sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Emboscada em Cimarron Pass

Título no Brasil: Emboscada em Cimarron Pass
Título Original: Ambush at Cimarron
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Regal Films
Direção: Jodie Copelan
Roteiro: Robert A. Reeds, Robert W. Woods
Elenco: Scott Brady, Margia Dean, Clint Eastwood, Irving Bacon, Frank Gerstle, Ray Boyle

Sinopse:
Dirigido por Jodie Copelan, com Scott Brady e Margia Dean no elenco, o roteiro baseado em um livro escrito por Robert A. Reeds, contava uma história que se passava em 1867 no velho oeste americano. Clint interpretava um sujeito chamado Keith Williams. Ele era um homem que tentava sobreviver em um território distante, uma reserva Apache em guerra, onde soldados do exército americano, da União, literalmente caçavam ex-soldados confederados que tinham se tornado bandoleiros e assassinos.

Comentários:
Clint Eastwood não planejou sua carreira de ator como astro de filmes de western. As coisas simplesmente foram acontecendo. Em 1958 ele conseguiu um papel em um faroeste B chamado "Emboscada em Cimarron Pass" (Ambush at Cimarron Pass). Essa é uma produção bem difícil de se achar nos dias de hoje. É um filme pouco conhecido, obscuro, que poucos colecionadores possuem. Quase ninguém assistiu. Vale sobretudo por trazer Clint Eastwood ainda bem jovem, já no papel de cowboy, o tipo que iria consagrar sua carreira. Fora isso nada de muito relevante em termos cinematográficos. Anos depois Clint Eastwood não iria ser refinado ao se lembrar desse filme, dizendo que ele era "provavelmente o pior western que já existiu!". Sua opinião não incomodaria os produtores. Depois que Clint se tornou um astro de Hollywood, o estúdio resolveu relançar o filme nos cinemas, já durante a década de 60. Era impossível perder a chance de faturar alto com seu nome, afinal de contas era um faroeste com Clint Eastwood, que mesmo sendo ruim ainda poderia gerar um bom faturamento nas bilheterias.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

A Desforra do Estranho

Bom western. Em um pequeno vilarejo chamado Arbonville, chega um estranho, um cowboy. Interpretado pelo ator Jock Mahoney, ele não diz a que veio, apenas anda pelas ruas da cidade que parece deserta. Somente a adolescente Jody (Luana Patten) aparece para trocar poucas e tímidas palavras com ele. Segundo a garota a cidade está sem ninguém porque todos estão trabalhando em um poço de petróleo localizado em um pequeno rancho próximo. O estranho cavaleiro resolve ir até lá para dar uma olhada. A propriedade pertencia a um velho índio, que desapareceu sem deixar vestígios. Com isso as pontas soltas começam a fazer sentido. O petróleo, os gananciosos membros da comunidade por lá, tudo vai se encaixando. Provavelmente os moradores assassinaram o velho nativo para colocar as mãos na fazenda, sonhando fazer fortuna com o ouro negro que jorra de suas terras.

Jock Mahoney era um sujeito alto, esbelto, com boa presença de cena. Ele nunca chegou ao primeiro time de astros de western em sua época, mas era um bom ator, muito eficiente para esse tipo de produção. Luana Patten era linda. Uma adolescente com rosto de anjo que fez muito sucesso entre o público teen. Descoberta ainda na infância pelos estúdios Disney, ela aqui tinha um de seus primeiros papéis na fase em que tinha se transformado numa verdadeira "teen angel". O roteiro do filme é muito bom, centrado mais no aspecto psicológico do que meramente na ação, na troca de tiros. O desfecho da trama também me deixou muito satisfeito. Um faroeste que era para ser mais um filme B da Universal Pictures, mas que acabou se tornando mesmo um western classe A da do estúdio.

A Desforra do Estranho (Joe Dakota, Estados Unidos, 1957) Direção: Richard Bartlett / Roteiro: Norman Jolley, William Talman / Elenco: Jock Mahoney, Luana Patten, Charles McGraw / Sinopse: Cowboy errante chega em um pequeno vilarejo do Arizona e lá descobre que um velho nativo simplesmente desapareceu, pois seu pequeno rancho se tornou alvo de cobiça dos moradores locais após a descoberta de petróleo em suas terras.

Pablo Aluísio.

Atire Para Viver e Reze Pelos Mortos

Título no Brasil: Atire Para Viver e Reze Pelos Mortos
Título Original: Prega il morto e ammazza il vivo
Ano de Produção: 1971
País: Itália
Estúdio: Castor Film
Direção: Giuseppe Vari
Roteiro: Adriano Bolzoni
Elenco: Klaus Kinski, Victoria Zinny, Paolo Casella, Dino Strano, Antonio La Raina, Fortunato Arena

Sinopse:
Após mais um grande roubo, um grupo de criminosos violentos, uma quadrilha formada por bandoleiros e pistoleiros, foge no meio do deserto, sendo seguidos por homens da lei e caçadores de recompensas. Eles precisam sobreviver no meio daquele lugar infernal para continuar sua vida de crimes em pequenas cidades do velho Oeste. 

