sábado, 22 de abril de 2017

Lista de Filmes - Parte I

Aqui vai uma pequena lista de filmes que assisti recentemente. Alguns deles ganharam resenhas em outros blogs. Ontem conferi esse "Macbeth - Ambição e Guerra", estrelado por Michael Fassbender. É mais uma adaptação da obra de William Shakespeare. O texto é dos melhores, mostrando um nobre guerreiro que é corroído pela ambição, se tornando um assassino insano e cruel, tudo para se sentar no trono da Escócia.

Essa peça era considerada maldita e amaldiçoada pelos contemporâneos de Shakespeare, justamente por causa de seu tema sórdido envolvendo até mesmo bruxaria. É de se pensar na coragem de Shakespeare escrevendo sobre um rei insano em pleno auge do absolutismo inglês. No geral é um bom filme, gostei.

Já "Sala Verde" é um thriller de suspense que não convence muito. No elenco apenas um nome conhecido: Patrick Stewart, sim ele mesmo, o Capitão Picard de "Star Trek - A Nova Geração" e o Professor Xavier da franquia "X-Men". Ator talentoso não teve muito com o que trabalhar nesse filme. O enredo é vulgar. Uma banda de rock do estilo Hard Punk vai se apresentar em um "buraco", um lugar frequentado por skinheads e membros do movimento White Power. Todos neonazistas, todos racistas. Após o show um dos membros do grupo presencia uma cena grotesca, uma jovem é esfaqueada na cabeça. Agora todos eles se tornaram testemunhas de um crime e vão ter que pagar muito caro para sair daquele lugar com vida. Patrick Stewart é o velho líder racista, dono do lugar, que fará de tudo para mandar todos eles para a cova rasa. Um filme apenas irregular, nada memorável.

Nesse gênero suspense, já indo para o terror, melhor mesmo é conferir "Ouija: Origem do Mal". O filme já vinha sendo elogiado bastante, por isso resolvi conferir e acabei gostando. A história se passa nos anos 60 e embora o roteiro tenha muitos clichês, tudo se garante na base da referência a bons filmes de terror do passado. Pena que o mesmo não possa ser dito do novo filme da franquia "Anjos da Noite" intitulada "Guerras de Sangue" que é apenas um prato requentado de todos os demais filmes da série. Dispense. Por fim duas dicas para quem gosta de história. São dois filmes sobre a última rainha da França, Maria Antonieta. "Adeus Minha Rainha" mostra os últimos momentos da monarca, tudo sob o ponto de vista de uma de suas damas de companhia. Já "Maria Antonieta" conta a história da rainha em uma narrativa quase documental. A atriz que interpreta a protagonista é extremamente parecida com a Maria Antonieta real. Um filme muito bom, diria até mesmo educativo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Mickey Rourke - Primeiros Filmes

A imprensa começou a falar em Mickey Rourke lá por volta da primeira metade dos anos 80. Claro, ele já havia feito filmes antes dessa década, mas quase sempre como mero coadjuvante e em alguns casos como um extra perdido no meio da multidão. Não era alguém para se prestar atenção. Dessa primeira fase de sua filmografia vale a pena citar "Portal do Paraíso" e "1941 - Uma Guerra Muito Louca", ambos os filmes fracassaram nas bilheterias. Nem o nome de Steven Spielberg conseguiu salvar 1941 de afundar feio nos cinemas. De fato foi o primeiro fracasso comercial do diretor. Logo ele que vinha já naquela época de uma sucessão de sucessos!

Assim o primeiro filme do ator a realmente chamar a atenção foi "Quando os jovens se Tornam Adultos", o conhecido "Diner" de 1982.  Dirigido por Barry Levinson o filme tinha um elenco jovem muito bom, contando com, entre outros, Steve Guttenberg e Kevin Bacon. Com um roteiro acima da média mostrava um grupo de rapazes procurando por um caminho na vida, mas sem encontrar nada consistente mesmo. E no meio desse turbilhão de situações havia o momento em que eles se encontravam, no mesmo lugar, para jantar e jogar conversa fora.

Esse foi o primeiro filme que chamou atenção para Mickey Rourke. Numa de suas primeiras entrevistas inclusive ele dizia que seu apelido "Mickey" (que não era seu nome original) havia sido dado por causa de sua baixa estatura. Como se ele fosse um garoto do tipo raquítico tentando sobreviver na Nova Iorque de sua infância. E para quem não sabe seu nome real é Phillip Andrew Rourke. Pois bem, com "Diner" Mickey Rourje ganhou seu primeiro filme de relevância, pelo menos para ele pessoalmente, dentro de sua carreira. Seu personagem chamado Robert 'Boogie' Sheftell foi um verdadeiro presente para quem tentava decolar uma carreira iniciante de ator.

Pablo Aluísio.

Mel Gibson - Primeiros Filmes

A carreira de Mel Gibson começou muito modesta, ainda nos tempos em que ele morava na Austrália. Embora fosse americano de origem (o ator nasceu em Nova Iorque no ano de 1956), Gibson foi ainda muito jovem morar na distante Austrália por causa dos pais. Lá ele começou a se interessar por atuação, muito embora ainda fosse jovem demais para decidir o que faria da vida no futuro. Seu primeiro trabalho foi na televisão, em uma participação mínima na série "The Sullivans". Era o ano de 1976, Gibson com apenas 20 anos de idade curtiu a experiência, mas percebeu que o mundo da televisão não era para ele.

Seu primeiro filme para o cinema foi "O Último Verão", uma fita sobre quatro amigos que resolvem viajar pela Austrália em busca da onda perfeita. Os personagens eram surfistas (inclusive Gibson) e o roteiro era, para ser bem educado, completamente primário. Um filme que foi renegado pelo próprio Gibson anos depois. Durante uma entrevista o ator, perguntado sobre seu primeiro filme, foi enfático, descartando a produção, a chamando de ridícula. Realmente o título original era bem adequado, "Summer City", pois esse era inevitavelmente um filme vazio de verão, com surf, praias, garotas e nada mais. Não era mesmo nenhuma obra cinematográfica mais relevante. Se não fosse pela participação de Mel Gibson no elenco esse filme já teria sido esquecido completamente.

Depois de "O Último Verão" Gibson faria mais um filme, dessa vez um telefilme para ser exibido exclusivamente no canal ABC da Austrália. O filme se chamava "The Hero" (até hoje sem nome oficial no Brasil). Era uma produção muito fraca, quase um documentário, sobre a vida de atores na Austrália. Foi tão ruim e decepcionante que Gibson chegou ao ponto de pensar em abandonar seus sonhos de se tornar um ator, de viver da arte de atuar.

O que salvou a carreira de Mel Gibson foi o fato do diretor George Miller se interessar por ele após assistir a "O Último Verão". O cineasta acreditou que havia finalmente encontrado o tipo ideal para seu novo projeto, um filme com roteiro insano mostrando um patrulheiro rodoviário tentando colocar ordem e justiça em um mundo pós-apocalíptico. Era uma proposta bem ousada, a ser filmada nas estradas mais desertas e inóspitas do interior australiano. Miller queria mostrar um mundo destruído, desolado e abandonado, cuja a lei deveria ser imposta com violência e insanidade. O nome do filme seria "Mad Max" (Louco Max) e poucos sabiam, mas esse seria um marco absoluto na história do cinema mundial. Mel Gibson foi então convidado para um teste, sem levar nada muito à sério. Mal sabia ele o que estava por vir...
 
O filme "Mad Max" foi uma produção barata que não negava suas origens. O filme foi produzido com apenas 200 mil dólares, tudo feito a toque de caixa. O diretor George Miller porém tinha uma visão inovadora, bastante original. Ele mandou confeccionar um belo cartaz do filme e viajou até os Estados Unidos para lançá-lo no circuito independente. Ele sabia que nesse meio o filme teria maior recepção.

E tudo correu de acordo com o que ele pensava. "Mad Max" passou a ser exibido em um mercado mais underground, que o transformou rapidamente em um cult movie. Além disso quando o filme finalmente foi lançado (em 1979) o mercado de cinema estava prestes a sofrer uma enorme transformação. A indústria se preparava para o lançamento de um novo aparelho doméstico, o videocassete, que iria mudar para sempre os hábitos dos cinéfilos.

"Mad Max" acabou assim se tornando um dos primeiros grandes sucessos de lançamento no recém inaugurado mercado de vídeos domésticos, VHS. Com esse novo meio de comercialização de filmes os produtores encontraram um novo meio de ganhar muito dinheiro com os filmes. O que antes se resumia nas bilheterias de cinema, agora mudava para um novo formato. O consumidor alugava o filme e levava uma fita para assistir em casa, no conforto do lar. Com isso "Mad Max" foi ficando cada vez mais popular. A boa receptividade chamou a atenção para Mel Gibson, o ator que interpretava Max. Embora fosse americano ele morava na Austrália. Seu agente o aconselhou a ir embora, vindo morar em Los Angeles.

Antes de ir embora para a América Mel Gibson rodou um novo filme na Austrália. O filme se chamava "Tim - Anjos de Aço". Esse roteiro deu oportunidade para Gibson mostrar que era muito mais do que apenas um patrulheiro rodoviário em um mundo destruído. Seu personagem se chamava Tim Melville, um rapaz com retardo mental que trabalhava em pequenos serviços, como jardineiro, etc. Interpretar alguém excepcional, com necessidades especiais, foi um grande desafio para Mel que pegou gosto pelo drama e pelos enredos mais edificantes. Claro, ele estava prestes a se tornar um dos mais populares atores do gênero ação nos Estados Unidos, mas ao mesmo tempo sempre iria procurar por desafios como esse em sua futura carreira.
 
Depois do sucesso de "Mad Max" no mercado de vídeo nos Estados Unidos, Gibson viu as portas do cinema americano se abrirem para ele. Antes de ir para a América porém Gibson precisou cumprir alguns contratos que havia assinado na Austrália. Ela já havia decidido ir embora, para morar em Los Angeles por alguns anos, mas sem perder sua ligação com a Austrália, que adorava. Inclusive com o dinheiro ganho em "Mad Max" ele comprou sua primeira pequena fazenda no país, algo que iria manter por muitos anos. Ele também queria continuar a trabalhar no cinema australiano, independente de qualquer coisa.

