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sábado, 1 de junho de 2024

Os Segredos dos Neandertais

Título no Brasil: Os Segredos dos Neandertais
Título Original: Secrets of the Neanderthals
Ano de Lançamento: 2024
País: Reino Unido
Estúdio: Rosa Productions
Direção: Ashley Gething
Roteiro: Ashley Gething
Elenco: Gabriel Andreu, Graeme Barker, Caroline Colomei

Sinopse:
Documentário da Netflix mostrando as últimas descobertas da aequeologia sobre o chamado Homem de Neandertal que teria surgindo há mais ou menos 400 mil anos, sendo extinto há 30 mil anos na Europa. Um vasto leque de interessantes descobertas da ciência sobre esse parente do homem moderno. 

Comentários:
Muito bom esse documentário. O Homem de Neandertal é uma das espécies de primatas mais estudados pela ciência. Ele foi extinto há relativamente poucos milênios (em termos de história) e deixou diversos sítios arqueológicos para estudo. Nesse documentário descobrimos que esse homem das cavernas já realizava certos rituais em relação aos seus mortos. Isso pode ser um indicio de sentimento religioso, surgindo daí as religiões. Outro aspecto interessante é que os pesquisadores fizeram uma reconstrução facil de uma mulher que teria vivido em uma das cavernas escavadas. Embora não fossem homens modernos (o Homo Sapiens, que somos nós) ao olharmos para essa face não podemos ignorar o sentimento de estarmos olhando para nós mesmos! Aquilo que conhecemos como humanidade já estava presente nesses seres, nosso parentes, que deixaram de existir.  

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de abril de 2024

A Rede Antissocial

A Rede Antissocial
O Brasil e o mundo passam por um momento complicado. E parte dessa instabilidade das democracias surgiu depois que as redes sociais se mostraram um campo fértil para as fakes news, as teorias da conspiração e a desinformação com viés político. Esse fenômeno está muito bem explicado, desde as origens, nesse excelente documentário. E tudo começou lá atrás, nos anos 1990, com a chegada da internet nos lares de milhões de pessoas mundo afora. Nesse primeiro momento, como mostrado no filme, jovens se reuniram em fóruns, sendo o mais popular o 4chan. Nem preciso dizer que foi uma revolução e tanto na comunicação. Esses jovens pioneiros usavam esses fóruns como palco de muito humor e amizade. A moçada trocava ideias sobre cultura pop, música, cinema, etc. Era um ambiente saudável, feito para fazer amizades, tanto que foi onde nasceu os conhecidos memes. 

O tempo foi passando, as pessoas foram entendendo que as redes sociais poderiam servir como uma arma, inclusive de fanatismo político e aí chegou-se no ponto em que estamos agora. As redes sociais se tornaram tóxicas ao extremo. O lugar ideal para a proliferação de pensamentos e mentalidades extremistas. O ápice é mostrado no documentário, quando as pessoas invadiram o congresso americano, quebrando tudo. Um jovem jornalista foi para o meio da multidão perguntar a razão daquele tumulto. Cada pessoa tinha uma teoria da conspiração própria e diferente para justificar. Isso mostrava muito bem o poder de fanatização das redes sociais e seu efeito no meio político, principalmente. E aqui no Brasil aconteceu a mesma coisa na praça dos 3 poderes. A internet sendo usada como gatilho psicológico para a manipulação das massas, muitas vezes incultas, sem senso crítico e nem bom senso. 

E então se chega na questão da regulamentação das redes. Até que ponto isso pode se tornar censura? Eu sou da opinião de que essa é uma questão complicada. Regra geral sou contra todo tipo de censura e regulamentação mais forte, entretanto ao mesmo tempo, admito que há um problema sério mesmo a ser enfrentado. Essas técnicas de lavagem cerebral que são usadas nessas fake news é algo criminoso mesmo e precisa ser estudado a fundo, principalmente quando atinge pessoas idosas que não sabem lidar direito com a internet, acreditando que tudo o que leem nas fakes é verdade. De qualquer forma esse documentário e seu retrospecto histórico é precioso. Mostra todo o desenvolvimento do extremismo e do fanatismo na internet. E isso tudo não deixa de ser também bem assustador. 

A Rede Antissocial: Dos Memes ao Caos (The Antisocial Network, Estados Unidos, 2024) Direção: Giorgio Angelini, Arthur Jones / Roteiro: Giorgio Angelini, Arthur Jones / Elenco: Gregg Housh, Aubrey Cottle, Jeremy Hammond, Fredrick Brennan / Sinopse: Documentário que mostra como as redes sociais, que foram inicialmente criadas como fóruns de amizade e diversão, se tornaram altamente tóxicas e terreno fértil para o extremismo e o fanatismo político violento. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de março de 2024

Segunda Guerra em Cores

Título no Brasil: Segunda Guerra em Cores
Título Original:  WWII in Color: Road to Victory
Ano de Lançamento: 2021
País: Reino Unido
Estúdio: Netflix
Direção: Lou Westlake, Kim Lask
Roteiro: Lou Westlake, Kim Lask
Elenco: Trish Bertram, James Holland, Craig L. Symonds

Sinopse:
A minissérie documental "Segunda Guerra em Cores: Caminho para a Vitória" resgata imagens raras filmadas durante o maior conflito armado da história. Muitas dessas filmagens foram realizadas na época com o inovador sistema colorido, uma novidade absoluta naqueles tempos onde imperavam as câmeras preto e branco. 

