quarta-feira, 18 de julho de 2012

Recém-Formada

Com a crise na economia americana sem solução o cinema vai aos poucos absorvendo aquela realidade até mesmo nos mais improváveis gêneros, como por exemplo a comédia romântica. É justamente isso o que acontece aqui nesse "Recém-Formada", que retrata uma realidade mais presente entre os jovens americanos: após se formarem na universidade não conseguem arranjar empregos dentro do mercado de trabalho. Assim acompanhamos as tentativas de Ryden Malby (Alexis Bledel) em alcançar um lugar ao sol. O filme tem no elenco várias estrelinhas dos seriados americanos, como a própria Alexis (de Gilmore Girls), Zach Gilford (de Friday Night Lights) e Jane Lynch (a treinadora de Glee). 

Para completar o elenco a produção chamou o sumido Michael Keaton (repetindo todos os seus maneirismos como comediante que conhecemos) e Rodrigo Santoro (como um vizinho brasileiro que não consegue fugir dos estereótipos, como os de Latin Lover e praticante de "soccer"). O resultado final é apenas regular - pois apesar do tema "desempregada com canudo" ser promissor o roteiro não arrisca e nem alcança maiores horizontes, preferindo ficar ali no banho maria das comediazinhas românticas americanas. Se for sua praia arrisque.  

Recém-Formada (Post Grad, Estados Unidos, 2009) Direção: Vicky Jenson / Roteiro: Kelly Fremon / Elenco: Alexis Bledel, Zach Gilford, Rodrigo Santoro, Jane Lynch, Fred Armisen, Michael Keaton, Craig Robinson, Bobby Coleman, Carol Burnett./ Sinopse: Garota recém-formada encontra uma série de dificuldades para conseguir seu primeiro emprego. A crise por que passa a economia norte-americana torna sua situação ainda mais complicada.  

Pablo Aluísio.

A Mansão Valdemar

Esse é o primeiro filme sobre a mansão Valdemar. Sem dúvida é um filme estranho, com direção de arte típica de filmes sobre casas mal assombradas mas que no fundo não passa de um MOW (Monster of Week). Devo dizer que ele começa bem, quando os avaliadores da mansão começam a sumir misteriosamente. Nesse momento pensei realmente que veria pela frente um bom filme, com bela ambientação e clima mas logo minhas esperanças foram sumindo. O roteiro não abre espaço para a criação de tensão (essencial em filmes de casas assombradas) pois logo na primeira terça parte dele já nos deparamos logo com uma criatura que joga a sutileza pela janela. O que aparentava ser um interessante filme de terror vindo da Espanha logo se revela uma aventura infanto-juvenil sem muita elegância ou classe.

Depois disso o filme se foca em um longo flashback que conta os eventos que ocorreram no passado do imóvel. Até que é interessante essa parte embora os atores não sejam lá muito talentosos. O argumento ainda aproveita para inserir na trama as presenças de Bram Stoker (o criador do Drácula) e o excêntrico Aliester Crowley (que se considerava bruxo e o Anticristo, figura que se tornou popular até no Brasil em sua época!). Após algum clima de suspense a coisa toda finalmente desanda para o simples ataque do monstro já citado e aí o filme perde o resto de seu interesse. Enfim, não era o que eu pensava. É bem produzido, a direção de arte tem seus bons momentos mas a tentativa de se trazer algum conteúdo falha em seus objetivos. O filme fez sucesso na Europa e gerou uma continuação mas essa foi totalmente desastrosa, resultando em um péssimo filme. Se tiver interesse em conhecer a franquia Valdemar fique apenas nesse, caso contrário perderá seu tempo e dinheiro.

A Mansão Valdemar (La herencia Valdemar, Espanha, 2010) Direção: José Luis Alemán / Roteiro: José Luis Alemán / Elenco: Daniele Liotti, Óscar Jaenada, Laia Marull / Sinopse: Estranhos acontecimentos cercam uma antiga mansão localizada em um local remoto do interior espanhol.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Predador

Um grupo militar liderado pelo Major Dutch (Arnold Schwarzenegger) é enviado para uma selva na América Central com a missão de resgatar uma autoridade do governo americano que caiu nas mãos de uma guerrilha local. Os militares são acompanhados por Dillon (Carl Weathers), um agente da CIA. Chegando no local descobrem que nada é o que aparente ser. Para piorar ainda mais a situação começam a ser caçados por uma estranha criatura com armamentos de última geração, numa tecnologia desconhecida em nosso planeta. "Predador" é um filme bem interessante pois mistura elementos de filmes de ficção com produções de guerra ao estilo "Rambo II". Arnold Schwarzenegger, já um mega astro na época de lançamento do filme, encontrou um produto ideal para sua carreira pois misturou dois gêneros nos quais ele sempre se deu muito bem. "Predador" tinha o roteiro sci-fi ao estilo "Terminator" e cenas de ação e violência com toques de "Comando para Matar". A fórmula certeira não poderia dar errado e não deu. Assim que lançado nos cinemas o filme se tornou um enorme sucesso de bilheteria, batendo recordes mundo afora. 

