E descobre que os moradores locais estão sendo extorquidos por um grupo criminoso liderado por um jovem gângster. É hora de agir novamente. 

Comentários:
Esse filme fecha a trilogia do Protetor. O ator Denzel Washington afirmou recentemente que não tinha mais interesse em fazer filmes de ação. Foi como afirmar, mesmo que indiretamente, que não voltaria a fazer mais um filme dessa franquia. Nessa fase final de sua carreira ele pretende fazer mais filmes como "A Tragédia de Macbeth" e "Um Limite Entre Nós", que são filmes que o desafiam mais como profissional de arte dramática. De qualquer forma vamos ser justos. Todos os filmes dessa trilogia são bons. Não existe nenhum que seja realmente ruim. Esse terceiro é menos violento, desenvolve melhor os personagens e tem uma trama até amena se compararmos com os demais. O fato da história se passar na Itália ajuda muito, a bela fotografia aproveitando a beleza daquelas pequenas cidades italianas torna o filme mais bonito de se assistir. Além disso Denzel parece muito à vontade no papel. Ele não parece tenso e nem se esforça muito como nos dois primeiros filmes. Está mais relaxado e isso ajuda na caracterização de seu personagem, um herói de ação sim, mas com grande coração, que aprecia os pequenos prazeres da vida. Há uma certa leveza no ar. No final gostei desse que certamente será o último. Valeu a pena acompanhar as aventuras desse personagem. 

Pablo Aluísio.

Crimes em Hollywood

Título no Brasil: Crimes em Hollywood
Título Original: Last Looks
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Head Gear Films
Direção: Tim Kirkby
Roteiro: Howard Michael Gould
Elenco: Charlie Hunnam, Mel Gibson, Lucy Fry, Rupert Friend, Morena Baccarin, Clancy Brown

Sinopse:
Charlie Waldo (Charlie Hunnam), já longe das confusões e do mundo das investigações policiais, praticamente aposentado, vivendo em um trailer em uma região remota, acaba sendo recrutado novamente para um último serviço.  Ele precisa inocentar Alastair Pinch (Gibson), um astro de cinema que está sendo acusado de um crime de homicídio. Assim Charlie precisa desvendar o crime, encontrando o verdadeiro culpado antes que seja tarde demais. 

Comentários:
Apesar das boas intenções do roteiro, achei o filme até bem fraco. É aquele tipo de filme que nunca parece emplacar, ficando sempre no quase (chegando lá!). A tentativa também de mostrar os bastidores de Hollywood me soaram bem desperdiçada. Poderiam ter explorado melhor esse aspecto. Mas isso obviamente não viria em um filme com esse tipo de estilo, pois na maioria das vezes o que importa é mostrar as cenas de luta e ação. E nem nesses momentos fiquei particularmente empolgado. Pelo contrário, achei tudo bem rotineiro, sem imaginação, sem criatividade. No final essa produção é mais uma tentativa de emplacar o ator Charlie Hunnam (da série Sons of Anarchy) no cinema. Ate agora ele não conseguiu fazer essa transição das séries para os filmes na tela grande. É algo mais complicado de se realizar do que se possa pensar. No final das contas a melhor coisa desse filme em termos de elenco acaba sendo mesmo o bom e velho Mel Gibson. Ele faz um ator canastrão, cheio de afetações de estrela egocêntrica. Ficou muito bom e divertido. No fundo ele é a única coisa realmente boa desse filme.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Abigail

Título no Brasil: Abigail
Título Original: Abigail
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos, Irlanda
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
Roteiro: Stephen Shields, Guy Busick
Elenco: Melissa Barrera, Dan Stevens, Alisha Weir

Sinopse:
Um grupo de sequestradores leva uma menina de 12 anos como refém para uma velha mansão nos arredores de Londres. Ela se chama Abigail e inicialmente parece ser muito frágil e assustada. Só que isso não condiz com a verdade dos fatos! Eles exigem milhões de dólares ao pai pela vida da garotinha. Só que se dão mal pois a menina na verdade é... uma vampira! 

Comentários:
Depois do sucesso do filme M3GAN parece que temos um novo filão de filmes mostrando garotinhas de 12 anos que na verdade são máquinas assassinas! E vejo muitas semelhanças entre esses dois filmes. O maior diferencial é que o primeiro é um filme de ficção, estilo mais Sci-Fi, enquanto esse novo é um filme de terror. E a história é até muito boa. Com boa produção, afinal o filme foi feito pela Sony, esse terror investe em um começo de trama com suspense e capricho, pois se tenta desenvolver bem os personagens, trazendo aspectos de sua vida pessoal. Afinal o espectador precisa criar algum vínculo com todos eles. Depois que começa a matança o filme como um todo perde um pouco de interesse. Esse negócio de vampiros explodindo em bolhas de sangue não existe na mitologia clássica dos vampiros, é puro truque para criar um banho de sangue na tela. Penso que um pouco mais de sutileza iria cair muito bem nesse roteiro, mas não é o que acontece, infelizmente. De uma maneira ou outra o filme não chega a ser ruim. Para uma produção de terror produzida para ser exibida em cinemas de shopping até que está de bom tamanho. Vale o ingresso. 

Pablo Aluísio.

Drácula no Mundo da Minissaia

Título no Brasil: Drácula no Mundo da Minissaia
Título Original: Dracula A.D. 1972
Ano de Lançamento: 1972
País: Reino Unido
Estúdio: Hammer Films
Direção: Alan Gibson
Roteiro: Don Houghton
Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Stephanie Beacham

Sinopse:
Depois de uma noite agitada, onde eles passaram por muita curtição, um grupo de jovens hippies decide realizar um culto macabro numa velha igreja abandonada. O que começa como brincadeira acaba virando uma tragédia, pois eles invocam o espírito de Drácula que retorna das trevas para promover mais uma noite de sangue e terror entre aquela mocada sem noção! Roteiro baseado no famoso personagem criado por Bram Stoker, 