Um desses filmes de sua fase australiana final foi o filme de guerra "Força de Ataque Z". A história se passava na II Guerra Mundial, quando um comando de militares australianos embarcavam numa missão contra as forças do Japão imperial. Gibson interpretava uma capitão chamado John Kelly nessa produção que se não chegava a ser uma obra prima, pelo menos cumpria bem seus objetivos no quesito diversão. No elenco havia ainda outro bom ator que também iria fazer carreira no cinema americano, o versátil Sam Neill.

Outro filme de guerra dessa mesma época foi "Gallipoli". Era uma produção bem superior ao filme anterior. Enquanto "Força de Ataque Z" era um filme de ação sem maiores pretensões a não ser divertir o público, esse "Gallipoli" era um ótimo drama de guerra dirigido pelo talentoso e reconhecido cineasta Peter Weir. O filme se passava durante a I Guerra Mundial. Gibson interpretava um jovem australiano que era enviado junto de sua companhia para lutar nas areias escaldantes do front egípcio. O inimigo era representado pelas forças militares de uma Turquia ainda muito fanatizada e cruel. Esse filme pode ser considerado o primeiro grande filme da carreira de Mel Gibson. Tinha excelente produção, linda fotografia e um roteiro realmente muito bem escrito. Era o tipo de filme que Gibson queria fazer. Algo muito além das meras cenas de ação dos filmes anteriores.

A produção acabou sendo considerada o grande filme australiano do ano, sempre premiada em várias categorias do Australian Film Institute (uma espécie de Oscar australiano), entre eles melhor filme, direção e ator, com Gibson sendo premiado pela primeira vez em sua carreira. O filme teve tão boa repercussão de público e crítica que acabou sendo lançado nos cinemas brasileiros na época, algo bem raro em se tratando de filmes australianos. Isso demonstrava como havia sido bem recebido em todo o mundo. Por muitos anos Gibson diria que "Gallipoli" havia sido certamente o melhor filme de toda a sua carreira até aquele momento.

Pablo Aluísio.

Brad Pitt - Primeiros Filmes

A primeira vez que ouvi falar em Brad Pitt foi por causa de sua participação no filme "Thelma & Louise" de 1991. Ele interpretava um jovem com chapéu de cowboy chamado J.D. Não havia nada de especial em sua "interpretação", na verdade Pitt chamou a atenção do público feminino mesmo por causa de sua beleza e sensualidade. Como o roteiro do filme explorava duas mulheres que tinham decidido deixar suas vidas chatas de donas de casa para trás, correndo em busca de aventuras, o bonitão vivido por Pitt representava antes de mais nada essa liberdade sexual recentemente recuperada por elas.

O fato porém é que esse não foi o primeiro papel do ator no cinema. Ele havia estreado bem antes, ainda nos anos 80, aparecendo em filmes como "Hunk - Um Pacto dos Diabos", "Atraídos Pelo Perigo" e "Abaixo de Zero". Em nenhum deles chegou nem perto de atrair a atenção do público. Suas participações eram nulas, muitas vezes seus "personagens" sequer tinham nomes. Em "Hunk" ele apareceu nos créditos como "O Rapaz na Praia", ou seja, nada muito promissor ou importante. Como todo jovem ator em Hollywood, Pitt precisou ralar um bocado para alcançar seu lugar ao sol.

Como havia muitos testes todos os dias para arranjar um trabalho, Pitt acabou indo parar até mesmo na série "Dallas" onde interpretou um jovem chamado Randy. Aparecer em Dallas foi bem importante para ele, principalmente para se tornar mais conhecido de agentes, diretores e produtores. A TV porém não era bem aquilo que ele procurava, por isso sua participação se limitou a apenas quatro episódios exibidos em 1987 no canal ABC. Depois disso Brad Pitt ainda trabalhou na televisão por cachês que seguravam sua barra como em "Anjos da Lei" e até mesmo "A Hora do Pesadelo", série feita para a televisão baseada nos famosos filmes de terror. Nada porém parecia dar muito certo ou colher bons frutos para sua carreira.

Sua sorte só mudou mesmo com Thelma & Louise. Esse filme foi realmente o divisor de águas em sua filmografia. Após bastante tempo estrelando séries, telefilmes e filmes sem grande importância, ele teve sua chance de aparecer para os grandes estúdios. Essa produção foi considerada uma das mais bem sucedidas daquele ano e apesar de ser estrelada pelas atrizes  Susan Sarandon e Geena Davis, todos só falavam da pequena e importante participação de Brad Pitt nas telas. O ator então vendo um bom momento em sua carreira trocou de agente e passou a fazer parte de uma agência bem importante de Los Angeles. Seus novos agentes prometiam oportunidades em grandes filmes que estavam sendo produzidos. Um novo horizonte finalmente se abria para Brad naquele começo dos anos 90.

Depois de chamar a atenção com "Thelma & Louise" os produtores lançaram no mercado um estranho filme que Brad Pitt havia estrelado chamado "Johnny Suede". Esse filme chegou a ser lançado no Brasil, em VHS, mas pouquíssimas pessoas assistiram. Era uma produção nonsense, com pretensões de se tornar cult, trazendo Pitt interpretando um personagem com um imenso topete (de fazer inveja a Elvis e James Dean). O roteiro era fraco e o filme como um todo não fazia muito sentido. Mesmo assim, visando principalmente ganhar algum proveito em cima da fama do ator, acabou sendo lançado, mas sem causar maior interesse tanto do público como da crítica. Em 1992 Brad Pitt estrelou outro filme que era bem fora dos padrões chamado "Mundo Proibido". Essa produção misturava cenas com atores reais e desenhos animados. Era de certa forma uma nova versão mais pobre e sem os mesmos recursos do sucesso "Uma Cilada Para Roger Rabitt". A protagonista era uma versão animada da atriz Kim Basinger, que fazia de tudo para copiar a sensual Jessica Rabbit. O filme não deu certo, foi fracasso de público e crítica, justamente por não ser nada original. Nem o clima de fim noir, que o diretor tentou imprimir à direção de arte, ajudou. Hoje em dia é uma produção que poucos conhecem, sendo praticamente desconhecida.

Curiosamente por essa época Brad Pitt fez dois trabalhos na TV americana. Um deles foi o telefilme "Histórias Insólitas", que trazia um daqueles roteiros com pequenas histórias diferentes, como se fossem contos literários adaptados para as telas. Nesse filme tínhamos enredos explorando pistoleiros do velho oeste a combatentes da I Guerra Mundial. Brad Pitt interpretou um personagem chamado Billy no segmento "King of the Road". Esse filme nunca foi lançado no Brasil, nem nos tempos das locadoras de vídeo. E isso apesar de ter sido dirigido pelos excelentes cineastas Richard Donner e Tom Holland. Também desconheço qualquer exibição em canais a cabo no Brasil. Pelo visto segue sendo inédito. O interessante é que esse mesmo filme foi relançado depois dentro da série "Contos da Cripta", esse sim lançado em vídeo no Brasil, porém de forma incompleta, o que deixou de fora "King of the Road". justamente aquele em que Pitt atuava. Apesar de tudo, Brad sentia que sua carreira estava demorando demais para decolar. Desde 1988 quando havia surgido pela primeira vez em "Anjos da Lei" ele procurava por uma saída, algum projeto que o lançasse finalmente no cinema. Sua impaciência chegaria ao fim ainda nesse ano de 1992, quando ele finalmente recebeu uma grande proposta para atuar em um filme classe A de Hollywood. Algo que vamos tratar no próximo texto. Até lá!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Filmes no Cinema - Edição XIV

Um dos filmes mais interessantes para se conferir nessa semana nos cinemas é O Rei do Show (The Greatest Showman, EUA, 2017). Essa produção deveria ter estreado em todo o Brasil  na semana passada, porém como o lançamento do novo Star Wars ocupou muitas salas, esse filme só está chegando em várias capitais hoje. O tema é dos mais interessantes. Estrelado por Hugh Jackman, o roteiro conta a história do empresário do circo P.T. Barnum. Ele foi seguramente um dos maiores nomes circenses de toda a história. O filme porém não se contenta em contar sua história, mas acrescenta também alguns "toques mágicos" aos acontecimentos. No elenco ainda há dois bons nomes: Michelle Williams e Zac Efron. A direção é de Michael Gracey que vai em breve dirigir a versão cinematográfica de "Naruto".

Outra boa opção, dessa vez indicada para quem gosta de filmes românticos, sobre relacionamentos, é Roda Gigante (Wonder Wheel, EUA, 2017). Esse é o novo filme do diretor Woody Allen. A história se passa nos anos 40, em Coney Island. Duas mulheres, uma só paixão. Uma delas é casada e a outra é a sua enteada. Ambas apaixonadas por um salva-vidas bonitão interpretado por Justin Timberlake. Como se trata de Woody Allen obviamente o filme vai chamar a atenção dos cinéfilos que admiram e seguem sua carreira. O elenco também vai atrair uma boa bilheteria pois conta com Kate Winslet e o astro pop Justin Timberlake. James Belushi, conhecido humorista e comediante, interpreta o pobre marido traído. Vale conferir.

Para o caso de você não querer ver filmes sobre circos em um realismo fantástico, nem um drama romântico dos anos 50, a pedida é "O Jovem Karl Marx", filme que inclusive já escrevi resenha aqui no blog. Como o título deixa claro, mostra os anos iniciais da vida de Marx, o ideólogo definitivo da ideologia de esquerda. Expulso de seu país natal ele vai parar na França onde recomeça seu ativismo socialista. Lá conhece o jovem filho de um rico industrial, Engels, que acaba se tornando seu mais próximo colaborador e amigo pessoal. Um filme bom, que acerta em contar uma história, sem cair demasiadamente em panfletismos desnecessários.

