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domingo, 28 de julho de 2013

O Santo

Nesse amplo universo de super-heróis de quadrinhos existe toda uma galeria de personagens secundários que obviamente nunca chegaram nos mesmos patamares de sucesso dos mais famosos como Batman ou Superman. Um desses heróis de segundo escalão é justamente esse “O Santo”. O auge de popularidade desse misto de detetive e herói de aventura ocorreu na TV, durante a década de 1960. Nessa série o Santo era interpretado por Roger Moore, antes de virar o mais bem sucedido sucessor de Sean Connery no papel de James Bond, 007. Foi de certa forma até mesmo um treinamento e aprendizado para anos depois assumir o famoso agente inglês criado por Ian Fleming. Como o sucesso de bilheteria do Batman o estúdio Paramount resolveu investir nesse personagem, obviamente pensando em ter mais um grande sucesso de bilheteria nas mãos. Esse herói aliás tinha certo ponto de contato com o próprio Batman. Ele não tinha poderes naturais, apenas usava de inteligência e astúcia para vencer seus inimigos. Na verdade seu grande trunfo era o poder de se passar por outras pessoas, usando inúmeros disfarces.

A Paramount investiu quase 70 milhões nessa produção, gastou bastante em um marketing agressivo e contratou o ator Val Kilmer para interpretar o personagem principal. Como não poderia deixar de ser contratou os melhores profissionais, o que resultou em uma bonita direção de arte e locações inéditas para o cinema americano até então, como a própria praça vermelha em Moscou (que após o fim da União Soviética abriu suas portas para as produções americanas). Tudo pelo visto caminhava muito bem mas o público simplesmente não se interessou pelo filme, deixando as salas de exibição completamente vazias. Muito provavelmente os jovens (a grande massa que frequenta cinemas) simplesmente desconhecia o personagem, uma vez que apenas os mais velhos que tinham assistido a série na década de 60 ainda se lembravam do Santo. Some-se a isso a interpretação pouco empenhada de Kilmer e você realmente terá um resultado final muito morno, sem pique e garra para de fato ser um verdadeiro sucesso comercial e de crítica. O filme, como já foi dito, tem excelentes locações e uma bonita fotografia mas não tem carisma, o que ajudou a afundar a obra como um todo.

O Santo (The Saint, Estados Unidos, 1997) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Jonathan Hensleigh, baseado nos personagens criados por Leslie Charteris / Elenco: Val Kilmer, Elisabeth Shue, Rade Serbedzija / Sinopse: O Santo (Val Kilmer) é um personagem que usa de inteligência e astúcia para vencer seus inimigos. Aqui ele se envolve numa disputa por uma importante fórmula criada por uma cientista russa.

Pablo Aluísio. 

domingo, 21 de abril de 2013

A Ilha do Dr Moreau

Um aspecto que poucos cinéfilos sabem é que o ator Marlon Brando era intensamente interessado em ciência em geral. Ele estava sempre se atualizando sobre os últimos avanços científicos, lendo revistas especializadas e publicações das principais universidades americanas. Não é de se admirar então que tenha aceitado trabalhar nesse “A Ilha do Dr Moreau”, adaptação do famoso livro de autoria de H.G. Wells. Embora tenha sido escrito em 1921 o texto conseguia ser incrivelmente atual pois tratava de uma parte da ciência que era incrivelmente sedutora para Brando: a engenharia genética. A possibilidade de manipulação nas espécies e o resultado desses experimentos eram a base dessa estória clássica. Dr. Moreau (Marlon Brando) é um cientista brilhante que vive em uma ilha isolada no meio do oceano pacifico. Lá ele desenvolve uma série de testes genéticos, criando com suas experiências vários híbridos entre homens e animais. Seu objetivo é criar aquela que seria a criatura ideal, unindo a inteligência e os mais altos valores morais do ser humano com a força e a destreza das feras selvagens. Infelizmente enquanto vai tentando chegar nesse ser perfeito Moreau acaba criando uma série de pequenos monstros que passam a conviver ao seu lado na distante ilha. Não tarda porém para que as criaturas se voltem contra seu criador.

