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sábado, 26 de agosto de 2023

Os Melhores Exércitos da Segunda Guerra Mundial

1. Exército Vermelho (União Soviética)
Não era o mais bem treinado e nem o mais bem equipado. Quando a guerra começou havia muita desorganização militar dentro do exército vermelho. Entretanto leva o titulo de melhor exército por ter tido as maiores vitórias no campo de batalha. Além de vencer sozinho o exército alemão dentro de seu próprio território, o exército vermelho também foi o primeiro a cruzar as fronteiras da Alemanha e o primeiro a chegar em Berlim. Também merece o título de melhor exército da guerra por ter libertado primeiro os terríveis campos de concentração da Europa. Os russos lutaram bravamente nessa guerra. No total morreram mais de 26 milhões de russos na guerra. Ela é chamada ainda hoje de "A grande guerra patriótica" na Rússia. 

2. U.S. Army (Estados Unidos)
Era sem dúvida o exército mais bem preparado e equipado da guerra. Os Estados Unidos contavam com a vantagem de ter seu terrítorio bem longe dos principais campos de batalha. Os americanos também contavam com o apoio da forte indústria de seu país, sempre pronta a produzir cada vez mais equipamentos militares. O exército americano teve grandes vitorias na guerra, inclusive com a bem sucedida invasão da França no Dia D e o enfrentamento direto contra o exército japonês no Pacífico Sul. Seu principal comandante, o general Dwight D. Eisenhower, iria se tornar presidente do país após o fim da guerra. 

3. Wehrmacht (Alemanha)
Eles perderam a guerra, mas isso não significa que as forças armadas da Alemanha fossem ruins ou fracas. Muito pelo contrário. No começo do conflito obtiveram grandes vitórias no campo de combate, inclusive com a invasão de vários países, chegando ao ponto de dominar a França em apenas algumas semanas. O problema da Wehrmacht era realmente de liderança. Hitler era um homem incapaz de tomar boas decisões do ponto de vista estratégico. Cercado de fanáticos e puxa-sacos ele tomou muitas decisões desastrosas para o exército alemão durante a guerra. Não é de se admirar que os principais generais alemães não gostavam dele e nem do nazismo, E o exército regular tampouco se dava brm com as tropas SS de soldados fanáticos por Hitler. 

4. British Army (Inglaterra)
Impossível negar a importância do exército britânico durante a guerra. Durante muito tempo o avanço da Alemanha Nazista contou apenas com a feroz resistência do Reino Unido. Os ingleses jamais desistiram de combater os alemães, mesmo nos piores momentos da guerra, quando Londres passou a sofrer diversos ataques durante a chamada Batalha da Inglaterra. As forças armadas inglesas não tinham todo o potencial bélico e militar dos alemães, mas tinham a força de vontade e o patriotismo necessários para vencerem a guerra. No final sua vitória foi uma exemplo de que nunca se pode desistir, mesmo diante de um inimigo muito mais poderoso. 

5. Exército Imperial (Japão)
O Japão tinha um formidável exército quando começou a segunda guerra mundial. Eram tropas bem treinadas e armadas inclusive com armas tradicionais, como espadas e sabres. Eles lutaram bravamente na chamada batalha do Pacífico. E mesmo quando se viam sem situações terríveis ainda conseguiam lutar por sua honra, até o fim. Os americanos consideravam os japoneses fanáticos por causa da adoração que tinham por seu imperador. Por isso era complicado enfrentar o exército imperial durante a guerra, no campo de batalha. Só desistiram da luta quando os americanos jogaram duas bombas atômicas sobre duas importantes cidades japonesas. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Mengele

Nessa semana terminei de ler esse livro chamado "Mengele - A História Completa do Anjo da Morte de Auschwitz", escrito pela dupla de autores Gerald L. Posner e John Ware. E quem foi Mengele? Foi um dos maiores carrascos nazistas, responsável direto pela morte de milhares de crianças, idosos, mulheres e homens judeus que foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz. Médico oficial da SS, ele era um sádico que fazia experiências pseudo científicas em pessoas. Esses experimentos não tinham nada de científico, era tudo baseado naquelas teorias racistas de superioridade racial. Mengele queria descobrir uma maneira de "apurar a raça", tentando chegar ao seu ideal de raça ariana. Um insano completo.

Para os brasileiros o livro tme um interesse a mais. Acontece que após o fim da II Guerra Mundial, Josef Mengele fugiu da Europa. Certamente se fosse preso por seus crimes seria condenado à morte. Ele então fugiu para a Argentina, onde viveu por alguns anos. O serviço secreto de Israel começou a caçar nazistas fugitivos por essa época. Outro carrasco nazista chamado Adolf Eichmann foi pego pelo Mossad justamente na Argentina. Com medo, Mengele se mudou então para o Paraguai. Conforme os caçadores de nazistas iam seguindo seus passos ele, novamente com receios de ser capturado, decidiu então fugir para o Brasil. Morou em uma fazenda em Serra Negra e depois se mudou para uma pequena casinha de periferia, um bangalô, em Eldorado Paulista, onde viveu seus últimos anos. Acabou morrendo na praia de Bertioga, após sofrer um AVC. Nunca pagou pelos seus crimes horrendos perante um tribunal internacional de crimes de guerra.

O livro disseca não apenas a vida de Mengele após sua fuga, como também as falhas do Mossad em capturá-lo. Ele morreu aos 67 anos de idade, ou seja, houve muito tempo para que o serviço secreto de Israel o capturasse. Porém problemas internos do próprio Mossad atrapalharam muito nessa caçada. Todos esses problemas de bastidores estão retratados no livro. Também são descritos as diversas teorias que eram levantadas na época. Muitos diziam que Mengele vivia em uma fortaleza nas selvas da América do Sul, cercado de homens armados e tudo o mais. Tudo besteira. O segredo para que Mengele continuasse solto foi seu modo de vida. Ele assumiu a identidade de um idoso no Brasil, o "Seu Pedro", que trabalhava com carpintaria e adorava as crianças.

Os últimos anos de Mengele no Brasil foram de pobreza. Ele vivia numa casinha, tinha muitos problemas de saúde e passou por muitas dificuldades financeiras. Sua família na Alemanha de vez em quando mandava dinheiro para ele sobreviver, mas não era suficiente. Seu filho Rolf o visitou uma única vez, em 1977, em Eldorado. Encontrou uma ruína de homem. Doente, pobre, vivendo em eterna paranoia de ser pego. Nada lembrava o oficial nazista da SS que tinha orgulho de sua posição dentro do III Reich alemão que deveria ter durado mil anos. De jovem médico, numa das melhores universidades da Alemanha, ele se tornou um fugitivo pelo resto da vida. O nazismo acabou com sua vida, mas ao mesmo tempo tudo leva a crer que ele jamais abandonou a ideologia de atrocidades que abraçou quando foi para as fileiras da SS. Enfim, um livro muito bom, muito bem escrito, produzido em cima de grande pesquisa. É especialmente recomendado para historiadores e pessoas que geral que queiram conhecer um pouco mais sobre a loucura e a atrocidade nazista e seus efeitos nefastos em todos os que cruzaram seu caminho.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Nazismo: Posição da Ideologia

Resolvi escrever algumas linhas porque ultimamente no Brasil há um intenso debate entre as pessoas sobre a real dimensão em termos ideológicos do Nazismo. Seria uma ideologia de esquerda, alinhada aos movimentos socialistas ou bem ao contrário disso seria uma ideologia nascida de um pensamento de ultra-direita? A resposta a esse questionamento é bem simples. O Nazismo como ideologia é único, singular. Não é uma ideologia socialista e nem muito menos comunista. Quem leu o que Hitler escreveu e disse em seus discursos sabe muito bem disso. Para Hitler o Marxismo era um mal a se combater, tanto que rompeu um pacto de não agressão que mantinha com o ditador Stálin da União Soviética. O motivo desse rompimento foi puramente ideológico.