A direção ficou a cargo do especialista John McTiernan, diretor de outro grande sucesso dos filmes de ação da década de 80, "Duro de Matar". Aqui o roteiro, extremamente redondinho, explora uma verdadeira caçada do monstro espacial em relação ao grupo liderado por Arnold Schwarzenegger e McTiernan mostra muito timing na condução do filme, nunca deixando a bola cair durante os 100 minutos de duração do filme. Na realidade tudo se resume realmente no combate dos militares contra o Predador. Não há perda de tempo com firulas e diálogos desnecessários. Esse é um filme realmente 100% de ação. A criatura teve seu design criado por um dos mais talentosos mestres em maquiagem que já passaram por Hollywood, Stan Winston. Tão definitivo foi o visual que criou para o Predador que foi mantido sem quaisquer alterações nos demais filmes da franquia que viriam. Um aspecto curioso do filme é que o ator grandalhão que interpreta o Predador, Kevin Peter Hall, surge em cena também sem a pesada maquiagem do caçador espacial, algo que passou despercebido pelo público na época. Ele faz um dos pilotos de helicóptero. Em suma, "Predador" é uma ótima ficção com ares de filmes de combate. Vale a pena ver ou rever esse pequeno clássico dos filmes de ação dos anos 80.  

Predador (Predator, Estados Unidos, 1987) Direção: John McTiernan / Roteiro: Jim Thomas, John Thomas / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Carl Weathers, Kevin Peter Hall, Jesse Ventura, Bill Duke, Shane Black / Sinopse: Um grupo militar liderado pelo Major Dutch (Arnold Schwarzenegger) é enviado para uma selva na América Central com a missão de resgatar uma autoridade do governo americano que caiu nas mãos de uma guerrilha local. Os militares são acompanhados por Dillon (Carl Weathers), um agente da CIA. Chegando no local descobrem que nada é o que aparente ser. Para piorar ainda mais a situação começam a ser caçados por uma estranha criatura com armamentos de última geração, numa tecnologia desconhecida em nosso planeta.  

Pablo Aluísio.

Lembranças

O estudante Tyler Roth (Robert Pattinson) tem uma vida familiar disfuncional. Seu irmão cometeu suicídio e seu pai é um sujeito distante e ausente. O único vínculo genuíno que consegue criar é com a jovem Ally (Emile de Ravin). Levando uma vida típica de um jovem nova-iorquino de sua idade ele logo estará no centro de eventos marcantes e trágicos. Esqueça o fato de que você provavelmente não goste da saga Crepúsculo. Esqueça também que o ator principal desse filme é o astro daqueles filmes de vampiros teens. Se você conseguir deixar isso para trás provavelmente vai se surpreender com esse "Lembranças", um filme que cresce absurdamente nos dez minutos finais. A surpresa é tanta que você até esquece que muito provavelmente estava assistindo apenas a um filme sobre um romance adolescente.

Com cacoetes de James Dean o Pattinson até que cumpre bem seu papel. Pierce Brosnan também está muito bem como o pai ausente, homem de negócios que não consegue dar atenção aos seus filhos. Já a Emilie de Ravin é muito bonita e ajuda a passar o tempo nas horas mais melosas do filme. Eu até poderia escrever mais sobre Lembranças mas esse é um típico caso de quanto menos se souber sobre o filme, melhor. Por isso vou parando por aqui. Mas fica a dica, assistam, o filme é bem interessante principalmente pelo final.

Lembranças (Remember Me, Estados Unidos, 2010) Direção: Allen Coulter / Roteiro: Will Fetters / Elenco: Robert Pattinson, Emilie de Ravin, Chris Cooper, Lena Olin, Pierce Brosnan, Martha Plimpton, Peyton List, Ruby Jerins / Sinopse: O estudante Tyler Roth (Robert Pattinson) tem uma vida familiar disfuncional. Seu irmão cometeu suicídio, seu pai é um sujeito distante e ausente. O único vínculo genuíno que consegue criar é com a jovem Ally (Emile de Ravin). Levando uma vida típica de um jovem nova-iorquino de sua idade ele logo estará no centro de eventos marcantes e trágicos.

Pablo Aluísio.

Mad Max 2

Existe uma grande diferença entre esse filme e o anterior. Se Mad Max era bem precário em termos de produção, quase amador, esse segundo filme da franquia já é muito melhor produzido, com figurinos mais elaborados e melhor direção de arte. Um fato curioso sobre Mad Max 2 é que esse personagem foi tão copiado, tão imitado ao longo dos anos que o próprio produto original acabou ficando ultrapassado. É algo similar ao que aconteceu com Rambo. De tão imitado ficou datado. Mad Max é certamente um dos filmes mais influentes do cinema, chegando ao ponto de se criar um sub gênero próprio - o dos filmes pós apocalipse. 