Comentários:
Klaus Kinski tinha um rosto muito marcante, com cara de psicótico, ideal para filmes italianos de faroeste que por sí só já eram bem caricatos. Não é de se estranhar então que esse ator alemão tenha feitos tantos filmes de western spaghetti ao longo dos anos 70. Era uma escolha meio óbvia para os produtores italianos. Aqui ele interpreta um pistoleiro chamado Dan Hogan. Ao lado dos homens de sua quadrilha rouba 100 mil dólares em barras de ouro. Uma fortuna. Só que os Rangers vão atrás em perseguição a eles. No meio do caminho eles precisam atravessar um deserto realmente infernal. O objetivo é chegar do outro lado da fronteira, no México. Para isso acabam contratando um guia que conhece bem a região, só que esse homem que apenas diz se chamar John é um sujeito estranho, que pode ser tanto a salvação de Dan e seu bando, como também sua ruína, pois ele pode ser um traidor, os levando direto para uma corda de enforcamento, onde serão enforcados de forma impiedosa. Especialmente indicado para os fãs do trabalho de Klaus Kinski em seus bons anos. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Os Dois Indomáveis

Faroeste dos anos 1970 que uniu duas gerações de atores. A geração jovem era representada pelo ator Ryan O'Neal, naquela época considerado um dos jovens mais promissores de Hollywood. E representando os veteranos tínhamos dois grandes nomes do cinema americano: William Holden e Karl Malden. O universo era a dos cowboys, os trabalhadores rurais que cuidavam do gado nas grandes fazendas do velho oeste. Quando o filme começa há uma certa tensão entre os criadores de gado e os de ovelhas. Dizia-se que as ovelhas destruíam o pasto, trazendo prejuízo para os que criavam gado. Uma dessas fazendas é de propriedade de Walter Buckman (Karl Malden). Homem austero, mas justo. Muitos cowboys trabalhavam em suas terras, entre eles Ross Bodine (William Holden) e Frank Post (Ryan O'Neal). O primeiro é um veterano, há décadas trabalhando como cowboy. O segundo é um jovem, novato no trabalho. A luta diária é pesada e o salário nada bom.

Assim a dupla decide fazer algo impensado e imprudente. Eles decidem assaltar o banco da cidade. Fazem a família do gerente de refém e limpam o cofre do banco. Claro que isso desencadeia uma série de eventos contra eles. Uma equipe de perseguição é formada e parte rumo ao deserto em busca dos assaltantes. O filme tem um ritmo próprio, nada apressado. As coisas acontecem ao seu tempo. O roteiro também se preocupa muito mais em explorar a amizade entre o velho e o jovem cowboy do que qualquer outra coisa. Há cenas de ação, mas isso nem é o mais importante. Além disso há ótimas sequências, inclusive a final, aos pés do Monument Valley, cenário de tantos clássicos do western norte-americano. Então é isso, um bom filme, bem desenvolvido que termina de maneira mais trágica do que poderia se esperar.

Os Dois Indomáveis (Wild Rovers, Estados Unidos, 1971) Direção: Blake Edwards / Roteiro: Blake Edwards / Elenco: William Holden, Ryan O'Neal, Karl Malden, Tom Skerritt / Sinopse: Ross Bodine (William Holden) e Frank Post (Ryan O'Neal) são dois cowboys que trabalham na fazenda de Walter Buckman (Karl Malden). Uma noite eles decidem fazer uma loucura, roubar o banco da cidadezinha próxima. O assalto acaba dando começo a uma perseguição sem trégua pelas areias do deserto do Arizona.

Pablo Aluísio.

O Homem da Floresta

Título no Brasil: O Homem da Floresta
Título Original: Man of the Forest
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Jack Cunningham, Zane Grey
Elenco: Randolph Scott, Verna Hillie, Harry Carey, Noah Beery, Barton MacLane, Buster Crabbe

Sinopse e comentários:
"O Homem da Floresta" (Man of the Forest, Estados Unidos, 1933) trazia um Randolph Scott ainda bem jovem, magro, com bigodinho ao estilo Errol Flynn (na época um dos maiores astros de Hollywood). Era um western dirigido pelo grande Henry Hathaway, ainda também em começo de carreira. O roteiro era baseado em um livro escrito por Zane Grey. Esse escritor era tão popular na época que seu nome ganhava grande destaque nos materiais promocionais dos filmes feitos a partir de seus romances e novelas.

Randolph Scott era o xerife na história, que de forma ousada lidava com temas complicados, envolvendo o sequestro de uma jovem garota e um vilão astuto, mestre em jogar a culpa de seus crimes nos outros. O filme tem uma sequência de perseguição em um desfiladeiro nos arredores de Los Angeles que acabou ferindo um dos dublês que caiu com seu cavalo de uma altura considerável. O próprio Scott escapou também de descer ladeira abaixo nessa cena. Anos depois ele ainda se recordaria desse dia de filmagens que quase lhe custou a vida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Sartana no Vale dos Gaviões

Título no Brasil: Sartana no Vale dos Gaviões
Título Original: Sartana nella valle degli avvoltoi
Ano de Produção: 1970
País: Itália
Estúdio: Elios Studios
Direção: Roberto Mauri
Roteiro: Roberto Mauri
Elenco: William Berger, Wayde Preston, Aldo Berti

Sinopse e comentários:
Mais um filme que tentou faturar em cima do nome "Sartana". No faroeste italiano isso era até bem comum. Nomes de personagens como Django, Sabata, Sartana, etc era usados sem qualquer critério dentro do roteiro, pensando apenas em chamar o público para as salas de cinemas. Dezenas de filmes traziam o nome Django, por exemplo, sem nem ao menos ter o pistoleiro no enredo.