Comentários:
O título nacional é patético! Ficaria muito melhor se tivessem traduzido ao pé da letra o título original americano. Drácula 1972 DC não ficaria nada mal em nossa língua. De qualquer forma o filme é bom! A ideia fica bem óbvia desde o começo. Trazer Drácula para o mundo atual. O que aconteceria se Drácula encontrasse aqueles jovens da geração hippie? Esse tipo de argumento até poderia virar uma comédia com George Hamilton no papel de vampiro, mas não é o que temos por aqui. O filme se leva à sério e acerta nessa postura. Apesar do título nacional ruim, da falta de tecnologia para efeitos especiais e do fato inegável de que ficou datado, o saldo final é positivo. A Hammer sabia mesmo fazer filmes de terror, mesmo quando não tinha orçamento para produções mais luxuosas, como havia produzido no passado. Ainda assim o filme funciona. Um aspecto interessante é que como a história do filme se passa em 1972 não havia mais como trazer o caçador de vampiros Van Helsing dos filmes originais. Bom, nada que os roteiristas ingleses não dessem um jeito! Enfim, gostei. Tinha tudo para ser muito ruim, mas ficou um filme bom, bem nostálgico de um tempo no cinema que não existe mais. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Os Covardes não Vivem

Título no Brasil: Os Covardes não Vivem
Título Original: The Half-Breed
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Stuart Gilmore, Edward Ludwig
Roteiro: Harold Shumate, Richard Wormser
Elenco: Robert Young, Janis Carter, Jack Buetel

Sinopse:
Depois de vários anos a guerra civil americana finalmente chega ao seu final. Os confederados estão vencidos e falidos. Para isso começa uma verdadeira corrida em busca da fortuna perdida. O bandoleiro Frank Crawford (Reed Hadley) vê uma oportunidade de ficar rico nas terras dominadas pelos Apaches. Há uma reserva de ouro na região ocupado por essa nação. O problema é tirar todos os nativos de lá. Para isso ele acaba promovendo uma guerra entre os guerreiros e o exército americano. Dan Craig (Robert Young), um pistoleiro rápido no gatilho e jogador nas horas vagas, descobre os planos de Frank, dando origem a um verdadeiro duelo mortal entre eles.

Comentários:
Com o sucesso cada vez maior de filmes de faroeste os estúdios americanos aceleraram as produções, que começaram a serem feitas em ritmo industrial. Esse "The Half-Breed" foi a aposta da RKO em faturar bem com um filme relativamente barato, sem grandes estrelas no elenco e filmado no RKO Encino Ranch, um rancho comprado pelo estúdio para realizar westerns sem muitos gastos - ao invés de ir até o Colorado ou Arizona para realizar seus filmes tudo era filmado ali perto mesmo, nos arredores de Burbank, uma cidade satélite da grande Los Angeles. Figurinos, cenários e elenco coadjuvante eram assim aproveitados em vários filmes feitos de forma rápida e lucrativa. Tanta pressa às vezes causava stress nos diretores. Nesse em especial o cineasta Stuart Gilmore pediu demissão por causa dos apertados cronogramas de filmagens. Em seu lugar o estúdio escalou Edward Ludwig para terminar o filme (cerca de 20% do que faltava das cenas). O resultado é um western bangue bangue que apesar de toda a pressa satisfaz plenamente o cinéfilo admirador do estilo, provando que em Hollywood nos anos 50 nem sempre a pressa era inimiga da qualidade ou da perfeição. Vale a pena conhecer.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

A Primeira Página

A Primeira Página
Nessa última semana assisti a mais um filme do mestre Billy Wilder. Não tem jeito, esse foi um diretor e roteirista realmente diferenciado. Wilder transitava em seus filmes nos mais diferentes tipos de humor. Tanto escrevia diálogos mais refinados, como também apostava no tipo de humor mais popular. Aqui ele voltou a trabalhar com essa ótima dupla de atores que juntos fizeram muitos filmes de humor memoráveis em Hollywood nos seus bons tempos. Assim temos nessa produção Jack Lemmon e Walter Matthau juntos no elenco, sob a talentosa direção de Wilder. Realmente um trio desses torna qualquer filme obrigatório!

Na história Lemmon interpreta um jornalista veterano que cansou da profissão. Ele agora quer mais é se casar e ir embora com sua noiva para viver uma nova vida. O tio dela é um ricaço, dono de agências de publicidade e marketing e Lemmon quer mais é largar essa coisa de jornalismo para ter uma vida menos estressante. Só que o editor do jornal onde ele trabalha, interpretado pelo sempre ótimo Matthau, não está disposto a perder seu melhor jornalista. Assim arma um esquema para que ele continue trabalhando em seu Diário, um dos mais vendidos da cidade. 

E a oportunidade certa chega na execução de um homem que matou um policial. Ele vai ser enforcado no dia seguinte. A mídia fica em polvorosa. E Lemmon cai na armadilha, já que apesar de dizer que odeia jornalismo, ele na realidade ama essa profissão. A história do filme inteiro se passa na noite anterior da execução desse criminoso. A sala de imprensa vira assim o palco ideal para Wilder desenvolver sua veia cômica. O resultado, nem preciso dizer, é realmente ótimo! É a tal coisa, quanto mais filmes novos assisto, mais gosto dos filmes do passado. Era realmente outro nível!

A Primeira Página (The Front Page, Estados Unidos, 1974) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Billy Wilder, Ben Hecht, Charles MacArthur / Elenco: Jack Lemmon, Walter Matthau, Susan Sarandon / Sinopse: Jornalista veterano quer mesmo é largar a profissão, se casar, mudar para outra cidade e arranjar uma mamata em um emprego fácil. Só que seu editor tem outros planos, o colocando no meio do olho do furacão de um frenesi da imprensa em volta da execução de um condenado à morte. 

Pablo Aluísio.

Conspiração Do Silêncio

Construído em cima do roteiro espetacular de Millard Kaufman, o clássico "Conspiração do Silêncio" (Bad Day at Black Rock - 1955) é um filme acima da média e de valores e gêneros agregados, como: western, suspense e drama. O elenco é estelar e encabeçado por nada menos que Spencer Tracy, Robert Ryan, Ernest Borgnine e Lee Marvin. Cabe ao próprio Tracy a tarefa de roubar as cenas (ou quase todas) no papel de John MacReed, um ex-combatente da Segunda Guerra e deficiente físico (ele não tem um dos braços). O longa começa com MacReed desembarcando de trem, na árida, calorenta e praticamente inóspita cidade de Black Rock. Reed, chega com apenas uma mala e uma missão: entregar a um nipo-americano de nome Komako, a Medalha de Mérito que pertenceu a seu filho, morto em batalha na guerra.