Tampouco o Nazismo pode ser visto como uma ideologia de direita. Hitler não estava completamente comprometido com nenhuma das bases que formam o pensamento mais capitalista e liberal que imperava em países como Inglaterra e Estados Unidos. Nessas nações se pregava uma atuação mínima do Estado. O cidadão deveria ter toda a liberdade para trabalhar e crescer como ser humano. O Estado só deveria intervir em setores básicos como segurança pública, mantendo um status político estável para que a iniciativa privada cuidasse do resto, da economia. No Nazismo não existia esse tipo de pensamento. Para Hitler o Estado Nacional deveria ser máximo, interferindo em todos os aspectos da vida dos cidadãos. E havia mais, não poderia existir liberdades individuais que estivessem acima da vontade desse Estado máximo. Ora, dentro do capitalismo os direitos fundamentais e a liberdade são pressupostos para o desenvolvimento de um sistema sadio, que se auto regula e conserta seus próprios problemas de funcionamento. Nem o Estado do Bem Estar Social, que é de certa forma bem mais presente na vida da sociedade, consegue ser semelhante ao Estado que Hitler pregava.

Assim o Nazismo não é socialista e nem muito menos capitalista. Não é de direita e nem de esquerda. O Nazismo é único, singular, sem paralelos com outras ideologias. A ideologia nazista nasceu de particularidades próprias que existiam na Alemanha no momento de seu surgimento. Havia o ódio racial - inexistente em outras ideologias - a ideia de uma raça superior e a tese do Estado vital para o desenvolvimento da grande pátria alemã. Até mesmo o nacionalismo exacerbado do Nazismo não pode ser comparado com outras ideologias, pois era fincado no ódio e no revanchismo pela derrota alemã na I Guerra Mundial. Havia até mesmo o sistema de escravidão de raças consideradas inferiores pelos nazistas! Quem já viu um sistema capitalista funcionando com escravos? E que socialismo seria esse que transformava trabalhadores em meros escravos? Então diante de tudo isso é bom parar com as especulações. Nazismo não é socialismo e nem capitalismo, Nazismo é simplesmente Nazismo, uma ideologia própria e única.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de abril de 2011

Os Nazistas na TV

Eu vou chamar a atenção para um fato que tenho notado ultimamente na TV a cabo, principalmente em canais que abortam temas históricos como The History Channell e até mesmo National Geographic. A questão é o alto número de programas enfocando os nazistas, suas histórias, suas doutrinas, armas, arquitetura e é claro seu ícone máximo, Hitler. O que me deixou muitas vezes surpreso é que vejo poucos programas mostrando a vida dos vencedores da II Guerra Mundial. Para cada 1 programa mostrando a vida do primeiro ministro Winston Churchill deve haver pelo menos uns dez sobre Hitler. E o grande presidente Roosevelt? Não me lembro de ter assistido nada sobre ele. Já sobre Hitler, Himmler e demais líderes nazistas existem às dezenas.

Porque isso acontece? Eu estive pensando esses dias justamente sobre isso. A primeira hipótese que analisei foi o fato de que muitas desses canais de TV pertencem a grupos de judeus. Provavelmente não deixando cair no esquecimento o nazismo essas empresas queiram alertar às novas gerações sobre o perigo de ideologias como essa. Pode até fazer sentido. O problema é que muitos programas não possuem - pelo menos eu não consegui perceber isso - essa mensagem de denúncia tão óbvia. Afinal que denúncia haveria em mostrar os foguetes, navios e armas das forças do III Reich? Esse teor de alerta surge mais em programas sobre o holocausto. Nos demais não vejo algo tão incisivo assim.

Outra tese seria a de que os acontecimentos ocorridos durante o auge do nazismo foram tão absurdos que acabaram criando um conteúdo sensacionalista irresistível para o grande público. Seria a versão histórica dos programas sensacionalistas policiais que infestam as TVs abertas. Há sentido nesse tipo de afirmação? Em termos. Os nazistas se celebrizaram por não possuírem qualquer tipo de limite ético e humano. Eles realmente cometeram crimes e barbaridades inomináveis. Esse tipo de coisa sempre desperta o lado da curiosidade mórbida em cada espectador. Daí a audiência conquistada por esse tipo de programa.

Por fim e pegando um gancho com essa última hipótese é possível que o mal absoluto exerça uma atração profunda na alma humana. O próprio Hitler costumava dizer que apenas o ódio iria atrair as atenções para ele. Por isso foi um propagador de ideias de ódio, racismo e violência. Provavelmente se tivesse pregado a tolerância, a bondade e a conciliação nunca deixasse de ser um político medíocre do interior da Alemanha. Já com seus discursos de puro ódio virou um líder nacional. Por essas e outras que termino esse breve artigo dizendo que é chegado a hora também de valorizar a história dos grandes estadistas que venceram o nazismo. Há de haver um equilíbrio maior na programação desses canais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Nazismo: O Mal Absoluto

Hoje se celebra os 70 anos de libertação do complexo Auschwitz-Birkenau, o maior campo de concentração nazista. Muitas pessoas não acreditam que exista um mal absoluto no meio da humanidade, mas isso é um erro. A história dos campos de concentração do Terceiro Reich estão aí para nos lembrar que o mal absoluto existe e em condições ideais aflora de maneira monstruosa e incontrolável. Apenas as leis e uma forte e presente consciência coletiva fará com que esse mal não mais se repita. É preciso sempre educar as novas gerações, ensinar-lhes o que aconteceu e não deixar esse holocausto da alma humana se perder nas neblinas da história. O que aconteceu durante esse período talvez nunca seja completamente explicado. O que levou uma nação civilizada, culta e educada como a Alemanha a cometer atos de tamanha barbárie é em minha visão algo que sempre será um mistério completo. Por mais que a Alemanha tenha sido humilhada após a Primeira Guerra Mundial, abrindo assim o caminho para patifes como Adolf Hitler subir ao poder, nunca conseguirei compreender completamente as engrenagens dessa verdadeira indústria da morte que foi instaurada no período mais nebuloso da história humana.

Talvez a força de uma ideologia explique muita coisa. Ideologias sempre são perigosas. Quando se acreditam nelas cegamente a coisa pode tomar rumos inesperados. E isso não se refere apenas ao nazismo, mas a outras ideologias semelhantes também, como o fascismo e o comunismo. Essa última sempre me preocupou pois em países de periferia mundial como os latino-americanos a ideologia socialista ainda persiste. É trágico, mas infelizmente o Brasil hoje passa por uma profunda doutrinação socialista em escolas e universidades. Esquecem de ensinar porém que o comunismo matou mais pessoas ao longo da história do que o próprio nazismo. Se a Alemanha nazista assassinou estimados 5.5 milhões de judeus nesses campos de concentração, o famigerado líder soviético Stálin teria sido responsável pela morte de 60 milhões de soviéticos, em uma das ditaduras socialistas mais insanas e sanguinárias da história. E na Rússia comunista também havia campos de concentração e crimes contra a humanidade. Houve um holocausto vermelho. Isso porém pouco é relembrado em nosso país, o que é duplamente trágico. A perplexidade causada pelos horrores do holocausto nazista era para ser ao menos semelhante aos crimes do comunismo, mas em nosso país pouco se fala sobre isso, algumas vezes de forma tímida e acanhada. Uma tragédia educacional toma forma em nosso país de maneira silenciosa.

Os nazistas tinham uma visão deturpada do mundo. Eles se consideravam arianos puros, loiros de olhos azuis e por isso especiais. As demais raças eram ditas como inferiores e algumas deveriam ser eliminadas sumariamente. Em relação aos judeus havia esse ódio implantado por Hitler em sua obra "Mein Kampf", onde ele culpava o povo judeu pela destruição da economia alemã. Essa ideologia de ódio aos judeus porém não foi criada por ele, já existia de forma latente dentro da sociedade alemã, tanto que ele apenas a abraçou de forma fanática, resolvendo colocar em prática o que antes era apenas despeito e raiva incontidas pelo sucesso dos judeus no comércio, na indústria e nas finanças. O problema das ideologias é essa: muitas vezes elas nascem do puro ressentimento e depois tentam ganhar ares de pseudo explicação econômica, social ou científica. O próprio Karl Marx tinha esse ressentimento bem profundo em seu modo de pensar. Para ele uma pessoa bem sucedida financeiramente não poderia ter chegado lá por seus próprios méritos, mas sim por explorar os demais. Ressentimento e rancor parecem ser sempre o cimento que une os tijolos desses sistemas ideológicos. Algo na linha: "Eu sou pobre, você é rico, devo arranjar uma forma de lhe eliminar". As ideologias crescem no meio desse tipo de sentimento. Para piorar tornam cegos todos os seus seguidores. Geralmente se fecham os olhos para os crimes horrendos de seus líderes ideológicos. Aconteceu durante o nazismo e segue acontecendo também nas ideologias de esquerda que continuam a prosperar.