Coisas de um tempo mais simplório em termos de cinema. Ninguém estava preocupado em concorrer ao Oscar ou fazer algo mais artístivo. O apelo aqui era para fazer bilheteria em cinemas do tipo poeira ao redor do mundo. Na década de 1970 havia muitos cinemas de bairro que exibiam justamente esse tipo de faroeste. Obviamente os produtores estavam visando faturar justamente nesse tipo de cinema pequeno, de cidadezinhas, com ingressos a preços promocionais.

Pois é, nesse filme aqui o protagonista se chama Lee Calloway, interpretado pelo veterano ator William Berger. Ele faz parte de uma família de criminosos. Quando três de seus irmãos são presos ele resolve ajudá-los a fugirem da cadeia, só que para isso ele cobra um preço. Eles terão que dividir com ele um carregamento de ouro roubado anos atrás. Irmãos são irmãos, mas negócios de bandidos devem ser feitos nessa base. William Berger era um astro espaguetti bacana, que mantém o interesse no filme até o final. Esse austríaco só não convencia muito bem como bandoleiro americano no velho oeste, mas isso no final das contas nem pesa muito. O filme vale pela diversão e nada mais.

Pablo Aluísio.

Gunsmoke

Título no Brasil: Gunsmoke
Título Original: Gunsmoke
Ano de Produção: 1955 - 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Television
Direção: Andrew V. McLaglen, Harry Harris, Ted Post
Roteiro: Jim Byrnes, Dudley Bromley
Elenco: James Arness, Milburn Stone, Amanda Blake
  
Sinopse:
"Gunsmoke" narra a história do xerife Matt Dillon (James Arness) que junto ao seu filho chega em Dodge City, infame cidade do velho oeste conhecida por ser um lugar sem lei e nem ordem, infestada de bandidos, bandoleiros e foras-da-lei procurados pela justiça. Juntos tentarão trazer de volta o respeito à lei naquela desolada e distante região, esquecida por tudo e todos. Famosa série de TV que originou 635 episódios ao longo de vinte anos de exibição no canal norte-americano CBS. Série vencedora dos prêmios Globo de Ouro, Emmy, TV Land Awards e Western Heritage Awards.

Comentários:
Uma das séries mais populares da história da TV americana. "Gunsmoke" atravessou três décadas e no total teve incríveis 20 temporadas, todas com excelentes índices de audiência. Era uma época muito rica entre as emissoras de televisão nos Estados Unidos. Todas elas mantinham de alguma forma séries regulares de western em sua grade de programação. Sobre isso há dois aspectos a considerar. Alguns acreditam que as séries de faroeste contribuíram de alguma forma para a decadência do gênero no cinema, afinal de contas para que se pagaria um ingresso se era possível assistir em casa, completamente de graça? Para outros a forma de entender o sucesso do western na TV era completamente oposta. O sucesso das séries ajudou a criar toda uma nova geração de fãs do gênero, o que acabou resultando em uma sobrevida do Western nos cinemas. De uma forma ou outra é bom salientar que seriados como "Gunsmoke" eram produzidos com requinte, com tudo o que de bom o espectador tinha direito, bons figurinos, roteiros bem escritos e atores carismáticos. Não é assim de se estranhar que tenha ficado tantos anos no ar. Qualidade não lhe faltava. Um clássico do faroeste na TV, até hoje ainda muito cultuado e lembrado pelos fãs em geral.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Genius

A primeira temporada de Genius mostra em dez episódios a vida do cientista Albert Einstein. Nos primeiros episódios ele é mostrado no começo de sua vida acadêmica, quando começa seus primeiros estudos na universidade. Nos primeiros episódios, em sua fase de juventude, Einstein é interpretado pelo ator Johnny Flynn. Aqui também se mostra as primeiras aproximações com a jovem que iria se tornar sua primeira esposa, Mileva Maric. Ela também era uma estudante brilhante, com futuro promissor, que de certa maneira abriu mão de sua carreira para criar os filhos e cuidar do casamento que em pouco tempo iria afundar. A série também se preocupa nessa primeira fase em mostrar a importância dela no desenvolvimento das teorias de Einstein. Na segunda fase, já com o fim de seu casamento, se desenvolve a saída de Einstein da Europa por causa da perseguição nazista aos judeus e sua nova vida nos Estados Unidos. Nessa fase final de sua vida Einstein é interpretado por Geoffrey Rush. Aqui vamos seguir o cientista até o fim de sua vida, quando já aposentado, precisa lidar com o fato de que a imprensa o associou ao surgimento da bomba atômica. Para ele, um pacifista, foi um choque e um título que o constrangia. Excelente série que acompanhei com bastante interesse. Segue abaixo uma lista de episódios comentados.