Para MacReed, encontrar Komako e devolver-lhe a medalha era uma questão de honra, pois o filho do japonês havia morrido para salvar a sua vida. Mas o que o forasteiro não contava, era com o clima extremamente hostil e criminoso dos habitantes da pequena cidade. Liderados pelo brutamontes, Reno Smith (Robert Ryan) e seu braço direito, Coley Trimble (Ernest Borgnine) a turba de capangas faz de tudo para atrapalhar o ex-combatente em sua busca. O filme vai crescendo em tensão na medida em que MacReed vai ficando mais perto da verdade. Numa cena fantástica e rara para os filmes de Hollywood na época, Reed enfrenta Coley Trimble num bar aplicando-lhe golpes de Jiu-Jitsu. Uma homenagem ao filho japonês de Komako. A busca por Komako se arrasta, e o calor seco e insuportável da cidadezinha se contrapõe ao gelo e a insanidade de Reno e seus capangas. A inquietação crescente de MacReed confronta-se com a violência surda e muda de uma cidade que não ouve e também não lhe dá uma resposta sequer. O silêncio monstruoso dos habitantes é intransponível. É a piscina lamacenta que Reed tem que atravessar para tentar lavar a sua alma agradecida.

O tempo vai passando e o binômio que rege o filme, silêncio-segredo, dá lugar as vicissitudes de um roteiro primoroso que aos poucos vai transformando, o até então desacreditado, Reed num organismo furioso e vingativo empurrando-o para um inexorável confronto, violento e explosivo com Reno e a bandidagem da cidade. O filme, pouco conhecido no Brasil, é uma jóia rara e, com toda a certeza, o maior papel da carreira do excepcional Spencer Tracy e um dos melhores dirigidos pelo ótimo John Sturges. Foi também o primeiro filme da Metro a ser rodado no formato Widescreen. A dupla, Tracy e Sturges, voltaria a fazer sucesso no clássico "O Velho e o Mar" (1958). Outra curiosidade é que o primeiro filme da série Rambo. "Rambo, Programado para Matar" (1982), teve como inspiração, o roteiro de Conspiração do Silêncio. Nota 10

Conspiração do Silêncio (Bad Day at Black Rock, EUA, 1955) Direção: John Sturges / Roteiro: Millard Kaufman, Don McGuire / Elenco: Spencer Tracy, Robert Ryan, Anne Francis, Dean Jagger, Ernest Borgnine, Lee Marvin / Sinopse: Jonh MacReed (Spencer Tracy) é um veterano da II Guerra Mundial que vai até uma distante cidade chamada Black Rock para entregar a medalha do mérito a um pai cujo filho foi morto em combate.

Telmo Vilela Jr.

domingo, 16 de junho de 2024

O Exército Vermelho em Berlim

O Exército Vermelho em Berlim
O final da Segunda Guerra Mundial chegou quando os soldados soviéticos entraram dentro de Berlim, a cidade que era o coração do III Reich de Hitler. Os russos vieram caminhando lá do front oriental, onde destruíram os exércitos da Alemanha, até a capital daquele império que deveria durar 1000 anos - pelo menos na mente deteriorada dos líderes nazistas. O plano dos soviéticos era destruir tudo, não sobrar pedra sobre pedra! A ordem de Stálin era clara: Acabem com a Alemanha! Façam os alemães sofrerem como o povo russo sofreu com a invasão nazista na mãe Rússia!

E a ordem foi cumprida. Para surpresa dos militares vermelhos o que eles encontraram ao entrar em Berlim eram tropas de meninos e garotos que tentavam defender a cidade onde Hitler se escondia. Depois de milhões de mortos não havia mais homens adultos para lutar essa definitiva e última batalha. E os russos não tiveram pena daqueles garotos da Alemanha. Passaram por cima deles com seus tanques sujos de lama. 

Um aspecto interessante é que Hitler só decidiu dar um fim em sua própria vida quando os soviéticos chegaram literalmente na esquina de seu bunker. Hitler há tempos vivia escondido naquele verdadeiro buraco de cimento e aço. Ele estava sofrendo de Mal de Parkinson, estava com a saúde devastada e sabia que se o exército vermelho colocasse as mãos nele as coisas iriam ficar mais do que feias. 

Assim decidiu dar pílulas de cianureto para sua esposa Eva Braun e para sua cadela querida, a Blonde. Depois disso sentou-se ao sofá, com o corpo da mulher morta ao seu lado, mirou a pistola contra sua cabeça e deu um tiro fatal. Havia deixado ordens para que um major do exército alemão jogasse seu corpo numa vala de bomba e o incinerasse com querosene. E assim foi feito. Hitler, o ditador idolatrado pelas multidões, terminou em um buraco, sendo destruído pelas chamas. 

Pouco tempo depois os poucos soldados da Alemanha que ainda lutavam se renderem de forma incondicional. Na frente deles havia milhares de militares soviéticos furiosos e com gosto de sangue. A Alemanha havia sido derrotada mais uma vez. A derrota da Primeira Guerra se repetia. Era o fim da loucura do nazismo. O exército vermelho colocou a bandeira da União Soviética em cima dos prédios da cidade e do portão de Brandemburgo! Nada poderia ser mais simbólico da vitória dos comunistas! O Exército vermelho havia conquistado a maior vitória de sua existência. Em Moscou, Stálin abriu uma garrafa de champanhe para celebrar a vitória esmagadora. A Segunda Guerra Mundial havia chegado ao seu final na Europa. 

Pablo Aluísio. 

Os Diários de Himmler

Ele foi um dos mais nefastos nazistas da história. Considerado o braço direito de Hitler acabou criando as tropas SS, que ficaram conhecidas pela brutalidade com que tratava os judeus nos campos de concentração. Durante muito tempo surgiram historiadores "revisionistas" que procuraram amenizar a culpa de líderes nazistas como Himmler no Holocausto. Pois bem uma série de textos escritos pelo próprio em seu diário foram divulgados recentemente pelo arquivo militar russo.

Em um dos trechos Heinrich Himmler escreveu: "O povo judeu está sendo exterminado. Para os membros do partido isso deve ser considerado como algo claro, pois sempre esteve em nossos planos. De fato estamos exterminando o povo judeu, resolvendo um pequeno assunto em nossa pauta". Depois elogiando o trabalho daqueles que atuavam diretamente no holocausto Himmler ponderou: "Estamos realizando essa difícil tarefa em amor ao nosso povo. E não temos qualquer problema com isso, pois nossa alma e nosso caráter estão intactos".