Em relação ao nazismo é muito complicado de entender o que de fato aconteceu, mesmo com esse tipo de tentativa de entendimento. Certamente a ideologia exerceu grande e forte influência, porém como justificar as mortes de mulheres, idosos e crianças em câmaras de gás em ritmo industrial? Qualquer pessoa com um mínimo de humanidade se recusaria a participar de algo assim, mas lá estavam os oficiais SS, muitos deles do sexo feminino, tendo até mesmo um certo sentimento de prazer sádico em matar toda aquela gente. Teria a Alemanha tido a triste sina de ver o surgimento de uma geração de psicopatas? Muitas daquelas pessoas que trabalhavam em Auschwitz-Birkenau viam aquilo como um emprego normal ou uma função que tinham que desempenhar em seu expediente normal de trabalho. Após passar o dia enviando pessoas inocentes para a morte eles trocavam de roupa e iam para casa, normalmente, jantar com suas famílias e não pareciam ter qualquer tipo de sentimento de culpa ou remorso. Sinceramente falando a mente humana pode ser um lugar escuro e sombrio em determinados momentos da história. A grande lição histórica porém de tudo o que aconteceu pode ser resumida numa frase bem singela: tenha muito cuidado com as ideologias, elas matam e desumanizam o ser humano, geralmente em ritmo industrial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os Charutos de Winston Churchill

Winston Churchill (1874 - 1965) foi o homem certo na hora exata. Quando o nazismo afiou suas garras pela Europa ele conseguiu levar o povo inglês a uma heróica resistência durante a II Guerra Mundial. Eleito primeiro ministro, substituindo o vacilante e para muitos fraco premier Neville Chamberlain, Churchill sabia que não havia como lidar com o nazismo por meros meios diplomáticos. Veterano de guerras passadas, ele logo compreendeu o que se passava na alma de seu inimigo. Os nazistas eram bestas feras que queriam conquistar toda a Europa. Por mais irracional que isso parecesse, era justamente o que estava acontecendo. Chamberlain havia se equivocado duplamente em pensar que poderia negociar com aquele tipo de gente ou que poderia abrir uma linha de amizade com os membros daquele fanático partido nacional socialista. Hitler tinha outros planos. Ele pensava sinceramente que conquistaria "a ilha", como ele gostava de chamar a Inglaterra, em pouco mais de duas semanas. Ele acreditava piamente que seria tão bem sucedida sua campanha quanto havia sido na conquista da França, que caiu de joelhos muito antes do que todos pensavam. A Blitzkrieg, a tão conhecida guerra-relâmpago nazista, havia conquistado várias regiões da Europa em tempo recorde. Os países caíram rapidamente. Polônia, Tchecoslováquia, Austria, Hungria, em nenhum deles havia qualquer sinal que algum exército europeu poderia parar os avanços do exército alemão. A França poderia resistir, mas logo se rendeu também, de forma vergonhosa para muitos. Para Hitler a Inglaterra iria pelo mesmo caminho da derrota fácil e rápida. Estava muito enganado. Se havia algo que os ingleses não estavam dispostos a fazer era se render sem luta, muita luta!

Winston Churchill levantou a moral do povo britânico, mas sem mentiras ou enganações, tão comuns em políticos populistas. Ele jamais subestimou a inteligência do povo britânico e deixou claro desde o começo que não seria fácil. No rádio afirmou que não prometia nada a não ser "Sangue, Suor e Lágrimas", uma frase que se tornou imensamente famosa em todo o mundo. No campo de batalha a Inglaterra conseguiu lutar grande parte da guerra praticamente sozinha. Os Estados Unidos tinham receios de entrar em outra grande guerra sangrenta como havia acontecido na Primeira Guerra Mundial e por essa razão adotou uma postura de neutralidade durante longo período de tempo. Apenas após o terrível e covarde ataque a Pearl Harbor por aviões japoneses, na base americana no Havaí, foi que finalmente a América entrou de corpo e alma na guerra. Esse foi um momento decisivo para Churchill pois ele sabia que desse ponto em diante não haveria mais retorno. Era impossível aos países do Eixo vencerem a guerra após a entrada dos Estados Unidos no confronto, afinal sua indústria bélica e capacidade inesgotável de produzir armamentos em série era praticamente impossível de se superar.

Outro erro de Hitler foi abrir duas frentes na Europa. Ao trair seus antigos aliados russos, invadindo a União Soviética, o ditador alemão selou seu próprio destino. Os russos não estavam bem equipados e nem tinha mais grandes comandantes em suas forças armadas, pois Stálin havia matado muitos deles antes da guerra, mas o povo russo era forte como um rocha e estava disposto a enfrentar os alemães. A rendição não era uma opção como havia sido para os franceses. Era ir até o fim, para a glória ou para o inferno. Morrer lutando nos vastos campos congelados da Rússia e países satélites sob controle de Moscou. Esse choque de ditaduras sanguinárias, de um lado o nazismo e do outro o comunismo vermelho, é certamente um dos capítulos mais interessantes da história da humanidade. Na luta para saber quem seria o ditador mais feroz venceu Stálin, um dos maiores genocidas que se tem notícia, que conseguia matar com a mesma sede de ira e velocidade os inimigos estrangeiros assim como também o seu próprio povo oprimido. Se Hitler era uma besta fera, Stálin era o próprio cavaleiro da morte do apocalipse!

Enquanto russos e alemães se matavam em solo soviético, Churchill colhia vitórias no front ocidental. Com a ajuda dos americanos ele abriu as portas para a vitória. Primeiro no dia D, a famosa invasão da Normandia, depois no avanço sem tréguas rumo ao coração da Alemanha. Quando essa finalmente caiu, coroada pelo suicídio de Hitler, a Inglaterra finalmente respirou aliviada, pois a guerra havia sido vencida. Winston Churchill foi considerado um herói e acabou aclamado por seu povo. Curiosamente em pouco tempo também perdeu as eleições, sendo destituído de seu cargo. Os britânicos sabiam muito bem que, apesar de seus atos heróicos serem louvados, não era saudável a uma democracia manter os mesmos líderes por muito tempo. Verdadeiras democracias sabem a importância de sempre haver alternância de poder (algo que o povo brasileiro aliás ainda não entendeu completamente). Assim, dando espaço para a democracia inglesa respirar, ele deixou o palco do cenário político de seu país. Depois disso Churchill virou uma pessoa querida entre os ingleses, uma lembrança de um momento em que a bravura de seu povo foi colocada à prova e venceu todos os desafios. Espirituoso e brincalhão, acabou ficando famoso por diversas tiradas irônicas que deu em festas e eventos comemorativos após a guerra. Certa vez uma senhora da fina flor da sociedade inglesa resolveu criticar seu hábito de beber e fumar em demasia (pois estava sempre com um charuto acesso entre seus dedos e um copo de whisky nas mãos). Numa festa ela não se conteve e virou para o sorridente Churchill e lhe disse em tom de desaprovação: "Se eu fosse sua mulher eu lhe daria veneno!" ao que, sem perder a piada, Churchill respondeu: "E se eu fosse seu marido tomaria o veneno de bom grado". Coisas de um homem que sabia muito bem como viver e lutar pelo que acreditava.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Hitler e os Prussianos

Hitler e os Prussianos -
É um tema curioso. Outro dia navegando por uma rede social me deparei com o anúncio da subida de Hitler ao poder. Era uma chamada de uma canal a cabo sobre História que ultimamente tem pouco de história e muito de reality shows, onde americanos ficam assistindo pessoas vendendo e comprando itens em uma loja de penhores. Mas enfim, voltemos ao tema. Esse canal estava relembrando - como sempre faz - datas históricas importantes. Uma delas era justamente da subida de Hitler ao poder. Nos comentários havia muita gente afirmando que Hitler era um gênio, um gênio do mal é verdade, mas um gênio. Outros diziam que ele de fato foi o maior estrategista militar da história, só sendo superado talvez por Napoleão Bonaparte. Por fim surgiram os realistas, com alguma noção maior de história.