Comentários:
Eu sempre gostei muito de história em geral. E para quem aprecia esse tipo de material, a Segunda Grande Guerra Mundial tem um espaço sempre reservado em especial. Esse documentário em episódios, que pode ser assistido na Netflix, se destaca pelas ótimas imagens raras que especialistas e historiadores resgataram de arquivos oficiais dos governos dos Estados Unidos, Inglaterra e França. Material que estava arquivado em bibliotecas públicas e acervos particulares e que agora chega ao grande público. Então é sem dúvida um documentário precioso do ponto de vista histórico. Em termos de narração e a forma como os eventos são mostrados, não há maiores novidades ou revelações históricas. Tudo segue uma determinada cartilha oficial que já bem conhecemos. E isso não é um defeito, é igualmente uma qualidade. Assim esse documentário servirá não apenas aos que apreciam história, mas também aos estudantes. Afinal o tom didático é bem presente em todos os episódios. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de março de 2024

Einstein e a Bomba

Título no Brasil: Einstein e a Bomba
Título Original: Einstein and the Bomb
Ano de Lançamento: 2024
País: Reino Unido
Estúdio: BBC Films
Direção: Anthony Philipson
Roteiro: Anthony Philipson
Elenco: Aidan McArdle, Jay Lewis Mitchell, Albert Einstein, Adolf Hitler, Franklin Delano Roosevelt (em imagens de arquivo). 

Sinopse:
Documentário em exibição na Netflix que conta a histórica e conturbada relação do cientista Albert Einstein com a fabricação da primeira bomba atômica da história pelos Estados Unidos. Através de textos, cartas e discursos, somos apresentados ao pensamento do gênio sobre o surgimento desse arma de destruição em massa e seus efeitos no futuro da humanidade. 

Comentários:
Albert Einstein não trabalhou diretamente na construção da primeira bomba atômica. Só que seus estudos e teorias podem ser considerados o marco zero no surgimento da tecnologia nuclear. Assim quando os Estados Unidos construiu e usou a primeira bomba nuclear o cientista deu sua opinião. Esse documentário resgata seu pensamento através de imagens históricas da época, opiniões de historiadores e também recriações de momentos importantes através do uso de elenco, de atores. O resultado é dos melhores. No começo Einstein até mesmo incentivou o presidente americano a tocar o projeto para a construção da bomba atômica pois tinha medo que os nazistas construíssem a primeira arma nuclear, mas depois que ela foi usada em duas cidades japonesas, ele mudou de opinião. Algo esperado de um homem que além de gênio da ciência era também um grande humanista. 

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Rita Moreno

Título no Brasil: Rita Moreno
Título Original: Rita Moreno
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Act III Productions
Direção: Mariem Pérez Riera
Roteiro: Mariem Pérez Riera
Elenco: Rita Moreno, Marlon Brando, Marilyn Monroe, James Dean, Rock Hudson (astros do cinema clássico em imagens de arquivo). 

Sinopse:
O documentário "Rita Moreno: Apenas uma Garota que Decidiu ir em Frente" (Rita Moreno: Just a Girl Who Decided to Go for It) conta a história da atriz Rita Moreno. Ela foi uma das primeiras atrizes de origem latina a realmente ter um espaço de fama em uma Hollywood ainda preconceituosa e cheia de reservas contra estrangeiros em geral. O filme conta com as declarações da própria Rita Moreno sobre sua história. 

Comentários:
Para quem aprecia a Hollywood clássica esse filme é uma boa pedida. A Rita Moreno realmente teve um grande espaço dentro do cinema americano durante os anos 50 e 60. No começo ela amargou personagens secundários, étnicos, como ela mesmo explica. Depois, aos poucos, foi abrindo seu espaço. Uma das partes mais interessantes de seu sincero depoimento vem quando ela fala de seu conturbado romance com Marlon Brando. Não foi uma paixão qualquer. Ela realmente ficou obcecada pelo grande ator, tanto que tentou até mesmo se suicidar após ser dispensada por ele. No final vemos que seu ressentimento ainda existe, tanto que ela faz questão de sutilmente sugerir que Brando era um egocêntrico sem salvação. Enfim, gostei muito. Vale pela retrospectiva e pelo reconhecimento de seu trabalho no cinema na chamada era de ouro de Hollywood. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Voyeur

Título no Brasil: Voyeur
Título Original: Voyeur
Ano de Lançamento: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Myles Kane, Josh Koury
Roteiro: Myles Kane, Josh Koury
Elenco: Gay Talese, Gerald Foos, Nan Talese

Sinopse:
Um veterano e consagrado jornalista de Nova Iorque decide contar em seu novo livro a história de um dono de motel que acabou criando uma rede de refrigeração que ele podia usar para espiar os casais transando em seu estabelecimento. Algo que poderia custar caro no final das contas para esse escritor. 