Episódios Comentados:

Genius 1.01 - Einstein: Chapter One
Essa nova série é uma produção conjunta entre a Fox e a National Geographic, o que acaba unindo um ótimo roteiro (com precisão histórica) a um excelente elenco e direção. Essa primeira temporada conta a história do cientista Albert Einstein. São duas linhas temporais, duas linhas narrativas. A primeira se passa em 1895. Nessa época Einstein era apenas um jovem estudante que não sabia ao certo que rumo tomar na vida. Quando seu pai decide se mudar para a Itália, Einstein fica sozinho na Alemanha, precisando lidar com a ausência dos pais. Ele inicialmente estuda para entrar na universidade de Berlim, porém logo depois muda de ideia, indo estudar na escola politécnica de Zurique, algo que irrita bastante seu pai. Na outra linha narrativa encontramos Einstein mais velho, já casado e dando aulas em uma universidade alemã. O ano é 1932 e o nazismo começa a se espalhar, principalmente pela ação dos camisas pardas, a juventude de Hitler que começa a ameaçar e agredir judeus pelas ruas. Inicialmente Einstein, que era judeu, se recusa a deixar a Alemanha como queria sua esposa, mas depois começa a perceber que ir embora pode salvar sua vida. Ele tem convites para ensinar nos Estados Unidos e isso parece ser uma boa opção. A última cena desse episódio mostra Einstein passando por uma tensa entrevista na embaixada americana. A primeira esposa de Einstein se envolveu com grupos radicais de esquerda, o que talvez o impeça de entrar na América. Ótimo episódio inicial, com destacada reconstituição de época e uma bela interpretação do ator Geoffrey Rush como o famoso físico. Essas duas linhas narrativas, pelo visto vão seguir nos próximos episódios, unindo momentos temporais diferentes na vida de Einstein. Nada mais conveniente uma vez que o cientista sempre defendeu que o tempo nada mais era do que um aspecto relativo das leis do universo. / Genius 1.01 - Einstein: Chapter One (Estados Unidos, 2017) Direção: Ron Howard / Roteiro: Noah Pink / Elenco: Geoffrey Rush, Johnny Flynn, Samantha Colley.

Genius 1.07 - Einstein: Chapter Seven
Estou chegando ao final da primeira temporada da série "Genius". Cada temporada irá enfocar um gênio da humanidade. Na primeira tivemos Albert Einstein e na segunda, já em exibição nos Estados Unidos, Picasso. É uma produção muito boa, que coloca em evidência o lado mais humano dessas pessoas que muitas vezes colocamos em patamares inalcançáveis, simplesmente pela posição que conseguiram calcar em vida. O interessante é que ao entrarmos em suas vidas pessoais percebemos que (óbvio) eram pessoas comuns, muitas vezes com problemas comuns. Veja o caso de Einstein. Ele se casou na universidade com uma colega da academia. O casamento não foi feliz. A esposa era do tipo durona demais, mandona, cheia de problemas psicológicos a enfrentar. Além do fato de ser uma mulher no meio acadêmico, o que na época era bem incomum, ainda carregava o fardo de ter uma deficiência física que a impedia de andar normalmente. O Einstein da vida privada até era um sujeito comum, que procurava ser um bom pai, porém o relacionamento dele com a esposa era tão ruim que não demorou e ele começou a ter casos extraconjugais. Assim, seu casamento que nunca foi bom foi se deteriorando cada vez mais. O pior é que ela não aceitava o divórcio e isso só foi concretizado quando Einstein concordou em lhe dar o dinheiro ganho com o Prêmio Nobel de Física. Grandes pensadores envolvidos em problemas medíocres. Outro ponto que mostra bem os desafios que o cientista teve que enfrentar foi a ascensão do nazismo. Cientistas invejosos de sua posição e de suas descobertas, alinhados com o partido nazista, logo começaram a usar a força do partido para persegui-lo dentro da Alemanha. Afinal ele era um judeu, o alvo perfeito naquele momento histórico. O bom saber é que Einstein logo percebeu a teia que se formava ao seu redor e sabiamente foi embora de seu país. Se tivesse ficado por lá provavelmente teria sido mais uma vítima inocente nas câmaras de gás dos campos de concentração. / Genius 1.07 - Einstein: Chapter Seven (Estados Unidos, 2017) Direção: James Hawes / Roteiro:  Kelly Souders, Walter Isaacson / Elenco: Geoffrey Rush, Johnny Flynn, Samantha Colley.