Mustang Island é um filme mais indicado para os jovens que estão passando por um período de fossa. Isso mesmo. No roteiro um jovem, após ver seu relacionamento afundar, decide pegar o carro e ir para um destino desconhecido. É um road movie, com pitadas de drama, comédia e aventura. Nada muito especial, mas vale uma espiada. O elenco traz Macon Blair e Lee Eddy. A direção é Craig Elrod. Para finalizar uma curiosidade. Está chegando só agora nas telas brasileiras de cinema o filme Cavalos Selvagens! Essa produção é de 2015 e levou quase três anos para conseguir espaço em nosso circuito comercial. Um absurdo! De qualquer forma se ainda não viu ignore esse atraso. É uma produção muito boa, dirigida e atuada pelo veterano Robert Duvall, com um elenco que conta ainda com James Franco e Josh Hartnett. Já fiz inclusive resenha desse western contemporâneo aqui em nosso blog. Com enredo interessante, passado no moderno oeste americano, é uma boa pedida para o fim de semana.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Filmes no Cinema - Edição XIII

Há pelo menos dois bons motivos para ir ao cinema nesse fim de semana. O primeiro (e mais óbvio) é o lançamento do tão aguardado reboot da (agora) franquia "Blade Runner". Como se sabe o primeiro filme não foi exatamente um sucesso de bilheteria quando chegou aos cinemas lá pela primeira metade dos anos 80. Isso não o impediu de virar um cult movie, um filme amado e cultuado pelos cinéfilos. Agora temos esse "Blade Runner 2049". A primeira impressão, eu sei, seria de pura desconfiança. Hollywood cada vez com menos ideias novas, sem originalidade, estaria apelando mais uma vez para reciclagens. Bom, ainda não vi o filme, mas pelo que tenho colhido em termos de reação da crítica (e também público), parece que o filme não decepciona! É pagar para ver, de preferência no cinema mesmo.

Outro bom motivo para ir para o cinema nesse fim de semana é a estreia do drama histórico "Churchill". Para quem andou cabulando as aulas de história, ele foi o primeiro ministro inglês durante a II Guerra Mundial. Um verdadeiro herói para a Inglaterra pois enfrentou Hitler, o nazismo e se sagrou vencedor no maior conflito armado da história. O curioso dessa nova abordagem é que o diretor Jonathan Teplitzky resolveu investir no lado mais humano do líder europeu. Não o retratando apenas como o herói das estátuas em praça pública, da visão mais ufanista, mas como um homem que tinha receios, dúvidas e até medo do destino da Europa naquele momento histórico tão perigoso. O elenco conta com  Brian Cox como o premier britânico e Miranda Richardson como sua esposa. Para quem gosta de dramas históricos essa é certamente uma grande pedida.

O circuito comercial porém não vive apenas de grandes filmes, como bem sabemos. Há também espaço para aquelas obras bem mais modestas do ponto de vista artístico. Nessa semana teremos o lançamento, por exemplo, do primeiro longa do famoso personagem dos desenhos animados, "Pica-Pau". Um fato curioso ronda essa produção. Ela só será lançada nos cinemas do Brasil. Isso mesmo. A produtora americana decidiu que lançará o filme apenas em DVD e em streaming nos Estados Unidos. A justificativa seria que o personagem já não seria tão popular e conhecido entre as crianças americanas (ele é uma criação dos anos 40, imagine você!). Mesmo sendo uma produção feita para o público infantil as críticas não andam nada boas. Parece que o filme é bem ruim.

Por fim aqui vão três dicas para um público mais seletivo, que queira conhecer melhor a atual produção cinematográfica de outros países. O francês "O Melhor Professor da Minha Vida" mostra a amizade que nasce entre um renomado professor do Liceu Henri IV de Paris e um garoto negro da periferia que vai estudar lá. Já a animação japonesa "Your Name" de Makoto Shinkai, mostra a história de uma garota do interior que sonha um dia ir embora para Tóquio, a grande capital do país. Por fim fica a dica do coreano "Na Praia à Noite Sozinha", que explora a história de uma atriz da Coreia do Sul que resolve ir para a Hamburgo, na Alemanha, para refletir sobre sua própria vida. Esse filme tem uma bela fotografia e um roteiro mais intimista que vai agradar ao público que aprecia dramas mais consistentes.

Pablo Aluísio.

Filmes no Cinema - Edição XII

Quinta-feira é dia de dar uma olhada nos lançamentos da semana nos cinemas brasileiros. Hoje temos um excelente novo filme de guerra chegando nas telas. Estamos falando de "Dunkirk" de Christopher Nolan. Depois de realizar a mais aclamada trilogia do Batman nos cinemas, Nolan volta suas atenções para a II Guerra Mundial. O cenário é Dunquerque, quando as forças aliadas sofreram uma de suas mais pesadas derrotas, precisando se retirar às pressas antes de todos serem mortos pela máquina de guerra da Alemanha nazista. O roteiro explora a história de três diferentes personagens. Um piloto de caças interpretado por Tom Hardy, um jovem soldado no meio do campo de batalha e um jovem inglês civil que se vê no meio do fogo cruzado, sem esperar por isso. "Dunkirk" está sendo muito elogiado pela crítica internacional. É um bem-vindo retorno aos filmes de guerra, que andavam sumidos dos cinemas nos últimos anos. Que seja o primeiro de muitos que virão.

Os demais filmes que estão sendo lançados são produções menores, sem a massificação de marketing que está sendo usado na produção de Nolan. Kevin Spacey é nome mais famoso do elenco de "Em Ritmo de Fuga". Essa é uma fita policial onde se explora um grupo de assaltantes profissionais. Doc (Spacey) é o chefão. Ele contrata um motorista para dirigir os carros durante as fugas, mas o sujeito não é dos mais comuns. Ele quer ir embora da quadrilha, algo que não será tão fácil como pensa ser.

Já "O Reencontro" é indicado para quem gosta de filmes europeus. Essa produção francesa, com toques de humor e romance, mostra a vida de Claire (Catherine Frot). Ela é uma mulher solitária que vive de realizar partos na cidade onde mora. Sua vida muda quando conhece Béatrice (Catherine Deneuve), que no passado foi amante de seu pai. O grande atrativo desse filme francês é a presença de Catherine Deneuve, considerada um mito do cinema europeu. Fazia tempo que a atriz havia atuado em um filme e seu retorno às telas é sempre um grande atrativo para ir ao cinema nesse fim de semana. Outro filme realizado na França que está sendo lançado nos cinemas brasileiros é o documentário "Foucault Contra Si Mesmo". Aqui vários acadêmicos discutem a importância da obra de Michel Foucault. Uma boa pedida para universitários da área de humanas.

Finalizando as dicas, aqui vão mais duas opções para fugir um pouco do cinema comercial americano. "Esteros" é uma produção argentina que conta a história de dois amigos que se reencontram muitos anos depois. Nesse reencontro eles relembram as velhas histórias do passado ao mesmo tempo que descobrem existir um sentimento maior os envolvendo. E para quem gosta de cinema nacional fica a dica final de "Love Film Festival". O elenco traz Leandra Leal interpretando uma roteirista que se apaixona por um ator durante um festival de cinema. Ao longo dos anos eles voltariam a se reencontrar (em outros festivais) sempre reacendendo a chama da paixão. Uma boa opção para quem deseja ver romance em uma produção brasileira nesse fim de semana.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de abril de 2017

O Regresso

O filme se passa em uma América colonial, praticamente inexplorada pelo homem branco. No velho oeste essas regiões remotas eram exploradas principalmente por caçadores, muitos deles atrás de peles. O problema é que esse era um território dominado por tribos nativas hostis, que, como era de se esperar, recebiam o homem branco da forma mais violenta possível. Leonardo DiCaprio interpreta Hugh Glass, um desses pioneiros que arriscavam a própria vida para explorar o oeste mais selvagem e bravio que você possa imaginar. O roteiro enfoca justamente aspectos da dura vida desses homens nessas lindas, mas mortais regiões. O lado mais romântico dos filmes de western é deixado de lado. A intenção do diretor Alejandro G. Iñárritu foi criar uma obra realista, tanto do ponto de vista histórico, como também humano.

Os nativos são vistos da forma como eram, sem qualquer tipo de revisionismo. Tanto o homem branco que ia para esses lugares, como os indígenas, estavam em uma luta de civilizações. Essa visão politicamente correta que impera nos dias atuais é uma mera visão acadêmica, sem muita ligação com a brutalidade que imperava naqueles tempos. E é esse realismo brutal que marca a maior qualidade desse filme. Além de mostrar a luta entre os homens há também um conflito ainda mais evidente e violento: a luta entre o homem versus a natureza. Essa foi brilhantemente retratada no ataque do urso cinzento contra o personagem de DiCaprio. Poucas vezes uma ataque de uma fera foi tão bem reproduzido nas telas como aqui. Uma cena para não esquecer. Por fim há todos os méritos puramente cinematográficos desse filme. A fotografia é extremamente bem realizada, conseguindo captar toda a beleza da região onde a produção foi realizada. O elenco é dos melhores, não apenas por DiCaprio, em uma atuação extremamente física (que lhe rendeu o tão cobiçado Oscar) como também pelo vilão, em momento inspirado de Tom Hardy (sim, o próprio Mad Max em uma de suas maiores interpretações). O sujeito não tem quaisquer valores morais ou éticos. No ocaso de um mundo que estava prestes a mudar para sempre, o diretor Alejandro G. Iñárritu conseguiu criar mais uma obra prima de sua filmografia.

O Regresso (The Revenant, Estados Unidos, 2015) Direção: Alejandro G. Iñárritu / Roteiro: Mark L. Smith, Alejandro G. Iñárritu / Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter / Sinopse: Caçador de peles tenta sobreviver em uma região distante e inóspita do velho oeste americano. Para isso ele precisará enfrentar tribos nativas violentas e ataques de feras selvagens.

Pablo Aluísio.