Comentários:
O voyeur é aquele tipo de sujeito que prefere ver as pessoas fazendo sexo do que ele próprio fazer. E nada seria mais adequado para esse tipo de pervertido sexual do que ser dono de um motel de beira de estrada. É justamente essa estranha e bizarra história que esse documentário da Netflix nos conta. Entretanto eu pude perceber que o foco principal desse filme nem é tanto a história do voyeur em si, mas sim a relação de amizade que nasce entre o escritor do livro, um jornalista com muitos anos de carreira, e o próprio voyeur, um tipo já de meia idade, bem esquisito, cheio de problemas, mas tentando manter uma postura de normalidade a todo momento. E o fato dele não ser totalmente honesto com o escritor e o abalo que isso iria atrair depois da publicação do livro. Eu gostei do documentário, mostrando bem um lado mais desconhecido e taradão da sociedade falsamente puritana e muito hipócrita dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de novembro de 2023

Untold - A Vergonha do Doping

Título no Brasil: Untold - A Vergonha do Doping 
Título Original: Untold
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Bryan Storkel
Roteiro: Bryan Storkel
Elenco: Victor Conte, Ben Johnson e outros atletas em arquivos de imagens dos anos 90. 

Sinopse:
Documentário que revela como foram produzidos e dopados diversos atletas nos anos 90, inclusive muitos deles se tornando campeões das principais competições esportivas, usando anabolizantes e outras substâncias proibidas para superar seus competidores. 

Comentários:
Eu confesso que era meio inocente nessa questão do doping. OK, de vez em quando um atleta era pego no exame, mas eu acreditava que eram casos eventuais, até mesmo raros. Pelo menos nos anos 90, pelo que vi nesse documentário da Netflix, as coisas não eram bem assim. Existia uma verdadeira indústria de produção de atletas dopados, usando muitas vezes fórmulas químicas que conseguiam burlar os exames da época. Não foi à toa que vimos tantos recordes mundiais serem batidos, atletas ganhando medalhas e mais medalhas de ouro, inclusive nos jogos olímpicos, infelizmente tudo falso, fabricado com anabolizantes. Mesmo os que não foram desmascarados hoje em dia não possuem qualquer prestígio, pois há fortes suspeitas que competiram de forma suja, desonesta. Enfim, um bom documentário que revela o lado mais sórdido das competições esportivas. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de março de 2021

Migração Alada

Título no Brasil: Migração Alada
Título Original: Le Peuple Migrateur
Ano de Produção: 2001
País: França, Alemanha
Estúdio: Galatée Films, France 2 Cinéma
Direção: Jacques Perrin, Jacques Cluzaud
Roteiro: Jean Dorst, Stéphane Durand
Elenco: Jacques Perrin, Philippe Labro, Jacques Cluzaud, Christophe Barratier, Reinhard Brundig, Jean de Trégomain

Sinopse:
Documentário sobre os padrões migratórios das aves, filmado ao longo de três anos nos sete continentes, ao redor de todo o Planeta Terra. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor documentário (Jacques Perrin).

Comentários:
Documentários sobre a natureza formam a principal atração de muitos canais a cabo, tais como Dicovery, National Geographic, Animal Planet, etc. É um tipo bem popular de programa. No cinema, por outro lado, eles são um pouco mais raros. Aqui temos um longa-metragem feito para exibição em cinemas que concorreu ao Oscar e ganhou fartos elogios da crítica em geral na ocasião de seu lançamento original. Além do cronograma de filmagens ter sido feito todo baseado em estudos da ciência, o filme ainda se destaca por seus próprios méritos cinematográficos, com uso de técnicas inovadoras de filmagens, inclusive captando as aves em pleno voo pelo oceano. Ficou tudo muito bonito e de bom gosto. Um filme indispensável se você aprecia toda a exuberância da vida natural ao redor de nosso planeta azul.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Roger e Eu

Título no Brasil: Roger e Eu
Título Original: Roger & Me
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Moore
Roteiro: Michael Moore
Elenco: Michael Moore, Roger B. Smith, Rhonda Britton, James Blanchard, Pat Boone  Anita Bryant

Sinopse:
Documentário em que o diretor e roteirista  Michael Moore vai atrás do presidente da GM, o poderoso executivo Roger B. Smith. Moore quer entender como a indústria automobilística fechou centenas de fábricas nos Estados Unidos, levando milhares de empregos para o oriente, em especial para a China. Em tom de ironia mordaz ele usa o documentário para revelar a ganância dos industriais americanos.

Comentários:
Muito bom esse documentário que revela um lado cruel, que liquidou milhões de empregos nos Estados Unidos. Michael Moore viveu em Detroit, na sua era de ouro, quando as grandes empresas fabricantes de automóveis tinham suas sedes justamente nessa cidade. Então, a partir da década de 1970, fábrica por fábrica foi fechando suas portas. A indústria americana estava falida? Não, não mesmo. Os executivos apenas decidiram transferir as fábricas para o oriente, onde os trabalhadores trabalhavam pela metade (ou menos) do salário de um operário americano. Onde não existiam leis trabalhistas e onde o capitalismo era realmente selvagem, apesar da fachada de socialismo, como acontecia com a China. Michael Moore passa o documentário inteiro tentando arrancar uma entrevista do presidente da General Motors, mas isso na verdade é secundário. O que ele quer mesmo é mostrar como uma extensa parte dos Estados Unidos se tornou o "cinturão da ferrugem", onde fábricas foram fechadas, sobrando apenas galpões com materiais enferrujados. E nesse processo milhões de empregos foram pulverizados. Uma situação triste que até hoje perdura. O próprio presidente Trump disse que resolveria essa situação, mas na verdade nada vez em seu mandato. Quem acabou pulverizado pelas urnas foi ele mesmo. Enfim, assista esse documentário. Ele é muito revelador dos mecanismos que movem uma economia globalizada.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Years