Na verdade Hitler não foi um gênio, nem sobre o ponto de vista militar ele pode ser considerado algo assim. O exército alemão era formado por homens da elite prussiana, membros de famílias centenárias que enviavam seus melhores quadros para se tornarem generais de brigada. Era a nata da nata da sociedade alemã. E como eles viam Hitler? Simples de explicar. Os principais generais alemães não eram membros do partido nazista e achavam Hitler um verdadeiro imbecil. Apenas isso. Claro que conforme a ditadura nazista ia ficando cada vez mais brutal, com assassinatos em massa, muitos pularam o barco se unindo ao partido nazista, mas se olharmos bem os generais o faziam por puro instinto de sobrevivência, não apenas física, mas também política. Hitler estava disposto a eliminar qualquer um que lhe fizesse oposição e por isso não ser membro do partido nazista era quase como um suicídio pessoal dentro do Reich naquele período brutal da história.

Mesmo assim a opinião desses altos oficiais não havia mudado. Eles viam Hitler como um anão militar, um sujeito que não entendia muito de estratégia militar. Tanto isso é verdade que nas salas reservadas do exército alemão havia um pânico concreto que ele iria levar à nação a um desastre de proporções épicas - como levou aliás. Hitler havia chegado ao humilde posto de cabo quando serviu na Primeira Guerra Mundial. E era justamente essa imagem que muitos generais de cinco estrelas viam quando estavam ao seu lado. O Führer tinha momentos de pura megalomania. Enquanto suas campanhas iam dando certo os militares alemães não viam condições de lhe criticar, porém quando os exércitos do Eixo começaram a sofrer duras derrotas no campo de batalha ficou claro para todos que a guerra seria perdida pelas idiotices cometidas por Hitler. Uma delas - talvez a pior, aquela que lhe custou a guerra - foi justamente abrir duas frentes, uma ocidental e outra oriental ao cometer o bárbaro erro de invadir a União Soviética. A Alemanha naquele momento não tinha homens suficientes e nem equipamentos para entrar em uma campanha tão louca do ponto de vista estratégico. O resultado que se viu foi as tropas alemãs morrendo de frio no rigoroso inverno russo. Os que sobreviveram foram aniquilados pelo exército vermelho.

Hitler tinha vários momentos de pura loucura. A maior tragédia do povo alemão foi que ninguém o parou a tempo. A ideologia nazista criou um aparato de propaganda jamais visto. A sociedade alemã foi bombardeada por anúncios e cartazes pregando a subida ao poder de um homem acima do bem e do mal, quase divino, que iria resgatar a nação ariana das humilhações que sofreu após a derrota na Primeira Guerra Mundial. Um "salvador da pátria" amparado por uma ideologia destrutiva e fanática. Já para seus generais prussianos Hitler era um bufão, um populista medíocre que conseguiu se apoderar do governo alemão - e pasmem, em um momento em que a Alemanha gozava de plena democracia e onde todos os poderes institucionais de direito funcionavam perfeitamente. Como isso pôde acontecer? O nazismo e o próprio Hitler provou lá atrás, na história, que infelizmente a democracia não é infalível, pelo contrário, ditaduras perigosas e líderes corruptos também podem perfeitamente subir ao poder e desestruturar completamente uma nação, por mais desenvolvida, democrática e desenvolvida que ela fosse. Assim ficam as lições da história para podermos entender o próprio quadro atual que se abate sobre todos nós.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os Carrascos Voluntários de Hitler

O autor desse livro, Daniel Jonah Goldhagen, é professor de história em Harvard. Sua tese de doutorado acabou dando origem a essa obra que ao chegar na livrarias ganhou o subtítulo explicativo de "O povo alemão e o Holocausto". Uma leitura muito conveniente nessa semana em que se celebram os setenta anos de libertação de Auschwitz. Esse livro toca em um assunto delicado. Logo após o fim da segunda guerra mundial criou-se uma mentalidade de que o povo alemão teria sido vítima do nazismo e não cúmplice como inicialmente seria de se supor. Pois bem, para o autor Goldhagen isso seria uma meia verdade. Ele demonstra nesse livro, através de intensa pesquisa, que obviamente não se pode generalizar, apontando o dedo para todos os alemães que viveram aquele terrível período histórico do nazismo, mas que também não se pode negar que algo muito sinistro ocorreu no seio daquele povo, inclusive com sua ativa participação no que depois ficou conhecido como o holocausto. Para isso o escritor traz à tona vários exemplos de atrocidades cometidas pelos próprios civis. Pessoas comuns que da noite para o dia se tornavam assassinas de judeus, de forma completamente voluntária.

Para defender sua tese ele recuperou fatos históricos de assombrar qualquer pessoa com um mínimo de humanidade em sua alma. Em um deles ele apurou um tipo de "passatempo" que se tornou comum entre os alemães durante a guerra: o da caça aos judeus! O que seria isso? Com o aumento da perseguição nazista muitos grupos de judeus fugiram para regiões remotas, alguns inclusive, em desespero completo, fugiram em direção aos bosques e florestas das regiões rurais mais distantes da Alemanha. Em vista disso foram formados grupos de caça a esses judeus, tal como se fossem os tradicionais festejos de caça à raposa, muito popular na Inglaterra. O problema é que eles não estavam atrás de raposas, mas sim de seres humanos, crianças, velhos e mulheres indefesas. Algo realmente revoltante. Com armas na mão, iam até esses lugares remotos em busca de judeus. Ao encontrá-los não pensavam duas vezes e os executavam ali mesmo, no meio do nada.

Assim tente imaginar o quadro monstruoso: fim de semana, um grupo de jovens alemães decidem pegar suas armas para irem até os bosques e florestas locais. Eles não faziam parte do exército do Reich e nem tampouco eram agentes da SS. Mesmo assim poderiam ser tão cruéis e sádicos como se fossem. O livro relata diversas chacinas acontecidas nessas ocasiões. Em um delas um grupo desses voluntários encontrou um refúgio de judeus no meio da mata fechada. Estavam todos literalmente em buracos no chão, escondidos. Tudo o que se ouvia eram choros de crianças e mulheres. O que fizeram então esses caçadores civis de judeus? Jogaram várias granadas de mão no buraco! Imagine o grau de perversidade e desumanidade envolvidas em algo tão tenebroso assim. Relatos como esse permeiam toda a leitura. Há também histórias bem tristes envolvendo pequenos campos de concentração espalhados por todo o território alemão, alguns inclusive bem próximos de Berlim. Esses mini-campos em pouco se assemelhavam aos mais famosos como o complexo de Auschwitz - Birkenau, mas poderia ser tão mortais quanto eles.

Eram campos de alta rotatividade, onde não se poderia perder muito tempo com a solução final! Assim as pessoas saiam dos trens de carga direto para câmaras de gás instalados em pequenos casebres de madeira. O mais chocante é saber que muitos desses campos eram servidos de voluntários, pessoas das redondezas, que participavam dos protocolos de morte por uma suposta paixão à ideologia nazista! Pior do que isso, eles tinham orgulho em participar de algo assim. Em contrapartida a essa fidelidade fanática os nazistas davam carta branca a esses voluntários civis. Eles poderiam fazer o que bem entendessem com os judeus que encontrassem pela frente. Podiam matar todos eles ou torturar os grupos que quisessem, como bem entendessem. Era o inferno na Terra. Diante de um livro como esse fica a pergunta: todo o povo alemão deve ser responsabilizado pelo holocausto? Certamente não! Muitas pessoas, inclusive as que odiavam o partido nazista, perderam suas vidas por tentarem criar uma espécie de oposição a esse regime. Esses alemães não podem ser culpados pelo que aconteceu. Eles na verdade devem ser considerados verdadeiros heróis. Agora, a outra conclusão simplista de que apenas os nazistas graduados teriam sido os culpados também deve ser deixada de lado. Muitos membros da sociedade civil da Alemanha cometeram atrocidades e chacinas por livre e espontânea vontade. O livro de Daniel Jonah Goldhagen vem justamente para trazer uma luz sobre essa questão. Fica assim a lição de que uma ideologia assassina e cruel pode até mesmo transformar pessoas comuns em bestas assassinas. Holocausto nunca mais!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Batalha da Inglaterra

O sonho de Hitler era invadir a Inglaterra logo após a queda da França e demais países do leste europeu. Afinal de contas ele estava mesmo em seu auge de conquista. A tática alemã de guerra relâmpago (Blitzkrieg) havia colhido excelentes frutos. A rendição do exército francês pegou todos de surpresa, uma vez que o país era um potência militar desde os tempos de Napoleão Bonaparte. O que Hitler não levou em conta foi o fato de que os ingleses não iriam se render de forma tão fácil, pelo contrário, iriam lutar até o último homem. Em discurso pelo rádio o primeiro ministro Winston Churchill garantiu que o povo inglês jamais se entregaria ao nazismo. Em uma frase que ficou famosa ele declarou: "Não prometo nada, apenas sangue, suor e lágrimas". E assim foi.