Essas eram notas escritas por Himmler para serem usadas em seu discurso aos membros da SS situados na Polônia, onde havia os maiores campos de concentração do regime nazista. A forma como Himmler expõe o tema deixa transparecer que era algo que todos sabiam. Ele não demonstra em seus escritos nenhum sentimento de remorso ou tristeza pelo que estava acontecendo, longe disso, para Himmler a destruição de todos os povos não arianos era apenas uma questão objetiva, que deveria ser colocada em prática.

Esses diários referentes aos anos de 1938, 1943 e 1944 foram capturados por forças do exército russo no final da guerra. Muitos trechos descrevem a presença do líder nazista em almoços comemorativos realizados dentro dos próprios campos de concentração de Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen. Enquanto milhões de seres humanos eram mortos nas câmaras de gás e depois queimados em fornos industriais, Himmler desfrutava de elegantes banquetes ao lado de outros membros do partido nazista como Joseph Goebbels. Esse infame nazista foi capturado pelos ingleses no dia 21 de maio de 1945 quando o III Reich já estava em ruínas. Antes de ser julgado e condenado à morte em Nuremberg ele se matou com uma cápsula de cianureto em sua cela na prisão. Morreu como sempre viveu, sendo um nazista covarde! 

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de junho de 2024

B-17: A Fortaleza Voadora

B-17: A Fortaleza Voadora
Recentemente tivemos as celebrações do Dia D, a operação militar que virou o jogo na II Guerra Mundial. Tudo muito bom e adequado, inclusive com homenagens aos (poucos) veteranos que ainda estão vivos. Só que eu senti também uma menor presença de documentários de guerra que trouxessem maiores detalhes dessas mesmas batalhas, inclusive as que foram travadas nos céus da Europa. 

Inclusive estou assistindo a uma série muito boa no momento chamada "Mestres do Ar" que mostra o trabalho de militares americanos e ingleses que voavam no famoso bombardeiro de longo alcance B-17. Essa máquina de guerra foi extremamente importante na luta contra a Alemanha nazista. Hitler havia dito em um discurso ao povo alemão que jamais uma bomba aliada iria explodir em uma cidade alemã. Claro que era um mentiroso. Não demorou muito e uma bomba caiu em uma grande cidade da Alemanha e essa bomba foi jogada justamente por esse avião. 

Seu maior segredo era que a Fortaleza Voadora era uma aeronave de médio porte com grande capacidade de autonomia, ou seja, viajava grandes distâncias. Era o avião ideal para voar atrás das linhas inimigas para destruir as cidades da Alemanha, sua infraestrutura industrial, quebrando ao meio a alma do povo alemão. Até porque voavam em bandos, em esquadrilhas com até 30 bombardeiros. Ter essas máquinas de guerra chegando numa cidade durante a Segunda Guerra era um terror. Seus ataques destruíram muitas cidades da Alemanha. Poucas eram as edificações que ficavam de pé depois de uma ataque de longo alcance. 

Igualmente foi alto o número de baixas entre os aviadores. Esse bombardeiro era muito visado pelas baterias antiaéreas do exército alemão que defendia as cidades do III Reich. Milhares de militares morreram. As coisas só melhoraram depois quando passaram a ser escoltados po caças Msstang que enfrentavam os caças alemães da Luftwaffe. 

E se você gosta de cinema há excelentes filmes e séries sobre as tripulações desse avião de guerra. Um dos melhores que assisti se chama Memphis Belle, mostrando a história real de uma tripulação que conseguiu a proeza de realizar 25 missões atacando a Alemanha. Esse era um número a se alcançar pois caso a tripulação conseguisse chegar a 25 missões era dispensada com honras militares para voltar aos Estados Unidos. Era o prêmio máximo para quem conseguisse chegar tão longe na luta contra o nazismo na Europa. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Dia dos Namorados Macabro 3D

Título no Brasil: Dia dos Namorados Macabro 3D
Título Original: My Bloody Valentine
Ano de Lançamento: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Patrick Lussier
Roteiro: Todd Farmer, Zane Smith
Elenco: Jensen Ackles, Jaime King, Kerr Smith

Sinopse:
Novas mortes começam a acontecer nas mesmas minas em que um serial killer atuou nos anos 80. A pequena cidade mineradora fica em pânico e os policiais locais não conseguem descobrir a identidade desse novo assassino. Pior do que isso, muitos moradores desconfiam até mesmo dos policiais. Afinal no passado muitos deles estiveram envolvidos com os crimes. 

Comentários:
Outra filme novo de terror de uma velha franquia. Veja bem, o filme original (de que gosto muito) é de 1981. Então depois de muitos anos Hollywood resolveu fazer uma sequência com jeitão de remake. É uma sequência porque a história parte do final do filme anterior. É praticamente um remake porque a história é muito parecida. A única diferença é que no primeiro filme tínhamos o assassino original, aqui tudo se desenrola na base do copycat - pessoas que apenas imitam os assassinos do passado. E para deixar o filme ainda mais "modernoso" lançaram em 3D nos cinemas. Não adiantou muito. O primeiro filme funcionava porque era um slasher dos anos 80. Simples assim. Não adianta gourmetizar esse tipo de produção. Tem que ser sujo, visceral e sanguinário, caso contrário não funciona. É o que aconteceu nesse filme tardio. O que funcionava no primeiro filme não foi repetido por aqui. Quiseram fazer um terror para passar em cinema de shopping. Assim não dá, não ficou bom, apesar de que ainda dá para assistir se você não for um purista. Eu vi com olhos de acomodação. Talvez por isso funcionou um pouquinho melhor no meu caso. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

A Primeira Profecia

Título no Brasil: A Primeira Profecia
Título Original: The First Omen
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Studios
Direção: Arkasha Stevenson
Roteiro: Tim Smith, Arkasha Stevenson
Elenco: Nell Tiger Free, Charles Dance, Bill Nighy, Sônia Braga, Tawfeek Barhom, Maria Caballero

Sinopse:
Uma jovem noviça viaja até um convento onde pretende fazer seus votos definitivos para se tornar uma freira. Só que o lugar tem um clima sinistro e sombrio. Nas mesmas instalações funciona um orfanato e uma garota órfã pode estar na mira de um grupo de fanáticos religiosos que cultuam Satã e o lado negro da fé cristã. 