O Ataque

Título no Brasil: O Ataque
Título Original: White House Down
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: James Vanderbilt
Elenco: Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal

Sinopse:
Um grupo terrorista se faz passar por equipe de manutenção e entra no forte sistema de segurança da Casa Branca. Uma vez lá seu objetivo é fazer de refém o próprio presidente dos Estados Unidos. Para isso porém terão que passar por cima de Cale (Channing Tatum), um ex-militar de elite que está na Casa Branca ao lado da filha fazendo um tour turístico. Filme indicado ao MTV Movie Awards na categoria de Melhor Herói (Channing Tatum). Filme também indicado aos prêmios People's Choice Awards (Melhor Thriller de ação) e Teen Choice Awards (Melhor Filme do verão).

Comentários:
É mais um daqueles filmes de ação genéricos que são produzidos para os cinemas comerciais do grande circuito. Nada de muito original no roteiro. A produção só se destaca mesmo por ter um elenco muito acima da média e por ser tecnicamente muito bem realizada, com vários efeitos visuais de excelente nível técnico. Não espere por muita sutileza já que a direção foi assinada por Roland Emmerich, um cineasta que segue os passos de seu mestre Michael Bay, o rei das explosões gratuitas. O argumento é obviamente bem absurdo o que irá exigir do espectador uma certa cumplicidade - afinal de contas encarar uma invasão na Casa Branca com o sistema de segurança que deve existir por lá não é uma coisa simples de aceitar. Jamie Foxx e Maggie Gyllenhaal deixam por um momento o cinema mais sério e abraçam essa diversão sem maiores compromissos. Já Channing Tatum segue sua sina de tentar virar um astro do primeiro time - algo que acredito jamais acontecerá pois o sujeito é desprovido de carisma e talento. Melhor teria sido escalar outro elenco. A cantora Madonna que recentemente disse que queria explodir a Casa Branca bem que poderia ter participado do elenco, como uma terrorista maluca! Iria cair muito bem!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Feminino Cangaço

Título no Brasil: Feminino Cangaço
Título Original: Feminino Cangaço
Ano de Produção: 2016
País: Brasil 
Estúdio: Centro de Estudos Euclydes da Cunha
Direção: Lucas Viana e Manoel Neto
Roteiro: Lucas Viana e Manoel Neto
Elenco: Vários
  
Sinopse:
Documentário que procura mostrar como foi a presença feminina durante o auge do Cangaço no nordeste brasileiro na primeira metade do século XX. Através de várias entrevistas o período histórico é reconstruído, mostrando como as mulheres participaram de um movimento que até aquele momento era dominado apenas pelos homens, os chamados cangaceiros.

Comentários:
Esse é um documentário muito interessante porque resgate a figura, muitas vezes desconhecida, da cangaceira nordestina. Quando se fala em cangaço se lembra imediatamente de Virgulino Ferreira, o Lampião. Pois é justamente no estudo em seu bando que conhecemos a presença de várias mulheres que entraram para o mundo do cangaço. Não apenas Maria Bonita, a esposa do capitão, mas também de Dadá, a mulher de Corisco, e várias outras. O curioso é que o espectador acaba descobrindo que as mulheres cangaceiras eram muito mais independentes e donas de si, do que as demais mulheres da época. Elas não faziam serviços domésticos dentro do grupo e tampouco cozinhavam para o bando. Tinham suas próprias armas e se defendiam sempre que era necessário. Em algumas situações se tornavam as líderes, como no caso de Dadá, que assumiu o bando de seu marido Corisco após ele se ferir gravemente durante um confronto com as chamadas volantes, as forças policiais que caçavam os cangaceiros pelo sertão nordestino. O filme também mostra o lado negativo dessa vida. Muitas mulheres foram mortas em combate e as que sobreviveram deixam claro que esse não era o melhor modo de uma mulher viver na época. Elas não podiam criar seus filhos, que eram dados para outras pessoas, fazendeiros e vaqueiros por onde passavam. Havia também o chamado rapto, quando cangaceiros raptavam mulheres à força para segui-los pelos sertões. Enfim, um documentário bem realista daquele período histórico, mostrando não apenas o lado bom dessa presença feminina (como o desenvolvimento de uma verdadeira "moda" nas roupas dos cangaceiros) como também seu lado cruel e violento. O documentário está disponível para se assistir no Youtube no canal do CEEC. Basta acessar para conferir. De nossa parte deixamos a recomendação.

Pablo Aluísio.

Em Busca da Verdadeira Cruz

Título no Brasil: Em Busca da Verdadeira Cruz
Título Original: The Quest for the True Cross
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Discovery Channel
Direção: Justin Cartright
Roteiro: Justin Cartright
Elenco: Dr. Carsten Peter Thiede, Matthew D’Ancona, Jim Hertwight

Sinopse:
Documentário do canal Discovery que procura discutir a veracidade histórica do "Titulus Crucis", a inscrição feita em madeira que o governador Pôncio Pilatos mandou colocar em cima da cruz de Jesus Cristo. Um artefato que se diz o original se encontra em uma igreja católica localizada na Itália. Seria esse o verdadeiro objeto histórico? Para se chegar na resposta a essa pergunta o documentário ouve especialista, historiadores e arqueólogos dos tempos bíblicos. A conclusão a que chegam não deixa de ser surpreendente.

Comentários:
Muito bom esse documentário que revela a veracidade histórica de uma relíquia muito famosa entre os cristãos. Em uma igreja romana se encontra aquele que teria sido parte da inscrição "Jesus, Rei dos Judeus" que Pilatos havia mandado colocar na cruz de Jesus. Esse objeto histórico teria sido trazido a Roma imperial por Helena, mãe do imperador Constantino. Ela teria ido até Jerusalém e entre outras coisas teria descoberto a verdadeira cruz de Cristo. O lugar onde hoje se situa essa igreja foi no passado a casa de Helena, nos arredores de Roma. Teria esse objeto alguma validade histórica real? Historiadores renomados e especialistas em escrita dos tempos da dominação romana na Judeia afirmam que sim! Esse aliás é o grande atrativo desse documentário, pois ao contrário de muitos outros, esses especialistas defendem que o artefato seria real e não fruto de uma falsificação da Idade Média. A pesquisa só não se tornou completa por causa das restrições da própria igreja, não não autorizaria a retirada de material do titulus para pesquisa em laboratório. Mesmo assim tudo se caminha para a autenticidade dessa verdadeira relíquia sagrada dos tempos da paixão de Jesus Cristo.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de abril de 2017

Tarzan

Título no Brasil: Tarzan
Título Original: Tarzan
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Chris Buck, Kevin Lima
Roteiro: Tab Murphy, Bob Tzudiker
Elenco: Tony Goldwyn, Minnie Driver, Glenn Close, Nigel Hawthorne, Lance Henriksen, Rosie O'Donnell
  
Sinopse:
Após um acidente de avião, o único sobrevivente da queda, um garotinho de uma aristocrata família inglesa, passa a ser criado na selva por macacos. Os anos passam e ele vira uma lenda da floresta, conhecido como Tarzan, o Rei dos macacos. Além de lidar com os perigos do meio onde vive, Tarzan precisará ainda superar um grupo de vilões, enquanto protege Jane, sua amada. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("You'll Be In My Heart" de Phil Collins).

Comentários:
A Disney só entra no jogo para ganhar. Duvida disso? Então não deixe de conferir essa animação "Tarzan" do final dos anos 90. O estúdio investiu incríveis 130 milhões de dólares no desenho, um orçamento digno de qualquer superprodução de Hollywood. Isso porém não bastou. O estúdio deslocou um grupo de animadores para a África, para que eles capturassem os movimentos e modo de agir dos primatas. Isso seria utilizado não apenas nos personagens animais do filme, mas também no próprio Tarzan, uma vez que se ele havia sido criado por macacos, nada melhor do que agir como um! Como sempre gosto de escrever, elogiar o absurdo padrão de qualidade dos estúdios Disney é meio como chover no molhado. Tudo é tão perfeito, tão bem realizado, que não sobram espaços para a crítica. Nem em relação ao próprio roteiro há o que criticar. Os escritores optaram pela fidelidade ao texto original do escritor Edgar Rice Burroughs que criou Tarzan em seu livro "Tarzan of the Apes". Assim estão lá a recriação histórica, os figurinos de época, tudo, mas tudo mesmo, perfeito. O diretor Chris Buck é o mesmo de outra animação muito querida da Disney, "Frozen: Uma Aventura Congelante". Nesse campo de animações para o cinema ele é seguramente um dos melhores diretores do mundo. Simplesmente genial.

Pablo Aluísio.

8mm - Oito Milímetros

Título no Brasil: 8mm - Oito Milímetros
Título Original: 8MM
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Andrew Kevin Walker
Elenco: Nicolas Cage, Joaquin Phoenix, James Gandolfini
  
Sinopse:
O detetive particular Tom Welles (Nicolas Cage) é contratado por uma rica senhora, agora viúva, que descobriu um material perturbador no cofre do marido falecido. É um filme e ao que tudo indica ele traz cenas reais de um assassinato. Ela quer descobrir a origem e a veracidade das filmagens. Cabe a Welles agora investigar, indo para o submundo da pornografia e criminalidade da cidade. Filme indicado ao Urso de Ouro do Berlin International Film Festival.