O plano de Hitler tinha dois objetivos bem claros, duas etapas. O primeiro seria destruir as forças armadas inglesas com bombardeios diários nas principais cidades inglesas e seus centros industriais. Depois quando o complexo militar britânico estivesse de joelhos começaria a invasão pela costa sul da ilha. Mais uma vez Hitler e seus generais não levaram em conta a força de resistência do império britânico. De fato os alemães jamais colocariam as botas em solo inglês. A tão falada operação aérea se revelou logo um desastre.

Apesar de ter grande poderio a Luftwaffe, força aérea nazista, não foi páreo para a RAF (A força real inglesa), que foi para o confronto direto usando caças mais ágeis, facéis de manobrar e com mais poder de fogo. Os aviões alemães eram de fato muito bons, porém se mostraram pesados no ar, com pouca versatilidade e autonomia. A tecnologia de ponta do caça Spitfire, proporcionando grande poder de manobra dos aviões ingleses foi decisivo para sua vitória no espaço aéreo. Com baixas de elevado número não houve como completar a segunda fase da invasão da Inglaterra, uma vez que os ingleses se mostraram fortes o suficiente para destruir os planos de Hitler nos ares da Grã-Bretanha.
 
RAF Spitfires e Hurricanes
A defesa da pátria durante a Batalha da Grã-Bretanha foi dominado pela parceria entre os aviões RAF Spitfires e Hurricanes, monoplanos, com assento único e quatro pares de metralhadoras Browning. Os dois aviões de combate entraram em serviço com apenas poucos meses de diferença. O Hurricane era uma aeronave robusta, com uma plataforma de arma estável, capaz de absorver uma enorme quantidade de danos durante a batalha, um poder de resistência bem maior do que o Spitfire ou o seu adversário alemão Bf-109.

Ele foi projetado por Sir Sydney Camm e foi o último de uma longa linha de aeronaves Hawker, todos caracterizados pela sua construção robusta, primorosa. Ao longo da guerra estima-se que o Hurricane tenha abatidos 656 combatentes inimigos e bombardeiros, contra 529 aviões destruídos pelos Spitfires. Por sua vez, era uma aeronave extremamente avançada - um metal especialmente desenvolvido, originando um monoplano com trem de pouso retrátil, cockpit fechado e oito armamentos pesados de combate. Os primeiros Hurricanes entraram em serviço em dezembro de 1937. Foi um avião essencial na derrota da batalha da Inglaterra. O Spitfire, foi projetado e construído por Reginald Mitchell J. Logo se tornou a última palavra em tecnologia de uma longa linha de desenvolvimento da indústria bélica inglesa. 

O grande diferencial foi a abordagem de um projeto diferente, inovador. Sua asa elíptica clássica foi o resultado de provas de velocidade realizadas na década de 30. O design acabou vencendo o Troféu Schneider de inovações de guerra. Durante os testes, ligas leves foram projetadas para reduzir o peso, dando ao caça qualidades aerodinâmicas perfeitas. A potência do motor também exigiu a criação de combustíveis especiais. O resultado de tudo isso foi um salto de qualidade no desenvolvimento de projeto de aeronaves monoplano. com grandes avanços na tecnologia de motor que foi compartilhada por ambas as aeronaves.


Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Stálin: Sangue e Morte ao Povo Russo

Stálin foi um dos maiores genocidas da história. Líder máximo do regime comunista socialista soviético, ele matou milhões de pessoas. Sua liderança foi uma das mais brutais que se tem notícia. Não raro Stálin ordenava a execução de milhares de russos, muitos eram deportados para a fria e distante Sibéria e lá morriam, geralmente de fome e frio, sem nem ao menos saber do que eram acusados. Por isso causa muita estranheza a um jovem ouvir de qualquer líder socialista brasileiro que ele é um autêntico "Stalinista" - o que estaria tentando dizer com isso? Que era também a favor dos genocídios promovidos por Stálin?

No fim da vida o ditador começa a dar sinais que estava ficando completamente louco. Não dormia mais como uma pessoa comum e promovia longos jantares no Kremlin, em horários indecentes e inapropriados. Não raro Stálin convocava seu gabinete de governo para ir jantar com ele... às quatro horas da manhã! Esses jantares eram verdadeiros momentos de terror e tensão para seus aliados mais próximos pois a qualquer momento Stálin poderia se indispor com um deles à mesa e isso significava apenas uma coisa: que ele seria assassinado antes do nascer do sol. Não era algo incomum Stálin implicar com algum membro de seu governo durante o jantar. Muitas vezes não havia razão para isso mas Stálin gostava de manter todos apavorados. De repente durante um jantar sem fim ele poderia mandar todos calarem a boca, olhar para alguém na mesa e perguntar: "Por que você está com esse olhar estranho hoje? Está pensando em algo? Está conspirando contra mim?". Depois disso o sujeito alvo poderia se considerar morto pois era quase certo Stálin mandar que fosse fuzilado nos campos ao redor do Kremlin.

Tão paranóico ficou em seus últimos dias que as pessoas do Kremlin temiam até mesmo falar ou se encontrar com ele em sua sala. Em seu último mês de vida Stálin estava convencido que havia um complô para lhe matar. Embora tenha lutado contra Hitler e o regime nazista, Stálin era tão antissemita quanto o ditador alemão. Odiava judeus em geral. Um de seus últimos decretos condenava um grupo de intelectuais judeus à morte. A maioria deles eram médicos da universidade de Moscou, cientistas e homens brilhantes. Stálin não quis nem saber, mandou todos para a morte e não foi só - matou suas esposas, filhos e até tios, caso fossem muito próximos. A morte desses intelectuais judeus foi logo interpretado pelo povo como uma nova onda de mortes promovidas pelo regime Stalinista que estava por vir.

Alguns dias antes de morrer Stálin comentou com pessoas próximas que iria realizar um "ataque nuclear contra os Estados Unidos" pois dizia que mais cedo ou mais tarde a Rússia seria varrida do mapa pelos americanos. Assim na dúvida era melhor destruir a América antes. Segundo algumas biografias isso acabou selando o destino do insano ditador. Os membros mais próximos de seu gabinete chegaram na conclusão que seria melhor matar Stálin antes que ele levasse o mundo à destruição completa. E assim o fizeram. O velho e paranóico Stálin teria sido encurralado em seu escritório e morto asfixiado por Beria, um psicopata que liderava o serviço secreto russo, com a ajuda de Nikita Khrushchov. Assim salvariam o mundo de um trágico destino. Oficialmente foi comunicado ao povo que Stálin havia morrido "do coração" e nada mais.

Stálin foi enterrado sob forte comoção do povo russo, que havia sido submetido a décadas de culto à personalidade do líder soviético. Depois de pouco tempo porém sua imagem onipresente foi sendo varrida do mapa. Nas ruas, praças e prédios públicos, Stálin foi gradualmente sumindo. Na convenção anual do partido comunista o agora líder Khrushchov resolveu tornar públicas as acusações de crimes contra a humanidade promovidas pelo louco insano Stálin. Em determinado momento assumiu que o regime de Stálin havia matado mais pessoas do que a ditadura nazista do Terceiro Reich de Adolf Hitler. Era uma forma de passar a limpo uma das fases mais sangrentas e aterrorizadoras da história do comunismo soviético.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de março de 2008

Stálin e a URSS

Acredito que atualmente os jovens nem saibam o que significa a sigla URSS, CCCP na língua original. E que realmente essas letras queriam dizer? União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Foi a maior experiência concreta de se colocar as ideias de Karl Marx comandando os rumos de um grande país (o maior em extensão territorial) que unia diversas nações sob o comando de ferro da Rússia comunista. A URSS era uma criação política centralizadora e artificial. Sob o peso do poderio bélico russo diversas nações, com línguas e costumes diferentes, foram colocadas sob o regime socialista. Havia desde grandes países como Ucrânia, até pequenos países muçulmanos ao sul, de povos orientais ao leste e republiquetas europeias, todas debaixo da opressão do regime soviético.