Uma das mais interessantes leituras dessa obra clássica é a questão da ética que move esse tipo de experiência. Em voga atualmente nos principais centros científicos,  dado o avanço das pesquisas genéticas, o roteiro poderia ser a base de discussão de valores envolvendo justamente essa nova postura, a bioética que deveria imperar nesse novo ramo da ciência. Assim queria Brando ao aceitar fazer o filme, levantar o debate sobre os rumos perigosos que a ciência poderia tomar. Infelizmente não era bem essa a intenção do diretor e nem do estúdio que queria em suma apenas realizar um filme de monstros que vivem numa ilha ao lado de um cientista louco. Quando as filmagens começaram Brando entendeu as reais intenções de seus realizadores e ficou obviamente decepcionado. Para não ser arruinado financeiramente por um pesado processo resolveu ir até o fim do filme, mesmo que a empolgação inicial tenha se transformado em decepção completa. Realmente “A Ilha do Dr Moreau” se revela muito fraco em seu resultado final. O único interesse nesse roteiro capenga é a presença de Brando que para aliviar o tédio de participar de algo assim tão obtuso caprichou no figurino esquisito (em determinada cena ele surge todo de branco, com forte maquiagem, tal como um Buda dos trópicos). No saldo final não há outra conclusão “A Ilha do Dr Moreau” é um equívoco, uma produção bem decepcionante apesar de contar em seu elenco com um dos maiores atores da história do cinema americano.

A Ilha do Dr. Moreau (The Island of Dr. Moreau, Estados Unidos, 1996) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Richard Stanley baseado na obra de H.G. Wells / Elenco: Marlon Brando, Val Kilmer, David Thewlis / Sinopse: Brilhante cientista, o Dr. Moreau (Marlon Brando) deseja criar uma criatura perfeita que uma a inteligência do ser humano com as prestezas dos animais selvagens. Vivendo em uma ilha isolada ele logo terá que lidar com a rebelião das feras que ele mesmo criou.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de janeiro de 2013

A Sombra e a Escuridão

Hollywood tem longa tradição em filmes ambientados na África Selvagem. Esse “A Sombra e a Escuridão” é mais um nessa longa e tradicional linha de produções filmadas no continente africano. O roteiro foi baseado em fatos reais. No final do século XIX uma empresa britânica passou por vários problemas ocasionados pelas mortes cometidas por dois leões da região, durante a construção de uma importante ferrovia que cortava a África Oriental, no Quênia, em Tsavo. Particularmente sanguinários as duas feras mataram juntas, segundo estimativas, mais de 140 homens ao longo de vários meses durante a construção da ferrovia. O número de mortes foi tão elevado que chegou-se ao ponto de ninguém mais querer trabalhar np local. Leões são carnívoros por natureza mas ataques a seres humanos nessa proporção era completamente único. O que levou esses animais a esse tipo de massacre? Existem muitas teorias sendo as mais prováveis a falta de presas naturais ocasionadas pelo avanço da civilização ou uma mutação genética que os tornaram máquinas assassinas singulares. Após suas mortes foram pesquisados e levados até os EUA para novos estudos. Os verdadeiros leões foram então empalhados e estão expostos em Chicago no famoso Museu de história natural, o Chicago Field Museum. Como eram animais únicos eles eram considerados pelos trabalhadores nativos como encarnações de demônios da floresta e por isso eram chamados de Fantasma e Escuridão respectivamente – nomes que fazem parte do título original do filme.

O roteiro foi escrito justamente em cima dessa história quando a empresa inglesa resolveu contratar caçadores profissionais para matar os felinos. Quem matou os leões na história verídica foi o Coronel Inglês John Henry Patterson, um famoso aventureiro. No filme a sua função acabou sendo dividida entre dois personagens principais, o grande caçador branco  Charles Remington (Michael Douglas) e o próprio Coronel Patterson aqui interpretado por Val Kilmer. Michael Douglas aliás adorou a experiência de filmar em regiões próximas onde tudo realmente aconteceu. Ao custo de pouco mais de 35 milhões de dólares uma grande equipe de filmagem adentrou a savana africana para obter as melhores tomadas de cena. Revisto hoje em dia “A Sombra e a Escuridão” chegamos na conclusão de que o filme resistiu bem ao tempo. Ainda é uma boa aventura, com roteiro bem escrito e situações que mantém o interesse. Val Kilmer talvez fosse jovem demais para interpretar o Coronel britânico mas isso em si não chega a prejudicar o resultado final. A produção é bonita, com linda fotografia, e não perde seu foco que em si é centralizada na caçada aos dois leões. Provavelmente vá incomodar um pouco os mais ecologistas mas temos que ter em mente o contexto histórico em que se passa a estória do filme. Em essência é um excelente filme de aventuras, bem ao estilo antigo. Vale a pena ser redescoberto.