Comentários:
O cineasta Joel Schumacher sempre foi conhecido pela irregularidade em sua filmografia. Ele tanto conseguiu dirigir bons filmes, como verdadeiras bombas ao longo de sua carreira. Esse aqui fica no meio termo. Na verdade pode-se considerar até um bom filme, principalmente por explorar um tema bem complicado, o submundo dos chamados "snuff films", filmes trazendo imagens reais de crimes como assassinatos, estupros, etc. Algo direcionado mais para um público bem doentio. Ao ser contratado por uma viúva rica ele cai fundo no pior submundo de Los Angeles e lá descobre todos os tipos de perversões e taras sexuais. Além do bom roteiro outro aspecto que chama a atenção nessa produção é o elenco de apoio. Não é para menos, temos aqui um ótimo Joaquin Phoenix, em um papel bem estranho e fora dos padrões e James Gandolfini, da série de sucesso "Família Soprano" como um sujeito bem desprezível. Em suma, " 8mm - Oito Milímetros" é um bizarro passeio pelo submundo da alma humana, algo que acaba destruindo até mesmo a vida familiar e profissional do detetive, protagonista da fita. Entre os vários filmes de Joel Schumacher esse é certamente um dos que valem a pena ser conhecidos, embora não seja indicado para pessoas de estômagos fracos.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de abril de 2017

Vivendo no Limite

Título no Brasil: Vivendo no Limite
Título Original: Bringing Out the Dead
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Nicolas Cage, Patricia Arquette, John Goodman, Ving Rhames, Tom Sizemore, Marc Anthony
  
Sinopse:
Baseado no livro escrito por Joe Connelly, o filme conta a história de Frank Pierce (Nicolas Cage), um paramédico que começa a perder sua sanidade durante intensos e prolongados plantões noturnos trabalhando em uma ambulância pelas ruas mais pobres de Nova Iorque. Em pouco tempo começa a ter alucinações com pacientes que tentou salvar, mas que morreram sob seus cuidados. Filme indicado ao Florida Film Critics Circle Awards.

Comentários:
Esse é um dos filmes mais diferentes de Martin Scorsese. Durante anos o diretor teve problemas com cocaína, assim ele resolveu imprimir um ritmo alucinado ao seu filme, com um roteiro completamente insano, mostrando a rotina de um paramédico literalmente vivendo no limite (em caso raro de título nacional bem adequado). Hoje em dia o filme é pouco lembrado, mesmo para os admiradores do cinema de Scorsese. O filme fez pouco sucesso, para o estúdio foi um fracasso de bilheteria, mas mesmo assim teve boa recepção por parte da crítica. Certamente não é dos mais brilhantes trabalhos do cineasta, que aqui procurou por um roteiro mais convencional, embora inove na forma como ele mostra a estória do protagonista de uma maneira em geral. Nicolas Cage está bem no papel, principalmente por explorar um personagem na tênue linha entre a loucura e a sanidade. Com os olhos esbugalhadas, cara de quem não está entendendo muito o que está acontecendo ao redor, ele conseguiu atuar muito bem. No geral é um filme na média, o que se tratando de Martin Scorsese acaba sendo muito pouco.

Pablo Aluísio.

Atomica

Título no Brasil: Atomica
Título Original: Deep Burial
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Lifeboat Productions
Direção: Dagen Merrill
Roteiro: Kevin Burke, Federico Fernandez-Armesto
Elenco: Tom Sizemore, Sarah Habel, Dominic Monaghan, Phil Austin, Tony Doupe, Hahn Cho
  
Sinopse:
Após um desastre nuclear de proporções globais, uma empresa americana instala estações de descontaminações nas chamadas zonas vermelhas (onde a radiação nuclear se torna mortal para qualquer ser humano). Após uma dessas estações apresentar problemas de comunicação com a base, uma engenheira é enviada para descobrir o que estaria acontecendo lá. Acaba descobrindo algo bem sinistro naquelas instalações.

Comentários:
Essa ficção "Deep Burial" explora não o espaço, mas sim o nosso próprio planeta, devastado em um futuro de contaminação radiotiva. Basicamente o roteiro explora apenas três personagens, todos eles isolados em uma estação remota de descontaminação nuclear do ambiente. A protagonista é uma jovem engenheira chamada Abby (Sarah Habel). Inexperiente, ela chega na estação e encontra apenas um zelador, Robinson (Dominic Monaghan). O engenheiro da estação Dr. Zek (Tom Sizemore) está desaparecido. Após alguns dias, tentando recuperar o sistema de comunicação daquela estação, Abby consegue localizar Zek, no meio da zona vermelha, prestes a morrer. Ela o traz de volta e então cria-se uma situação de tensão. O engenheiro afirma que o zelador não é quem diz ser, mas sim um terrorista. Já Robinson diz que está falando a verdade e que Zek enlouqueceu ao ser exposto à radiação, se tornando um psicótico. Quem afinal estaria falando a verdade? O roteiro se baseia justamente nessa dúvida até o fim, até a última cena. Os efeitos especiais são apenas medianos. Toda a trama se passa dentro da estação, então temos quase um teatro filmado. Três personagens, sendo que um deles está dizendo a verdade, enquanto o outro é um psicopata pronto para tudo. O veterano Tom Sizemore segura a onda no quesito atuação já que a jovem atriz Sarah Habel é bem fraca. Melhor se sai Dominic Monaghan com seu personagem, que tanto pode ser um zelador falando a pura verdade, como um psicótico terrorista perigoso. Assista para conferir e descobrir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

As Vantagens de Ser Invísivel

Título no Brasil: As Vantagens de Ser Invísivel
Título Original: The Perks of Being a Wallflower
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Stephen Chbosky
Roteiro: Stephen Chbosky
Elenco: Emma Watson, Nina Dobrev, Logan Lerman, Paul Rudd
  
Sinopse:
Durante os anos 80 o introvertido Charlie (Logan Lerman) chega em um novo colégio. Como novato ele sente dificuldades em se enturmar para fazer novas amizades. A salvação vem com dois alunos que parecem fora do comum, mas logo se mostram bem colegas dele. Ela se chama Sam (Emma Watson) e ele Patrick (Ezra Miller). Juntos acabam formando um grupinho de amigos para atravessar essa fase tão complicada da vida chamada adolescência. 

Comentários:
Filmes sobre adolescentes americanos sempre são problemáticos. Ou são comédias debiloides ou então fitas de pura vulgaridade, pura desculpa para mostrar jovens seminuas e muita nudez gratuita. Só na década de 1980 é que surgiram bons filmes no gênero, justamente aqueles assinados pelo mestre John Hughes. Talvez por essa razão o enredo de "The Perks of Being a Wallflower" se passe justamente nesse momento histórico. O diretor obviamente busca uma identificação com aqueles filmes. Cada um dos personagens procura retratar jovens reais e não caricatos, como já estamos acostumados a ver. O drama de Charlie talvez seja o mais complicado de superar. Além da timidez e da falta de jeito com as garotas ele ainda tem que superar uma série de sintomas que podem indicar o surgimento de algum tipo de problema mental. Para Patrick a situação é ainda mais delicada já que ele é gay e namora às escondidas o principal atleta da escola. Se descobrirem certamente ele passará por uma situação extremamente comprometedora - isso para não dizer perigosa. O diretor e roteirista Stephen Chbosky realizou um bom filme, honesto e correto dentro de suas possibilidades. Além disso traz a cultuada (pelo menos entre os adolescentes) Emma Watson, aqui tentando se livrar um pouco do estigma de ter sido uma das protagonistas da franquia Harry Potter.

Pablo Aluísio.

Punho de Ferro

Título no Brasil: Punho de Ferro
Título Original: Iron Fist
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Television
Direção: John Dahl, Farren Blackburn
Roteiro: Gil Kane, Roy Thomas, Scott Buck
Elenco: Finn Jones, Jessica Henwick, Jessica Stroup, Tom Pelphrey, David Wenham, Wai Ching Ho
  
Sinopse:
Após ser dado como morto, desaparecido por anos, Danny Rand (Finn Jones) volta para Nova Iorque, para descobrir o que aconteceu com a empresa que um dia pertenceu ao seu pai. Ele reencontra pessoas de seu passado, mas todas elas se recusam a acreditar que ele é de fato o garoto Danny, que supostamente teria morrido de um acidente aéreo, junto de seus pais, há muitos anos! Agora Danny precisará provar sua verdadeira identidade, ao mesmo tempo em que tenta sobreviver aos atentados de todos aqueles que desejam sua morte.

Comentários:
Nova série da Marvel que está sendo exibida pelo Netflix. É a tal coisa, nunca tivemos uma onda tão grande de adaptação dos quadrinhos como agora. Primeiro no cinema e agora no mundo das séries. Esse "Iron Fist" na verdade faz parte de um pacote maior de adaptações de personagens secundários do universo Marvel. São heróis que muito provavelmente não teriam a popularidade necessária para estrelar uma super produção de Hollywood, assim eles foram parar nas séries. "Punho de Ferro" foi criado para aproveitar a onda de filmes de artes marciais durante os anos 60. Sua influência vem dos filmes com o mito Bruce Lee. Embora seja um personagem com longa bagagem, ele nunca foi muito popular, nem nos Estados Unidos. É um daqueles heróis criados pela Marvel que ficaram pelo meio do caminho. Ele chegou a ter sua própria revista, que depois foi cancelada. Nessa série tenta-se contar as origens do herói. Danny Rand (Finn Jones) passou anos no oriente, onde se tornou um mestre em artes marciais. De volta aos Estados Unidos ele é tratado quase como um morador de rua, pois se veste de forma simples, com roupas surradas, sem calçados. 

Ele é o verdadeiro herdeiro de uma grande corporação, por isso há muitos interesses em eliminá-lo, já que há muitos anos ele foi dado como morto. Os fãs de quadrinhos andam reclamando dessa adaptação (o que não é novidade pois eles sempre reclamam). Muitos afirmam que a série (que em sua primeira temporada apresenta 13 episódios) não tem uma boa produção. Reclamam ainda que os episódios enrolam demais, nunca chegando em lugar nenhum. A pior crítica porém vem das cenas de ação. Há quem afirme que as cenas com lutas marciais são decepcionantes, o que em termos de "Punho de Ferro" é um problema e tanto. De minha parte não penso dessa forma. Acabei gostando do episódio piloto. Sim, as coisas acontecem no seu devido tempo, mas isso nem sempre é um defeito de roteiro. Provavelmente o ritmo esteja lento demais para quem acompanha quadrinhos, porém para séries não vi maiores problemas. Muitos vezes os roteiristas precisam apresentar o herói para o público que não o conhece dos gibis. Isso leva tempo. Por isso deixo aqui o benefício da dúvida, pois com o tempo todos esses problemas podem ser superados. É esperar para ver.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Cinquenta Tons Mais Escuros

Depois que esse filme acabou fiquei com aquela sensação de que ele foi bem mais leve e convencional do que o primeiro. Claro que as mentes de muitas mulheres que são loucas por esses livros da autora E.L. James ainda precisam ser estudadas (como alguém pode amar um protagonista que espanca as mulheres e as chamam de submissas?), mas de um modo em geral achei a trama desse segundo filme bem mais sensata e equilibrada. Não há tanta violência e nem absurdos como vimos na primeira estória. O bilionário Christian Grey (Jamie Dornan) continua um doente que adora misturar prazer sexual com violência física, porém nesse segundo livro a autora o suavizou bastante, talvez por causa das inúmeras críticas que recebeu. Ele ainda gosta de dar uns tapas na namorada Anastasia Steele (Dakota Johnson), mas sem tortura e sadismo. O sujeito aliás está mais romântico, parece ter mais sentimentos e até pensa em casamento! Os tempos mudaram mesmo...

