quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Recompensa

Título no Brasil: A Recompensa
Título Original: Dom Hemingway
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Richard Shepard
Roteiro: Richard Shepard
Elenco: Jude Law, Richard E. Grant, Demian Bichir, Madalina Diana Ghenea

Sinopse:
Após ficar por doze longos anos preso, o ladrão de cofres Dom Hemingway (Jude Law) finalmente cumpre sua pena e ganha a liberdade. Apesar dos anos passados ele continua o mesmo, falastrão, furioso e incontrolável. Assim que coloca os pés fora da prisão parte em busca de vingança contra o homem que se aproveitou de sua falecida esposa enquanto ele estava atrás das grades. Depois viaja até o sul da França para acertar contas com o antigo líder de sua quadrilha, o agora milionário e bon vivant Ivan Fontaine (Demian Bichir). Ele quer a recompensa por ter ficado tantos anos calado, sem entregar o nome de ninguém para a polícia.

Comentários:
Uma boa amostra do novo cinema britânico podemos encontrar aqui em "Dom Hemingway". Esse filme tem aquele tipo de roteiro bastante focado em um personagem central, no caso o criminoso interpretado por Jude Law. Ele é um sujeito durão, que fala pelos cotovelos e tem uma personalidade bem irascível e fora de controle. Nem bem ganha a liberdade e  já começa a arranjar confusão. Falando um vocabulário completamente vulgar, cheio de palavrões, ele vai tentando se adaptar aos novos tempos, uma vez que ficou encarcerado por doze anos. Nesse tempo sua esposa morreu de câncer e sua filha se casou com um imigrante africano (e para sua enorme surpresa seu neto é um mestiço de nome esquisito, Jawara!). Um reflexo das mudanças ocorridas dentro da própria sociedade inglesa desde então! Para Dom porém não há saída pois ou ele se adapta ou morre. Após procurar por seu antigo chefe, o russo Ivan Fontaine (interpretado pelo ator Demian Bichir da série "The Bridge") ele tenta reorganizar seus passos, algo que não será fácil. Uma das melhores coisas desse filme é a interpretação de Jude Law. Longe de seus tempos de galã sedutor, ele aqui surge de forma bem diferente, com longas e bregas costeletas, calvície avançada e roupas sem nenhuma sofisticação, tudo para dar vida ao seu personagem. Esse é do tipo "ame ou odeie", assim se o espectador não gostar do Dom Hemingway logo no começo vai ser complicado aguentar o filme até o fim, pois ele está o tempo todo em cena, falando sem parar, em pequenas narrativas com títulos próprios, como por exemplo "O Pai do Ano", quando ele vai finalmente se reencontrar com sua filha. No fim das contas é um bom programa valorizado pelo esforço de Jude Law em desenvolver um convincente trabalho de atuação. Vale a pena conhecer.

Pablo Aluísio.

Hércules

Título no Brasil: Hércules
Título Original: Hercules
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Brett Ratner
Roteiro: Ryan Condal, Evan Spiliotopoulos
Elenco: Dwayne Johnson, John Hurt, Ian McShane

Sinopse:
Depois de ser acusado de ter matado a própria família e ser banido de seu lar, Hércules (Dwayne Johnson) forma uma equipe de guerreiros e se torna um mercenário. Contratado por um velho monarca (John Hurt) que se diz cercado por forças poderosas do mal, ele começa a destruir os inimigos do rei. O problema é que ao que tudo indica ele está na verdade lutando pelo lado errado nessa guerra sangrenta. Filme indicado ao Teen Choice Awards nas categorias de Melhor Filme de Verão e Melhor Ator de Filmes de Verão (Dwayne Johnson).