"The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Years", esse é o nome desse novo documentário sobre os Beatles. É a tal coisa, se você gosta da fase da Beatlemania, não há nada mais recomendado para assistir. Claro que tudo já foi visto e revisto, inclusive em outros documentários, mas aqui pelo menos temos uma edição mais ágil, mais moderna. Nos documentários anteriores (incluindo aí o Anthology) não havia um trabalho de edição tão bem feito como esse. Além disso a direção de Ron Howard é muito boa, colocando e situando o espectador dentro da história do grupo, mostrando as datas em que os discos foram lançados e os shows realizados. Como se trata de um documentário que procura mostrar a vida na estrada dos Beatles, tudo é mais centrado mesmo nos concertos. Por essa razão quando os Beatles lançam o disco Sgt Peppers e param de fazer shows o documentário dá uma pausa enorme na história do grupo, só voltando a focar neles novamente no "concerto" improvisado que eles fizeram no alto do edifício da Apple.

E por falar em Apple, como se trata de um lançamento oficial dessa companhia, que até hoje gerencia os direitos do quarteto, em certos momentos tudo vai parecer um pouco chapa branca demais. As coisas negativas envolvendo os Beatles, as brigas, os processos judiciais, são ignorados. Nem tudo porém é negativo. Esse selo de coisa oficial tem outro ponto bem positivo: o uso sem restrições das músicas dos Beatles, algo que em um documentário sobre o conjunto se torna essencial. Eu me recordo que alguns documentários sobre a banda que foram lançados no Brasil em VHS, ainda nos anos 80, não tinham esse tipo de licença. Assim o espectador tinha que encarar um filme sobre o grupo sem suas músicas. Dureza! Agora não, toda a maravilhosa obra musical deles é fartamente usada para deleite dos fãs da boa música, até porque os Beatles se tornaram eternos por sua música e nada mais.

The Beatles - Eight Days a Week (Eight Days a Week, Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Ron Howard / Roteiro: Mark Monroe, P.G. Morgan / Estúdio: Apple Corps / Elenco: Paul McCartney, Ringo Starr, John Lennon, George Harrison, George Martin, Larry Kane / Sinopse: Documentário que resgata o auge da Beatlemania, quando John, Paul, George e Ringo, os Beatles, chegaram nos Estados Unidos para suas primeiras turnês internacionais. Fotos, imagens raras e toda a histeria dos fãs para os que curtem o grupo musical de rock mais popular de todos os tempos. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Documentário.

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de junho de 2020

Leaving Neverland

Em termos de mundo da música o evento mais comentado dos últimos meses foi o lançamento desse documentário de Dan Reed. O tema é explosivo. Traz os depoimentos de Jimmy Safechuck e Wade Robson. Quem são eles? Hoje homens adultos, casados e pais de família, eles foram no passado "garotos de Michael Jackson". Como se sabe o cantor vivia ao redor de dezenas de crianças. A versão oficial dizia que ele estava apenas em busca de uma infância perdida que não teve. Já a versão dos bastidores dizia que o maior astro musical de sua época era na verdade um pedófilo. Foi processado por isso e inocentado em vida. Dez anos depois de sua morte tudo voltou com muita força através justamente desse documentário.

Ele conta, em quatro horas de duração, exibida em duas partes pela canal HBO, a suposta verdadeira história desses homens. Eles resgatam o passado, deixando claro que foram abusados por Michael enquanto eram apenas crianças. Um tinha sete anos de idade, o outro pouco mais de oito. São testemunhos arrasadores para a imagem de Michael Jackson. Claro, os fãs saíram em defesa de Michael, alegando que tudo teria sido mentira, uma maneira dos dois ganharem dinheiro. Só que nem a tenacidade dos fãs conseguiu controlar o estrago. Rádios baniram Michael Jackson e até mesmo eventos esportivos que usavam a música do astro cancelaram tudo. A coisa realmente fedeu. Fedeu porque sendo sincero o depoimento desses homens é muito crível, soando verdadeiro. Cada um faz seu próprio juízo de valor, no meu caso acreditei nas alegações. Michael já era considerado uma pessoa bem esquisita em seu tempo, agora com esse documentário sua imagem fica ainda mais manchada. Assista e tire suas próprias conclusões.

Leaving Neverland (Estados Unidos, 2019) Direção: Dan Reed / Roteiro: Dan Reed / Elenco: Jimmy Safechuck, Wade Robson, Michael Jackson / Sinopse: Documentário do canal HBO que procura desvendar denúncias de duas pessoas que conviveram com Michael Jackson quando eram crianças Hoje adultos eles falam sobre os supostos abusos sexuais infantis que sofreram nas mãos do cantor Michael Jackson

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de abril de 2020

Eldorado - Mengele Vivo ou Morto?