Comentários:
Mais um filme de origens. Nos Estados Unidos existe uma expressão para denominar esse tipo de filme. Eles chamam de Prequel, que em nossa língua portuguesa fica meio esquisito. De qualquer forma nessa filme se conta as origens do personagem Damien, o menino da franquia original "A Profecia". E aí vejo o principal problema desse filme. Vamos concordar que "A Profecia" é o que podemos chamar de uma velha franquia de terror, algo que começou há muitas décadas. Os jovens de hoje nem conhecem esses filmes. É coisa de cinéfilo veterano. Por essa razão o filme não teve uma grande bilheteria. Não deu prejuízo, mas também não foi um grande sucesso. Dito isso quero dizer que apesar de tudo eu gostei do filme. Afinal eu sou um cinéfilo velho que viu no passado todos os filmes da Profecia. O diretor quis fazer um filme com jeitão de filme velho também, inclusive na fotografia. Uma boa decisão. No saldo geral é um bom filme de terror, acima da média do que se faz por aí. Além do mais, temos que reconhecer que essa mitologia do anticristo sempre chama a atenção. Por isso não ficaria surpreso se novos filmes viessem por aí, nos próximos anos. É uma possibilidade bem plausível. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Os Mercenários 4

Título no Brasil: Os Mercenários 4
Título Original: Expend4bles
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Scott Waugh
Roteiro: Kurt Wimmer, Tad Daggerhart
Elenco: Sylvester Stallone, Jason Statham, Andy Garcia, Megan Fox, Dolph Lundgren, 50 Cent

Sinopse:
O grupo de mercenários é contratado para atuar em um país do Oriente Médio onde uma ditadura brutal ameaça um pequeno país. E pela primeira vez os mercenários vão enfrentar uma grande perda pois o seu líder parece ter sido eliminado enquanto pilotava seu avião em uma operação militar de alto risco. 

Comentários:
Eu nem vou criticar muito esse filme porque ele enfrentou diversos problemas de produção. A pior delas foi o afastamento de Stallone das filmagens. Assim que começaram os trabalhos o ator foi diagnosticado com um grave problema na coluna. Seria necessária a realização de uma cirurgia. Dessa forma o estúdio correu para reescrever o roteiro, sendo que dessa vez o personagem de Stallone ficaria sumido da história por praticamente todo o filme. Isso, claro, prejudicou o resultado final. O filme ficou sem seu maior astro. Jason Statham deve que segurar a onda sozinho. E até que não se saiu mal. O filme tem competentes cenas de ação, muitas delas realizadas dentro de um grande navio cargueiro. Ficou interessante. O elenco de apoio é o menos variado da franquia. Para falar a verdade todos aqueles veteranos dos filmes anteriores estão fora. Sobrou a bela Megan Fox, que só tem beleza e o Andy Garcia interpretando o vilão. Penso que essa franquia chegou em um beco sem saída e nem acredito que haverá um quinto filme. Ser astro de filmes de ação perto dos 80 anos vai ficando cada vez mais complicado para Stallone. O ser humano tem seus limites. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de junho de 2024

Guerra Civil

Título no Brasil: Guerra Civil
Título Original: Civil War
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: A24
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Wagner Moura, Kirsten Dunst, Cailee Spaeny, Nick Offerman, Jefferson White, Justin James Boykin

Sinopse:
Os Estados Unidos estão em guerra, mas não contra uma nação estrangeira inimiga, mas sim contra os próprios estados de sua federação. Texas, Califórnia, Flórida e outras entidades federativas entram em guerra contra a União. E nesse caos um pequeno grupo de jornalistas independentes decide viajar até a capital do país para registrar a queda do presidente, uma jornada que não vai ser nada fácil dentro de uma nação que está se auto destruindo. 

Comentários:
Imagine um filme estrelado por um ator brasileiro chegando no primeiro lugar das bilheterias nos Estados Unidos em seu mês de estreia! Pois foi justamente isso que aconteceu com esse "Guerra Civil" que tem como um dos seus principais protagonistas um jornalista sagaz interpretado pelo brasileiro Wagner Moura! Esse filme inclusive foi uma das maiores bilheterias do ano! Um filme que me agradou bastante. O tema por si só já é por demais interessante, ainda mais no momento atual da política norte-americana. Entretanto é bom frisar que esse não é um filme de ação como pode parecer à primeira vista. Seu estilo está mais para um road movie que se passa em uma nação destruída pela guerra civil. Há cenas de batalhas entre as forças envolvidas na guerra, mas esse não é o foco principal da história. O enredo gira mesmo em torno desses jornalistas, procurando um sentido para continuar sua viagem até o centro do poder político que está prestes a ser destruído. Interessante notar que apesar de algumas cenas bem violentas, o filme não choca pela violência em si, mas pela anarquia política que se instala na maior democracia do mundo. Acredito inclusive que novos filmes virão, afinal tem mesmo jeito de primeiro filme de uma longa franquia. Vamos aguardar, esperando pelo melhor. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Ripley

Título no Brasil: Ripley
Título Original: Ripley
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Netflix
Direção: Steven Zaillian
Roteiro: Steven Zaillian, Patricia Highsmith
Elenco: Andrew Scott, Dakota Fanning, Johnny Flynn, Margherita Buy, Eliot Sumner, Maurizio Lombardi

Sinopse:
Milionário americano contrata um homem chamado Ripley para encontrar seu filho que mora na Itália e que nunca mais entrou em contato com a família. O sujeito pensa que Ripley seria um grande amigo de seu filho. Ledo engano. Só que Ripley também não vai perder essa oportunidade de ganhar muito dinheiro com toda aquela situação sui generis. 