Genius 1.08 - Chapter Eight
Com a popularização do nazismo na Alemanha e o ódio aos judeus aumentando a cada dia, Albert Einstein (Geoffrey Rush) não viu outra saída a não ser tentar uma mudança para os Estados Unidos antes que a situação colocasse em risco a sua vida e a de sua família. Esse episódio da ótima série "Genius" explora justamente a entrevista que ele teve que fazer com um agente do FBI para assim conseguir um visto para ir morar na América. O interessante é que o encontro acaba sendo um duelo de personalidades. O agente, sob ordens de J. Edgar Hoover, sondava se Einstein tinha alguma ligação com o partido comunista alemão. Hoover, o chefe supremo do FBI, tinha uma obsessão em perseguir comunistas nos EUA e não estava disposto a deixar Einstein entrar em seu país com a suspeita de que ele tinha ideias subversivas socialistas. Afinal Einstein era ou não um marxista? Como o roteiro desse episódio deixa bem claro, Einstein estava bem acima dessas paixões políticas, afinal ele foi um dos maiores gênios da ciência. A política em seu ponto de vista era um aspecto menor na vida de um homem como ele. / Genius 1.08 - Chapter Eight (Estados Unidos, 2017) Direção:  Kenneth Biller / Roteiro: Angelina Burnett, Francesca Butler / Elenco: Geoffrey Rush, Michael McElhatton, Emily Watson.

Genius 1.09 - Einstein: Chapter Nine
Atualmente algumas séries são melhores do que os filmes que estão em cartaz nos cinemas. Sinal dos tempos. Nessa "Genius" descobrimos questões históricas bem curiosas e interessantes. Como se sabe a primeira temporada é em cima da figura de Einstein. Aqui ele já está refugiado nos Estados Unidos. Fugindo da perseguição nazista ele encontra trabalho e um novo lar na América. É quando se descobre que os cientistas de Hitler estão desenvolvendo o primeiro projeto da bomba atômica. Amigos de Einstein imploram que ele escreva uma carta ao presidente Roosevelt relatando o perigo de existir um bomba nuclear nas mãos de Hitler. Outro aspecto que me chamou muito a atenção foi o fato de saber que Einstein teve um relacionamento com uma mulher bem mais jovem, russa, que se dizia sua admiradora. Só que ela na verdade era uma espiã alemã disfarçada, infiltrada na vida pessoal do cientisa justamente para descobrir os planos americanos em relação ao desenvolvimento de uma arma nuclear. Episódio acima de média que termina com Einstein desolado, recebendo um exemplar da revista Time o colocando na capa ao lado de uma grande explosão atômica. Para um pacifista como ele deve ter sido mesmo um péssimo momento. / Genius 1.09 - Einstein: Chapter Nine (Estados Unidos, 2017) Estúdio: Imagine Television / Direção: Kenneth Biller / Roteiro: Kenneth Biller, Raf Green / Elenco: Geoffrey Rush, Ralph Brown, Richard Topol, Michael McElhatton, Emily Watson, T.R. Knight. 

Genius 1.10 - Einstein: Chapter Ten
Último episódio da primeira temporada de "Genius". Como se sabe essa série procura mostrar a vida de alguns dos grandes gênios da humanidade. Cada temporada explora a biografia de uma dessas mentes brilhantes. E nessa primeira tivemos uma visão ampla da vida de Albert Einstein. Logo na primeira cena já temos o corpo do velho cientista no necrotério. O médico legista se prepara para retirar seu cérebro, pois ele entende que ele pertence à ciência. O filho de Einstein hesita um pouco oem aceitar, mas depois cede. O resto do corpo de seu pai foi cremado, atendendo um pedido seu. Depois disso somos levados para os últimos dias do gênio. Ele passava os dias em casa, de pijamas. Mal tinha ânimo de ir até seu escritório na universidade, pois se dizia sem novas ideias. Uma nova física estava nascendo, explorando partículas quânticas e Einstein já não fazia mais parte dessa revolução científica. Ele conhece uma menina da vizinhança e se afeiçoa a ela pois a garotinha era bem inteligente, cheia de perguntas que ainda conseguiam tirar o velho cientista de seu estado melancólico. Também procurou se aproximar de seu filho nos momentos finais, pois tinha tido uma péssima relação com ele por anos. Por fim o episódio também demonstra a perseguição por parte do diretor do FBI J. Edgar Hoover. Tudo muito bem feito, roteirizado e atuado. Quem tem interesse em conhecer melhor a vida de Albert Einstein não pode mesmo perder essa primeira temporada. É excelente em todos os aspectos. / Genius 1.10 - Einstein: Chapter Ten  (Estados Unidos, 2017) Estúdio: Imagine Television / Direção: Kenneth Biller / Roteiro: Mark Lafferty, Walter Isaacson / Elenco: Geoffrey Rush, Johnny Flynn, Samantha Colley, T.R. Knight, Dixie Egerickx, Ed Stoppard

Pablo Aluísio.

Doce Trapaça

Elenco demais para filme de menos. Veja, ter Sigourney Weaver e principalmente Gene Hackman no mesmo filme já era uma garantia de interesse por parte do público. Infelizmente os produtores desperdiçaram a dupla nesse filme muito fraquinho, uma comédia romântica mais ácida, vamos colocar assim. O enredo é um tanto bobinho. Mãe e filha, duas golpistas, seduzem homens ricos. Depois do casamento uma delas dá em cima do marido da outra. Com o escândalo sobram de presente parte da fortuna dos enganados, além de uma gorda indenização de danos morais.