E é justamente por ter pegado mais leve que essa continuação funciona melhor. O romance do casal parece ser mais normal, sem insanidades violentas exageradas e inoportunas. Grey ainda tem muito a esconder da namorada, mas tirando seu passado traumático de lado ele surge como um namorado mais normal, diria até convencional. Claro que suas demonstrações de riqueza ainda pipocam aqui e acolá (parecendo que as mulheres, apesar de todos os avanços, ainda possuem um fetiche por homens ricos e poderosos). Darwin explicaria. Mesmo assim, com esse revés (que tem grande fundo de verdade no mundo real), o fato é que a trama é bem mais fluída, redonda e funcional. Ainda continua sendo um filme feito e direcionado essencialmente para o público feminino. Para os homens pode até vir a funcionar se você tiver um pouquinho de paciência. Muitos vão achar alguns momentos piegas demais (e realmente são), porém como é uma estória de transição as coisas ainda vão se encaixando para serem solucionadas na terceira parte da franquia, no já anunciado "Cinquenta Tons de Liberdade", com previsão de chegar nos cinemas em 2018 ou 2019. Assim temos que ter, como já escrevi, um pouco da paciência para assistir tudo. No final das contas não aborrece e nem chateia. Apenas serve como passatempo.

Cinquenta Tons Mais Escuros (Fifty Shades Darker, Estados Unidos, 2017) Direção: James Foley / Roteiro: Niall Leonard / Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Kim Basinger, Eric Johnson, Marcia Gay Harden, / Sinopse: Após as experiências traumáticas vistas no primeiro filme a jovem Anastasia Steele (Dakota Johnson) resolve dar uma nova chance para o bilionário Christian Grey (Jamie Dornan). Ele parece mais equilibrado e sensato, mas será que uma volta aos seus braços realmente daria certo?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Dinheiro Sujo

O filme começa mostrando a rotina dessa jovem mãe chamada Chloe (Alice Eve, muito bonita). Ela cria a filha sozinha, no limite do possível, trabalhando e morando em um motel de beira de estrada. A curadora da infância está no pé dela pois aquele definitivamente não é um ambiente para se criar uma garotinha. O problema é que Chloe não tem dinheiro para alugar uma casa ou um apartamento em outro lugar. A vida é dura. A maioria dos que frequentam o motel são prostitutas e seus clientes, o que significa que de vez em quando há confusões e brigas dentro dos apartamentos. Uma noite chega para se hospedar um estranho sujeito conhecido como Topo (Bryan Cranston), um homem de poucas palavras. Ele parece ter problemas de visão, porém não deixa o jeito misterioso de ser. Ele se hospeda em um dos quartos. Seu parceiro aluga outro, mas acaba no meio de uma enorme confusão com uma garota de programa.

Topo e seu partner são criminosos que precisam levar um "pacote" para uma quadrilha, só que na confusão com a garota que o sujeito levou para o quarto tudo se complica. Ele é esfaqueado, a garota morre com um tiro no peito e a polícia chega. Topo precisa sair dali para continuar sua tarefa, mas a polícia acaba levando o carro apreendido, com toda a grana dentro. A pobre Chloe acaba assim no meio do caos, ao ser levada como refém. Tanta coisa assim acontece apenas nos trinta minutos iniciais de filme, depois começa um jogo mortal em busca do dinheiro que Topo precisa entregar para sua quadrilha, com direito a mortes, acerto de contas e traições. Gostei bastante desse thriller policial, principalmente pelo roteiro eficiente que nunca deixa o ritmo cair. Há sempre uma situação de tensão no ar e a duração certa do filme (com pouco mais de 80 minutos) prende a atenção do espectador, do começo ao fim, sem momentos de tédio ou aborrecimento. Como não poderia deixar de ser o grande destaque no elenco vai para Bryan Cranston, o Walter White de "Breaking Bad". Ele interpreta esse criminoso frio que está ficando quase que completamente cego. Mesmo assim ele precisa entregar o "pacote" para o filho do chefão da quadrilha onde presta "serviços". Outro destaque vai para a gatinha Alice Eve, que mais parece a irmã mais velha de Sarah Jones. Sua personagem, uma sofrida mãe que cria a filha sozinha, não é tão inocente e frágil como se pensa. Então é isso, um bom filme policial onde todos estão do lado errado da lei. Vale conferir.

Dinheiro Sujo (Cold Comes the Night, Estados Unidos, 2013) Direção: Tze Chu / Roteiro: Tze Chun, Oz Perkins / Elenco: Bryan Cranston, Alice Eve, Ursula Parker, Logan Marshall-Green  / Sinopse: Chloe (Eve), a funcionária de um motel, cai nas mãos de um perigoso criminoso, Topo (Cranston), que precisa recuperar o dinheiro de sua quadrilha após a polícia levar o carro onde estava todo a grana dos criminosos que ele deveria entregar.

Pablo Aluísio.

O Atirador

Série: O Atirador
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Simon Cellan Jones, entre outros
Roteiro: John Hlavin, Simon Cellan Jones, entre outros
Elenco: Ryan Phillippe, Shantel VanSanten, Cynthia Addai-Robinson, Eddie McClintock, Omar Epps, David Marciano
  
Episódios Comentados:

Shooter 1.01 - Point of Impact 
A série acompanha a história do veterano de guerra Bob Lee Swagger (Ryan Phillippe). Durante a invasão americana no Iraque (operação Tempestade do Deserto) ele se tornou um exímio franco atirador dos Marines. Agora está longe da carreira militar, curtindo a vida ao lado da mulher e sua pequena filha, uma garotinha de oito anos. Para não perder a mira faz incursões na floresta, procurando manter a prática dos tempos em que era um fuzileiro naval. Sua paz e tranquilidade são quebradas quando ele é procurado por um agente da CIA, um sujeito que tem a responsabilidade de manter a segurança do presidente dos Estados Unidos.

Há pouco a agência de inteligência detectou a presença de um sniper estrangeiro dentro do país e todos temem pela vida do líder na nação. Durante sua campanha militar Bob Lee enfrentou esse mesmo atirador, aliás foi ferido por ele. Por isso se torna a pessoa ideal para enfrentá-lo. Essa é basicamente a premissa da série. Confesso que gostei desse primeiro episódio, embora tenha algumas críticas sobre o ritmo do roteiro, que muitas vezes me pareceu apressado demais, tentando fisgar o espectador de todo jeito. Mesmo com esse problema até que me diverti. A série é produzida pelo ator Mark Wahlberg que também interpretou um sniper das forças armadas no cinema. Acredito que promete, acima de tudo, uma vez que uma segunda temporada já está em produção para exibição no mercado americano. Pelo visto o público de lá gostou bastante. Enfim, vale a pena acompanhar.

Shooter 1.03 - Musa Qala  
No episódio anterior o sniper (atirador de elite) Bob Lee Swagger (Ryan Phillippe) conseguiu escapar da prisão. E nem precisa esclarecer que todos querem pegá-lo, desde o FBI, passando pela CIA e pela agência de segurança nacional. Se torna imperioso para todos eles colocarem as mãos em Bob Lee. Porém como ele é treinado para desaparecer no meio da multidão isso vai ficando cada vez mais complicado. Uma possibilidade é forjar a própria morte, algo que ele faz assim que possível. Ele se deixa filmar em um mercadinho de conveniência e depois seu paradeiro numa cabana na floresta é localizado. Tudo fachada. Ele cria um ambiente onde sua morte é praticamente confirmada. O que o bem treinado atirador porém deseja é justamente isso, que todos pensem que ele está morto. Enquanto isso contando com a ajuda da agente Memphis ele pretende provar sua inocência, ao mesmo tempo em que localiza os responsáveis por tudo o que aconteceu. / Shooter 1.03 - Musa Qala (Estados Unidos, 2016) Direção: Roxann Dawson / Roteiro: John Hlavin, Adam Fierro / Elenco: Ryan Phillippe, Shantel VanSanten.

Shooter 1.04 - Overwatch  
Muito bom esse episódio. Bob Lee Swagger (Ryan Phillippe) forjou sua morte no episódio anterior e isso lhe traz uma certa liberdade em seu raio de ação. O roteiro então bifurca o enredo do episódio. Mostrando a atualidade, onde Bob Lee procura se aliar a uma agente do FBI para ter uma fonte no governo e o passado, quando somos levados até uma operação no Afeganistão. Bob Lee está em uma missão complicada, quando um grupo dos marines entram em um vilarejo onde está um procurado líder terrorista. Inicialmente todos pensam em contar com a colaboração dos moradores, mas essa premissa logo se mostra frágil quando todos são emboscados, desarmados e ficam à mercê dos terroristas. Apenas um tiro certeiro dado por Bob Lee pode contrabalancear as forças. Nesse episódio também se vai desvendando a participação da CIA em tudo o que está acontecendo. E essa interferência da agência de inteligência do governo americano começou há muito tempo atrás. / Shooter 1.04 - Overwatch (Estados Unidos, 2016) Direção: Cellan Jones / Roteiro: John Hlavin, T.J. Brady / Elenco: Ryan Phillippe, Shantel VanSanten, Cynthia Addai-Robinson.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Bruxa de Blair

Título no Brasil: Bruxa de Blair
Título Original: Blair Witch
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Adam Wingard
Roteiro: Simon Barrett
Elenco: James Allen McCune, Callie Hernandez, Corbin Reid, Brandon Scott, Wes Robinson, Valorie Curry
  
Sinopse:
Um grupo de jovens decide viajar até a cidade de Burkittsville para adentrar na sombria floresta de Black Hills Forest. A irmã de um dos jovens desapareceu nesse mesmo lugar há muitos anos e ele precisa descobrir o que aconteceu a ela. Há a velha lenda de uma bruxa que havia sido morta na região, mas ele definitivamente não acredita em nada disso. Portando aparelhos de gravação de última geração ele pretende localizar a garota desaparecida, ao mesmo tempo em que tem a intenção de desmistificar tudo da velha lenda local.