Comentários:
Tentativa de tornar o personagem épico e mitológico Hércules novamente viável no cinema. Por anos e anos ele foi explorado em filmes de baixo orçamento na Itália, sendo que a má qualidade daquelas produções acabaram queimando o prestígio do herói da Grécia Antiga. A verdade é que a marca "Hércules" acabou virando sinônimo de filmes vagabundos e mal feitos. Aqui há uma clara tentativa de tentar unir um tom mais realista (seguindo os passos de certa forma da franquia do Batman no cinema) sem deixar completamente de lado a fantasia e o clima de fábula. The Rock se sai bem em um papel que definitivamente não exige muito de seu intérprete, a não ser ter muitos músculos e um pouco de carisma - que cai bem em qualquer situação. Outro ponto importante é que as cenas de efeitos digitais são bem colocadas e bem realizadas, demonstrando também uma certa influência da franquia do "Senhor dos Anéis", afinal cenas de batalhas entre dois exércitos geralmente estão seguindo os passos dos filmes assinados por Peter Jackson, não tem jeito. No saldo geral é uma aventura divertida e que não aborrece e nem enche a paciência. Basta embarcar na ideia central de seus realizadores. É cinema pipoca, porém eficiente. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Limite Vertical

Título no Brasil: Limite Vertical
Título Original: Vertical Limit
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Robert King
Elenco: Chris O'Donnell, Bill Paxton, Scott Glenn, Robin Tunney

Sinopse:
Peter Garrett (Chris O´Donnell) faz parte de uma longa linhagem de famosos alpinistas em sua família. Após a morte de seu pai em uma montanha mortal ele resolve se afastar desse meio. Para piorar seu relacionamento com a irmã se desgasta com o tempo. Três anos depois ele precisará rever seus conceitos ao saber que sua irmã está em apuros na K2. Para salvá-la da morte ele decide então organizar uma expedição de resgate de último momento. A sorte está lançada novamente. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Hollywood geralmente passa por fases de tempos em tempos. Fase de realizar filmes sobre vulcões, fase de realizar filmes sobre terremotos e por aí vai. No ano de 2000 tivemos uma modinha de filmes sobre desastres acontecendo com alpinistas em algumas das montanhas mais mortais do planeta. A maioria desses filmes se enquadravam na categoria junk food, mas alguns até que se salvaram da lata de lixo da lanchonete local do shopping center. Esse "Vertical Limit" não é nenhuma maravilha em termos de roteiro, mas possui uma qualidade técnica digna de elogios, principalmente pela coragem do diretor Martin Campbell e sua equipe em encarar locações perigosas, algumas praticamente mortais, principalmente na infame K-2, a conhecida montanha da morte, onde apenas alpinistas altamente profissionais se arriscam a colocarem os seus pés. Se foi uma ótima experiência para o diretor não se pode dizer o mesmo de seu ator principal. Chris O´Donnell, por essa época, era o queridinho da Columbia, que tinha grandes esperanças em transformar o rapaz em um astro. A carreira dele porém já estava manchada pelo fracasso comercial da bomba "Batman & Robin". Vestir o uniforme do garoto prodígio foi fatal para sua sobrevivência no cinema, o que demonstra que nem sempre interpretar super-heróis pode ser uma boa para a vida profissional de um ator. Se a coisa dançou na telona o jeito foi ir para a telinha. Desde 2009 ele vem estrelando a mediana série "NCIS: Los Angeles". Pelo menos não está desempregado.

Pablo Aluísio.

O Despertar de uma Paixão

Título no Brasil: O Despertar de uma Paixão
Título Original: The Painted Veil
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos, China, Canadá
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Curran 
Roteiro: Ron Nyswaner
Elenco: Edward Norton, Naomi Watts, Liev Schreiber e Toby Jones

Sinopse:
Walter Fane (Edward Norton) é um jovem médico que decide ir junto com a esposa para a distante, isolada e bastante atrasada China. Uma vez no novo país ele começa seus esforços para combater uma epidemia de cólera na região, tentando curar as pessoas enfermas, enquanto explica para aos chineses as melhores formas de prevenir a terrível doença. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Original (Alexandre Desplat). 