Os carros adaptados, roupas, estilo, cenário, tudo já foi copiado à exaustão por anos e anos (aliás todo ano pelo menos um filme passado em um mundo pós apocalíptico é lançado) O que há de semelhante entre esse segundo filme e o primeiro é a simplicidade do enredo. Aqui tudo gira em torno de uma refinaria no meio do deserto. Como todos sabem o bem mais precioso no mundo de Mad Max é o combustível. Então dois grupos se enfrentam pelo domínio do petróleo, e Max acaba se envolvendo no meio do conflito. Não há diálogos bem escritos, nem situações dramáticas aprofundadas. Max é apenas um solitário que ao lado de seu cão procura sobreviver nesse mundo árido e hostil. O visual dos personagens envelheceu, é verdade (o vilão nada mais é do que uma variação de Jason de Sexta Feira 13) mas no final o que importa é o legado que o filme deixou para futuras produções que o seguem como cartilha de ABC.  

Mad Max 2 (Mad Max 2, Austrália, Estados Unidos,, 1982) Direção: George Miller / Roteiro: George Miller, Terry Hayes / Elenco: Mel Gibson, Vernon Wells, Bruce Spence, Michael Preston, Max Phipps / Sinopse: Mad Max (Mel Gibson) se vê envolvido numa luta pela sobrevivência em um deserto hostil pós apocalipse.  

Pablo Aluísio.

Os Jovens Pistoleiros

Recentemente assisti um documentário do National Geographic sobre o verdadeiro Billy The Kid e isso acabou despertando minha curiosidade para assistir novamente esse filme. O mito desse pistoleiro é encoberto por uma série de meias verdades, lendas e mentiras. A lenda do oeste é de certa forma bem diferente dos fatos reais. Isso aconteceu no passado e volta a acontecer nesse filme. Apesar de bem produzido o roteiro toma muitas liberdades sobre o que de fato aconteceu. O começo, é bom salientar, segue muito bem os fatos que antecederam à chamada Guerra do condado de Lincoln. Nesse aspecto o filme começa bem, até a morte do mentor de Billy, John Tunstall. Isso porque ele foi morto quando ia à cidade sozinho. No filme ele está acompanhado por seu grupo que apenas se distancia um pouco dele e por isso ele é emboscado.

A partir desse ponto do filme as coisas começam a se distanciar dos fatos reais. É certo que Billy The Kid, por exemplo, participou da morte do xerife Brandy mas nada é comprovado sobre isso. Já o filme coloca Billy como o assassino do corrupto policial. Outro exemplo: Billy The Kid não matou Murphy, como mostrado no filme. Na realidade após a explosão da guerra no condado não houve mais um encontro entre eles. Esses e outros exemplos servem para demonstrar como Hollywood realmente alterou várias passagens apenas para tornar o roteiro mais redondo. Assim mais uma vez o Billy real sai de cena para que apenas o mito prevaleça. Apesar disso é bom entender que o filme, apesar dos erros históricos, é acima de tudo um veículo competente, com muita ação e boas tomadas de locação no deserto. Se falha como história certamente alcança seus objetivos como diversão e entretenimento.

Os Jovens Pistoleiros (Young Guns, Estados Unidos 1988) Direção: Christopher Cain / Roteiro: John Fusco / Elenco: Emilio Estevez, Kiefer Sutherland, Lou Diamond Phillips, Charlie Sheen, Jack Palance, Terence Stamp / Sinopse: Um grupo de jovens pistoleiros liderados por Billy The Kid (Emilio Estevez) se tornam procurados por causa dos eventos sangrentos ocorridos na chamada Guerra de Lincoln.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Notas Sobre Um Escândalo

Uma professora veterana de ensino médio e uma jovem professora de artes acabam se envolvendo em um escândalo de grandes proporções após a descoberta de um impróprio relacionamento dessa última com um jovem aluno de apenas 15 anos de idade. Incrível como esse ótimo filme me escapou. Pois é, só agora - 5 anos depois - foi que finalmente assisti. Achei um primor de direção, roteiro e principalmente atuação. Na minha maneira de pensar não existem protagonistas "boazinhas" aqui. Muito embora a maioria das pessoas termine se colocando a favor da personagem Sheba (Cate Blanchet) e criem uma antipatia natural pela "vilã" Barbara (Judi Dench) o fato puro e simples é que a professora de artes não passa de uma profissional de educação que violou vários preceitos éticos e morais de sua profissão ao se envolver com um garoto de apenas 15 anos. Assim embora Barbara seja desequilibrada e tente tirar proveito de toda a situação ela não é mais vilã do que a colega de trabalho. Ambas estão equivocadas em seu comportamento. 