Comentários:
Muita gente andou pensando que esse seria um remake do primeiro filme "A Bruxa de Blair", mas não! Esse filme não é um remake, mas sim uma espécie de continuação. Seu nome correto deveria ser "A Bruxa de Blair III", pois é uma continuação da estória dos filmes anteriores, porém por motivos comerciais os produtores não quiseram seguir por esse caminho. O filme segue basicamente o mesmo estilo da produção original, ou seja, vários jovens com câmeras na mão, filmando tudo o que lhes acontece dentro da floresta onde supostamente vive uma bruxa amaldiçoada. No geral não é um filme muito assustador. O impacto do primeiro filme há muito passou, dessa maneira o que temos aqui é mais um genérico do estilo mockumentary. As situações não são particularmente originais, nem bem boladas e nem muito menos assustadoras. A tal bruxa novamente fica à espreita e quase nunca aparece frontalmente. Aqui ainda usaram um pouco de computação gráfica para mostrá-la em momentos breves, mas a tal criatura, a bruxa, não consegue ser nem muito aterrorizante. O filme assim só tem um mérito: é melhor filmado do que o primeiro, com enquadramentos melhores e imagem melhor. Fora isso, nada de muito importante. É uma continuação que tenta ser diferente, mas que no final apenas repete o primeiro filme. Em suma, mais do mesmo, sem muitas novidades.

Pablo Aluísio.

Bellevue

Série: Bellevue 
Ano de Produção: 2017
País: Canadá
Estúdio: Canadian Broadcasting Corporation (CBC)
Direção: Adrienne Mitchell, entre outros
Roteiro: Jane Maggs, Adrienne Mitchell
Elenco: Anna Paquin, Shawn Doyle, Billy MacLellan, Sharon Taylor, Patrick Labbé, Vincent Leclerc
  
Episódios Comentados:

Bellevue 1.01 - Pilot
Uma nova série que assisti recentemente o episódio piloto foi Bellevue. Essa série é estrelada pela atriz Anna Paquin, que interpretava a personagem Sookie Stackhouse de "True Blood". Com o cancelamento daquela série em 2014, ela agora finalmente volta ao mundo das séries nesse novo programa. A estória se passa em uma pequena cidade chamada Bellevue. É lá que mora a policial Annie Ryder (Paquin). O lugar é pacato, remoto e como era de se esperar, sem crimes. Os policiais possuem uma rotina quase tediosa, sem ter muito o que fazer. As coisas porém mudam quando um jovem rapaz desaparece. Ele é um conhecido atleta da escola, um dos melhores jogadores de Hockey. Todos da cidade ficam alarmados com seu sumiço, já que ele era um garoto muito promissor. O caso então vai parar nas mãos da oficial Annie. Ela então começa a investigar. O interessante é que o adolescente, que parecia ser um modelo para os outros rapazes de sua idade, escondia alguns segredos. Na verdade tudo indicava que ele era gay, gostava de se vestir de mulher escondido, quando estava sozinho e parecia ter intenção de se tornar um travesti. Assim começam a surgir no horizonte indícios de um crime de ódio, de homofobia. Para completar o quadro ainda parece haver muitas ligações com uma velha igreja abandonada na região. Enfim, avaliar uma série apenas por seu episódio piloto pode ser bem precipitado. No quadro geral até gostei, mas senti que o programa não foge muito do padrão mediano de séries policiais da TV que são produzidos lá fora. Nada de muito impactante, nem inovador. / Bellevue 1.01 - Pilot (Canadá, 2017) Direção: Adrienne Mitchell / Roteiro: Jane Maggs, Adrienne Mitchell / Elenco: Anna Paquin, Shawn Doyle, Billy MacLellan, Sharon Taylor, Patrick Labbé, Vincent Leclerc

Bellevue 1.02 - He's Back
Essa série explora homossexualismo juvenil, homofobia e assassinato. O primeiro episódio rodou em torno do desaparecimento de um jovem, um jogador do time da escola que às escondidas gostava de se vestir de mulher. Um garoto que desejava ser travesti, enfim. A detetive Annie Ryder (Anna Paquin) pega o caso e como era de se esperar procura por informações com as pessoas que eram suas amigas na escola, etc. Bingo! Acaba descobrindo mesmo o que aconteceu, mesmo que nem todas as versões batam entre si. Basicamente é a velha história: garoto com tendências gays, sofre com sua opção sexual, virando alvo dos jovens de sua idade. Alguns querem encher ele de porrada, enquanto outros tentam convencer ele a passar por um tratamento de reversão do homossexualismo (seja lá o que isso signifique!). A policial encontra pistas interessantes, como pequenos pedaços de pele numa cerca elétrica. O pior vem na cena final do episódio quando finalmente Annie encontra um corpo boiando em um lago, dentro de uma floresta. Pode ser ou não o garoto desaparecido. A resposta virá (assim espero) no próximo episódio. / Bellevue 1.02 - He's Back (Estados Unidos, 2017) Direção: Adrienne Mitchell / Roteiro: Jane Maggs, Adrienne Mitchell / Elenco: Anna Paquin, Shawn Doyle, Billy MacLellan.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Ouro e Cobiça

Após a morte de seu pai, Kenny Wells (Matthew McConaughey) herda a companhia mineradora dele. As coisas porém vão de mal a pior. Em pouco tempo a empresa entra em uma situação tão ruim que praticamente fica à beira da falência. Desesperado para salvá-la, Wells resolve ir até a distante Indonésia para uma cartada final. Ele vende seus últimos bens e investe em uma suposta mina de ouro situada no meio da floresta. Seu parceiro Michael Acosta (Edgar Ramírez) acredita saber onde o ouro está. Assim Wells sai em busca de investidores que queiram financiar aquele ousado projeto, só que as coisas não vão sair exatamente como eles planejaram. O poster desse filme vai enganar muita gente. Nele vemos o ator Matthew McConaughey olhando para uma floresta fechada, certamente procurando por seu Eldorado pessoal. Isso pode levar alguns a acreditarem que vão assistir a um filme de aventuras na selva, do tipo Indiana Jones. Ledo engano. Na verdade o que temos aqui é um drama baseado em fatos reais. A história verdadeira de um empresário do ramo de mineração que investiu seus últimos centavos no sonho meio louco de encontrar uma enorme mina de ouro nos confins das selvas da Indonésia.

Confiando numa teoria não muito confiável chamada "anel de fogo" ele parte para uma expedição alucinada ao lado de seu parceiro, um especialista chamado Michael Acosta. Para levantar fundos ele vai até a bolsa de valores de Nova Iorque em busca de investidores e assim começa uma insana captação de recursos em um empreendimento que ficou famoso não exatamente por suas descobertas de grandes jazidas de ouro. O roteiro explora muito bem essa falta de controle no mercado de valores das principais bolsas dos Estados Unidos. Basta uma conversa mais ou menos crível para que uma chuva de dinheiro venha a surgir no horizonte. O que era apenas uma aposta em uma suposta mina existente na selva logo se torna uma ciranda financeira sem controle nenhum. Matthew McConaughey se empenhou em sua atuação. Ele está gordo, careca e com dentição ruim, tudo para se parecer com o Kenny Wells da vida real. Ele provavelmente estava apostando em uma indicação ao Oscar ou ao Globo de Ouro, só que isso não se concretizou. O filme acabou sendo indicado apenas ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("Gold" de Iggy Pop). O filme de um modo em geral me agradou bastante. Não era bem o que eu estava esperando, mas certamente funcionou dentro de sua proposta inicial. No fundo é um tratado sobre a cobiça sem limites do ser humano.

Ouro e Cobiça (Gold, Estados Unidos, 2017) Direção: Stephen Gaghan / Roteiro: Patrick Massett, John Zinman / Elenco: Matthew McConaughey, Edgar Ramírez, Bryce Dallas Howard, Corey Stoll, Toby Kebbell, Bill Camp / Sinopse: O filme mostra a história de um norte-americano que parte em uma aventura de exploração e busca ao ouro numa floresta tropical inóspita.

Pablo Aluísio.

Criminosos e Anjos

Título no Brasil: Criminosos e Anjos
Título Original: Outlaws and Angels
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Burnt Pictures
Direção: JT Mollner
Roteiro: JT Mollner
Elenco: Chad Michael Murray, Francesca Eastwood, Luke Wilson, Frances Fisher, Teri Polo, Madisen Beaty
  
Sinopse:
Uma quadrilha de ladrões de bancos foge após mais um assalto. Dois dos criminosos são baleados e mortos e imediatamente começa uma perseguição envolvendo homens da lei e caçadores de recompensas. Para fugir do cerco a quadrilha resolve tomar uma direção perigosa, indo pelo lado mais hostil do deserto. Com os cavalos mortos, sedentos de fome e sede, eles finalmente chegam em uma pequena fazenda, onde resolvem tomar de reféns toda a família que mora lá. Agora todos vão tentar sobreviver naquela armadilha mortal.