Comentários:
Filme romântico ao velho estilo, baseado na novela de W. Somerset Maugham. Entre os destaques que podemos chamar a atenção estão a ótima fotografia, capturando belas paisagens da China, que em certos aspectos ainda continua tão selvagem e intocada como nos tempos remotos em que a história se passa, o bom enredo e a excelente atuação dos atores principais. Grande parte do filme foi rodado na província de Guangxi, uma região bem conhecida por causa das belezas naturais. Essa simbiose entre montanhas e rios tranquilos trouxe muita beleza ao filme. O romance também chama a atenção por causa da complexidade de todos os personagens. O médico interpretado por Edward Norton prefere se refugiar na ciência do que ter que encarar os problemas de um relacionamento conturbado com sua mulher. Essa também é outra surpresa, interpretada com convicção pela bela e talentosa Naomi Watts, ela vive um casamento infeliz e sem amor, pois foi pressionada pelos pais para se casar com o médico - afinal que família não gostaria de ver sua filha casada com alguém com esse status? Com o tempo porém a frustração aumenta, levando-a até mesmo a procurar por casos fora do casamento. Enfim, belo filme com sabor à moda antiga. Agradará quem estiver em busca de um bom romance com teor mais complexo e personagens mais bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Livrai-nos do Mal

Título no Brasil: Livrai-nos do Mal
Título Original: Deliver Us from Evil
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Scott Derrickson, Paul Harris Boardman
Elenco: Eric Bana, Édgar Ramírez, Olivia Munn, Sean Harris

Sinopse:
Livrai-nos do Mal foi baseado nas memórias do detetive e investigador Sarchie (Eric Bana) que começa a investigar uma série de crimes que parecem ter alguma ligação sobrenatural entre si. Eventos inexplicáveis ocorridos no Zoológico da cidade e pessoas que apresentam comportamento incomum, como se tivessem sido possuídas por entidades do mal, parecem confirmar uma ligação entre os crimes horrendos que estão acontecendo.

Comentários:
Os filmes de terror mais bem sucedidos dos últimos tempos têm sido aqueles que andam apostando em fórmulas que deram muito certo no passado, sendo o "O Exorcista" o grande modelo a se seguir. Assim sai de cena o sangue jorrando aos bordões dos filmes do gênero na década de 1980 e entra o suspense, com melhor desenvolvimento de todo um clima de sordidez e suspense no ar e mais cuidado com os personagens em si, criando para eles um background psicológico mais complexo. "Deliver Us from Evil" tenta pegar a onda do sucesso e seguir esse mesmo caminho. O padre jesuíta Mendoza (Édgar Ramírez) é um exemplo disso. Ex-viciado, ele decide abandonar uma vida de sofrimento e decadência para se dedicar à igreja católica. Uma vez lá, se torna um sacerdote exorcista. Seu inimigo obviamente sabe todas as suas fraquezas, mas isso também faz parte de sua redenção pessoal. A fusão de elementos de filmes de terror setentistas e fitas policiais bem mais realistas, acaba sendo o grande trunfo dessa produção, muito embora tenhamos que reconhecer que o filme também apresente pontuais falhas em seu desenvolvimento. O final deixa uma porta aberta para sequências, o que não será uma má ideia, uma vez que essa dupla formada por um policial e um padre pode gerar bons frutos em novos filmes. Se depender de boas cenas, como a do exorcismo que vemos aqui, vale a pena apostar em novas películas no futuro, onde todos os pequenos erros que vemos aqui possam ser contornados.

Pablo Aluísio.

Gran Torino

Título no Brasil: Gran Torino
Título Original: Gran Torino
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk, Dave Johannson
Elenco: Clint Eastwood, Bee Vang, Christopher Carley

Sinopse:
Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um americano típico. Veterano da guerra da Coréia, ele é um sujeito durão que mesmo com a idade já avançada não aceita levar desaforos para casa. Para seu desapontamento porém ele logo percebe que a América de seus anos de juventude está ficando cada vez mais para trás. A onda de imigrantes que aumenta a cada ano acabou desfigurando seu bairro, onde ninguém mais parece sequer falar inglês! Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora Original.