A propriedade privada foi abolida. Todos os meios de produção passaram a ser do Estado. A iniciativa privada foi descartada. Empresas e companhias passavam a pertencer a União Soviética. Toda a economia seria planejada por burocratas de Moscou. A vida de todas as pessoas passavam a pertencer ao Estado máximo. Os poderes legislativos e o judiciário deixaram de ser independentes. Todos deveriam ficar sob estrito controle do poder executivo forte, representado por um líder supremo. A união de todos os poderes, como bem sabemos, é o que define o surgimento de uma ditadura. Esse ditador com poderes máximos seria também o líder do único partido político existente, o Partido Comunista. Direitos individuais deixaram de existir. Havia controle dos meios de comunicação, dos jornais, da televisão. Todos eram controlados pelo Estado. A censura era política de Estado. As artes igualmente ficavam sob domínio absoluto do governo central. O mesmo era direcionado para livros, revistas e qualquer outro sistema de imprensa. Nenhuma crítica ao líder supremo era tolerada e qualquer desvio nesse aspecto era considerado crime punido com prisão perpétua ou morte.O destino de quem ousava discordar do governo soviético era a fria e distante Sibéria, onde muitos morriam congelados, executados ou de inanição.

Se Lênin foi um arquiteto inicial desse regime de poder, sem qualquer tipo de respeito pela vida humana, seu sucessor, Josef Stálin, conseguiu lhe superar. Ele nasceu em um lugar remoto dentro do vasto Império Russo, em Góri, na Geórgia. O pai era alcoólatra e violento, constantemente batendo na esposa e nos filhos. Desde criança Stálin descobriu que não havia perdão em sua casa paterna, essa era uma palavra inexistente no vocabulário do pai, algo que ele levaria para sua vida política. Sua mãe viu que não haveria esperanças para ele, então o matriculou numa escola religiosa da Igreja Ortodoxa. Talvez lá o jovem Stalin tomasse gosto pela vida sacerdotal.

Não foi isso que ele quis. Sua sorte foi que naquela escola ele acabou tendo uma educação primorosa que o transformou em um jovem intelectual. As imagens de um Stálin rude e iletrado não correspondem à verdade dos fatos. Ele tinha grande conhecimento de literatura marxista, a tal ponto que muitas vezes causou embaraços no próprio Lênin que jamais confiou nele. Quando esse morreu abriu-se a sucessão para saber quem seria o novo líder da União Soviética. O sucessor natural seria Leon Trótsky, considerado um grande pensador e ideólogo do comunismo russo. Escritor, intelectual e versátil, ele era seguramente uma excelente opção. Stálin, que havia subido aos mais altos graus do partido por causa de sua militância socialista, do dia a dia, da prática diária das ruas, via o oposto disso. Achava que Trótsky não tinha a vivência prática para levar aquela nação em frente. Usando do modo de agir de seu pai resolveu a questão na base da pura violência. Seus opositores, aliados de Trótsky, foram mortos e depois o próprio Leon foi caçado e morto a golpes de picareta no México, para onde havia fugido com medo de Stálin.

A partir desse ponto não houve mais limites para seu poder. Ele exterminou todos os inimigos políticos, implantou um regime policial de puro terror e começou a eliminar qualquer foco de oposição. Completamente paranoico Stálin mandou matar altos membros do Partido Comunista, suas famílias e parentes. Dentro do exército eliminou qualquer um que representasse uma ameaça, o que custaria caro depois quando Hitler invadiu a União Soviética na Segunda Guerra Mundial. Seus mais competentes oficiais já tinham sido executados. Mesmo assim o Exército Vermelho superou esses problemas e acabou destruindo a Alemanha Nazista. Quando a Guerra acabou, Stálin estava feliz e glorificado pelo povo russo. Ele criou uma rede de culto à sua própria personalidade que o colocou em uma posição de pai da pátria, maior russo de toda a história! Era maior do que um herói nacional, era quase a personificação de um semi Deus do socialismo. Um homem perfeito, isento de falhas e erros. Sua biografia (completamente manipulada pelos membros do Partido) era ensinada nas escolas e universidades como matéria obrigatória. Ele era o exemplo máximo a seguir. Nas escolas os livros citavam o camarada Stálin em todos os assuntos, mesmo se fossem sobre ciência e assuntos que o próprio Stálin sequer conhecia. Tudo ao redor parecia remeter ao ditador. Em cada esquina havia uma enorme estátua do amado líder ou um enorme cartaz de propaganda com seu rosto. Até hoje o regime Stalinista é estudado por causa da imensa propaganda política que foi criada. O termo Stalinista passou a ser usado como sinônimo de culto à personalidade dentro da ciência política.

Stálin porém queria mais. As mortes continuaram e estima-se que ele foi responsável por milhões de assassinatos políticos. Stálin também implantou uma enorme rede de espionagem dentro da sociedade, onde cada um poderia denunciar seu vizinho por "atitudes anti revolucionárias". Isso criou um clima de terror dentro das cidades, com prisões arbitrárias e sem julgamento. Isolado em seu quartel general o velho ditador ia a cada dia ficando mais paranoico a ponto de confessar a um assessor: "Estou acabado, não confio em mais ninguém, nem em mim mesmo!". Ele terminou seus dias completamente isolado a sozinho, já que havia mandado matar praticamente todos os seus parentes, com medo de conspirações que só existiam em sua mente perturbada. Stalin morreu de um derrame em seu escritório no Kremlin. Ao cair no chão ele ficou sem atendimento por longo tempo porque seus próprios guardas tinham medo de entrar no escritório para saber o que se passava lá dentro. Seus crimes foram denunciados com extrema coragem por Nikita Khrushchov que o sucedeu. Ele expôs em plena reunião do Partido Comunista quem foi realmente Josef Stalin, um verdadeiro assassino de massas, que causou destruição e morte por onde passou. Um verdadeiro louco homicida no poder. E qual é a grande lição que a URSS trouxe para todos? A de que o poder absoluto corrompe o homem. Apenas poderes separados conseguem delimitar o poder político. Fora disso só existe barbárie e morte sistemática promovida por um Estado sem freios. Todas as ditaduras são corrompidas. Apesar de todos os seus problemas, apenas a democracia resguarda a liberdade e o progresso de uma nação. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Hitler e o Holocausto

Inicialmente Hitler não tinha o plano de exterminar o povo judeu. Ele procurava por outra saída, algo no sentido de expulsar os judeus da Alemanha, num programa de migração forçada deles. Era algo no sentido de transformar a vida dos judeus em algo tão insuportável que eles teriam que ir embora. Não havia política de extermínio. Assim o Estado alemão iria fazer vista grossa contra as barbaridades cometidas contra o povo judeu. Eles teriam suas lojas depredadas por pessoas do povo alemão e a polícia não faria nada para impedir, mesmo que tais atos de violência fossem contra a lei. E assim foi feito.

Só mais tarde, quando a insanidade nazista chegou a um ponto absoluto, de não volta, é que finalmente o regime adotou a política de extermínio, chamada de "solução final", ou seja, a eliminação física dos judeus em campos de concentração, a maioria deles localizadas em vastos campos na Polônia ocupada. A solução era tão suja e bárbara que não deveria ser feita, pelo menos opcionalmente, em solo alemão.

O holocausto levou milhões de judeus e outras minorias à morte, em um quadro de assassinato em massa. Mulheres, crianças, idosos, deficientes físicos, todos foram mortos em câmaras de gás, ou por doenças contraídas nos próprios campos de extermínio. O holocausto certamente foi o maior crime já cometido na história da humanidade. E tudo começou pelo fato de Hitler odiar os judeus e todos os povos que não eram considerados arianos, de origem pura dentro da mentalidade distorcida dos nazistas.

Por fim e não menos importante, não se deixe convencer por teorias de revisionismo histórico, como aquelas que negam o holocausto ou que eximem Hitler de ter participado no planejamento e execução desse triste capítulo da história da Alemanha. É fato que embora não tenha sido esse seu plano inicial, logo depois ele concordou plenamente com o extermínio dos judeus, extermínio esse físico, matança em série, generalizada. Hitler foi tão culpado quanto Himmler, o chefe da SS que supervisionou tudo pessoalmente. Ele tinha ciência do crime, concordou com ele e deu suporte do aparato alemão para que tudo fosse feito. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de março de 2008

Os Melhores Aviões da Segunda Guerra Mundial


1. Spitfire
Mais do que um caça eficiente, o Spitfire foi um verdadeiro símbolo de resistência da Inglaterra contra os avanços e ataques da Força Aérea do Reich alemão. A Royal Air Force produziu mais de 20 mil unidades durante a guerra, com várias modificações nos sucessivos modelos que foram fabricados. O famoso caça só deixou de ser produzido durante os anos 50, quando se tornou obsoleto em termos tecnológicos.