Título no Brasil: Eldorado - Mengele Vivo ou Morto?
Título Original: Eldorado - Mengele Vivo ou Morto?
Ano de Produção: 2019
País: Brasil
Estúdio: Laguna Films, MS Pictures
Direção: Marcelo Felipe Sampaio
Roteiro: Roberto Laguna, Marcelo Felipe Sampaio
Elenco: Eucir de Souza (Narradora), Romeu Tuma, Romeu Tuma jr, Josef Mengele, Ben Abraham, além de peritos e especialistas criminais

Sinopse:
Documentário que resgata as investigações que foram realizadas no Brasil com o objetivo de descobrir se um corpo enterrado no interior de São Paulo com o nome de Wolfgang Gerhard era verdadeiramente o corpo do infame criminoso nazista Josef Mengele.

Comentários:
Há alguns anos um historiador judeu e sobrevivente do holocausto chamado Ben Abraham escreveu um livro que afirmava que Mengele havia morrido nos Estados Unidos e não no Brasil como revelavam investigações realizadas em nosso país em meados dos anos 80. Claro, isso abriu uma grande polêmica sobre o assunto. O documentário então voltou ao passado para revisitar todos os exames e testes periciais forenses que foram realizados nos restos mortais do suposto Mengele que havia sido enterrado em um cemitério de Embu, no interior do Estado de São Paulo. As conclusões são bem robustas, baseadas em depoimentos de especialistas brasileiros e estrangeiros, de que o esqueleto encontrado era mesmo do carrasco nazista, o médico que fez experimentos tão terríveis que lhe valeram o título de "Anjo da Morte". De fato, o trabalho dos peritos da polícia federal foram muito bem realizados na época. O senhor Ben Abraham, ao que tudo indica, se baseou em argumentos frágeis para defender o contrário. Assim fica a boa lição de história desse muito bem realizado documentário. E pensar que um dos mais infames nazistas do campo de concentração de Auschwitz morreu afogado numa praia de Santos, já na velhice, sem ter sido punido por seus crimes contra a humanidade. São tristes caminhos que o destino algumas vezes trilha. O sentimento de indignação dos judeus que sobreviveram assim se torna plenamente compreendido por todos, inclusive pelos realizadores desse filme. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Ted Bundy - A Mente de um Monstro

Título no Brasil: Ted Bundy - A Mente de um Monstro
Título Original: Ted Bundy - Mind of a Monster 
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: ID - Investigation Discovery
Direção: Tom Brisley
Roteiro: Tom Brisley
Elenco: Ted Bundy, Kathleen McChesney, Hugh Aynesworth, Stephen Michaud, Marlin Lee Vortman, Charles Leidner

Sinopse:
Documentário sobre o serial killer norte-americano Ted Bundy (1946 - 1989). Durante a década de 1970 ele fez dezenas de vítimas, sendo elas exclusivamente mulheres. Ele se passava por um sujeito bonitão, extrovertido, estudante de direito, para matar as mulheres que caíam nas suas armadilhas mortais.

Comentários:
Muito bom esse documentário do canal ID, uma espécie de canal subsidiário do Discovery Channel, especializado em crimes. O motivo que me fez ir atrás dessa produção foi porque recentemente assisti a um bom filme sobre sua história. Assim procurei por um documentário abrangente sobre o tema. A minha intenção era comparar o roteiro do filme com os fatos que realmente aconteceram na vida real. E nada mais adequado para isso do que assistir a um bom documentário, gênero também conhecido por alguns como o verdadeiro jornalismo cinematográfico. Pois bem, acabei achando esse e não me arrependi. Em pouco mais de 90 minutos de duração somos apresentados a toda a história do assassino, com rico material de época, imagens dos jornais, fotos das cenas do crime, além de filmagens reais que foram feitas no julgamento de Ted Bundy. Tudo com aquela qualidade do Discovery que todos já conhecemos bem. E de fato o roteiro do filme "Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal" bateu muito bem com a história real aqui mostrada. O que temos nas cenas é um psicopata manipulador, muito bem sucedido na arte de se esconder sob a fachada de um sujeito normal, agradável, boa pinta. Também devo elogiar o esforço muito louvável por parte dos realizadores em valorizar igualmente a história das vítimas, mostrando aspectos de suas histórias, suas personalidades, etc. Um resgate muito importante e humano. Esse é um detalhe por demais relevante que nem sempre é respeitado em documentários sobre serial killers. Dando voz e biografia para as vítimas tudo fica ainda mais claro, os crimes se tornam ainda mais brutais e repugnantes. Enfim se o tema lhe interessar de alguma forma não deixe de conferir esse documentário onde definitivamente nada falta, nem os detalhes mais assustadores.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Os Vícios de Hitler

Título no Brasil: Os Vícios de Hitler
Título Original: Hitler's Hidden Drug Habit
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra
Estúdio: National Geographic
Direção: Chris Durlacher
Roteiro: Chris Durlacher
Elenco: Ewan Bailey, Adolf Hitler, Bill Panagopulo, Theodor Morell, Henrik Eberle, Sarah Bailey

Sinopse:
O documentário explora os diversos problemas de saúde do ditador nazista Adolf Hitler e sua crescente dependência em drogas ministradas por seu médico particular Dr. Theodor Morell.