Aliás verdade seja dita: a grande Judi Dench dá show de interpretação. Sua narração em off torna tudo ainda mais interessante. A atriz passa um misto de pessoa má, com uma sensibilidade à flor da pele ao mesmo tempo em que se expõe como uma solitária amarga e sem esperanças que vê uma última chance de ter um relacionamento em sua vida. É aquele tipo de interpretação que humaniza muito a personagem do filme. "Notas Sobre Um Escândalo" foi dirigido pelo talentoso cineasta Richard Eyre, um talento nato do teatro clássico inglês, já tendo sido premiado várias vezes em seu país por adaptações maravilhosas como "Rei Lear". Sua formação erudita acrescentou e muito na elegância dessa produção, apesar do tema polêmico e complicado. Enfim, é isso: "Notas Sobre um Escândalo" é um excelente filme, uma boa pedida para quem quiser ver duas grandes atrizes em cena duelando para ver quem realmente é a melhor. Se bem que no final o grande vencedor será o espectador mesmo que assistirã a um belo filme. Não deixe de assistir. 

 Notas Sobre um Escândalo (Notes On a Scandal, Estados Unidos, 2006) Direção: Richard Eyre / Roteiro: Patrick Marber baseado na novela de Zoe Heller / Elenco: Cate Blanchett, Judi Dench, Andrew Simpson / Sinopse: Uma professora veterana de ensino médio e uma jovem professora de artes acabam se envolvendo em um escândalo de grandes proporções após a descoberta de um impróprio relacionamento dessa última com um jovem aluno de apenas 15 anos de idade. 

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de julho de 2012

Jasão e o Velo de Ouro

Jasão (Todd Armstrong) é um jovem grego cujo pai, um rei poderoso, foi morto por um usurpador do trono. Protegido pela rainha dos Deuses, Hera (Honor Blackman), ele sai em busca de um velo de ouro, peça dada pelos deuses aos homens, que lhe dará poderes especiais para que possa lutar pelo trono que lhe é seu de direito. "Jasão e o Velo de Ouro" (também conhecido como "Jasão e os Argonautas") é mais uma prova da genialidade do grande produtor e expert em efeitos especiais Ray Harryhausen. Produtor, diretor e mestre na técnica de animação que ficou conhecida como Stop-Motion (captura quadro a quadro de movimentos) Harryhausen fez a alegria da garotada durante muitas décadas com suas animações extremamente bem feitas e imaginativas. Nesse "Jasão e o Velo de Ouro" ele presenteou seus fãs com momentos inesquecíveis como a luta contra os filhos da Hydra (na realidade os ossos dos mortos pelo famoso monstro que voltavam do túmulo para destruir a tripulação de Jasão) e o despertar do Titã da ilha de bronze, cuja cena não poderia ser mais charmosa e bem feita.

De certa forma filmes como "Jasão e o Velo de Ouro" só existiam mesmo para que Harryhausen explorasse seu talento em efeitos visuais. Não adianta se preocupar muito com roteiro e nem com boas atuações em produções como essa. Tanto que os filmes eram realizados em cima das técnicas de Stop-Motion, com pouca preocupação em outros quesitos. O elenco aqui, por exemplo, é praticamente todo desconhecido sem qualquer grande astro em cena. O próprio Jasão é interpretado por um ator pouco conhecido do grande público, Todd Armstrong, que nunca mais faria nada de muito significativo na carreira. Já o diretor Don Chafrey teria melhor sorte. Após realizar outras produções para o público infanto-juvenil encontraria o grande sucesso de sua carreira na telinha ao dirigir a popular série CHIPS na década de 70. Enfim, "Jasão e o Velo de Ouro" é uma matinê das mais saborosas, para reviver a nostalgia das antigas Sessões da Tarde das décadas de 70 e 80, quando o filme era um dos campeões de reprises, para alegria da garotada que ficava em casa assistindo aos saborosos filmes do imortal Harryhausen. Uma produção charmosa e nostálgica na medida certa.

Jasão e o Velo de Ouro / Jasão e os Argonautas (Jason and The Argonauts, Estados Unidos, 1963) Direção: Don Chaffey / Roteiro: Jan Read, Beverley Cross / Elenco: Todd Armstrong, Nancy Kovack, Gary Raymond, Honor Blackman / Sinopse: Jasão (Todd Armstrong) é um jovem grego cujo pai, um rei poderoso, foi morto por um usurpador do trono. Protegido pela rainha dos Deuses, Hera (Honor Blackman), ele sai em busca de um velo de ouro, peça dada pelos deuses aos homens, que lhe dará poderes especiais para que possa lutar pelo trono que lhe é seu de direito.

Pablo Aluísio.