Comentários:
Da safra mais recente de Clint Eastwood esse é certamente um de seus melhores filmes, apesar de não ter tido o reconhecimento devido. No filme o personagem de Eastwood é um americano da velha escola, um sujeito com valores e princípios pessoais que parecem estar desaparecendo a cada dia. A juventude ao seu redor agora parece formada principalmente por filhos de famílias imigrantes, e eles pouco se importam com coisas como respeito aos mais velhos ou honestidade e ética. A maioria vive de pequenos roubos pelas ruas próximas e há muitas gangues em cada esquina. Como Kowalski já está um pouco envelhecido ele logo se torna alvo desses bandidos das redondezas. O que eles não sabem é que embora esteja com idade avançada ele ainda é durão o suficiente para colocar todos para correrem. Outro ponto muito importante desse roteiro é que ele mostra como a sociedade americana em geral está mudando nesses últimos anos. O personagem de Clint não reconhece mais sua própria vizinhança e nem consegue se comunicar com ela, afinal de contas todos os americanos parecem terem ido embora, sobrando uma vasta comunidade de orientais, latinos e demais grupos étnicos que imigraram em massa para os Estados Unidos nas últimas décadas. No começo isso é obviamente um problema para Kowalski, mas depois ele compreende que deve não lutar contra todas as mudanças, mas sim se adaptar o melhor possível a elas. Um boa mensagem de tolerância e respeito dentro de uma nação que muda em ritmo avançado, mesmo que isso também acabe custando a perda de sua própria identidade cultural e nacional.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de novembro de 2014

Quando Um Homem Ama Uma Mulher

Título no Brasil: Quando Um Homem Ama Uma Mulher
Título Original: When a Man Loves a Woman
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Luis Mandoki
Roteiro: Ronald Bass, Al Franken
Elenco: Andy Garcia, Meg Ryan, Ellen Burstyn, Tina Majorino

Sinopse:
Tudo corria bem com a família Green, até que Alice (Meg Ryan), a esposa, comece a apresentar problemas relacionados ao abuso de bebidas alcoólicas. O que parecia algo comum no começo, com pilequinhos aqui e acolá, começa a tomar dimensões bem maiores após Alice demonstrar que não conseguiria mais viver sem se embriagar todos os dias. Filme indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Meg Ryan).

Comentários:
A premissa do roteiro é até muito boa, um enfoque mais centrado no problema do alcoolismo como fator de destruição do núcleo familiar, algo até bem comum de acontecer, principalmente em países como o Brasil. O curioso é que ao invés de mostrar esse problema sendo enfrentado pelo marido - como era de se esperar - no filme o alcoolismo atinge a esposa, no caso a personagem Alice Green interpretada por uma jovem e ainda bonitinha Meg Ryan! O filme aliás foi feito para que ela conquistasse o Oscar, mas não deu, nem uma indicação conseguiu arrancar da academia. Assim Andy Garcia cumpre o papel de escada para que sua parceira de cena brilhe no quesito atuação. Talvez por Ryan ser jovem demais ainda ou pelo fato do filme ter sido produzido pela Disney através de seu estúdio Touchstone Pictures, o fato é que "When a Man Loves a Woman" apesar de ser bom, não consegue ir até as últimas consequências envolvendo o tema. Como todos sabemos o alcoolismo é tudo, menos glamouroso. Não seria a Disney que iria a fundo nessa doença, mostrando o seu pior lado. Assim tudo fica no meio termo mesmo, em uma visão um tanto quanto plastificada sobre esse mal que atinge milhões ao redor do mundo. Quem conhece sabe a barra pesada que é, mas a Disney não quis mostrar as entranhas feias desse tipo de coisa, afinal é um estúdio familiar que até topa explorar o alcoolismo, mas claro sem ir fundo demais na ferida.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de novembro de 2014

A Última Bala

Título no Brasil: A Última Bala
Título Original: One In The Chamber 
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Anchor Bay Films
Direção: William Kaufman
Roteiro: Derek Kolstad, Benjamin Shahrabani
Elenco: Cuba Gooding Jr, Dolph Lundgren, Billy Murray, Louis Mandylor

Sinopse:
Depois de ser perseguido ferozmente pelas autoridades dos Estados Unidos, um grupo de criminosos e mercenários resolve ir para a Europa Oriental, onde o mercado negro oferece excelentes oportunidades de trabalho para esse tipo de gente. Uma vez lá começa um perigoso jogo de gato e rato, onde os caçadores se tornam as presas da noite para o dia. Apenas os fortes continuarão de pé ao fim da caçada.