Comentários:
Muito bom esse western que tem em seu elenco a jovem atriz Francesca Eastwood. Pelo sobrenome famoso já deu para perceber seu parentesco. Ela é filha do mito Clint Eastwood e da atriz Frances Fisher. Ela interpreta a filha rebelde do fazendeiro que de repente se vê cercado pela quadrilha fugitiva. Eles fazem suas filhas e sua esposa de reféns, criando uma grande tensão. Curiosamente a personagem de Francesca Eastwood chamada Florence Tildon acaba se apaixonando pelo líder do bando de ladrões, Henry (Chad Michael Murray, com uma enorme cicatriz no rosto). Isso cria um clima de terror dentro da fazenda pois ela parece disposta a um sangrento acerto de contas com sua própria família. Enquanto todos ficam nesse clima de tensão e violência dentro da fazenda, um grupo liderado pelo caçador de recompensas Josiah (Luke Wilson) vai cercando o local. 

"Outlaws and Angels" é surpreendentemente bom! Tem um roteiro muito bem escrito, excelentes cenas e um elenco afiado. Talvez a única crítica maior que esse western moderno mereça é o excesso de violência. Desde a primeira cena, quando a quadrilha chega para assaltar o banco, até a última - em um desfecho até moralmente condenável - tudo é bem violento. Cabeças explodem e o sangue jorra à vontade. As pessoas mais sensíveis vão reclamar um pouco. Há também uma preocupação do diretor e roteirista JT Mollner em recriar algumas características do western spaghetti como a trilha sonora marcante e os closes nos rostos dos personagens em momentos de tensão e violência. De qualquer maneira no geral gostei muito. É um faroeste que não faz vergonha para a família Eastwood, muito pelo contrário. Não ficaria surpreso em saber que o próprio Clint teria ajudado no filme, seja em relação ao roteiro ou à direção. A filha de Clint mostra que tem futuro no gênero. Espero que ela venha a estrelar outros faroestes como esse, os fãs certamente irão agradecer!

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de abril de 2017

Capitão Fantástico

Definitivamente Ben (Viggo Mortensen) não é um sujeito muito comum. Ele cria seus filhos no meio da natureza, onde não frequentam a escola e nem recebem uma educação formal e tradicional. Após a morte de sua esposa, ele precisa finalmente enfrentar de novo o mundo real pois os pais de sua mulher (que cometeu suicídio) querem um enterro católico e normal para ela. Ben pensa diferente. A esposa queria um funeral completamente fora dos padrões em seu testamento. Assim, ao lado dos filhos ele então parte para uma jornada de despedida."Capitão Fantástico" é um belo filme. Ele traz em seu roteiro elementos do velho movimento hippie, onde algumas pessoas sonharam por uma vida diferente, que fugisse dos padrões impostos pela sociedade. Era uma maneira de procurar por uma liberdade de vida sem limites, a ser alcançada de todas as formas. Ben tenta passar esses valores para os filhos, os tornando pequenos intelectuais extremistas, muito embora todos acabem percebendo que esse caminho, apesar de ser bem inspirador, não é muito adequado para uma família como aquela.

O roteiro é bem interessante porque mostra um pai de família que tem uma visão de mundo muito intelectualizada, demonstrando que teorias abstratas em excesso nem sempre funcionam muito bem no mundo real. Os filhos se ressentem disso e o seu sogro (interpretado pelo ótimo Frank Langella) se torna um oponente à altura na criação de seus netos. Ele quer que os garotos frequentem uma escola, que tenham amigos, que namorem, que tenham um futuro pela frente, indo para universidades, etc. Já Ben rejeita tudo isso, baseado muitas vezes em uma visão idealista demais da realidade. Tão idealista que se torna muitas vezes surreal. O saldo final porém é muito positivo. Como cinema "Capitão Fantástico" é uma pequena obra prima que inclusive deveria ter mais reconhecimento. As tímidas indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro de melhor ator para Viggo Mortensen não condizem com a excelente qualidade dessa obra cinematográfica como um todo. O roteiro levanta muitas questões, muitos questionamentos, que ficam na mente do espectador por um bom tempo. Encontrar filmes hoje em dia que levantem tais questões e faça pensar é cada vez mais raro, por isso sua importância. De tantas produções que foram indicadas ao Oscar nesse ano essa foi seguramente uma das mais injustiçadas. Não deixe passar em branco.

Capitão Fantástico (Captain Fantastic, Estados Unidos, 2016) Direção: Matt Ross / Roteiro: Matt Ross / Elenco: Viggo Mortensen, Frank Langella, George MacKay, Samantha Isler / Sinopse: Após a morte da esposa, que se matou em uma crise de bipolaridade, o pai Ben (Mortensen) junta seus filhos para irem ao seu funeral. Algo que irá trazer muitos conflitos pois seu sogro deseja um enterro tradicional para a filha, enquanto Ben e as crianças estão dispostos a cumprirem os últimos desejos da mãe.

Pablo Aluísio.

Blade Runner 2049

Ontem foi divulgado o trailer de "Blade Runner 2049", a tão aguardada sequência do clássico Sci-fi dos anos 80. Sinceramente fico com um pé atrás. Continuações tardias como essa não possuem um bom histórico. Há muitos filmes ruins nesse tipo de categoria. Geralmente aproveitam apenas o nome comercial de um filme famoso para faturar nas bilheterias. Assistindo ao trailer porém pude perceber que, apesar das expectativas baixas, há algum fio de esperança. A presença de Ryan Gosling pode ser um indício de que o roteiro é realmente bom, afinal esse ator não costuma se envolver com abacaxis. Ele é bem independente em relação a Hollywood  e acredito que se ele aceitou fazer o filme então boa coisa vem por aí.

Já a presença de Harrison Ford no elenco infelizmente não quer dizer muita coisa. Embora ele tenha estrelado o filme original, aquela era uma época diferente em sua carreira. Dos anos 90 para cá a presença de Ford não traz mais nenhuma garantia que o filme seja bom ou promissor. Ele atuou em muitos filmes caça-níqueis, alguns deles até constrangedores. Por isso não me anima nada vê-lo no trailer. Agora pior mesmo é saber que Ridley Scott não estará na direção. Ele apenas será o produtor executivo desse novo filme. Isso pode ser um sinal ruim.

O estúdio resolveu entregar a direção para o canadense Denis Villeneuve. E quem é ele? Bom, em termos de ficção ele dirigiu um filme recente que foi extremamente elogiado pela crítica, "A Chegada". Também dirigiu o bom " Sicario: Terra de Ninguém". Assim como Ryan ele não costuma participar de projetos meramente oportunistas. Assim, no final dessa balança de expectativas, temos coisa boas e ruins nos dois lados. Se o filme vai ser mesmo um marco ou apenas um blockbuster que pediu emprestado o nome de um clássico, só o tempo dirá. O filme tem data de estreia marcada para outubro.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de abril de 2017

Alien: Covenant

Até tentei gostar desse novo filme, mas o roteiro é muito básico. Se duvida disso posso resumir tudo em poucas linhas: Nave de colonizadores passa por uma tempestade solar. Há problemas. A tripulação é acordada. O novo comandante decide ir em um planeta próximo. O lugar está cheio de aliens. Todos vão morrendo. Fim. Achou muito simples? É bem por aí mesmo. O filme anterior "Prometheus" abriu um monte de possibilidades e deixou inúmeras perguntas no ar. Só que esse novo filme não está nem aí para elas. Ele se contenta apenas em contar uma estorinha banal de astronautas sendo devorados por aliens e é só. Ninguém vai ter nenhuma informação a mais sobre os novos rumos da série. É tudo muito básico, com uma equipe de colonos servindo de menu para aliens famintos. Há algumas novidades de design dos monstros, mas igualmente não vemos nada de muito interessante. era mesmo de se supor que haveria pelo menos alguma novidade nesse aspecto. A tecnologia melhorou nos efeitos digitais. Era claro que tudo seria mais bem feito. Isso é o mínimo de se esperar. Não é novidade. 

Foi decepcionante. Claro que o filme continua investindo em um visual bem peculiar, bem característico dos filmes de Aliens, mas nada vai muito além disso. Uma boa ficção não vive apenas de efeitos especiais. Tem que ter um enredo inteligente, coisa que Alien: Covenant não tem. Esses personagens da nave Covenant são muito chatos e sem conteúdo. Essa coisa de um usar chapéu de cowboy, a outra ter traumas pela morte do marido (passa o filme todo chorando, que saco!) e o velho clichê do comandante inexperiente, já deu o que tinha que dar há anos. Nenhum personagem humano tem maior profundidade. São todos rasos, como convém a astronautas que só estão lá para serem devorados em série. Que coisa feia Sr. Ridley Scott! Pensei que iria pelo menos criar alguma personalidade para essas pessoas. Só sobra de bom mesmo os dois sintéticos interpretados por Michael Fassbender. Um é bonzinho, o outro malvadão. Um segue sendo leal aos seres humanos, cumprindo todas as suas funções dentro da equipe. O outro quer que os seres humanos se danem, pois em sua opinião é uma raça desgraçada e inútil, que destrói tudo por onde anda no universo (em certo aspecto ele até tem razão sobre isso). Esse sintético antigo prefere os aliens, que ele admira como uma espécie predadora perfeita. Além disso, por não ser uma criatura orgânica ele vive muito bem ao lado deles, que não vão devorar um sintético feito de substância químicas tóxicas. Provavelmente esse personagem será central no próximo filme ou não - dependendo do que Ridley decida. Não me admira se ele ignorar esse segundo filme, como fez com o primeiro. Então é isso ai. Um novo aliens que não acrescenta nada, que não melhora e nem marca dentro da série. É banal demais para ser levado à sério.

Alien: Covenant (Alien: Covenant, Estados Unidos, 2017) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Ridley Scott / Roteiro: Ronald Shusett / Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup / Custo de produção: 97 milhões de dólares / Data de Estreia: 17 de maio de 2017 / Sinopse: Mais um exemplar da franquia cinematográfica de sucesso "Aliens".

Pablo Aluísio.