2. Mustang
Esse foi o principal caça americano durante a II Guerra Mundial. Tinha o apelido de "Cadillac do céu" pois na época o carro mais vendido e desejado pelos americanos era justamente o Cadillac, símbolo de poder e status. Curiosamente muitos especialistas dizem que o Mustang não era assim um avião tão avançado. Em certos aspectos ele era bem inferior do que o Spitfire, porém foi produzido em larga escala (mais de 15 mil unidades) fazendo com que a quantidade falasse mais alto do que a qualidade propriamente dita.


3. Thunderbolt 
Outro símbolo americano na guerra o caça P-47 Thunderbolt se notabilizava pelo poder de fogo pois era armado com uma metralhadora de alto poder de destruição. Por essa razão era o caça preferido para ser usado em missões de combate contra aviões inimigos nos céus da Europa. Sua metralhadora Ponto 50 era fatal contra os aviões da Alemanha Nazista. Também se destacava pela grande autonomia de voo. Um avião realmente acima da média.


4. Messerschmitt Bf 109
Esse foi o avião alemão mais produzido durante a guerra. O próprio Hitler gostava bastante do fato dele ser bem eclético, funcionando para diversos usos diferentes. No total foram produzidos mais de 30 mil unidades desde quando surgiu nos céus pela primeira vez, ainda durante a guerra civil espanhola. Com a supremacia dos americanos e ingleses nos ares a Deutsche Luftwaffe (a força aérea da Alemanha) acabou sendo destruída e praticamente nenhum exemplar desse famoso avião sobreviveu à guerra. Hoje em dia encontrar um exemplar original é uma verdadeira raridade.



5. Zero
Também foi um dos caças mais famosos da II Guerra Mundial. O Mitsubishi A6M Zero-Sen foi o caça mais usado pelo Japão imperial durante o conflito, tendo participado intensamente da chamada Guerra do Pacífico. Foi com esse caça que os japoneses fizeram o ataque ao porto americano de Pearl Harbor, fato que fez com que os americanos entrassem definitivamente na Guerra, selando definitivamente o destino do Japão, derrotado alguns anos depois com um ataque nuclear devastador sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de março de 2008

II Guerra Mundial - Tropas SS

Durante a II Guerra Mundial poucas tropas causaram tanto terror e medo como as famigeradas SS. Os soldados que fizeram parte de suas fileiras despertavam medo e repulsa até mesmo dos demais membros do exército alemão. Para muitos oficiais os membros da SS não passavam de fanáticos nazistas, que tinham passado por uma verdadeira lavagem cerebral com o pior que o partido Nazista tinha a oferecer. A SS era conhecida como a "elite racial" do futuro nazista. Cabia aos seus membros a segurança da ideologia nazista, a identificação de etnias danosas aos arianos alemães, a liquidação dessas populações e a coleta de inteligência e análise desses grupos. Como estavam profundamente envolvidos na política da solução zero - com a eliminação de judeus e demais etnias inferiores, segundo a visão dos nazistas - a SS teve papel fundamental dentro dos campos de concentração do Reich. A SS foi assim personagem central dentro do holocausto que se seguiu.

O comando da SS estava nas mãos de Heinrich Himmler, braço direito de Hitler. O curioso é que Himmler logo pensou em transformar os membros da SS em um estado dentro do próprio estado alemão. Eles tinham seu próprio código de ética, seus próprios lemas e realizavam rituais singulares dentro do QG da tropa em um castelo que Himmler logo transformou em santuário. Os membros da SS zelavam pela pureza racial e pela profunda lealdade ao seu líder máximo, Hitler. Isso lhes deu uma fama de fanáticos e homens determinados a realizar qualquer missão, independente de sua finalidade. Tais homens com esse tipo de pensamento se tornaram máquinas eficientes de matar, realizando missões que para os demais membros das forças armadas da Alemanha eram eticamente desprezíveis como matar crianças, mulheres, velhos e pessoas indefesas.

O lema máximo das tropas SS era: "Minha honra é a lealdade". Eles usavam fardamento distinto dos demais membros das armas alemãs e tinham uma caveira como insígnia de reconhecimento. Com o fim da guerra a e derrota nazista muitos de seus membros fugiram, tentaram cruzar o oceano em direção à América do Sul, pois muitos deles cometeram terríveis crimes de guerra. Hoje em dia a SS é vista como um exemplo perfeito de como a ideologia política e partidária pode prejudicar completamente os objetivos de uma força militar, por mais bem treinada que seja. Quando a ideologia do partido se sobrepõe aos interesses de uma nação os mais altos valores de um exército se perdem completamente. Além disso os membros da SS se tornaram infames na história pelos horríveis crimes contra a humanidade que cometeram. Muitos foram condenados à morte após o fim da guerra, em julgamentos que tentaram pelo menos trazer justiça às vítimas desses psicopatas fardados. Infelizmente milhões morreram sob sua guarda em um momento terrível da II Guerra Mundial, o Holocausto, algo que jamais poderá se repetir pela brutalidade que foi cometida contra pessoas indefesas e inocentes.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de março de 2008

II Guerra Mundial - A Guerra nas Ardenas

A Segunda Guerra Mundial já caminhava para seu fim quando Hitler resolveu jogar sua última e desesperada cartada final. Ele ordenou que o exército alemão começasse uma grande ofensiva em direção ao inimigo que desde a invasão à Normandia no Dia D só avançava cada vez mais em direção à Alemanha. Para Hitler era necessário sair da posição defensiva para partir para o ataque, assumindo assim a posição de iniciativa que tantos frutos deram ao exército alemão no começo da guerra. O campo onde essa ofensiva iria começar seria localizado nas florestas frias e montanhosas das Ardenas.

O interessante é que o alto comando aliado, nas pessoas dos generais Dwight D. Eisenhower e Thomas W. Bradley, não acreditavam nessa invasão. Era o inverno, as tropas alemãs estavam com problemas decorrentes das várias derrotas sofridas nas frentes ocidental e oriental e não havia recursos suficientes para uma grande ofensiva. Apenas Patton desconfiou que Hitler iria agir contra todas as previsões, mandando que suas forças nazistas avançassem para surpreender ingleses e americanos. Ele tinha razão. Hitler não era um comandante que agia sempre com a razão. Muitas vezes a emoção falava mais alto e isso significava que ele iria levar em frente algo que militarmente não tinha muitas chances de sucesso. Afinal em última análise Hitler era praticamente um louco.

Assim começaram os ataques, mas como era de se prever tudo se revelou desastroso no campo de batalha. A Alemanha já havia perdido seus melhores homens, seja na Rússia, seja na tentativa de conter o avanço aliado. As tropas que estavam lutando nas Ardenas eram mal equipadas, mal treinadas e sem experiência. Havia também problemas de logística. A força aérea da Alemanha, a Luftwaffe, não tinha mais caças suficientes para fazer frente aos aviões americanos e ingleses. Em solo as coisas iam de mal a pior. Geralmente os tanques alemães ficavam sem combustível, consequência das precárias condições econômicas da indústria do próprio país que estava em frangalhos.

O frio e a fome também eram companheiras constantes dos soldados da Wehrmacht. As comunicações eram ruins também. Para se ter uma ideia vários aviões de combate da Alemanha foram abatidos pela própria artilharia nazista. Havia um hiato de quatro horas entre o pedido de apoio aéreo e a chegada dos caças, o que invariavelmente deixava os soldados do Reich desorientados, sem saber se eram aviões inimigos ou nazistas. O resultado foi desastroso. Apesar de algumas vitórias iniciais e ocasionais o exército de Hitler não teve outra saída a não ser se render após algumas semanas. Afinal, como todos já sabiam, a guerra já estava praticamente perdida para os nazistas.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de março de 2008

Os Diários de Himmler

Ele foi um dos mais nefastos nazistas da história. Considerado o braço direito de Hitler acabou criando as tropas SS, que ficaram conhecidas pela brutalidade com que tratava os judeus nos campos de concentração. Durante muito tempo surgiram historiadores "revisionistas" que procuraram amenizar a culpa de líderes nazistas como Himmler no Holocausto. Pois bem uma série de textos escritos pelo próprio em seu diário foram divulgados recentemente pelo arquivo militar russo.