E assim elas vão levando a vida, dando um golpe atrás do outro. Nesse cambalacho Sigourney Weaver é a mãe e Jennifer Love Hewitt a filha. A Jennifer Love Hewitt para quem não se recorda foi uma atriz pop teen bem popular no começo dos anos 2000. Depois de um tempo sumiu! Então é isso, produzir um filme tão cheio de vácuos como esse, mesmo contando com um bom elenco, definitivamente não valeu a pena!

Doce Trapaça (Heartbreakers, Estados Unidos, 2001) Direção: David Mirkin / Roteiro: Robert Dunn, Paul Guay / Elenco: Sigourney Weaver, Jennifer Love Hewitt, Gene Hackman / Sinopse: Mãe e filha vivem de dar golpes em homens ricos, ficando com a fortuna deles, até o dia em que os planos não saem exatamente como elas planejavam.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Maus Momentos no Hotel Royale

Esse diretor Drew Goddard já tinha chamado minha atenção em "O Segredo da Cabana", filme que tentava desconstruir o gênero terror. Agora ele retorna com esse filme que tem uma trama bem elaborada. Tudo começa quando um homem desconhecido aluga um quarto em um hotel na fronteira de Nevada e Califórnia. Ele pega a chave e imediatamente começa a tirar a madeira do piso, tentando abrir um buraco no chão para colocar uma maleta. Não demora muito e uma segunda pessoa surge e o mata ali mesmo, sem maiores explicações. O tempo passa e dez anos depois, no mesmo hotel Royale, chega um grupo estranho de novos hóspedes. Jeff Bridges interpreta um suposto padre, que se hospeda ali para passar a noite. Na mesma hora em que entra no velho hotel encontra um vendedor de eletrodomésticos para donas de casa, aqui na pele do bom ator Jon Hamm de "Mad Men". Completando o quadro de novos visitantes estão uma cantora negra fracassada e uma mulher com cara de poucos amigos, na interpretação de Dakota Johnson.

Desconfie de tudo o que verá nas primeiras cenas, principalmente nas identidades daquelas pessoas. Nem tudo é o que aparenta ser. O próprio Hotel Royale não é apenas um cenário, mas praticamente um personagem no meio do enredo. Um daqueles estabelecimentos comerciais que faziam sucesso nos anos 1960, mas que depois entraram em franca decadência, com poucos hóspedes, geralmente viajantes perdidos em busca de uma boa noite de sono e nada mais. Para falar a verdade é quase uma nova versão do "Bates Motel" de Psicose, mas com decoração vintage mais colorida e brega. Enfim, um bom filme que me agradou. De modo em geral gosto desse tipo de enredo que vai se construindo aos poucos, ligando diversos personagens que parecem não ter qualquer ligação entre si. Uma amostra de bom roteiro, muito bem escrito.

Maus Momentos no Hotel Royale (Bad Times at the El Royale, Estados Unidos, 2018) Direção: Drew Goddard / Roteiro: Drew Goddard / Elenco: Jeff Bridges, Jon Hamm, Dakota Johnson, Cynthia Erivo, Chris Hemsworth, Lewis Pullman / Sinopse: Um grupo de desconhecidos chega em um velho hotel decadente da fronteira entre dois estados americanos, cada um deles com um propósito próprio, não muito claro. Qual seria a ligação que existiria entre cada uma daquelas pessoas?

Pablo Aluísio.

A Última Noite de Bóris Grushenko

Filme da fase ainda inicial da carreira de Woody Allen. Não deixa de ser interessante assistir a uma comédia como essa para perceber bem como o humor do cineasta foi mudando com o passar do tempo. Aqui temos um estilo bem mais simples, apelando até mesmo para alguns momentos pastelão! Allen ainda usava sua imagem, a de baixinho, magro e de óculos, como muleta para fazer o público rir. Só em momentos mais pontuais arriscava encaixar algum diálogo mais bem elaborado, mas inteligente. O roteiro é praticamente uma paródia do clássico da literatura "Guerra e Paz". O cenário é o mesmo, nos tempos da Rússia czarista, prestes a ser invadida pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Allen interpreta o protagonista, um sujeito que só quer viver sua vida em paz, escrevendo seus péssimos poemas, mas que é jogado no meio da guerra pois naqueles tempos era impensável não defender a grande nação dos invasores estrangeiros. Uma oportunidade para Allen criar situações divertidas e engraçadas.

Assim Woody Allen usa do estilo de vida militar para fazer suas piadas, nenhuma particularmente muito original. Charles Chaplin e Jerry Lewis já tinham explorado esse mesmo tema em seus filmes. O resultado assim se torna bem mediano. Gostaria inclusive de saber o que Allen, após tantos anos, acharia ao rever um filme como esse, de seus primórdios. Acredito que ele teria até mesmo uma pontinha de vergonha pelas cenas mais apelativas, como aquela em que ele se torna uma bala de canhão, literalmente. No mais ainda vale pela presença de uma jovem e bela Diane Keaton, também tentando emplacar no cinema, fazendo humor. Fora isso é preciso reconhecer também que esse filme envelheceu muito mal. Hoje em dia dificilmente arrancaria gargalhadas dos fãs atuais do diretor.