Comentários:
Se tem um ator que foi atingido em cheio pela chamada "Maldição do Oscar" esse foi certamente Cuba Gooding Jr. Ele era apenas um novato no cinema quando levantou a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme "Jerry Maguire" em 1996. Depois disso desceu ladeira abaixo e nunca mais conseguiu chegar nem ao menos perto das glórias conquistadas nesse comecinho de carreira. Para piorar começou a aparecer em um monte de filmes B sem importância, tentando emplacar em praticamente todos os gêneros - da comédia pastelão ao policial - mas jamais conseguiu se firmar em nenhum deles. Agora parte para os filmes de ação. O problema é que simplesmente não convence no papel de um atirador de elite e assassino profissional. Se Dolph Lundgren também não estivesse no elenco seria muito complicado convencer um fã de filmes de ação a encarar essa fita, que inclusive não chegou sequer a ser lançada nos cinemas americanos, indo parar diretamente no mercado de DVD e Blu-Ray. Todo rodado na República Tcheca, onde os custos são bem menores, podemos destacar um ou outro momento mais interessante, porém no geral é realmente um filme bem descartável, desses que não irão fazer muita falta em sua coleção. Melhor mesmo rever a franquia "The Expendables".

Pablo Aluísio.

Desaparecidas

Título no Brasil: Desaparecidas
Título Original: The Missing
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios, Imagine Entertainment
Direção: Ron Howard
Roteiro: Thomas Eidson, Ken Kaufman
Elenco: Tommy Lee Jones, Cate Blanchett, Evan Rachel Wood

Sinopse:
Samuel Jones (Tommy Lee Jones) decide retornar para sua antiga casa depois de muitos anos cavalgando e se aventurando pelo oeste. Já velho e cansado da vida, ele pretende reconstruir sua relação familiar com a filha Maggie. O problema é que sua família é surpreendida por um criminoso perigoso que acaba sequestrando sua própria neta. Para Sam Jones esse crime não ficará impune. Ao lado da filha ele parte em busca da garota, ao mesmo tempo em que tenciona mandar o facínora sequestrador para o inferno, sem escalas.

Comentários:
Embora não produza mais filmes de faroeste em ritmo industrial como no passado, Hollywood jamais deixou de realizar filmes desse estilo, afinal de contas é o mais americano de todos os gêneros cinematográficos. Esse "The Missing" volta ao velho oeste para contar uma estória edificante, sobre o desespero de uma mãe após ver sua pequena e indefesa filha ser raptada. Nem é preciso lembrar que Cate Blanchett é de fato uma das mais talentosas atrizes de sua geração. Aqui ela está particularmente inspirada pois seu personagem consegue ir do desespero à fúria em questão de segundos. O mesmo se pode dizer do grande Tommy Lee Jones, que encontra um meio ideal para sua personalidade nas telas. É de se lamentar apenas o fato de que o ator poderia estrelar mais westerns em sua carreira, pois possui todas as características dos grandes ídolos do passado que brilharam nesse tipo de filme. Também merece destaque a boa direção de Ron Howard. Muitos não o consideram um diretor mais ousado, preferindo seguir o caminho mais seguro imposto pelos grandes estúdios. Essa afirmação é apenas parte da verdade. Em "The Missing" ele consegue mesclar tensão e suspense em doses exatas. Um belo filme, sem sombra de dúvidas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Um Novo Amor

Título no Brasil: Um Novo Amor
Título Original: At Middleton
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Anchor Bay Films
Direção: Adam Rodgers
Roteiro: Glenn German, Adam Rodgers
Elenco: Andy Garcia, Vera Farmiga, Taissa Farmiga, Tom Skerritt, Spencer Lofranco

Sinopse:
O Dr. George Hartman (Andy Garcia) é um médico cirurgião cardíaco que decide tirar um dia de folga para levar seu filho, Conrad (Spencer Lofranco), para conhecer o campus da universidade católica de Middleton. Durante a excursão acaba conhecendo a mãe de outra jovem, uma mulher mais do que interessante chamada Edith (Vera Farmiga). Embora ambos sejam casados, logo surge um flerte casual entre eles. Filme vencedor do Boston Film Festival nas categorias de Melhor Ator (Andy Garcia) e Melhor Atriz (Vera Farmiga).