Comentários:
Hitler era vegetariano, só procurava comer grãos, mas mesmo assim desenvolveu uma série de doenças crônicas durante a II Guerra Mundial. Amparado por seu médico pessoal, o Dr. Theodor Morell, um misto de charlatão e oportunista, ele foi ficando cada vez mais dependente de uma infinidade de droga pesadas, conforme a sua Alemanha nazista começava a perder a guerra. O diário e os registros médicos do Morell sobreviveram ao tempo e se tornaram peças fundamentais da história do III Reich. Entre as revelações mais interessantes ficamos sabendo, por exemplo, que Hitler desenvolveu dependência de uma droga que foi considerada uma predecessora da heroína e cocaína. Isso mesmo, enquanto a propaganda nazista propunha uma juventude alemã sadia, forte, adepta de exercícios físicos, seu próprio líder afundava no vício em drogas pesadas. Outro fato curioso é a revelação que Hitler em seus últimos dias estava sofrendo do Mal de Parkinson, como bem demonstram imagens recuperadas da época e que foram excluídas da propaganda por mostrar as mãos de Hitler com os típicos tremores dessa doença. Nos Estados Unidos esse documentário também é conhecido como Nazi Junkies (Os nazistas drogados). Enfim, mais um excelente resgate histórico da National Geographic expondo detalhes sórdidos, inéditos e em alguns casos, esquecidos da história mundial.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de setembro de 2019

Por Dentro da SS

Título no Brasil: Por Dentro da SS
Título Original: Inside the SS 
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: National Geographic
Direção: Serge de Sampigny
Roteiro: Serge de Sampigny
Elenco: Stefan Ashton Frank, Alexandre Tanguy, François Boulanger, Virginie Duverger, Fabrice Averlan

Sinopse:
Documentário produzido pela National Georgraphic que explora a tropa de elite nazista conhecida como Waffen SS, grupo de fanáticos nazistas responsáveis pelas maiores atrocidades cometidas durante a II Guerra Mundial.

Comentários:
Como agiam e como pensavam os membros da SS? Essa parece ser a principal pergunta que esse documentário tenta responder. E nada melhor do que entrevistar os antigos soldados nazistas SS que ainda estão vivos. Pouca gente sabe, mas a pura verdade é que apenas os líderes foram condenados ao final da II Guerra. A imensa maioria desses soldados e oficiais de elite do nazismo continuaram vivos e impunes após o final do maior conflito armado da história. Muitos inclusive passam pela tela ainda defendendo as ideias que forjaram o caráter dos membros da SS. E isso é realmente espantoso, já que eles estiveram diretamente envolvidos nos crimes contra a humanidade praticados durante o holocausto. Um deles inclusive se recusa de forma veemente a acreditar que houve realmente o assassinato em massa de judeus em Auschwitz e outros campos de concentração. Algo impressionante de se ver. Um velho veterano chega ao ponto inclusive de elogiar o famigerado Heinrich Himmler, braço direito de Hitler. Pelo que podemos sentir é que apesar da guerra ter terminado há mais de 70 anos, o ódio que serviu de cimento para o fanatismo nazista ainda continuou vivo na mente dessas pessoas. Algo escabroso de se constatar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Em Busca da Verdadeira Cruz

Título no Brasil: Em Busca da Verdadeira Cruz
Título Original: The Quest for the True Cross
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Discovery Channel
Direção: Justin Cartright
Roteiro: Justin Cartright
Elenco: Dr. Carsten Peter Thiede, Matthew D’Ancona, Jim Hertwight

Sinopse:
Documentário do canal Discovery que procura discutir a veracidade histórica do "Titulus Crucis", a inscrição feita em madeira que o governador Pôncio Pilatos mandou colocar em cima da cruz de Jesus Cristo. Um artefato que se diz o original se encontra em uma igreja católica localizada na Itália. Seria esse o verdadeiro objeto histórico? Para se chegar na resposta a essa pergunta o documentário ouve especialista, historiadores e arqueólogos dos tempos bíblicos. A conclusão a que chegam não deixa de ser surpreendente.

Comentários:
Muito bom esse documentário que revela a veracidade histórica de uma relíquia muito famosa entre os cristãos. Em uma igreja romana se encontra aquele que teria sido parte da inscrição "Jesus, Rei dos Judeus" que Pilatos havia mandado colocar na cruz de Jesus. Esse objeto histórico teria sido trazido a Roma imperial por Helena, mãe do imperador Constantino. Ela teria ido até Jerusalém e entre outras coisas teria descoberto a verdadeira cruz de Cristo. O lugar onde hoje se situa essa igreja foi no passado a casa de Helena, nos arredores de Roma. Teria esse objeto alguma validade histórica real? Historiadores renomados e especialistas em escrita dos tempos da dominação romana na Judeia afirmam que sim! Esse aliás é o grande atrativo desse documentário, pois ao contrário de muitos outros, esses especialistas defendem que o artefato seria real e não fruto de uma falsificação da Idade Média. A pesquisa só não se tornou completa por causa das restrições da própria igreja, não não autorizaria a retirada de material do titulus para pesquisa em laboratório. Mesmo assim tudo se caminha para a autenticidade dessa verdadeira relíquia sagrada dos tempos da paixão de Jesus Cristo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Segredos Imperiais da China

Título no Brasil: Segredos Imperiais da China
Título Original: China's Megatomb Revealed
Ano de Produção: 2016
País: Inglaterra, China
Estúdio: National Geographic
Direção: Hugh Ballantyne, Kaige Chen
Roteiro: Nic Young
Elenco: Dong Chunguang, Liming Geng, Ma Kun
  
Sinopse:
Documentário da National Geographic que enfoca as revelações arqueológicas e descobertas realizadas na tumba milenar do primeiro imperador da China. Qin Shihuang foi o primeiro governante na história do povo chinês que conseguiu conquistar os cinco grandes estados que dominavam as vastas extensões territoriais chinesas de sua época, unificando pela primeira vez o enorme território da China sob um único poder. Ele reinou dois séculos antes do nascimento de Jesus e foi um dos mais sangrentos e despóticos governantes que se tem notícia na história, tendo construído a maior tumba da história, além da sempre lembrada muralha da China. 