Cartas de Iwo Jima

Clint Eastwood foi extremamente ousado ao iniciar um projeto que daria origem a dois filmes sobre a II Guerra Mundial em 2005. O primeiro filme se chamaria "A Conquista da Honra" e se focava bastante no lado americano do conflito. A segunda produção seria essa, "Cartas de Iwo Jima", mostrando o lado japonês de uma das batalhas mais sangrentas da guerra. Iwo Jima era uma pequena ilha vulcânica no meio do Pacífico considerada naquele momento histórico como a "porta de entrada" para a invasão americana ao Japão. Era a ante-sala de uma enorme invasão das tropas aliadas nas duas ilhas principais do império japonês, por essa razão a batalha foi das mais aguerridas e sangrentas de todo o conflito. Não havia a possibilidade do exército do imperador abrir mão de um território tão vital como aquele. O roteiro foi baseado em uma publicação que compilava cartas do general Tadamichi Kuribayashi. O curioso desses relatos que sobreviveram ao conflito é que mostram um militar de alta linhagem que a despeito de toda a hierarquia e rigidez de sua patente não conseguiu esconder o lado humano daquela tragédia que iria se abater sobre suas tropas. Seu relato é de ansiedade mas também de realismo pois sabia que seria quase impossível deter a invasão e a conquista do local. Como sabemos dentro daquele contexto a derrota militar era vista com uma carga de desonra pessoal tão profunda que muitos preferiam se matar do que voltarem derrotados para o Japão. O general sabia que se falhasse não iria sobreviver à luta. 

"Cartas de Iwo Jima" foi recebido com certa má vontade por alguns veteranos americanos. Não era para menos. Eles se ressentiram pelo fato de um filme americano, dirigido por um americano ter que retratar justamente as tropas inimigas, sob seu ponto de vista. Esqueceram que esse foi um dos aspectos que Clint Eastwood mais prezou em seu projeto que era justamente mostrar os dois lados do mesmo conflito. O resultado provou-se melhor do que em "A Conquista da Honra". O material era melhor e o filme conta com um excelente elenco. Além disso aqui Clint não precisou se preocupar com o lado da patriotada americana que sempre está presente nesse tipo de filme. Mais solto o cineasta conseguiu um lado mais humano bem mais presente do que em seu outro filme. Todos os personagens são muito humanos, sem a necessidade de posarem de heróis ou símbolos da pátria. No saldo final temos um dos melhores trabalhos já realizados mostrando o dia a dia, o cotidiano e as angústias das tropas japonesas naquela pequena ilha perdida que quase ninguém realmente queria mas que não poderiam se dar ao luxo de perdê-la. Aula de história e humanismo que não se aprende na escola.  

Cartas de Iwo Jima (Letters From Iwo Jima, Estados Unidos, 2006) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Iris Yamashita, Paul Haggis / Elenco: Ken Watanabe, Kazunari Ninomiya, Tsuyoshi Ihara, Ryo Kase, Shido Nakamura, Hiroshi Watanabe / Sinopse: Tropas japoneses estacionadas na ilha de Iwo Jima se preparam para enfrentar a iminente invasão das tropas norte-americanas.  

Pablo Aluísio.

Jogo Bruto

Com o sucesso de "Exterminador do Futuro" e "Conan" os estúdios americanos descobriram que tinham um novo chamariz de bilheteria nas telas. O cinema americano então resolveu apostar suas fichas nesse ator austríaco de nome impronunciável que sempre aparecia nos filmes geralmente mudo, mas que compensava isso trucidando as cabeças de seus inimigos. Arnold Schwarzenegger era essa aposta. Chamar o sujeito de ator realmente era uma licença poética, porque ele mal conseguia falar inglês (e quando falava ninguém entendia nada mesmo, por causa de seu sotaque forte). Também não tinha qualquer talento dramático. Isso era bem curioso porque não era a primeira vez que sujeitos fortões faziam sucesso nas telas. No passado os filmes de Hércules e Maciste já tinham provado que havia público para esse tipo de produção. A diferença agora era que os estúdios estavam dispostos a realizar excelentes produções em torno do nome do novo ator e não apenas produções B com orçamentos restritos como acontecia com Steve Reeves no passado, por exemplo. Dino de Laurentis o famoso produtor de grandes filmes estava particularmente interessado em Schwarzenegger e resolveu contratar o ator para estrelar um filme diferente, ambientado no mundo da moderna máfia americana, só que sem os roteiros mais trabalhados dos filmes de Martin Scorsese (que era especialista nesse tipo de produção). O enredo deveria ser o mais simples possível, só o suficiente para o ator austríaco ter alguma motivação antes de sair distribuindo tiros e socos nas cenas finais. 