Comentários:
Mais um filme romântico bem interessante e curtível (principalmente se você estiver acompanhado de sua namorada). O enredo de certa forma é bem simples, todo passado em apenas um dia em que os personagens de Garcia e Farmiga vão conhecer o campus onde seus filhos vão estudar. Embora sejam comprometidos logo surge uma química entre eles. O curioso é que possuem personalidades bem distintas. Ela é expansiva, extrovertida, fala pelos cotovelos e parece ter uma incrível alegria de viver, chegando ao ponto até de se tornar inconveniente em público. Ele, por outro lado, é um sujeito bem mais sério, médico respeitado, que se veste e se comporta de maneira bem conservadora. Obviamente seguindo o velho ditado logo compreendemos que os opostos vão inevitavelmente se atrair. Ela resolve até roubar bicicletas para que eles façam um passeio bem divertido pela universidade (que não existe na vida real, sendo que o filme foi praticamente todo rodado na Washington State University, em Pullman). Não podemos deixar de elogiar os roteiristas que criaram situações para uma trama como essa, passada em poucas horas. O problema é que a partir da terça parte final ocorre uma ligeira queda de qualidade simplesmente por faltar mesmo assunto. Mesmo assim, por ser curtinho, o filme não chega a aborrecer. O ator Andy Garcia está produzindo seus próprios filmes, então para ele o que importa realmente é trabalhar em roteiros que realmente acredite. Além disso não é nada mal passar noventa minutos ao lado da atriz Vera Farmiga que aqui se dá ao luxo de contracenar com a própria filha, Taissa Farmiga (a mocinha é simpática, pena que seu personagem não ajude muito). Então é isso, outro filme de romance que apesar dos pesares não incomoda e nem aborrece, apenas diverte de forma bem descompromissada.

Pablo Aluísio.

Trama Internacional

Título no Brasil: Trama Internacional
Título Original: The International
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Eric Warren Singer
Elenco: Clive Owen, Naomi Watts, Armin Mueller-Stahl

Sinopse:
Um agente da Interpol, Louis Salinger (Clive Owen), resolve se aliar com a promotora Eleanor Whitman (Naomi Watts) para desmascarar um grupo do crime organizado infiltrado dentro de uma das mais ricas instituições bancárias do mundo. Através de uma rede de contas internacionais essa quadrilha lava bilhões de dólares ao redor do mundo e não está disposta a abrir mão de suas atividades criminosas. Para isso se torna essencial eliminar a dupla que almeja revelar tudo ao grande público.

Comentários:
Em tempos de crise era de se esperar que o sistema financeiro internacional virasse o vilão número um do cinema. Até porque poucos duvidam que grandes corporações multinacionais acabem financiando de uma forma ou outra grupos terroristas ou governos corruptos ao redor do mundo. Esse é o mote principal desse "The International". O personagem de Clive Owen acaba seguindo o fio da meada e descobre algo estarrecedor. Bilhões viajam pelo sistema para financiar armas usadas em atentados terroristas e opressão de regimes ditadoriais. O filme tem excelentes cenas de ação e o diretor de fotografia Frank Griebe conseguiu algo muito difícil de alcançar: tirar beleza e impacto dos prédios de puro aço e concreto das frias cidades americanas. Ele tirou dos projetos modernos de arquitetura uma identidade para o próprio filme, ultrapassando no caso até mesmo em importância o diretor Tom Tykwer, pois deu um rosto (e até mesmo uma alma) a uma produção que tinha tudo para se tornar tão fria como a arquitetura dos ambientes onde as principais sequências são realizadas. No mais o roteiro vai se desenvolvendo baseado em muitas tramas e conspirações, tudo aliado a bem realizadas cenas de assassinatos, execuções, duelos e suspense. Apesar de muitos considerarem o resultado final um tanto burocrático, considero certamente uma boa diversão para o fim de noite.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Annabelle

Título no Brasil: Annabelle
Título Original: Annabelle
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard

Sinopse:
Um orgulhoso marido resolve presentear sua jovem esposa, colecionadora de bonecas antigas, com Annabelle, que tem um design que lembra antigos brinquedos do século XIX. O problema é que assim que chega em sua nova casa, eventos sobrenaturais começam a acontecer pelos corredores escuros. Para piorar uma estranha presença é sentida nos cantos mais obscuros da residência. Enredo parcialmente baseado em fatos reais.