Comentários:

O ser humano tem uma certa atração por tiranos sanguinários e assassinos. Só esse aspecto da natureza humana poderia explicar a subida ao poder de um sujeito como o primeiro imperador da China. Ele era um verdadeiro psicopata que não tinha qualquer respeito pela vida humana. No auge de seu poder teve sob seu domínio pessoal mais de 700 mil escravos que utilizou para construir uma megatumba própria. Durante dez anos ele massacrou milhares de pessoas para dar vazão ao seu ego descomunal. Esse documentário realizado na China nos dias de hoje mostra parte dessas revelações arqueológicas. Além de esqueletos de trabalhadores o filme revela também a extensão do tamanho da tumba imperial que era maior do que Manhattan!!! O interessante é que apesar de se saber sua localização e as possibilidades de descobrir tesouros incríveis o governo chinês nunca autorizou a escavação do lugar onde o imperador foi enterrado, que segue sendo intocado. O que se pesquisou foram sítios arqueológicos periféricos como aquele onde foi encontrado o exército de terracota. Soldados que o imperador queria levar para o outro mundo para continuar suas guerras de conquistas sem fim. Um documentário bem revelador que mostra até que ponto pode chegar a megalomania do ser humano. Não deixe de assistir. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Calígula - 1400 Dias de Terror

Título no Brasil: Calígula - 1400 Dias de Terror
Título Original: Caligula: 1400 Days of Terror
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: NorthSouth Productions
Direção: Bruce Kennedy
Roteiro: Bruce Kennedy
Elenco: Darius Arya, Corey Brennan, Lowell Byers
  
Sinopse:
Com a morte de seu tio avô, o Imperador Tibério, o jovem Caio Júlio César Augusto Germânico, conhecido como Calígula (botinhas) se torna o novo Imperador do vasto e poderoso Império Romano. No começo de seu governo, com apenas 24 anos de idade, o novo líder romano se mostra um bom político, amado pelo povo e respeitado pelo Senado. Após sofrer uma doença misteriosa e sobreviver a ela, o Imperador começa a mostrar sinais de desequilíbrio mental, agindo como um louco sádico e cruel.

Comentários:
Muito bom esse documentário com mais ou menos 90 minutos de duração que se propõe a contar a história do sanguinário e tirano Calígula. Ele esteve no poder por apenas 1400 dias, mas seu reinado foi tão terrível que mesmo após 2000 mil anos de sua morte, seu nome ainda segue sendo sinônimo de loucura e violência. O roteiro do filme tenta em termos explicar o que teria deixado o jovem imperador tão insano. Entre as explicações podem ser citadas as origens violentas de sua biografia. Toda a sua família foi assassinada pelo Imperador Tibério, que tinha laços de parentesco com o garoto Caio Júlio. Acontece que naqueles tempos antigos era considerado até normal as diversas mortes entre parentes, tudo com o objetivo de se alcançar o poder absoluto. Por fatores inexplicáveis até hoje Calígula ganhou as graças do velho imperador Tibério que o levou para morar em seu palácio isolado. Lá, ainda bem jovem, testemunhou todos os tipos de barbaridades e violência. Alguns historiadores afirmam inclusive que ele foi vítima da pedofilia de Tibério, se tornando um dos seus "peixinhos" (a forma como o decrépito líder romano se referia aos garotos que ele abusava sexualmente). De qualquer forma ao subir ao poder com a morte de Tibério, o novo Imperador se mostrou mais violento, sádico e insano que o seu antecessor. O documentário explora as ruínas do antigo império, mostra estátuas antigas de Calígula e conta com a fala de experientes professores e especialistas na história da Roma antiga. Tudo muito bem feito e realizado. Aconselho a quem queira saber mais sobre esse tirano alucinado e assassino.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

John Lennon - US Vs John Lennon

Esse fim de semana tive o prazer de assistir o interessante documentário "US vs John Lennon". O enfoque desse filme é a luta travada por John Lennon contra o governo de Richard Nixon que usou de todas as artimanhas (legais e ilegais) para expulsar o ex beatle dos EUA. A intenção oficial era simplesmente deportar um estrangeiro que não tinha o direito de permanecer no país após ter seu visto expirado. Isso pelo menos era o que foi divulgado ao público americano durante a crise. O fato porém é que na realidade o governo republicano queria se livrar de uma pessoa que incomodava a política americana, principalmente em relação à guerra do Vietnã, que Lennon criticava abertamente. É a velha história de abuso do poder que tanto conhecemos (principalmente no Brasil onde a máquina estatal muitas e muitas vezes simplesmente serve para os objetivos particulares de quem detém o poder naquele momento). Não tem jeito, a natureza humana certamente leva os "donos do poder" a abusar dele e o direcionar não para o interesse público, coletivo, mas seus próprios interesses, alguns bem mesquinhos.