Comentários:
Eu gostei muito dessa série "Ripley" e isso me surpreendeu bastante. Eu não havia gostado muito do filme original. Só que essa nova versão em forma de minissérie está realmente um primor! E são muitas as decisões acertadas. A começar pela fotografia em preto e branco que ficou belíssima. As cidades italianas e sua arquitetura poucas vezes ficaram tão bonitas na tela! O fato de se ter optado por transpor todo a história para a época certa - seguindo o livro original - foi outro ponto positivo. E o elenco está muito bem dirigido. Destaco o ator Andrew Scott como Ripley. Ele tem aquele olhar que tenta transparecer amizade e empatia com os outros, mas que na verdade esconde uma personalidade fria, manipuladora e calculista. Um verdadeiro camaleão, como todo psicopata que se preze. Um aspecto que vai incomodar a muitos talvez seja o final. Ora, penso diferente. Para uma história tão sórdida, o desfecho da história combina perfeitamente. Até porque, vamos ser sinceros, nem sempre o bem vence o mal. Principalmente no mundo real em que vivemos. Assim deixo minhas melhores impressões sobre essa minissérie. Item obrigatório para espectadores de fino bom gosto. 

Pablo Aluísio.

Versalhes - Terceira Temporada

Título no Brasil: Versalhes 
Título Original: Versailles 
Ano de Lançamento: 2018
País: França, Bélgica
Estúdio: Studio Canal +
Direção: Richard Clark
Roteiro: Simon Mirren, David Wolstencroft
Elenco: George Blagden, Alexander Vlahos, Tygh Runyan

Sinopse:
Série franco-belga que conta a história do Rei Sol, Luís XIV. Nessa terceira temporada ele enfrenta muitos desafios, incluindo o surgimento de uma estranha figura, um prisioneiro com uma máscara de ferro que ameaça sua legitimidade como monarca. Além disso o Vaticano parece disposto e colocar o Rei contra a parede no tabuleiro político da época. Por fim Luís precisa lidar com a morte de sua Rainha, em um momento muito complicado de sua vida. 

Comentários:
Terceira e última temporada da série "Versalhes". Que pena que chegou ao final. Havia tantas histórias a contar sobre a vida desse Rei. De qualquer forma termina mantendo a ótima qualidade que vinha desde o primeiro episódio. Como diz o ditado: "É melhor encerrar a carreira enquanto se está no auge". Então tudo bem. O destaque dessa temporada 3 foi que colocaram na história a conhecida lenda do homem da máscara de ferro. Para muitos ele seria o herdeiro legítimo ao trono sendo Luís XIV apenas um farsante. Para fugir do óbvio o roteiro deu uma guinada sobre a identidade daquele prisioneiro que eu realmente apreciei muito. Fugiu do óbvio e acertou em cheio na escolha, sendo plenamente plausível e racional a escolha dos roteiristas. Também gostei bastante do jogo político muito sórdido envolvendo o Rei e o Vaticano. Cobra comendo cobra, sem santos no ambiente de luta. Enfim, tudo do bom e do melhor. E fica aqui meus protestos pois a Netflix vai tirar a série de sua grade de programação no final desse mês. Deveriam manter sempre pois foi uma das melhores coisas que assisti nessa plataforma. 

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de junho de 2024

O Faraó Menino

O Faraó Menino
Tutancâmon se tornou faraó do Egito antigo com apenas oito anos de idade! O maior império do mundo naquela época passou a ser governado por uma criança! Ele era filho do Faraó Akhenaton que teve um reinado particularmente tumultuado. Seu pai tentou por decreto banir todos os deuses do Egito. De uma só decisão deixaram de existir no panteão da religião deuses amados pelo povo como Amón, Ísis, Osíris, Hórus e todos os demais. A partir de sua decisão apenas um deus seria louvado no Egito, o Deus Atón, associado ao Sol. Claro que essa decisão gerou muita revolta entre os sacerdotes, a nobreza e o povo. Templos foram fechados e o clero perseguido. Considerado o maior dos hereges, Akhenaton acabou sendo alvo de conspirações. Para alguns historiadores ele foi envenenado. 

Depois de sua morte a coroa teria que ir para alguém. Seu filho era o sucessor natural, mas era uma criança. Ainda assim a corte o colocou no trono. Uma das primeiras decisões do Faraó Menino foi restaurar todo o panteão do Egito. Os amados deuses do povo voltaram. Houve muita celebração, com o povo em prantos, em procissões que iam até os templos. Foi uma era de grande comoção religiosa no reino. O próprio nome do novo faraó fazia uma referência direta ao maior dos deuses, Amón. Apesar da ideia de um só deus ter sido muito combatida na época, o fato é que houve um legado. Alguns defendem a ideia de que Akhenaton teria criado a ideia do deus único, que depois seria seguido pelos hebreus ao determinar que apenas Yahweh (o deus da bíblia) seria o único deus. Assim esse faraó, mesmo caindo em desgraça, lançou as bases do monoteísmo que depois de séculos iria prevalecer entre as grandes religiões do mundo. 

O menino Tutancâmon teve um reinado curto. Havia conspirações demais dentro da corte para que sobrevivesse por muito tempo. Muitos altos sacerdotes e membros da elite política queriam que ele morresse. O poder de certa maneira estava de volta em suas mãos. E o jovem faraó deveria morrer. Assim foi feito. O jovem morreu com apenas 18 anos de idade. Nos 10 anos que passou como faraó acabou sendo apenas uma marionete de homens ricos e poderosos do Egito. Pagou com sua própria vida. 

E como teria morrido Tutancâmon? Duas teorias são as mais aceitas pela arqueologia e pela História. A primeira é que ele teria sido assassinado brutalmente com uma forte pancada na parte de trás de sua cabeça. Um golpe dado na base da traição, por suas costas, provavelmente dado por alguém de sua confiança. A outra teoria afirma que seu carro de combate teria sido sabotado e o jovem teria caído dela em alta velocidade, batendo a cabeça no chão. Nas duas situações fica claro que algum conspirador colocou seu plano de assassinato em frente e que esse, para infelicidade do faraó, teria sido bem sucedido. 

Por ter sido tão jovem e por ter governado por tão pouco tempo, o faraó Tutancâmon teria sido logo esquecido pela História, pois dentro dos mais de 120 faraós do Egito antigo ele certamente não foi dos mais destacados. Só que ele acabou se tornando um dos mais conhecidos porque foi o único que teve sua tumba descoberta com todos os tesouros e artefatos preservados. No Egito antigo todas as tumbas dos faraós viravam alvos de ladrões. Por essa razão a descoberta da tumba intacta de Tutancâmon no vale dos Reis acabou sendo considerada a maior de todos os tempos. Até os dias de hoje nada se compara em termos de beleza e riqueza. E assim o Faraó Menino conseguiu o que tanto desejava: a imortalidade de seu nome.