Comentários:
A boneca Annabelle existe, não é invenção de roteiristas de cinema. Durante os anos 1970 um casal de pesquisadores começou a investigar casos sobrenaturais nos Estados Unidos. Em vários eventos havia peças, imagens ou artefatos (como a própria Annabelle) envolvidos. Entre dezenas de casos envolvendo seitas de adoradores do diabo e grupos estranhos, o da boneca acabou ganhando destaque por causa das muitas mortes envolvidas. Hoje em dia Annabelle se encontra em exposição, mas para desapontamento dos fãs do filme ela não se parece em nada com a boneca em cena. Na verdade é uma boneca de pano comum, com design que lembra até mesmo a personagem Emília do nosso Sítio do Pica Pau Amarelo! Mesmo com aparência tão singela não são poucos o que afirmam que ela de fato carrega uma carga negativa muito estranha, que impressiona até mesmo pessoas incrédulas que chegam perto dela pela primeira vez. De qualquer maneira a história do casal de pesquisadores de eventos sobrenaturais foi muito mais bem desenvolvido no primeiro filme, "Invocação do Mal". Aqui temos apenas os eventos anteriores ao que vimos no primeiro filme. De maneira em geral tudo o que você verá é mera ficção (ao contrário da fita original). De verdade mesmo temos apenas a presença de Annabelle! O que fez tanta gente gostar desse filme é até fácil de explicar. Ao invés de tentar inventar a roda o diretor John R. Leonetti optou por contar uma história tradicional de terror, com jogos de sombras, suspense e clima. A fita em determinados momentos lembra os filmes de terror dos anos 70. Isso fez toda a diferença do mundo. Só esperamos que a boneca não seja ridicularizada nos próximos anos como aconteceu com outro boneco de terror famoso, o Chucky de "Brinquedo Assassino". Isso seria mais prejudicial a ela do que dez exorcismos!

Pablo Aluísio.

Kinjite - Desejos Proibidos

Título no Brasil: Kinjite - Desejos Proibidos
Título Original: Kinjite - Forbidden Subjects
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Golan-Globus Productions
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Harold Nebenzal
Elenco: Charles Bronson, Juan Fernández, Perry Lopez

Sinopse:
O tenente Crowe (Charles Bronson) do departamento policial de Los Angeles está determinado a desmantelar uma perigosa rede de prostituição organizada por criminosos orientais na cidade. Fortemente armado até os dentes está disposto a fazer justiça de todas as maneiras possíveis.

Comentários:
Último filme da carreira do diretor J. Lee Thompson. Em seus últimos anos ele emplacou uma muito bem sucedida parceria com o ator Charles Bronson. Dessa união no cinema surgiram obras como "Dez Minutos Para Morrer" (o melhor em minha opinião), "O Vingador" e "Desejo de Matar 4 - Operação Crackdown". Todos são filmes focados essencialmente em agitadas cenas de ação, geralmente passadas no caos urbano das grandes cidades americanas, onde o crime parece estar fora de controle e sem rumo. Bronson de certa maneira personificou quase sempre o mesmo personagem, a do justiceiro das ruas, o sujeito de bem e honesto que não conseguia mais aguentar a ineficiência do Estado e que por isso resolvia fazer justiça com as próprias mãos. O inimigo aqui é a máfia oriental, que ganha milhões de dólares com o tráfico de seres humanos, garotas bonitas que são literalmente exportadas para os Estados Unidos para faturarem muito no submundo da prostituição. Uma fita que certamente entrega o que promete. Os fãs de Charles Bronson não terão do que reclamar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Como não Esquecer essa Garota

Título no Brasil: Como não Esquecer essa Garota
Título Original: Remember Sunday
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: American Broadcasting Company (ABC)
Direção: Jeff Bleckner
Roteiro: Michael Kase, Barry Morrow
Elenco: Alexis Bledel, Zachary Levi, Merritt Wever, Barry Shabaka Henley
  
Sinopse:
Gus (Zachary Levi) casualmente conhece durante um café da manhã a simpática e bonita Molly (Alexis Bledel), uma jovem estudante que pretende um dia ter maior autonomia em sua vida pessoal. Atualmente ela tenta superar um relacionamento ruim com um ex-namorado problemático, enquanto tenta pagar suas despesas, sempre enrolada em manter suas contas descontroladas em dia. O que começa com um flerte casual acaba ganhando novos contornos quando Gus lhe convida para sair. O que Molly não sabe é que ele tem um importante segredo a esconder.