A Sombra e a Escuridão (The Ghost and the Darkness, Estados Unidos, 1995) Direção: Stephen Hopkins / Roteiro: William Goldman / Elenco: Michael Douglas, Val Kilmer, Tom Wilkinson / Sinopse: Dois leões começam a atacar trabalhadores nativos durante a construção de uma grande estrada de ferro no coração do Quênia durante o século XIX. Para caçar e matar as feras a companhia ferroviária chama um experiente Coronel britânico que ao lado de um caçador veterano partem em busca dos felinos assassinos. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fogo Contra Fogo

Quando "Fogo Contra Fogo" chegou nas telas a crítica especializada torceu o nariz. Afinal qual era a lógica em se reunir no mesmo elenco dois monstros sagrados como Al Pacino e Robert De Niro se o roteiro não lhes davam a oportunidade de atuar bem? O que causou estranheza foi o foco centrado na ação e violência em um roteiro que foi considerado sem sutileza ou sofisticação. Além disso muitos reclamaram da falta de uma interação maior entre os atores em cena pois era justamente isso que muitos queriam ver. Não era todo dia que o público podia pagar uma só entrada de cinema para assistir aos dois mais consagrados atores em atividade na época. De fato ninguém queria ver Pacino com metralhadoras atirando para todos os lados - já existia toda uma casta de astros de filmes de ação que faziam isso (Stallone e cia). As primeiras reações por isso foram bem negativas. Penso que houve um certo preconceito dos críticos americanos sobre essa questão. Filmes de ação não são em essência inferiores aos dramas, por exemplo. O fato é que o estúdio gastou muito na contratação dos dois atores e o retorno em bilheteria teria que vir de qualquer jeito. 

Como naquela época os grandes sucessos eram justamente no gênero ação então resolveu-se reunir ambos nesse tipo de produção. Foi um desperdício de talento? De certa forma sim, mas não podíamos também esperar que um novo "Godfather" fosse escrito para unir Pacino e De Niro nas telas. Aquele tipo de material surge uma vez na vida, não é algo corriqueiro e nem comum. É excepcional. Diante dessas circunstâncias até que "Fogo Contra Fogo" não foi tão mal. A Warner até encontrou espaço para encaixar Val Kilmer no elenco. Prestes a vestir o uniforme do Batman no novo filme da franquia seu personagem aqui nada acrescenta de muito relevante mas também não aborrece. No saldo final podemos dizer que "Fogo Contra Fogo" certamente não foi o melhor filme de ação da década de 90 mas com certeza foi o que teve o melhor elenco jamais reunido. Não é excepcional em nenhum momento mas como diversão se sai muito bem.  

Fogo Contra Fogo (Heat, Estados Unidos, 1995) Direção: Michael Mann / Roteiro: Michael Mann / Elenco: Al Pacino, Robert De Niro, Val Kilmer, Jon Voight, Tom Sizemore, Diane Venora, Jeremy Piven, Begonya Plaza, Natalie Portman, Ashley Judd / Sinopse: Neil McCauley (Robert De Niro) é um refinado ladrão que começa a ser investigado e perseguido pelo policial Vincent Hanna (Al Pacino) que está decidido a acabar com a carreira do criminoso. O confronto entre os dois se tornará inevitável.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Spartan

Um agente secreto do governo americano (Val Kilmer) recebe a missão de resgatar a filha de uma importante autoridade norte-americana. Durante a investigação acaba descobrindo que nem tudo é o que aparenta ser. "Spartan" é um filme interessante embora não consiga fugir da burocracia estética. A produção é cinza, tensa, sem nenhum alívio para o espectador, tão sisuda que soa como telefilme em vários momentos. Achei os primeiros 60 minutos muito bons porém na terça parte final o filme decai. Isso porque o roteiro cai na armadilha daquelas situações paranóicas, bem ao estilo americano. Imagine uma teoria da conspiração levada ao extremo, é justamente isso que encontramos na conclusão de "Spartan". A situação soa fora de propósito, exagerada, extrema e nada verossímil. Também o clímax é mal explicado pois nada é suficientemente esclarecido, até porque podemos até mesmo aceitar pais que não gostam de seus filhos mas da forma como mostrada no filme a coisa toda é forçada demais.