A Última Noite de Bóris Grushenko (Love and Death, Estados Unidos, 1975) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Georges Adet / Sinopse: Durante a invasão de Napoleão Bonaparte na Rússia, um jovem intelectual e poeta acaba sendo enviado para o campo de batalha. Desajeitado e nada vocacionado para a guerra acaba virando um herói nacional! Filme premiado no Berlin International Film Festival.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de dezembro de 2018

O Homem Que Inventou o Natal

Excelente filme. O roteiro foca em um período da vida do escritor Charles Dickens (Dan Stevens) em que ele estava escrevendo um dos maiores clássicos da literatura, o livro "A Christmas Carol" (lançado no Brasil com o título de "Um Conto de Natal"). Sem ideias, atolado em dívidas e precisando urgentemente de dinheiro ele decidiu escrever esse novo livro às pressas. O problema é que livros sobre o natal estavam em baixa. Seus três últimos romances também não tinham vendido bem. Os editores não colocavam fé e ele então resolveu arriscar tudo na publicação de seu novo livro. Bancando a publicação, pagando tudo do próprio bolso e ainda tendo que criar o conto, tudo parecia perdido. O mais brilhante desse roteiro é que o espectador literalmente entra na mente do protagonista, compartilhando com ele as dificuldades de criação, mostrando Dickens interagindo com os próprios personagens do livro, dissecando as origens de muitas das ideias que foram colocadas no enredo de seu conto de natal. O sucesso foi absoluto, se tornando o best-seller mais vendido de toda a sua vida. Um êxito enorme de vendas!

Quem conhece a obra original sabe que o personagem mais importante em suas páginas é um velho industrial, homem seco e ganancioso chamado Scrooge (Christopher Plummer). Ele é visitado por três fantasmas que estão ali para mostrar como sua vida está errada, como a falta de valores em sua vida o condenam ao esquecimento. Assim o velho aos poucos vai mudando seu modo de agir, numa verdadeira renovação, o que seria o próprio espírito do natal. Tudo é magistralmente desenvolvido, com ótima produção e elenco afiado. Um filme adorável onde todos os aspectos parecem bem encaixados, resultando numa excelente dica para esse período de natal. É um dos melhores de sua espécie e se você é fã dos livros de Dickens se torna indispensável.

O Homem Que Inventou o Natal (The Man Who Invented Christmas, Canadá, Irlanda, 2017) Direção: Bharat Nalluri / Roteiro: Susan Coyne, Les Standiford, baseados no livro "The Man Who Invented Christmas" de Les Standiford / Elenco: Dan Stevens, Christopher Plummer, Jonathan Pryce, Ger Ryan, Anna Murphy, Miles Jupp / Sinopse: O escritor Charles Dickens (Dan Stevens) passa por um período ruim em sua carreira. Seus últimos livros fracassaram em vendas e as editoras não querem mais publicar seus novos romances. Procurando por inspiração e precisando de dinheiro ele cria um conto de natal, cujo personagem principal seria o famigerado Sr. Scrooge (Christopher Plummer).

Pablo Aluísio.

Alta Fidelidade

Fim de ano chegando é uma boa oportunidade para rever alguns filmes do passado, alguns que não assistia há quase vinte anos! É o caso desse "Alta Fidelidade" que só havia visto uma vez, em seu lançamento original. Continua sendo uma boa fita, valorizada por um roteiro muito bom, cheio de boas ideias e ótimos diálogos. O protagonista é um cara chamado Rob (John Cusack). Ele já está no seus trinta e poucos anos, mas nunca acertou nos relacionamentos. Quando leva mais um fora, dessa vez de uma garota em que ele apostava, tudo o leva de volta a uma reflexão sobre o seu próprio passado. Detalhe importante: Rob é dono de uma loja de discos de vinil. Ele sempre está fazendo listas, do tipo "top 5" sobre música em geral e decide rever e fazer sua própria lista de maiores foras que levou. Mais radical do que isso. Ele decide ir atrás de suas antigas namoradas para ver o que aconteceu com elas, o que estão fazendo da vida, talvez descobrir com isso o que estaria errado com ele mesmo em seus relacionamentos amorosos. Quem sabe elas poderiam dar uma pista...

Durante o tempo todo a chamada quarta parede é ignorada, o que faz com que Rob converse o tempo todo com o espectador. Claro que isso cria uma certa cumplicidade com o público, além de ser uma jogada marota do roteiro para criar carisma no personagem principal. O clima é de romantismo mais sarcástico, tudo embalado com um clima vintage, nostálgico, que vai bater forte em quem curte não apenas cinema, mas também música antiga. E de quebra o filme ainda traz um elenco coadjuvante muito bom, a começar por uma linda e ainda jovem Catherine Zeta-Jones. Ela foi a top 5 na vida de Rob, mas em seu reencontro parte daquele encanto se vai. Claro, para contrabalancear, também temos que aturar os excessos de Jack Black, mas nem ele consegue estragar esse bom filme sobre amor, discos de vinil e problemas pessoais, não necessariamente nessa ordem. Reveja e no mínimo tenha saudades de um tempo que já é passado distante para muitos... quem diria...