Pablo Aluísio. 

As Origens de Cleópatra

As Origens de Cleópatra
A Rainha do Egito, mesmo após tantos séculos de sua morte, ainda desperta paixões! E isso nada tem a ver com Roma ou com a morte de César, mas sim com sua aparência pessoal. É curioso porque na antiguidade isso não era tão vital, porém atualmente, para se provar seu ponto de vista, isso acaba se tornando crucial! Recentemente vi em uma rede social uma extensa polêmica envolvendo a cor da pele da Rainha do Egito Cleópatra.

Teria sido ela uma mulher negra ou branca? Na verdade a resposta a essa pergunta é bem mais simples do que parece. Basta descobrir de onde vinha a linhagem nobre da família de Cleópatra, de onde ela descendia geneticamente, quem eram seus pais e avôs. Cleópatra na verdade pertencia à dinastia dos Ptolomeus. O que isso significa exatamente? Significa que ela tinha origem genética grega, pois a família dos Ptolomeus não era originária do Egito, como os antigos faraós das dinastias do passado, mas sim de invasores gregos que dominavam o Egito desde os tempos de Alexandre, o Grande.

Ptolomeu foi o general de Alexandre, o Grande, que herdou o Egito depois da morte do grande conquistador. Uma vez instalado lá ele deu origem a uma linhagem de descendentes que ficaram no poder por séculos no Egito. Essa linha nobre passou a se chamar dinastia dos Ptolomeus, os filhos, netos, bisnetos e as gerações que sucederam, todas provenientes inicialmente desse grande general grego. Cleópatra era uma de suas descendentes. Um fato que reforça ainda mais a tese de que ela era uma europeia branca é que os membros dessa dinastia jamais se casavam com pessoas fora de sua família, tudo para manter o poder entre eles mesmos. Primos casavam com primos, tios com sobrinhas e até irmãos com irmãs! Para um Ptolomeu o mais importante era manter o trono do Egito dentro dos laços familiares, fosse qual fosse o preço a se pagar por isso.

Assim a Rainha Cleópatra era realmente branca e não negra como alguns defendem. Outro aspecto digno de nota é que em nenhuma representação antiga da Rainha que conseguiu sobreviver ao tempo ela aparece representada como uma mulher negra, pelo contrário. Sua esfinge é claramente a de uma mulher branca, inclusive com o nariz tão característico dos membros descendentes de Ptolomeu. Assim a dúvida fica historicamente devidamente sanada. Todos os quadros, pinturas e até mesmo representações de Hollywood, com a rainha sendo interpretada pela atriz Elizabeth Taylor, por exemplo, não estão errados do ponto de vista histórico. Ela era realmente branca, de descendência grega e europeia.

Pablo Aluísio. 

sábado, 8 de junho de 2024

The Beatles - A Hard Day's Night - Parte 4

The Beatles - A Hard Day's Night - Parte 4
Apesar da correria para compor e gravar toda a trilha sonora desse filme podemos dizer que os Beatles se saíram muito bem. Não há nenhuma música ruim no repertório desse álbum. John e Paul estavam particularmente entrosados e motivados para trazer o melhor material possível para seus fãs. E não podemos deixar de notar que poucas vezes John Lennon esteve tão presente em um disco dos Beatles. Aliás podemos dizer sem medo de errar que esse foi o disco em que ele mais colaborou. Grande parte das canções foram compostas por ele e depois aprimoradas ao lado de Paul no estúdio. 

"Any Time at All", por exemplo, é uma música nitidamente feita por John Lennon. É um rock com uma pegada bem firme, uma característica que Lennon particularmente apreciava pois ele gostava de dizer que era acima de tudo um roqueiro que tocava em uma banda de rock. Por essa razão nem sempre ele gostou daquelas músicas mais românticas de Paul. E piorou muito quando Paul trouxe, anos depois, músicas que Lennon considerava não apropriadas para um grupo de rock, como "Honey Pie" (do álbum branco) e "Maxwell’s Silver Hammer" (do Abbey Road) que ele achava uma grande porcaria. 

"I'll Cry Instead", também presente no lado B do álbum em sua versão inglesa, era outra faixa que seguia essa linha. O mais interessante é que Lennon aqui colocou algumas pitadas de sua própria personalidade na letra, embora a música fosse um pouco acima do melodramático para seu gosto. Nessa época da juventude John gostava de projetar uma imagem mais de durão, então ele ficava meio embaraçado de cantar uma música em que admitia que era um tanto tímido e que poderia chorar por causa de uma garota. 

Ser piegas não era bem o que ele queria demonstrar naqueles anos, mas ainda assim Paul achou uma boa canção e ajudou seu parceiro a terminar a música. Como os Beatles estavam precisando completar o disco para cumprir suas obrigações contratuais com a gravadora EMI ela então foi finalizada e gravada, tudo em um final de semana. So que na verdade John nunca ficou muito satisfeito com essa canção, tanto que nunca a levou para os palcos, se tornando assim uma autêntica música lado B dos Beatles. E vamos convir que a gravação ficou muito boa, acima até da média. Afinal eram os Beatles e eles estavam em uma fase muito criativa nessa época. 

Pablo Aluísio. 

Janis Joplin - Janis Joplin's Greatest Hits

Janis Joplin - Janis Joplin's Greatest Hits
Sempre que eu coloco um disco da Janis Joplin para tocar eu me surpreendo com o que ouço. Ela era uma americana do Texas, com problemas de autoestima. Uma garota branca até bem normal de seu tempo, incluindo aí sua fase dentro do movimento hippie. Entretanto quando ela começava a cantar a impressão que sempre tive foi a de ouvir uma cantora negra de blues e jazz. Nesse aspecto ela tinha semelhanças com Elvis, pois eram artistas brancos que soavam e tinham um estilo mais voltado para a cultura preta dos Estados Unidos. Infelizmente sempre achei sua discografia muito bagunçada. Ela fez parte de diversos grupos e em cada um deles lançou um disco. Muitos desses álbuns foram lançado por selos obscuros e depois de alguns anos se tornaram raros de encontrar. Por isso colecionar seus discos nunca foi algo fácil de se fazer. 