O elenco está apenas ok. Val Kilmer, no controle remoto, tenta passar um mínimo de emoção, mas fica no meio do caminho. A culpa provavelmente nem é dele uma vez que seu personagem, inicialmente extremamente profissional, muda de atitude em um estalar de dedos, sem maiores explicações, levando o filme novamente para uma daquelas situações forçadas citadas que testam a paciência do espectador. O pior acontece com William H Macy, ótimo ator, que aqui é totalmente jogado para escanteio, resultando em um desperdício completo. Enfim, o cinema de David Mamet já viveu dias melhores e "Spartan" no final só vem para confirmar isso. Melhor seria ele deixar essa coisa de teoria de conspiração de lado para voltar a escrever sobre relacionamentos humanos.

Spartan (Spartan, Estados Unidos, 2004) Direção: David Mamet / Roteiro: David Mamet / Elenco: Val Kilmer, William H. Macy, Tia Texada, Derek Luke, Jeremie Campbell, Bob Jennings, Chris LaCentra, Johnny Messner, Ron Butler, Kristen Bell. / Sinopse: Um agente secreto do governo americano (Val Kilmer) recebe a missão de resgatar a filha de uma importante autoridade norte-americana. Durante a investigação acaba descobrindo que nem tudo é o que aparenta ser.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Batman Eternamente

Revi e fiquei surpreso em ver como o filme ficou datado em tão pouco tempo! Vamos ser sinceros, Joel Schumacher é um palhaço, só isso explica tanta palhaçada e clima de galhofa como vemos aqui. No meio do espetáculo circense que é o filme muita pouca coisa se salva. Tommy Lee Jones está completamente caricato e ridículo. Não existe nenhuma cena em que ele não esteja completamente histérico e enlouquecido. Parece um debiloide que fugiu do circo de horrores. Já Jim Carrey usa e abusa de suas caretas, maneirismos e maluquices, o que de certa forma era o que se esperava dele pois seu estilo de humor pastelão é bem isso aí. Já Jones não tem essa desculpa, no final das contas ele está simplesmente péssimo mesmo.

Val Kilmer não convence, no controle remoto não está muito aí para o filme (não o culpo nesse ponto). Há diálogos constrangedores como aquele em que vestido de Batman avisa ao mordomo Alfred que vai comprar um lanchinho no Drive Thru. Que bobagem! Tudo é ultra colorido, cheio de neon e os assistentes dos vilões mais parecem idiotas saídos de filmes mudos da década de 1910! Uma bizarrice sem tamanho. Por fim, para coroar a estupidez reinante ainda temos que encarar um erro de continuidade absurdo na cena final. Nela Robin e a psiquiatra (interpretada por Nicole Kidman) são colocados em dois tubos diferentes que vão significar suas mortes. Quando o Charada aperta o botão ambos caem nos dois tubos mas por pura mágica Batman entra em apenas um deles mas encontra os dois no mesmo tubo!!! Como é que pode um roteiro mal escrito desses?! Uma fanfarronice esse Batman Eternamente.

Batman Eternamente (Batman Forever, Estados Unidos, 1995) Direção: Joel Schumacher / Roteiro: Lee Bstcher baseado na obra de Bob Kane / Elenco: Val Kilmer, Tommy Lee Jones, Jim Carrey / Sinopse: Batman (Val Kilmer) tem que enfrentar dois de seus piores inimigos, o famigerado "Duas Caras" (Tommy Lee Jones) e o enlouquecido "Charada" (Jim Carrey).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Twixt

Que Francis Ford Coppola é um dos grandes cineastas de nosso tempo acredito que ninguém tenha dúvidas. Que ele relegou sua carreira ao segundo plano para se tornar um empresário bem sucedido no ramo de vinhos também. O maior exemplo disso é esse estranho e bizarro filme "Twixt". Uma produção de complicada classificação. Não é necessariamente um filme de terror e nem tampouco um drama existencial. Coppola disse em entrevistas ter tido a idéia do filme em sonhos e pesadelos que teve, realmente faz sentido. "Twixt" não tem um roteiro convencional. Ele alterna sonhos, visões, pesadelos e realidade em uma mesma linha temporal. Confuso? Em certo sentido sim. Certa vez Coppola afirmou que após o sucesso de sua vinícola iria realizar apenas os projetos de que gostasse, sem a pressão dos estúdios. Complicado mesmo é entender porque ele escolheu algo assim, um projeto tão sui generis para retornar às telas. O filme não se parece com nada do que ele tenha feito antes, é disperso, sem foco e com ares de existencialismo. Uma produção muito barata (sete milhões de dólares de orçamento) que usa e abusa de cenários digitais, alguns pouco convincentes. 