Alta Fidelidade (High Fidelity, Estados Unidos, 2000) Direção: Stephen Frears / Roteiro: D.V. DeVincentis / Elenco: John Cusack, Catherine Zeta-Jones, Jack Black, Tim Robbins, Lisa Bonet, Iben Hjejle, Todd Louiso, Joan Cusack / Sinopse: O filme acompanha a vida de Rob (Cusack) que tem uma loja de discos de vinil e muitos problemas de relacionamento com as mulheres, de seu passado e do seu presente. Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (John Cusack).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Aquaman

O grande mérito de Aquaman é que pela primeira vez a DC Comics não ficou com receios de produzir um filme para o cinema que fosse a cara dos quadrinhos. Tudo é muito colorido, movimentado, ao espectador fica a impressão de que está mesmo vendo uma revista em quadrinhos. E isso se refere a praticamente tudo, inclusive a aventura e a trama que é meio bobinha, isso é certo, mas que funciona bem na tela. Isso não significa que o filme não tenha problemas, longe disso. Um deles é que aquele espectador que não comprar seu estilo não vai gostar nada, nada do que verá. O mundo debaixo do oceano, os figurinos exagerados, alguns parecendo mais fantasias de carnaval, quem não curtir esse tipo de coisa exagerada vai ficar muito irritado com sua direção de arte kitsch.

Só que isso nem é o grande problema do filme. Em minha opinião o grande erro foi escalar o grandalhão brutalizado Jason Momoa para interpretar Aquaman. Nos quadrinhos ele é um sujeito forte, tudo bem, mas também é um loiro com cara de galã e até bons modos. Com Momoa ele virou quase um bárbaro (quem lembrou do Conan?) que prefere sair no braço do que ter uma boa conversa. Além disso, não vamos deixar de dizer, não tem nada a ver com a beleza sofisticada de Nicole Kidman, sua mãe no filme. Ficou forçado. Porém como é um filme de pura ação e fantasia, poucos vão reclamar. O que vai valer no final das contas são os cenários exagerados (diria alguns até mesmo meio bregas) que desfilam pela tela. Nesse aspecto o filme até que funciona muito bem. É uma aventura colorida e escapista. Não espere nada muito além disso.

Aquaman (Estados Unidos, 2018) Direção: James Wan / Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick, Will Beall / Elenco: Jason Momoa, Patrick Wilson, Nicole Kidman, Amber Heard, Willem Dafoe, Dolph Lundgren, Yahya Abdul-Mateen II / Sinopse: Adaptação para o cinema das aventuras do personagem Aquaman, criado em 1941 por Paul Norris e Mort Weisinger, cuja primeira aparição nos quadrinhos se deu na revista More Fun Comics #73.

Pablo Aluísio.

Halloween

Michael Myers está de volta! 40 anos depois da estreia do primeiro filme da franquia "Halloween" os estúdios decidiram que não poderiam deixar passar essa data em branco. Assim tiraram o velho psicopata da aposentadoria para faturar mais alguns milhões nas bilheterias. E sob o ponto de vista comercial o filme deu muito certo mesmo, faturando quase 250 milhões de dólares - um número bem satisfatório em termos de filmes de terror, ainda mais quando se gastou apenas 10 milhões em sua produção. Lucro certo e de certa maneira bem fácil. É a força do nome de certas franquias que trazem esse tipo de retorno lucrativo para os produtores. Tiro certo e no alvo! Já sob o ponto de vista puramente cinematográfico... bem, não há outro veredito: o filme é fraco mesmo. Basicamente uma forçada de barra para trazer Myers de volta às ruas na noite de Halloween. Quando o filme começa um casal de jornalista investigativos decide ir até o manicômio onde Myers vive para tentar tirar pelo menos uma palavra de sua boca. Ele está há décadas sem falar nada, com ninguém, nem com seu médico. A tentativa de entrevista fracassa, mas o destino parece estar a favor de Myers. Quando ele é transferido para outro estabelecimento prisional o ônibus onde está derrapa e sofre um acidente. De repente o antigo matador está de volta às ruas, em plena liberdade. E o que ele faz quando isso acontece? Ora, simples de saber, ele sai matando a esmo pelas ruas da cidade.

Pior para Laurie Strode (Curtis). Ela foi uma de suas primeiras vítimas. Tem verdadeira obsessão com o passado, o que a tornou uma mulher completamente paranoica e estranha. Agora ela vai precisar defender não apenas sua filha, mas também sua neta, da sede de morte de Mike Myers. E o roteiro é basicamente isso. Claro que o final se revela logo dúbio, para deixar uma porta aberta para futuros filmes. Produtores não são bobos, eles esperam para ver o resultado comercial do filme. Como deu certo nas bilheterias é bem provável que uma nova leva de filmes venha por aí. Haja sangue jorrando...

Halloween (Estados Unidos, 2018) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Jeff Fradley, Danny McBride / Elenco: Jamie Lee Curtis, Judy Greer, Andi Matichak / Sinopse: Depois de ficar décadas aprisionado numa instituição para loucos homicidas, o assassino em série Michael Myers está de volta às ruas após seu ônibus de transporte sofrer um acidente. Andando solto na noite de Halloween ele finalmente vai saciar sua sede de sangue humano.

Pablo Aluísio.