Por essa razão não me admiro pelo fato de que seu disco mais vendido foi justamente esse aqui. Uma coletânea de seus maiores sucessos. Um disco que vendeu tanto na época que levou disco de platina. Um sucesso comercial em vinil que a Janis Joplin nunca alcançou em vida. Claro que foi uma bem bolada jogada de marketing de sua gravadora, lançado três anos após sua morte precoce, de overdose de drogas, com apenas 27 anos de idade. Outro aspecto a se considerar é que o som da Janis Joplin não é indicado para todos. Ela tinha esse estilo visceral de cantar, que para muitos vai soar como alguém desesperado ou exagerado demais no microfone. Era o estilo dela. De qualquer forma vale a referência, nem que seja por esse grande sucesso com a marca de seus maiores sucessos. A Janis Joplin merecia esse reconhecimento comercial, ainda que póstumo. 

Janis Joplin - Janis Joplin's Greatest Hits (1973)
Piece Of My Heart
Summertime
Try (Just A Little Bit Harder)
Cry Baby
Me And Bobby McGee
Down On Me
Get It While You Can
Bye, Bye Baby
Move Over
Ball And Chain

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Força Policial

Título no Brasil: Força Policial
Título Original: Power: What do the police do?
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Yance Ford
Roteiro: Yance Ford, Ian Olds
Elenco: Charlie Adams, Nikhil Pal Singh, Julian Go

Sinopse:
Documentário que mostra as origens e o desenvolvimento da polícia, tal como a conhecemos hoje em dia. Inicialmente criada para defender interesses de grandes fazendeiros na época da escravidão, a polícia ganhou o mundo urbano, se tornando um instrumento de segurança pública. E atualmente se discute sobre sua real posição dentro de uma sociedade moderna e democrática. 

Comentários:
Como surgiu a polícia? Para que serve mesmo a força policial? Essas e outras perguntas são levantadas nesse documentário muito interessante que pode ser assistido na Netflix. Por exemplo, ficamos sabendo que a polícia nasceu em um momento histórico bem definido, quando escravocratas contratavam homens armados para recapturar escravos fugitivos. Após alguns séculos a ideia se mostrou ainda mais relevante, mas no meio urbano. A polícia então passa a ser uma instituição de Estado, com policiais não mais servindo a homens poderosos e seus interesses privados, teoricamente servindo apenas como arma contra a criminalidade, exercendo uma função estatal. Pelo menos na teoria. Hoje em dia a questão das policiais militarizadas está na ordem do dia. Não são poucos os que defendem sua modificação, transformação e até mesmo sua extinção em meios mais radicais. Pena que por ser um documentário feito nos EUA a questão das milícias não seja analisada. Até porque essa questão do policial se tornar um miliciano é um problema bem brasileiro. De qualquer forma deixo a dica. Como dizia a letra do rock, "Quem precisa de polícia?"

Pablo Aluísio.

Umberto Eco: Uma Biblioteca do Mundo

Título no Brasil: Umberto Eco: Uma Biblioteca do Mundo
Título Original: Umberto Eco: A Library of the World 
Ano de Lançamento: 2022
País: Itália
Estúdio: Film Commission Torino-Piemonte
Direção: Davide Ferrario
Roteiro: Davide Ferrario
Elenco: Umberto Eco, Emanuele Eco, Carlotta Eco

Sinopse:
Documentário sobre a biblioteca particular do escritor Umberto Eco. Ao longo da vida ele colecionou todos os tipos de livros, desde os mais raros, antigos e consagrados, até mesmo aos da chamada literatura popular, sendo um leitor até mesmo de histórias em quadrinhos! 

Comentários:
Através da biblioteca pessoal de Eco vamos conhecendo mais a vida do escritor. Ao longo de sua vida ele adquiriu mais de 40 mil livros! Depois de sua morte a família decidiu doar todo o acervo para as universidades de Bolonha e Milão. Um dos aspectos mais interessantes que é mostrado nesse documentário é o bom humor do escritor. Ele tinha aversão ao mundo digital e tinha tiradas muito espirituosas sobre o tema. Além disso Eco também gostava de mostrar os livros raros que tinha em seu acervo sobre bobagens, misticismo, teorias furadas e lorotas em geral, mas que na época de sua publicação foram tratados como material sério, digno de estudo. Coisas como, por exemplo, alquimia, livros de feitiçaria, crendices, ocultismo, etc. Era uma forma dele rir da suposta seriedade do mundo literário. Enfim, um bom momento que resgata a vida e o bom humor desse grande escritor europeu. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Assassinos da Lua das Flores

Título no Brasil: Assassinos da Lua das Flores
Título Original: Killers of the Flower Moon
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Apple Studios
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Eric Roth, Martin Scorsese
Elenco: Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Lily Gladstone, John Lithgow, Brendan Fraser

Sinopse:
No começo do século XX um bando de caipiras de interior, homens brancos criminosos, começam a se casar com nativas herdeiras de vastas terras com muito petróleo em seu subsolo. Após o casamento eles planejam envenenar suas esposas, tudo com o claro objetivo de se tornarem os únicos donos do rico ouro negro! Filme indicado ao Oscar em dez categorias. 

Comentários:
Não me entenda mal, Martin Scorsese continua sendo um mestre do cinema, mas inegavelmente esse seu novo filme apresenta problemas. E é um problema conceitual. Veja, os personagens principais da história são seres asquerosos, repugnantes. Basicamente homens brancos que se aproveitavam de mulheres indígenas para roubar suas terras cheias de petróleo. E como atingiam seus objetivos? Casando com elas e depois as matando envenenadas! Como alguém em sã consciência vai criar um vínculo com esse tipo de pessoa? Não dá! E Scorsese falha miseravelmente ao tentar retratar esses caipiras homicidas com uma lente de leve simpatia e bom humor! Ficou bizarro! Eu lamento tudo isso porque o filme é tecnicamente impecável. Apresenta uma ótima produção, roteiro bem escrito e elenco classe A - embora os astros interpretem esses seres humanos de quinta categoria! Outro ponto que acredito que Scorsese errou foi na duração do filme. Mais de três horas de duração em uma história que com uma edição mais equilibrada seria contada no tempo médio dos filmes atuais. Até porque esses jovens atuais não aguentam mesmo ficar 3 horas no cinema assistindo a um filme! Alguém deveria ter alertado Scorsese sobre isso. Enfim, filme muito bem realizado, mas com uma postura equivocada em relação aos principais personagens nessa história de crime que se propõe a contar. 

Pablo Aluísio.