A trama se resume em acompanharmos um escritor fracassado, Hall Baltimore (Val Kilmer), que vai até uma cidadezinha do interior tentar vender alguns exemplares de seu último livro, um pulp fiction sobre bruxas. Com problemas de alcoolismo o escritor acaba ficando intrigado com a história de um velho hotel da região, aonde teria ocorrido um assassinato em massa de crianças. O local se encontra fechado e abandonado e havia sido ponto de parada do famoso escritor Edgar Allan Poe em tempos passados. Pressionado pelo seu editor para escrever um novo livro, Hall resolve usar as histórias do local como fonte de inspiração mas começa a confundir realidade com visões e sonhos que tem com as crianças que foram mortas no local. Coppola assim desfila na tela uma variedade de subtramas (como a morte acidental da filha do escritor) em um roteiro com pouco foco, confuso e sem direção. O uso excessivo de ambientações digitais também incomoda, embora algumas sequências sejam bonitas do ponto de vista estético. O diretor também não se furta em colocar Edgar Allan Poe como um personagem ativo na trama (tal como aconteceu recentemente com "O Corvo"). Em conclusão "Twixt" é um filme menor e estranho na importante filmografia do diretor. Para quem já fez obras grandiosas como "O Poderoso Chefão", "Twixt" soa muito amador e sem importância. Talvez venha a encontrar seu público, quem sabe. Para o conjunto de sua obra porém o filme não passa de uma simples nota de rodapé.  

Twixt (idem, Estados Unidos, 2011) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola / Elenco: Val Kilmer, Bruce Dern, Ben Chaplin / Sinopse: um escritor fracassado, Hall Baltimore (Val Kilmer), que vai até uma cidadezinha do interior tentar vender alguns exemplares de seu último livro, um pulp fiction sobre bruxas. Com problemas de alcoolismo o escritor acaba ficando intrigado com a história de um velho hotel da região, aonde teria ocorrido um assassinato em massa de crianças. O local se encontra fechado e abandonado e havia sido ponto de parada do famoso escritor Edgar Allan Poe em tempos passado. Pressionado pelo seu editor para escrever um novo livro, Hall resolve usar as histórias do local como fonte de inspiração mas começa a confundir realidade com visões e sonhos que tem com as crianças que foram mortas no local.  

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Sete Almas

Um garotinho armado com uma faca mata todas as seis pessoas de sua família. Um século depois desse trágico acontecimento um grupo de pessoas em uma van sofre um acidente próximo a uma misteriosa casa durante uma tempestade. Sem condições de voltar de onde vieram (pois as estradas ficam fechadas) eles são levados por Jack (Ving Rhames) para passar a noite numa misteriosa mansão situada numa floresta sombria. "Sete Almas" é uma produção B sem maiores atrativos. Tudo soa falso e ruim no filme. O roteiro é obviamente uma cópia descarada de filmes de terror do passado como por exemplo "Terror em Amytville". A única mudança foi que diminuíram a idade do assassino da família, sendo aqui apenas um garotinho. No elenco ninguém se salva, nem mesmo o antigo astro Val Kilmer aqui em um péssimo personagem, um advogado corporativo arrogante, antipático e enfadonho. Kilmer está em franca decadência na carreira. Astro de grandes sucessos no passado hoje ele está restrito a esse tipo de filme sem expressão. Ele envelheceu muito mal, está gordo demais, pesadão, sem energia, se arrastando em cena. Além disso sua "atuação" é preguiçosa, sem vontade, muito ruim.

O resto do elenco sequer é digno de menção. Ving Rhames tem um mínimo de dignidade em um personagem que até poderia render alguma coisa mas que não se desenvolve, não surpreende, pois tudo é tão previsível que já sabemos de antemão tudo o que acontecerá com ele e qual é a sua verdadeira identidade. O roteiro é péssimo, no terço final há uma tentativa (frustrada) de explicar os acontecimentos apelando para a velha e boa reencarnação. Mas esqueça, é tudo uma bobagem mesmo! O filme é uma perda de tempo, uma porcaria. Fuja e fique o mais longe possível desse abacaxi indigesto.