"Jogo Bruto" foi concebido para ir no rastro dos recentes sucessos de bilheteria do cinema de extrema ação dos anos 80. Numa época em que Chuck Norris estrelava um filme atrás do outro e conseguia ótimos resultados de bilheteria com suas fitas de orçamento modesto, Arnold Schwarzenegger surgia como um suposto concorrente dele (em breve obviamente iria superar o concorrente e se tornar um grande astro das telas com filmes de ótimo resultado de bilheteria). O diretor desse filme é o talentoso britânico John Irvin que enfrentou dificuldades com o produtor Di Laurentis durante as filmagens. Acontece que ele vinha desenvolvendo uma certa trama dentro da produção que começou a irritar Di Laurentis que queria uma fita de pura ação e só, sem nuances ou roteiros complicados. Após visitar o set Dino jogou metade do roteiro fora e mandou Irvin elaborar com seus roteiristas um novo final ao estilo "Comando Para Matar" - que havia feito grande sucesso poucos meses antes. E assim foi feito. Visto hoje "Jogo Bruto" apresenta essa dualidade. Metade do filme tenta mostrar uma trama policial de complicada teia de interesses e a outra metade é pura ação descerebrada. O filme custou meros 8 milhões de dólares (em breve só o cachê de Schwarzennegger ultrapassaria esse valor com folgas) e fez sucesso, mostrando de uma vez por todas para os estúdios que o novo ator era uma aposta certeira para grandes sucessos de bilheteria. Nascia assim um dos ícones dos filmes de pura ação da década de 80.  

Jogo Bruto (Raw Deal, Estados Unidos, 1986) Direção: John Irvin / Roteiro: Luciano Vincenzoni, Sergio Donati / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Kathryn Harrold, Darren McGavin / Sinopse: Em uma Chicago infestada de criminosos o policial Mark Kaminsky (Arnold Schwarzenegger) acaba se envolvendo numa extensa rede criminosa controlada por um grande chefão da máfia local. 

Pablo Aluísio.

O Último Tiro

No mesmo ano em que Henry Fonda estrelou o clássico “Era uma Vez no Oeste” ele realizou ao lado do amigo James Stewart esse “Firecreek” um de seus melhores westerns. Infelizmente não é de seus trabalhos mais conhecidos hoje em dia, o que é uma injustiça. Muito subestimada a fita tem um excelente roteiro, um argumento excepcional e é muito bem produzida. Na estória acompanhamos a chegada do bando de Bob Larkin (Henry Fonda) na pequenina cidadela de Firecreek. Essa é uma comunidade extremamente pacífica cuja população é formada basicamente por humildes comerciantes e pequenos proprietários rurais, entre eles Johnny Cobb (James Stewart) cuja esposa está em trabalho de parto em seu rancho. Ao visitar a cidade para comprar mantimentos acaba encontrando Larkin e seus facínoras no local. O problema maior para Cobb é que apesar de não ter treinamento e nem experiência responde pela segurança da cidade, servindo no posto de Xerife interino enquanto não é nomeado um oficial da lei pelo Estado. Obviamente Larkin e sua quadrilha não deixarão os moradores em paz após descobrir que o homem responsável pela lei no lugar não é páreo para eles, pistoleiros profissionais.

Assim são colocados em lados extremos o pistoleiro rápido no gatilho, com várias mortes nas costas e um simples e pacato cidadão que apenas quer que a lei e a ordem continue reinando em Firecreek. É a antiga metáfora do cordeiro contra o lobo, que se sacrificará se for necessário para proteger os que lhe são queridos e caros. Assistir Fonda e Stewart no mesmo filme já é um prazer, agora imaginem ver esses dois grandes astros duelando pelo que é certo e justo numa cidade perdida do velho oeste americano! Não existe melhor representatividade da mitologia do velho oeste do que essa. Henry Fonda era um ator extremamente expressivo que conseguia transmitir tudo apenas com um olhar. Seu Bob Larkin é um envelhecido pistoleiro tentando manter a autoridade entre seu grupo de bandidos. Já James Stewart explora muito bem sua imagem de homem trabalhador, ético, honesto, devotado à sua família e íntegro (algo que aliás era parte de sua personalidade real e não apenas um jogo de imagem ou marketing pois ele era exatamente assim). Esse é o melhor filme do diretor Vincent McEveety um veterano da TV que dirigiu entre outros os grandes ícones televisivos Jornada nas Estrelas, Os Intocáveis e Columbo. Sua direção aqui é segura e centrada, tudo resultando em um faroeste realmente excepcional, bem acima da média. Em conclusão podemos classificar “Firecreek” como um belo momento, resultado de mais uma feliz união profissional entre Stewart e Fonda em um faroeste puro sangue que agradará em cheio os fãs e puristas do gênero.

O Último Tiro (Firecreek, Estados Unidos, 1968) Direção: Vincent McEveety / Roteiro: Calvin Clement Sr / Elenco: James Stewart, Henry Fonda, Inger Stevens, Gary Lockwood, Dean Jagger, Ed Begley / Sinopse: Após participar de um tiroteiro Bob Larkin (Henry Fonda) procura por abrigo na pequena cidade de Firecreek com seu bando de pistoleiros. No local acaba entrando em confronto com Johnny Cobb (James Stewart) um simples rancheiro nomeado xerife honorário do local.

 Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Casino Jack - O Super Lobista

Só grandes atores como Kevin Spacey conseguem injetar carisma em personagens como Jack Abramoff. Senão vejamos: o sujeito era um lobista em Washington, descaradamente comprava apoio de congressistas, vivia enrolado em vários negócios escusos e obscuros, tudo ao mesmo tempo agora, numa rede de tráfico de influências que fica até mesmo complicado de compreender. Além disso se envolveu com picaretas, mafiosos, assassinos e escroques de todos os tipos. Era um canalha de marca registrada e apesar de tudo isso quando o filme termina estamos totalmente absorvidos pelo tal Casino Jack. Só Spacey mesmo para realizar um milagre desses. 

O filme é muito bom, apesar do tema "pesado", Spacey consegue suavizar tudo, transformar cada cena em um show particular. Ele inclusive aproveita para fazer pequenas paródias de personagens famosos de outros filmes (como "Os Bons Companheiros" ou "O Poderoso Chefão"). Também imita sotaques e politicos famosos (sua imitação de Bill Clinton no filme é perfeita). Fica claro para o espectador que ele certamente se divertiu muito fazendo o filme. Enfim, "Casino Jack" é 100% Kevin Spacey da primeira à última cena, não é por acaso que ele tem sido indicado a tantos prêmios. O filme é dele, existe por sua razão e só se justifica quando ele está em cena. Todo o resto é pura escada para o ator deitar e rolar em cena.  

O Super Lobista (Casino Jack, Estados Unidos, 2010) Direção: George Hickenlooper / Roteiro: Norman Snider / Elenco: Kevin Spacey, Barry Pepper, Jon Lovitz / Sinopse: Jack (Kevin Spacey) é um super lobista que transita pelos principais lugares na capital americana vendendo e comprando interesses. 

Pablo Aluísio.

O Aprendiz de Feiticeiro

Sinceramente, o dia em que Jerry Bruckheimer morrer ou pelo menos abandonar o cinema eu vou soltar fogos na rua. Esse sujeito é uma verdadeira desgraça para o cinema americano (e mundial). Ele tem acesso a milhões de dólares, todas as possibilidades para realizar grandes filmes e o que ele faz com essa grana toda? Os maiores lixos, chicletes, fast foods que eu já tive o desprazer de assistir. Perto dele o Sr James "Pipoca" Cameron é o Da Vinci. Jerry, pelo amor de Deus, cava uma cova e pula dentro ok? Os cinéfilos irão lhe agradecer encarecidamente...

O novo "filme" (entre aspas porque isso é qualquer coisa menos um filme de verdade) produzido por ele se chama "O Aprendiz de Feiticeiro". Nem precisa dizer que nem zero esse troço merece, pois sua nota seria negativa, abaixo do zero absoluto. O tal aprendiz de feiticeiro é interpretado por um ator Zé ninguém (não me perguntem o nome dessa ameba) que é provavelmente o pior ator jovem surgido nos últimos 200 anos. Não sabe interpretar, não tem carisma, é simplesmente um soco no estômago ficar vendo suas canastrices por quase duas horas. Péssimo. Nicolas Cage (usando uma peruca pavorosa) passa o filme inteiro posando de "Mago Sábio" mas tudo o que consegue é nos fazer ter pena dele. Ele provavelmente deve estar mesmo precisando muito de dinheiro para estrelar uma coisa dessas. O resto do elenco é constrangedor. Enfim, quando ver o cartaz dessa marmota do Jerry em cartaz fuja o mais rapidamente possível...

O Aprendiz de Feiticeiro (The Sorcerers Apprentice, Estados Unidos, 2010) Direção: Jon Turteitaub / Roteiro: Lawrence Konner), Mark Rosenthal / Elenco: Nicolas Cage, Alfred Molina, Jay Baruchel, Toby Kebbell / Sinopse: Velho feiticeiro com mal gosto para cabelos e roupas (Nicolas Cage) encontra um aprendiz para ensinar seus truques de magia. Juntos terão que enfrentar um bruxo versado em magia negra (Alfred Molina).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Amizade Colorida

Hollywood até tenta ser "moderninha" e tudo mais porém eu sempre acho engraçado como eles só conseguem ir até um nível de modernidade. E quando diz respeito a relacionamentos amorosos a coisa piora ainda mais. Essa comédia romântica estrelada pelo cantor Justin Timberlake e pela atriz Mila Kunis é um exemplo disso. "Amizade Colorida" é um filme tão quadradinho por baixo de seu marketing "moderninho" que chega a ser divertido descobrir todas as suas falsas intenções. Embaixo da verniz de argumento liberal com personagens modernosos, tudo é tão careta, quadrado, antiquado. Um membro do Partido Republicano americano poderia até aplaudir seu argumento no final da exibição. O roteiro tem vergonha de ser uma comédia romântica e por isso tenta disfarçar de todas as formas possíveis mas naufraga em seus objetivos. Tudo o que você já viu em filmes assim irá encontrar novamente aqui - no final das contas são os velhos clichês de sempre. 