O filme mostra de forma bastante didática o momento em que Lennon deixou de ser apenas um astro pop de uma banda comercial para se tornar um ativo ativista político, se envolvendo em passeatas, shows de protesto e movimentos pela paz. Como sempre acontece com pessoas que resolvem se insurgir contra a máquina, ele foi satirizado, ridicularizado e sua credibilidade foi atacada de todas as formas. Para muitos Lennon era apenas "um sonhador drogado, sem nada de concreto para oferecer". Após assistir ao documentário cheguei na conclusão que sua luta foi sincera, embora em muitas ocasiões não tenha utilizado dos meios que seriam mais eficazes. De certa forma Lennon seguiu a mesma linha de protesto que já havia sido utilizado com sucesso antes por líderes como Gandhi e Martin Luther King. Basicamente é a mensagem do uso da não violência como arma contra o sistema corrupto e corroído em suas próprias entranhas. Curiosamente Lennon acabou sendo morto da mesma maneira que os já citados, ou seja, um defensor da não violência acabou sendo assassinado justamente pela violência mais sem sentido e gratuita.

Algumas lições ficam desse filme. A primeira é que no mundo em que vivemos é muito perigoso simplesmente dizer a verdade. A sociedade tem suas bases fundadas em muitas hipocrisias e falsas boas intenções. Geralmente certos grupos ou famílias tomam o poder político e o utilizam de forma bem vil, agindo em certas ocasiões como verdadeiras cosas nostras. Segundo, queira ou não, somos todos ditados pelo poder econômico. A vida da sociedade humana é ditada pela economia, pelo poder financeiro. Muitos se perguntam porque os americanos entraram em uma guerra tão sem sentido com o pequeno Vietnã? Simples, pelo poder econômico da indústria de armas. Aliás o fato continua ainda nos dias de hoje, haja visto o envolvimento dos americanos em conflitos como o Iraque e Afeganistão. Pelo visto, apesar de todos esses anos pouco ou nada se aprendeu nessa questão. O mundo continua sendo apenas uma esfera de influência desses grupos. Em um terreno hostil assim pessoas como John Lennon, Gandhi e Luther King acabam pagando com suas próprias vidas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Elvis Presley - Deus é o Elvis Maior

"Deus é o Elvis Maior" é um documentário produzido e dirigido por Rebecca Cammisa que mostra a rotina da irmã Dolores Hart, que em 1963 largou uma carreira promissora de atriz em Hollywood para ingressar na abadia de Regina Laudis (uma fazenda em Connecticut nos Estados Unidos ) e seguir a vida como freira beneditina. Atualmente ela exerce o posto de madre priori. Dolores Hart ficou famosa como atriz em Hollywood entre 1957 e 1962, fez cerca de dez filmes, trabalhando ao lado da grandes personalidades do cinema como: Marlon Brando, Karl Malden e Montgomery Clift. Mas seu nome ficou conhecido mesmo após atuar em dois filmes ao lado do mito Elvis Presley: “A Mulher que Eu Amo” e “Balada Sangrenta”. Reza a lenda que Dolores que na época era conhecida como a sucessora do mito Marilyn Monroe, começou a ter a sua vida modificada quando no início dos anos 60 esteve em Roma nas filmagens da vida de São Francisco de Assis; ela fazia o papel de Santa Clara. Poucos anos depois, visitando um convento de beneditinas em Nova York, descobriu que era o lugar onde gostaria de passar o resto de sua vida. Quando foi se apresentar à abadessa do convento, disse: "...Daqui em diante não terei mais nenhuma preocupação com a vida de atriz..."

O documentário que foi indicado ao Oscar em 2012, tem 40 minutos e, com narração da própria Dolores, mostra o dia a dia de clausura da famosa madre e as outras irmãs, dentro do convento. A convivência com os animais da fazenda, os pássaros, a paz, o silêncio, as cartas que Dolores recebe até hoje de seus fãs do cinema e também dos fãs de Elvis, além da sua imensa felicidade e gratidão a Deus. Dolores também narra os momentos de sua chegada ao convento em 1963, quando todas as freiras apostavam que ela não aguentaria a vida monástica. A parte mais melancólica do documentário diz respeito ao período de sua vida quando estava de casamento marcado com Don Robinson. Depois de pouco tempo de noivado, ela decidiu abandonar tudo (inclusive o noivo) para ingressar para sempre no monastério. Um documentário muito bom, muito humano e muito emocionante.

Deus é o Elvis Maior (God Is The Bigger Elvis, EUA, 2012) Direção: Rebecca Cammisa, Julie Anderson / Produção: Julie Anderson, Rebeca Cammisa / Elenco: Dolores Hart / Sinopse: Documentário sobre a vida da atriz Dolores Hart, mais conhecida por seus papéis ao lado de Elvis Presley e por seu desempenho no drama Where the Boys Are, que em 1963 optou em deixar Hollywood para trás e se tornar uma freira beneditina.

Telmo Vilela Jr.