Sete Almas (Seven Below, Estados Unidos, 2012) Direção: Kevin Carraway / Roteiro: Kevin Carraway, Lawrence Sara / Elenco: Val Kilmer, Ving Rhames, Luke Goss / Sinopse: Um grupo de pessoas ficam presas em uma antiga casa onde cem anos antes houve uma série de mortes em família cometidas pelo irmão mais jovem.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Academia de Gênios

Título no Brasil: Academia de Gênios
Título Original: Real Genius
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Tri-Star
Direção: Martha Coolidge
Roteiro: Neal Israel, Pat Proft
Elenco: Val Kilmer, Gabriel Jarret, Michelle Meyrink, William Atherton, Jon Gries, Patti D'Arbanville

Sinopse:
Gênios adolescentes lidam com suas habilidades enquanto desenvolvem um laser de alta potência para um projeto universitário. Quando seu professor pretende transformar seu trabalho em uma arma militar, eles decidem arruinar seus planos.

Comentários:
Se não foi o primeiro filme da carreira do Val Kilmer, certamente foi um dos primeiros. Ele bem jovem interpretava esse garoto de universidade, jovem nerd, que ao lado de amigos descobria mais uma função para o raio laser. Comédia bem anos 80, brincando com o projeto "Guerra nas Estrelas" do governo Reagan, que aliás nunca saiu do papel e da propaganda do partido republicano. É uma comédia divertida, mas que em certos momentos se tenta levar à sério demais (erro absoluto em se tratando de filmes assim). Eu assisti na época, mas poucas vezes (provalmente uma única vez). Por isso não me lembro muito, mesmo assim deixo a referência aqui no blog.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Vício Frenético

Não é novidade para ninguém que a filmografia de Nicolas Cage nos últimos tempos já saiu da fase de ser apenas ruim para virar anedota entre cinéfilos de tão ruins que são as produções. De fato Cage já virou piada nas rodinhas de pessoas que gostam do dito bom cinema. No meio de tantos filmes obtusos e constrangedores eis que finalmente surgiu uma pérola no meio do lamaçal. Sim, "Vício Frenético" é essa jóia. O filme se comparado com outros recentes do Cage é bem superior. Não é um grande filme, tem problemas de ritmo, roteiro e interpretação mas mesmo com tudo isso é salvo no final pelo fino humor negro que permeia toda a estória. Aqui Cage interpreta um oficial da policia de uma New Orleans devastada. Longe de ser um exemplo o tira é corrupto, viciado em drogas, em jogos e prostituição e tudo o mais de pior que se pode pensar para um policial. Um sujeito totalmente fora de controle e completamente fora da linha. O irônico é que mesmo assim, com todos esses desvios de conduta, sempre acaba sendo promovido (uma crítica óbvia à força policial das grandes cidades americanas). Não gostei muito da interpretação do Cage. De olhos esbugalhados, olhar vidrado, todo torto e muitas caretas o ator apresenta um esilo caricato de representar. No começo chega a ser até estranho ver Cage tão afetado mas depois que se acostuma com o tipo, fica até divertido. Ainda bem que ele foi salvo pelo bom argumento. 

O roteiro até consegue sobreviver no meio de um amontoado de eventos que vão se sucedendo no transcorrer da produção. Talvez isso se deva ao fato do filme ser na realidade um remake de um antigo policial dirigido por Abel Ferrara. Como se sabe esse diretor sempre foi bem pouco convencional. A estrutura de seus filmes sempre foi inovadora e nada parecida com o que vemos no cinemão comercial americano. No saldo final o que realmente salva mesmo "Vício Frenético" é a ironia, o cinismo e o humor negro que utiliza para satirizar o sistema. Nesse ponto o filme realmente acerta. Em suma, aqui temos um filme policial que a despeito dos exageros do Cage em cena pode realmente agradar no final das contas. 

Vício Frenético (The Bad Lieutenant: Port of Call - New Orleans, Estados Unidos, 2009) Direção: Werner Herzog / Roteiro: William M. Finkelstein, Victor Argo, Paul Calderon, Abel Ferrara, Zoë Lund / Elenco: Nicolas Cage, Eva Mendes, Val Kilmer, Fairuza Balk / Sinopse: Aqui Nicolas Cage interpreta o Terence McDonagh, um oficial da policia de uma New Orleans devastada. Longe de ser um exemplo o tira é corrupto, viciado em drogas, em jogos e prostituição e tudo o mais de pior se pode pensar para um policial. Um sujeito totalmente fora de controle e completamente fora da linha.  

Pablo Aluísio.