Talvez a única diferença seja o excesso de "pegação" entre Justin e Mila. De fato eles passam quase todos os primeiros 60 minutos de filmes na cama, rolando pra lá e pra cá. Pena que tudo isso soe artificial e falso no final. O título original do filme, "Friends With Benefits" é uma expressão em inglês que significa justamente aquelas amizades que podem ter alguns benefícios extras, como por exemplo, um eventual envolvimento sexual mas sem qualquer tipo de relacionamento emocional mais sério. É justamente nesse tipo de amizade que embarcam Dylan Harper (Justin Timberlake) e Jamie Rellis (Mila Kunis). São bem sucedidos em suas carreiras e querem ter de vez em quando sexo casual entre si, mas sem qualquer tipo de comprometimento com isso. Até aí tudo bem o problema é que como acontece em 99.9% das comédias românticas americanas tudo o que começa de forma bem liberal acaba da maneira mais quadrada e conservadora possível. Eu não sei o resto do público mas sempre fico com aquele gostinho de que estou levando uma lição de moral nesse tipo de produção. A mensagem subliminar aqui é das mais reacionárias: "Não se envolva casualmente com ninguém, se apaixone, se case, tenha filhos e vá morar no subúrbio". Se você acredita que isso seja o sinônimo de felicidade para alguém então certamente gostará desse "Amizade Colorida".  

Amizade Colorida (Friends With Benefits, Estados Unidos, 2011) Direção: Will Gluck / Roteiro: Will Gluck, Keith Merryman, David A. Newman, Harley Peyton / Elenco: Mila Kunis, Justin Timberlake, Emma Stone, Rashida Jones, Patricia Clarkson, Richard Jenkins, Woody Harrelson / Sinopse: Dylan Harper (Justin Timberlake) e Jamie Rellis (Mila Kunis) são dois jovens bem sucedidos em suas carreiras que querem ter de vez em quando sexo casual entre si, mas sem qualquer tipo de comprometimento com isso.  

Pablo Aluísio.

A Família Flynn

"Being Flynn" mostra o tormentoso relacionamento entre Jonathan Flynn (Robert De Niro) e seu filho Nick (Paul Dano). Após o abandonar ainda criança ele volta inesperadamente na vida do filho que agora adulto tenta sobreviver nos empregos que aparecem, como em um abrigo para sem tetos (nos EUA chamados de "Homeless"). Para sua surpresa certa noite quem chega no abrigo atrás de uma cama e um prato de sopa quente é justamente seu velho, agora desempregado, vivendo pelas ruas da grande cidade. Finalmente depois de vários filmes inexpressivos o ator Robert De Niro apresenta uma interpretação de nível em uma produção tocante. "Being Flynn" é um filme muito humano, um roteiro muito sensível que enfoca as dificuldades que podem surgir entre pai e filho, principalmente após longos anos de afastamento entre eles. Também mostra uma faceta muito cruel do momento econômico porque passa os EUA nesse momento. 

Recentemente li uma extensa matéria mostrando o alarmante aumento no número de pessoas sem emprego, casa e perspectiva que vivem nas ruas das grandes cidades americanas. Muitas dessas pessoas são cidadãos de bem, pessoas que viveram por anos de seus trabalhos, mesmo que humildes, mas que de uma hora para outra ficam sem nada, tendo que ir parar nas ruas. Pessoas dignas que acabam miseráveis por uma série de fatores sociais e econômicos. Como se sabe o Estado Americano é do tipo liberal o que significa que essas pessoas estão por sua própria conta e não receberão qualquer tipo de ajuda governamental para se levantarem na vida. Não é de se admirar o avanço da miséria no país mais rico do mundo. O roteiro foi baseado numa história real que foi contada em livro por Nick Flynn (atualmente um artista bem sucedido nos EUA). É um retrato muito humano dessas pessoas que perdem tudo, até sua dignidade, de uma hora para outra. De Niro está ótimo na pele de seu personagem, um taxista sem emprego com sonhos de um dia se tornar um grande escritor. Tudo é desenvolvido com muita sensibilidade, humanidade, mostrando a luta pela sobrevivência de certas pessoas que não aceitam a derrota. "Being Flynn" é socialmente consciente e leva à reflexão sobre a situação desses milhões de excluídos que vagam pelas ruas das grandes metrópoles sem qualquer esperança.

A Família Flynn (Being Flynn, Estados Unidos, 2012) Direção: Paul Weitz / Roteiro: Paul Weitz baseado no livro de memória de Nick Flynn / Elenco: Robert De Niro, Paul Dano, Julianne Moore / Sinopse: Após perder seu emprego e sua licença para dirigir Jonathan Flynn (Robert De Niro) vira um homeless, um sem teto. Vagando pelas ruas, no frio e abandono, acaba indo parar num abrigo para pessoas pobres onde seu filho Nick trabalha.  

Pablo Aluísio.