Comentários:
Bom romance estrelado pela gatinha Alexis Bledel. Talvez alguns não ligarão imediatamente o nome à personagem, mas quem curte seriados a reconhecerá imediatamente pois ela foi a atriz que fez grande sucesso interpretando Rory Gilmore em "Gilmore Girls" da Warner. Pois bem, nesse filme romântico ela tem um desafio e tanto pela frente. Seu novo caso amoroso, o jovem Gus, tem um complicado problema de saúde. Após sofrer um aneurisma cerebral ele perde completamente a chamada memória de curto prazo, fazendo com que ele acorde todas as manhãs sem se lembrar de nada do que aconteceu no dia anterior. Como manter um namoro com alguém nessa situação crítica? Para piorar o namorado esconde essa situação no começo do relacionamento, o que faz com que ele praticamente a veja pela primeira vez todo dia que a reencontra! Para não esquecer de quem ela se trata, ele também precisa anotar tudo o que vivenciou antes ao seu lado, o que traz inúmeros problemas, como por exemplo, pensar que sua melhor amiga é na verdade a sua própria namorada! Imagine a saia justa! Filme simpático, diria até sensível. Esse tema fará você lembrar de uma comédia com a Drew Barrymore chamada "Como se Fosse a Primeira Vez", mas apesar dos argumentos parecidos são filmes bem diferentes, pois aqui tudo é mais focado mesmo no romance improvável dos protagonistas. Não é um roteiro para se fazer rir como o anterior, mas vale bem a pena conhecer.

Pablo Aluísio.

À Procura do Amor

Título no Brasil: À Procura do Amor
Título Original: Enough Said
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Nicole Holofcener
Roteiro: Nicole Holofcener
Elenco: Julia Louis-Dreyfus, James Gandolfini, Catherine Keener, Toni Collette

Sinopse:
Eva (Julia Louis-Dreyfus) está divorciada há mais de dez anos. Ela tem uma filha adolescente e ganha a vida fazendo massagens terapêuticas. Sua vida passa longe de ser fácil, já que ela passa o dia todo atendendo clientes, levando sua pesada mesa de massagem para cima e para baixo. Um certo dia conhece casualmente Albert (James Gandolfini), um sujeito também divorciado como ela, já cinquentão, que deseja reconstruir sua vida amorosa. Mesmo sendo aparentemente tão diferentes começam a ter um relacionamento que não será isento de problemas. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Julia Louis-Dreyfus). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Ator (James Gandolfini).

Comentários:
Esse foi um dos últimos trabalhos da carreira do ator James Gandolfini, falecido em 2013. É um filme romântico que explora um tipo diferente de relacionamento envolvendo duas pessoas já cinquentonas, divorciadas, com filhos adolescentes prestes a irem embora fazer faculdade. Com a síndrome do ninho vazio batendo às portas elas resolvem então se dar uma segunda chance, para quem sabe superar os traumas do passado revivendo um novo amor em suas vidas. Julia Louis-Dreyfus (a Elaine Benes da série "Seinfeld") interpreta essa mãe divorciada, mas bastante trabalhadora, que vai vivendo um dia de cada vez na criação de sua filha. As coisas não são fáceis, mas ela vai superando os desafios. Curiosamente acaba tendo como cliente justamente a ex-esposa de seu atual namorado, Albert. Em conversas amigáveis vai descobrindo os podres dele com a antiga esposa, criando uma situação constrangedora, mas também divertida e reveladora da alma humana. O roteiro apresenta ótimos diálogos, em um enredo que nunca chega a cansar o espectador, pelo contrário, apesar de ser despretensioso em si, o filme acaba prendendo a atenção do começo ao fim. Depois dessa produção James Gandolfini realizou apenas mais um filme, "The Drop", que permanece inédito no Brasil. Uma pena que tenha partido tão cedo sendo dono de um grande talento. Aqui mostra mais uma vez que conseguia se sair tão bem em filmes românticos como em séries mais viscerais como "Os Sopranos". Um bela amostra de seu excelente timing dramático.

Pablo Aluísio.