Em um dos trechos Heinrich Himmler escreveu: "O povo judeu está sendo exterminado. Para os membros do partido isso deve ser considerado como algo claro, pois sempre esteve em nossos planos. De fato estamos exterminando o povo judeu, resolvendo um pequeno assunto em nossa pauta". Depois elogiando o trabalho daqueles que atuavam diretamente no holocausto Himmler ponderou: "Estamos realizando essa difícil tarefa em amor ao nosso povo. E não temos qualquer problema com isso, pois nossa alma e nosso caráter estão intactos".

Essas eram notas escritas por Himmler para serem usadas em seu discurso aos membros da SS situados na Polônia, onde havia os maiores campos de concentração do regime nazista. A forma como Himmler expõe o tema deixa transparecer que era algo que todos sabiam. Ele não demonstra em seus escritos nenhum sentimento de remorso ou tristeza pelo que estava acontecendo, longe disso, para Himmler a destruição de todos os povos não arianos era apenas uma questão objetiva, que deveria ser colocada em prática.

Esses diários referentes aos anos de 1938, 1943 e 1944 foram capturados por forças do exército russo no final da guerra. Muitos trechos descrevem a presença do líder nazista em almoços comemorativos realizados dentro dos próprios campos de concentração de Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen. Enquanto milhões de seres humanos eram mortos nas câmaras de gás e depois queimados em fornos industriais, Himmler desfrutava de elegantes banquetes ao lado de outros membros do partido nazista como Joseph Goebbels. Esse infame nazista foi capturado pelos ingleses no dia 21 de maio de 1945 quando o III Reich já estava em ruínas. Antes de ser julgado e condenado à morte em Nuremberg ele se matou com uma cápsula de cianureto em sua cela na prisão.

Pablo Aluísio.

II Guerra Mundial: Armstrong Whitworth Whitley

Um avião histórico para a RAF (Royal Air Force) da Inglaterra. Foi o primeiro bombardeiro construído para ter longa autonomia de ação, logo no começo da Segunda Guerra Mundial. Alvo de ataques nazistas os ingleses sentiram a necessidade de construir um avião que também tivesse a capacidade de cruzar os céus europeus para jogar bombas nas cidades da Alemanha nazista. De fato a aeronave teve a "honra" de ter sido a primeira a jogar bombas em Berlim, a cidade onde Hitler havia dito que nenhum bombardeio iria cair sobre os cidadãos da sua estimada Alemanha. Além dessa importante missão estratégica o Armstrong Whitworth Whitley também foi peça vital na guerra anti-submarina, quando foi usado para lançar cargas de profundidade contra alvos inimigos.

No total o avião realizou mais de mil missões pelos céus ingleses, isso em um dos momentos mais delicados da história do império britânico. Estima-se que mais de 250 aviadores perderam suas vidas em confrontos com caças alemães durante essas missões. Em contrapartida mais de 2000 tripulantes voaram no bombardeiro e sobreviveram para contar sua história. Seu design em formato de charuto era muito eficiente para suportar as duras condições de vôo. No geral foi de fato uma das aeronaves mais marcantes da Segunda Guerra Mundial.


A tripulação era composta de cinco homens. O avião tinha 25 metros de largura por 4 de altura. Possuía dois motores Rolls Royce de grande potência e conseguia atingir uma velocidade de cruzeiro de 370 km/h. Seu raio de ação era de até 2.500 km, o que possibilitava ir até a Alemanha, soltar suas bombas e retornar com segurança à Inglaterra. Em termos de armamento o Armstrong Whitworth Whitley era equipado com três metralhadoras Browning 7.7 mm localizadas em pontos estratégicos do bombardeiro. Tinha capacidade de carregar até 3 toneladas de bombas de alta potência. Em 1942, bem no meio do caos da guerra, foi sendo aos poucos substituído por bombardeiros mais pesados e com mais raio de ação. Isso porém em nada tira sua importância em um dos momentos mais cruciais da guerra.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de março de 2008

II Guerra Mundial - 70 anos!

70 Anos do Fim da II Guerra Mundial - Há pouco tempo o mundo celebrou o fim do maior conflito armado da história - a II Grande Guerra Mundial. Não houve, em nenhum período histórico, tantas mortes e tantas atrocidades como nessa guerra. Cada país obviamente está lembrando seus mortos, mas em termos numéricos quem pagou mais caro pelo conflito foram os russos. Na época existia um conglomerado de países satélites à Rússia, todos unidos sob uma forte dominação de Moscou. Essa federação de países era chamada de União Soviética.

No poder desse vasto império comunista estava o líder supremo Stálin, um psicopata sem escrúpulos que matou milhões de pessoas dentro e fora de seu país. Um genocida à altura de Hitler. Antes da guerra Stálin firmou um acordo de não agressão com Hitler, mas obviamente fazer pactos com o diabo nunca dá muito certo. Após triunfar no front ocidental, onde invadiu e tomou em tempo recorde a França, Hitler colocou os seus olhos insanos sobre o vasto império soviético. A invasão, a maior da história, logo se revelou um desastre completo. Milhões de pessoas perderam suas vidas, mas o povo russo lutou bravamente, muitas vezes comendo ratos e praticando canibalismo para sobreviver a grande fome que se alastrou pelo território soviético.

A batalha foi casa a casa, portão a portão. Cada russo foi armado para defender seu terreno. A rendição não era uma opção. Os soldados alemães, por sua vez, foram devidamente trucidados pela população e pelo exército vermelho, além de congelarem no frio implacável do inverno russo. Curiosamente o que deveria ser uma vitória heróica acabou também despertando situações constrangedoras na Europa no dia de hoje, principalmente pelo fato da BBC inglesa ter lembrado dos estupros coletivos promovidos pelo exército soviético quando entrou em território alemão.

Claro que nada justificaria tais crimes, porém o ímpeto feroz de vingança dos soviéticos talvez explique em parte mais essa tragédia humana que a guerra legou. Já dentro das fronteiras russas impera uma lei que pune severamente quem destrate a memória do soldado soviético na II Guerra, o que talvez explique até hoje porque o fato é praticamente desconhecido do próprio povo russo. É proibido ensinar isso em aulas de história, por exemplo. Apagar parte da história com leis draconianas não me parece ser o caminho certo. Um dia a verdade sempre se revela.

Pablo Aluísio.

O General Patton

II Guerra Mundial - O General Patton
O General George S. Patton foi um dos comandantes mais famosos da II Guerra Mundial. Dono de um estilo único ele conseguia inspirar seus homens para as mais complicadas e brutais campanhas militares. Patton poderia ser tudo, menos um oficial comum. Ele gostava de história militar e não raro se via como um novo Júlio César ou Napoleão.

Vencer uma batalha assim não significava apenas destruir o inimigo, mas também alcançar a glória eterna na história das guerras. Sua personalidade era única e ele tanto poderia tratar seus homens com extrema bondade e companheirismo como também com dura disciplina. Patton gostava de usar um chicote, como na foto, e não raro ameaçava bater em algum insubordinado com ele, tal como se estivesse na Roma Antiga disciplinando seus comandados.

Patton teve uma longa e bem sucedida carreira militar, porém seu auge aconteceu justamente na batalha das Ardenas, quando enfrentou de forma decisiva algumas das melhores tropas de Hitler. De fato aquele parecia ser o último bastião de resistência das forças armadas nazistas e Patton se esmerou para dar o melhor de si durante essa campanha. A ele foi designado o comando de três forças poderosas do exército americano e ele se saiu extremamente bem em sua missão.

Curiosamente Patton que tantas batalhas lutou morreu de forma até banal. Após o fim da guerra ele foi designado para ser o governador interino da Bavária, na Alemanha. Quando se dirigia ao seu posto de comando em um velho jipe do exército, seu automóvel bater com violência em um caminhão de tropas que vinha em direção contrária. O choque acabou atingindo Patton com violência na cabeça pois ele estava sem cinto de segurança - algo comum na década de 1940. Com o rosto cheio de sangue ele foi levado até um hospital. No caminho falou ao tenente que estava ao seu lado: "Acho que estou paralisado!". Depois de algumas semanas internado o velho general morreu por causa das sequelas do acidente. Um guerreiro que não morreu no campo de batalha, mas que conseguiu entrar para a história com sua inigualável carreira em uma das guerras mais brutais da humanidade.

Pablo Aluísio.